Desculpar-me-ão a publicidade mas à marca Nobre associo, sempre, fiambre da pá, salsichas enlatadas, enchidos de miudezas e outros produtos de fast food.
Depois de se ter inventado que os órgãos maiores dos Partidos (os Congressos Nacionais) se destinam a propaganda política em substituição da discussão das linhas programáticas e de orientação política que os regem;
Depois de se ter inventado que as legislativas se destinam a eleger Primeiros-Ministros em substituição de deputados nacionais;
Inventa-se agora que o Presidente da Assembleia da República, segunda individualidade na hierarquia do Estado, eleito pelos seus pares em sufrágio interno na Assembleia da República, passe a ser objecto de propaganda no sufrágio universal e directo. Ainda por cima, o cargo de Presidente da Assembleia da República tem um vincado peso político partidário porque quem se senta na Assembleia da República são os Partidos políticos e até os independentes a eles estão vinculados. No nosso regime constitui uma grave distorção atribuir o cargo de Presidente da Assembleia da República a um "independente".
O descrédito total da nossa democracia representativa vai em crescendo. O oportunismo toma definitivamente conta de tudo. Quem ouviu Fernando Nobre em campanha das presidenciais dizer-se independente dos partidos e agora o vê avançar com este embuste, deve estar a tentar arranjar argumentação para justificar tanta mentira e desonestidade. Aproveito para lembrar que há cinco anos Manuel Alegre concorreu às presidenciais como independente e sem apoio dos Partidos e quando o Partido Socialista o contactou para que integrasse as listas de deputados ele recusou, mesmo sendo militante do Partido Socialista. Realmente não é tudo a mesma coisa. As pessoas distinguem-se pela ética e pela honestidade.
Desta vez Manuel Alegre foi candidato à Presidência da República com o apoio oficial de Partidos. É militante do Partido Socialista. No Congresso Nacional realizado no último fim-de-semana circulou que iria ser convidado para encabeçar a lista do PS por Coimbra. Na altura achei bem que ele não aceitasse (assim como achei bem que ele aceitasse fazer parte dos órgãos directivos do PS). Neste momento mudei de opinião. Entendo que Manuel Alegre deverá, para além de fazer parte dos órgãos nacionais do PS, ser cabeça de lista por Coimbra (ou qualquer outro círculo eleitoral) e, quando for o tempo disso, deverá ser candidato a Presidente da Assembleia da República, apresentando-se aos deputados como alternativa ao candidato já anunciado por Passos Coelho.
Sei que George Orwell quando escreveu o Triunfo dos Porcos fazia uma alegoria a outras realidades mas, nos tempos que correm, adapta-se como uma luva às "correntes independentes" que, de serem tão independentes, só aguardam a oportunidade para ganharem o poder e dele fazerem, depois de assassinarem a ideia da doutrina, a pocilga do porco mais igual.
LNT
[0.123/2011]
Depois de se ter inventado que os órgãos maiores dos Partidos (os Congressos Nacionais) se destinam a propaganda política em substituição da discussão das linhas programáticas e de orientação política que os regem;
Depois de se ter inventado que as legislativas se destinam a eleger Primeiros-Ministros em substituição de deputados nacionais;
Inventa-se agora que o Presidente da Assembleia da República, segunda individualidade na hierarquia do Estado, eleito pelos seus pares em sufrágio interno na Assembleia da República, passe a ser objecto de propaganda no sufrágio universal e directo. Ainda por cima, o cargo de Presidente da Assembleia da República tem um vincado peso político partidário porque quem se senta na Assembleia da República são os Partidos políticos e até os independentes a eles estão vinculados. No nosso regime constitui uma grave distorção atribuir o cargo de Presidente da Assembleia da República a um "independente".
O descrédito total da nossa democracia representativa vai em crescendo. O oportunismo toma definitivamente conta de tudo. Quem ouviu Fernando Nobre em campanha das presidenciais dizer-se independente dos partidos e agora o vê avançar com este embuste, deve estar a tentar arranjar argumentação para justificar tanta mentira e desonestidade. Aproveito para lembrar que há cinco anos Manuel Alegre concorreu às presidenciais como independente e sem apoio dos Partidos e quando o Partido Socialista o contactou para que integrasse as listas de deputados ele recusou, mesmo sendo militante do Partido Socialista. Realmente não é tudo a mesma coisa. As pessoas distinguem-se pela ética e pela honestidade.
Desta vez Manuel Alegre foi candidato à Presidência da República com o apoio oficial de Partidos. É militante do Partido Socialista. No Congresso Nacional realizado no último fim-de-semana circulou que iria ser convidado para encabeçar a lista do PS por Coimbra. Na altura achei bem que ele não aceitasse (assim como achei bem que ele aceitasse fazer parte dos órgãos directivos do PS). Neste momento mudei de opinião. Entendo que Manuel Alegre deverá, para além de fazer parte dos órgãos nacionais do PS, ser cabeça de lista por Coimbra (ou qualquer outro círculo eleitoral) e, quando for o tempo disso, deverá ser candidato a Presidente da Assembleia da República, apresentando-se aos deputados como alternativa ao candidato já anunciado por Passos Coelho.
Sei que George Orwell quando escreveu o Triunfo dos Porcos fazia uma alegoria a outras realidades mas, nos tempos que correm, adapta-se como uma luva às "correntes independentes" que, de serem tão independentes, só aguardam a oportunidade para ganharem o poder e dele fazerem, depois de assassinarem a ideia da doutrina, a pocilga do porco mais igual.
LNT
[0.123/2011]
7 comentários:
Está claro que o SR. Nobre quer tacho e não se coibe de defraudar quem votou nele para o alcançar.
Começo a duvidar do seu trabalho na AMI...
Um homem que é tão errático, incoerente e oportunista pode muito bem ter pactuado com o diabo para atingir os seus objectivos.
Era bom fazer-se uma investigação para apurar o que o fez desmobilizar da solidariedade independente,transparente e abrangente para se alcandorar a segunda figura do Estado...
Seria de bom tom não esquecer que Fernando Nobre foi apoiado na sua candidatura à Presidência da República por muitos militantes socialistas; seria de bom tom não esquecer que Manuel Alegre não foi apoiado na sua candidatura á Presidência da República por muitos militantes socialistas.
Agora, um deles é boa moeda, o outro não...
Porque não reconhecer que ambos não passam, afinal, de uma só face da mesma moeda?
Pobre República, que tais filhos mantém...
Bairradino
Meu caro Luis
Belo post este, é triste ver uma pessoa que se pensava nobre de principios ir decaindo cada vez mais.
A AMI não merece neste momento ter uma pessoa com esta nas suas fileiras.
É triste ver como as prebendas ultrapassam a consciência.
Um abraço
Outro anónimo diz:
O nobre quer tacho, tá bom de ver.
Mas eu digo que esta atitude está muito mal, porque ele deveria ter aguardado a sua vez na fila para S Bento.
Assim graças ao Coelho lá vai ele todo lampeirinho sentar a bunda nos cadeirões da AR.
Esta atitude trouxe-me recordações à minha memória de outros tachos, atribuídos no passado por outras forças políticas a pseudo-candidatos mediáticos. Penso que se existisse alguma vergonha e decência, tanto os nobres como os outros que sem serem nobres foram igualmente oportunistas deveriam era irem trabalhar para as obras.
Boa noite
Nobre não quer tacho, acho que quer é panela. Belo artigo.
Como será que o Sr. Nobre fica melhor??
O Zé é capaz de saber:
http://utopiarealista.blogspot.com/2011/04/o-ze.html
Caro Platero,
deixe-me fazer um reparo ao seu comentário. Quando diz que a AMI não devia ter neste momento uma pessoa como esta nas suas fileiras estava a falar do Sr. Fernando Nobre, ou dos Nobres?
Ver organograma aqui: http://www.ami.org.pt/media/pdf/OrganogramaAMI.pdf
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