quinta-feira, 5 de junho de 2014

Grande Cid


LNT
[0.213/2014]

LIVRE de (para) escrever

Pegando em alguns comentários desta Barbearia, que curiosamente aparecem em alturas de guerra e que a maior parte das vezes não se destinam a comentar o que aqui deixo escrito mas aquilo que os comentadores entendem que eu devia escrever, faço uma puxada de um, que assim não foi, e esclareço (ando nesta dos esclarecimentos para ver se terminam as dúvidas e leituras mal feitas ou carregadas de juízos de intenção):

Nada tenho contra o LIVRE, nem contra qualquer outro Partido novo, velho, ou mais-ou-menos.

Nada tenho contra a existência de qualquer movimento, associação, obra de caridade, ou confissão religiosa. O que tenho é opinião própria e como quem escreve neste diário que me pertence sou eu próprio, com nome e assinatura reconhecida no notário (se necessário), junto letrinhas para tentar expor o que entendo.

Os Blogs têm a particularidade de não serem livros oficiais da quarta classe e por isso não são de leitura obrigatória, pelo que os seus acessos e leitura resultam do liberum voluntatis arbitrium.

Papoila

Aproveitando a boleia, aqui vai de novo para quem ainda tenha dúvidas:

Nada tenho contra o LIVRE. Nada tenho contra os militantes, simpatizantes e afins do Partido das papoilas, assim como nada tenho contra o MRPP, ou contra o Partido de que não me lembro o nome onde se hospedou Marinho e Pinto e que passou a ser mais importante do que o CDS/PP.

As minhas interrogações vão para militantes, simpatizantes e outros que ainda há 15 dias andavam com as papoilas às costas (sem segundas intenções, claro!) e que agora choram lágrimas de crocodilo por o PS ter tido uma vitória de Pirro em vez de se preocuparem com a insignificância de Hércules que o LIVRE obteve e que o fez ficar a milhas de eleger um deputado europeu para o Grupo Europeu dos Verdes.

De resto, até acho interessante que, à esquerda, apareçam forças que venham a permitir ao PS formar maiorias, como à direita o PSD faz com o CDS.

Fica a esperança de que o LIVRE se fortaleça e que deixe de se preocupar com a liderança do PS. Fica também a esperança de que o LIVRE seja um Partido independente onde as pessoas não se agrupem para tentar influenciar as escolhas que competem aos militantes (e agora aos simpatizantes, diz-se) do PS e se faça forte suficiente para ser capaz de melhorar a qualidade da esquerda portuguesa.
LNT
[0.212/2014]

O barbeiro [ IV ]

O BarbeiroCom as navalhas afiadas e os pincéis de molho, o barbeiro voltou à cadeira dos clientes que rareavam sem qualquer vontade de ler ou ouvir notícias, porque as notícias que passavam pouco lhe interessavam.

Continuava na dele: - que se deu ao trabalho de sair de casa para ir votar num Partido na esperança de que ele fizesse o que lhe competia e, à noite quando se preparava para comemorar a vitória para que tinha contribuído, levou uma bofetada de mão cheia quando ficou a saber, pelos ilustres desse partido, que o seu voto tinha sido uma porcaria insuficiente, de Pirro, e que o PS em vez de fazer aquilo que ele esperava se tinha envolvido numa guerra de protagonismo com o pretexto de que assim iria dar mais valor ao único voto de que ele dispunha.

Nestes pensamentos, frustrado, pegou na folha de caixa e confirmou o descalabro que adivinhava. O IVA a subir para a ruína, o sabão da barba ao preço do perfume francês e a miséria que lhe rondava a porta do lá vem um.
LNT
[0.211/2014]
Imagem: http://www.gutenberg.org/

Barbering Books [ V ]

Barbering BooksDescobri que há algumas coisas semelhantes entre a forma como os meninos crescem actualmente e o modo com se trata a fruta. Eu explico-me.

A fruta nasce, muito bem agarradinha à árvore. Quase sempre se acoita, algures num cantinho cómodo do tronco, sob a protecção de uma folha que é forte e larga, para se proteger de todos os perigos que possam acontecer.

Dantes, por lá ficava e demorava pelo menos o tempo de duas estações, para crescer e amadurecer bem. Havia um tempo grande de esperar para poder saborear.

Agora, mal a fruta cresce um pouco, vêm os produtores e arrancam-na à força. Encaixotam os pêssegos todos em fila, uns contra os outros, e lá seguem para o armazém, que é uma câmara frigorífica.

Só que a fruta ainda está verde.

Depois as donas de casa vão às compras. Olham para os pêssegos, dizem ter um aspecto lindo. Compram. Passados dois ou três dias estão «tocados». Levaram só uns toques e estragaram-se. Quer dizer, não tinham amadurecido o suficiente para sair da árvore mãe tão cedo e aguentarem-se bem.

E assim andamos todos a reclamar que a fruta além de não ter gosto, não se aguenta. Estraga-se num instante.
Daniel Sampaio
INventem-se novos pais

LNT
[0.210/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXVII ]

Pezinhos de coentrada
Pezinhos de porco de coentrada - Por aí - Portugal
LNT
[0.209/2014]

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mira técnica

Mira técnicaClarinho como água é que aquilo que aqui me tem feito andar a escrever nos últimos tempos resulta da minha condição de militante do Partido Socialista e do correspondente dever de defesa dos órgãos directivos do Partido a que tenho a honra de pertencer desde o tempo em que os animais falavam.

Não é de hoje. Já o fiz anteriormente quando denegriram internamente Ferro Rodrigues para que, quando ele cedeu, se apresentassem como santos salvadores e já o tinha feito noutras vezes em que foi necessário, o que agora pouco importa para o texto.

O que importa é anotar que o Secretário-geral do meu Partido está em funções sufragadas partidariamente e confirmadas pelo nacional e que a sua liderança institucional e política não está em causa. O que importa é perceber que o fogo “amigo” a que está a ser sujeito é o mostrar da cara (ainda não a mostram às claras porque continuam escudados num testa de ferro) dos “amigos” que, apesar de terem conduzido o Partido Socialista a uma das suas maiores derrotas e feito com que a direita portuguesa conduzisse os destinos de Portugal nos últimos anos com uma maioria absoluta que não pára de destruir a qualidade de vida dos portugueses, se mantém em lugares chave do PS e em parte importante do seu Grupo Parlamentar.

O actual Secretário-geral contou no primeiro mandato, e agora nesta metade do segundo, com a dificuldade acrescida de ser líder do maior Partido da oposição sob fogo intenso adversário que nunca deixou de evocar as razões que levaram os portugueses a desferir-lhe uma derrota colossal (e esse fogo inimigo tem sido sempre feito de forma cruzada pelos detentores do actual poder e pelos extremos de esquerda) e ainda teve de aguentar todas as manobras de denegrimento interno que ao longo do tempo foram patentes e que agora assumiram proporções vergonhosas.

Foi obra, obra especial porque, mesmo apesar de muitos dos que agora aparecem imaculados terem andado a formar partidos nas últimas eleições que desviaram votos do PS, conseguiu sair à rua e voltar a recolher o apoio dos portugueses que lhe deram nas últimas eleições uma vitória sobre toda a direita unida e a milhas de distância do único Partido de extrema-esquerda que ainda tem alguma relevância no panorama político português.

E foi isto que aqui quis, hoje, deixar lavrado, clarinho como água.
LNT
[0.208/2014]

Barbering Books [ IV ]

Barbering BooksElias procura uma pedra. Ainda ela vai no ar e já se ouvem ganidos com toda a matilha a desarvorar por esse cemitério abaixo, caim-caim, pernas para que vos quero. Elias volta-se para o Diário de Notícias.

Que está cada vez mais mula-de-enterro, o Diário de Notícias. Cada vez mais correio dos mortos. Já não é só a página das cruzes, missas do sétimo dia, Agência Magno e etecetera, é a VELADA AO SOLDADO DESCONHECIDO, Mosteiro da Batalha, é a REVOLTA NA ÍNDIA, Naufrágio de Goa, eterna saudade, é o PRESIDENTE THOMAZ, outro morto. Cemitério impresso, pura e simplesmente cemitério impresso tudo aquilo. E o Thomaz em foto a duas colunas parece um pénis decrépito fardado de almirante.
José Cardoso Pires
Balada da praia dos cães

LNT
[0.207/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXVI ]

Mão de vaca com grão
Mãozinha de vaca com grão - Por aí - Portugal
LNT
[0.206/2014]