Isabel Moreira é deputada independente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Foi eleita para a Assembleia da República pelo Círculo de Lisboa e desconheço se foi incluída nas listas de candidatura por indicação de alguma estrutura do Partido Socialista.
Isabel Moreira faz saber que irá furar a disciplina de voto, o que é um seu direito como deputada, principalmente por ser deputada independente. Sobre este assunto nada tenho a comentar.
Como militante do Partido Socialista não deixo no entanto de me admirar com as declarações de Isabel Moreira onde ela sugere que António José Seguro deva demitir o porta-voz do PS porque, segundo Isabel Moreira, "essas dicotomias socráticos e não socráticos são puras invenções".
Como já disse anteriormente, desconheço se Isabel Moreira foi alvo de indicação por alguma estrutura do Partido Socialista. Embora seu eleitor, sou igualmente ignorante sobre se a sua inclusão nas listas de Lisboa foi feita pela cota do anterior Secretário-geral. A assim ter sido, então estamos perante uma socrática não socialista (no sentido de não ser militante do Partido Socialista). A assim ter sido, que tal acharia a deputada independente que eu fizesse sobre ela recomendações, "acrescentando mais uma vez que cabe ao secretário-geral avaliar as consequências das afirmações de Isabel Moreira, mas que a minha opinião é que deveria optar pela "demissão imediata" da deputada independente do PS".
Como Seguro não o poderá fazer, porque tal lhe está vedado mesmo tratando-se de uma deputada que não acata as decisões do Grupo Parlamentar onde está inserida, é minha opinião que, no mínimo, lhe coloque a questão de saber se ela entende que o seu socratismo é condição bastante que lhe permita mandar bitaites deste calibre sobre assuntos de um Partido com o qual ela simpatiza de vez em quando.
LNT
[0.186/2012]
Foi eleita para a Assembleia da República pelo Círculo de Lisboa e desconheço se foi incluída nas listas de candidatura por indicação de alguma estrutura do Partido Socialista.
Isabel Moreira faz saber que irá furar a disciplina de voto, o que é um seu direito como deputada, principalmente por ser deputada independente. Sobre este assunto nada tenho a comentar.
Como militante do Partido Socialista não deixo no entanto de me admirar com as declarações de Isabel Moreira onde ela sugere que António José Seguro deva demitir o porta-voz do PS porque, segundo Isabel Moreira, "essas dicotomias socráticos e não socráticos são puras invenções".
Como já disse anteriormente, desconheço se Isabel Moreira foi alvo de indicação por alguma estrutura do Partido Socialista. Embora seu eleitor, sou igualmente ignorante sobre se a sua inclusão nas listas de Lisboa foi feita pela cota do anterior Secretário-geral. A assim ter sido, então estamos perante uma socrática não socialista (no sentido de não ser militante do Partido Socialista). A assim ter sido, que tal acharia a deputada independente que eu fizesse sobre ela recomendações, "acrescentando mais uma vez que cabe ao secretário-geral avaliar as consequências das afirmações de Isabel Moreira, mas que a minha opinião é que deveria optar pela "demissão imediata" da deputada independente do PS".
Como Seguro não o poderá fazer, porque tal lhe está vedado mesmo tratando-se de uma deputada que não acata as decisões do Grupo Parlamentar onde está inserida, é minha opinião que, no mínimo, lhe coloque a questão de saber se ela entende que o seu socratismo é condição bastante que lhe permita mandar bitaites deste calibre sobre assuntos de um Partido com o qual ela simpatiza de vez em quando.
LNT
[0.186/2012]
17 comentários:
Tá bem abelha!... não substituam o Seguro o mais rápido possível e verão o lindo enterro que vão ter!
A disciplina de voto é um instrumento anti democrático e cerceador da liberdade do deputado e inibidor da sua legitimidade democrática obtida através do voto popular. Os partidos sequestram os votos do eleitorado, desresponsabilizando os deputados individualmente, tornando a sua representatividade nula. Este mecanismo despersonaliza a função de representante do povo. Torna-o num numero num "assento" acrítico e acéfalo. Torna o deputado redundante. Se este sistema é suficiente para assegurar a representatividade popular, que no meu modesto entender, não é, basta haver um deputado por cada grupo parlamentar e poupamos muito dinheiro. Este sistema de regimentos de carneiros acéfalos, desresponsabilizados e castrados da sua consciência por força da disciplina de voto tem graves consequências para a democracia. Mas tem óptimas consequências para as direcções partidárias sem rumo, sem ideias e sem programa. Torna forte o que é fraco. Este sistema está moribundo. É precisa a criação de círculos uni-pessoais em que o representante seja um pessoa que assuma as suas convicções e que seja julgado pela sua acção INDIVIDUAL e não como número de um regimento dirigido por direcções partidárias tíbias.
Muito bem escrito !Faço minhas as palavras do anónimo das 18:04. Só um acéfalo é que não vê
as graves consequências para a democracia.
Ah pois, mais uma "abstençãozinha".
Fica tão bem.Que ferocidade...
Ps, adorei o modo como o sonecas da UGT ladrou nas TVs sobre a ultima greve.Os sindicalistas do estado novo não fariam melhor...
Porque será, que os anónimos estão sempre de acordo?
Até na falta de coragem, para se responsabilizarem, pelo que afirmam.
Nunca seria capaz de ser Anónima.
Tenho a certeza de que já disse muito disparate, mas, como hoje, assino.
Maria
Ps
Sabem como saber quem sou. É só carregar no meu nome.
M
Maria, repare que o insulto vem normalmente dos anónimos. Não tem grande problema, mas é suficiente para não ter de se explicar mais nada.
Luis Reis,
A abstenção destinou-se a admitir o projecto de lei que baixou à Comissão.
O processo ainda está no início.
Portanto, deixa-me ver se percebi...Se alguém tiver o desplante de não concordar com a linha oficial do partido, ousar ter ideias próprias e chegar ao ponto de votar contra uma decisão do grupo parlamentar, se no seu entender a decisão tomada violentar a sua consciência e valores e não se convencer com a inutilidade de efémeras e inúteis declarações de voto de nulo efeito prático e político, e como corolário, votar mesmo contra, deve...demitir-se ou ser demitido pelo chefe.
Muito democrático, sim senhor. Sobe-se muito na hierarquia partidária com a postura certa. Caso contrário, temos o caldo entornado e teremos que dispensar a sua incómoda e estrepitosa presença e substitui-lo por alguém mais “sintonizado” com os “interesses do partido”, de preferência com bom aspeto e bem falante, mas vazio de conteúdo e sem grandes “ideias” ou “ideiais”. Acho que no PCP a disciplina acrítica também é muito apreciada. No PS é que não sabia. Mas agora já sei... Historicamente as lideranças fracas necessitam da razão da força para se imporem, pois não se impõem pela força da razão.
Nota Biográfica: Chamo-me Miguel, tenho 38 anos, sou natural e residente em Évora, divorciado sem filhos, tenho um 1,74 m e peso 78 Kg (devia perder uns quilinhos). Sou engenheiro alimentar e trabalho numa empresa pública que vai ser “extinta”.
Sou republicano, socialista (militante desmoralizado – nunca fui adepto de Sócrates- nem do estilo, nem de muitas das suas politicas), sou ateu e, como consequência, laico. Acredito veementemente que o nosso sistema político-económico está a viver a sua derradeira fase e que será necessário reinventar a democracia e o próprio sistema económico.
Mais taticamente, neste momento que estamos na defensiva, oponho-me á cretinice neoliberal protagonizada por esta direita radical no poder (com o Álvaro como poster boy da estupidez). E também me oponho à complacência e beneplácito deste PS amorfo e anémico nessa luta. Oposição através de declarações de voto? Qual a utilidade disto? É uma nulidade. Votem contra! Não tem significado prático, mas tem muito significado político.
Espero que com esta breve nota biográfica com laivos da minhas idiossincrasias, tenha sido possível satisfazer a vossa curiosidade, permitindo-lhes dessa forma argumentar comigo, sem a conveniente desculpa de ser um ignóbil anónimo cujos argumentos são ignorados pelo simples facto de não quer divulgar a sua identidade.
Parte 2
Concordo com o anónimo das 18:04 quando ele diz que é necessário criar círculos unipessoais e que a disciplina de voto é um instrumento desresponsabilizador, despersonalizante e que serve como alibi aos eleitos. Imaginem-me numa suposta conversa com o Dr. Zorrinho (meu representante na AR) sobre este assunto. Ele pode-me dizer: "Pois é, eu até era contra a destruição dos direitos dos trabalhadores, da acentuação da exploração na relação laboral, da imposição de condições mais gravosas aos trabalhadores e esta lei até vai alem do que o PS assinou com a troika, mas estava vinculado à disciplina de voto! Teve de ser. Paciência! Olhe... Aguente-se!" É um exercício de cinismo! É falência do sistema. Onde está a responsabilização política do eleito? A quem posso punir, através do meu voto? Ou premiar? Como me posso sentir representado e com vontade de contribuir, se os deputados não têm à sua disposição ferramentas como o livre arbítrio ou a liberdade de ação? Se não podem agir consoante os seus próprios valores? Se são cooptados como meros instrumentos das cúpulas partidárias que tomam as suas decisões atrás de portas fechadas ou através de instrumentos ignóbeis como quotas de secretários-gerais? Ou por andarem de avental vestido a praticar rituais ridículos? Ou por serem filhas do presidente da Federação? Onde está o mérito disso? Quem são estas pessoas? Quem verdadeiramente representam? Qual poderá ser o seu papel social e a quem servem quando a sua sobrevivência política, e por vezes económica, depende dessa mesma forma de atuar? Mas que democracia travestida de oligarquia das cúpulas partidárias é esta?
Sabem o que são deputados "paraquedistas"? No meu círculo eleitoral temos um: o "social-democrata" Lynce. Esse disse que conhecia os problemas do distrito de Évora porque costumava ir caçar para Alcácer do Sal, concelho que sequer nem pertence ao distrito. Acho que de Évora conhece o templo romano e o restaurante Fialho. Sobre a democracia representativa- I rest my case. Este tipo de democracia atravessa grandes dificuldades e não me consigo reconhecer nela. Eu queria, mas não consigo, está prisioneira de interesses que me aviltam. Está moribunda e...já cheira mal.
Nota Biográfica: Chamo-me Miguel, tenho 38 anos, sou natural e residente em Évora, divorciado sem filhos, tenho um 1,74 m e peso 78 Kg (devia perder uns quilinhos). Sou engenheiro alimentar e trabalho numa empresa pública que vai ser “extinta”.
Sou republicano, socialista (militante desmoralizado – nunca fui adepto de Sócrates- nem do estilo, nem de muitas das suas politicas), sou ateu e, como consequência, laico. Acredito veementemente que o nosso sistema político-económico está a viver a sua derradeira fase e que será necessário reinventar a democracia e o próprio sistema económico.
Mais taticamente, neste momento que estamos na defensiva, oponho-me á cretinice neoliberal protagonizada por esta direita radical no poder (com o Álvaro como poster boy da estupidez). E também me oponho à complacência e beneplácito deste PS amorfo e anémico nessa luta. Oposição através de declarações de voto? Qual a utilidade disto? É uma nulidade. Votem contra!
Espero que com esta breve nota biográfica com laivos da minhas idiossincrasias, tenha sido possível satisfazer a vossa curiosidade, permitindo-lhe dessa forma argumentar comigo, sem a conveniente desculpa de ser um ignóbil anónimo cujos argumentos são ignorados pelo simples facto de não quer divulgar a sua identidade.
O Sr Luís não percebe muita coisa por conveniência de manutençao e imobilismo garantístico.
O mundo pula e avança com novos protagonitas e fica irarado,saudoso
e prefere liquidar o futuro a ceder o seu pacote de combate ultrapassado.
Anónimo Miguel,
Deve entender que continua a ser um anónimo, pelo menos para mim que não faço a mínima ideia de quem seja e ao ler as suas referências, p.e. o seu Blog, continuo sem saber quem é e ao que vem. No entanto respondo-lhe somente em dois pontos:
1 - Não é de socialista (de militante socialista) iniciar qualquer conversa com os seus camaradas chamando-lhes acéfalos e outros mimos aqui deixados;
2. Aconselho a ler o regulamento do Grupo Parlamentar para não fazer determinadas afirmações. Já agora aproveito também para convidar os futuros independentes a fazerem essa leitura antes de se fazerem eleger pelas listas do PS.
Caro Dr. Luís Tito
onde, na minha intervenção chamo acéfalo a alguém?
Não duvido que exista Regulamento nem que tenha sido violado por alguns deputados. O facto de existir Regulamento não me impede de o considerar um problema para a democracia representativa. Acha que este sistema está a funcionar? Serão esses Regulamentos castradores da liberdade do deputados legitimamente eleitos pelo eleitores?
Saudações
Anónimo Miguel:
Não chega, enviar Saudações, para nos convencer do seu Socialismo.
Por mim, não fiquei convencida.
Maria
Miguel,
Vamos lá a tentar entender-nos. Se leu o que eu escrevi, leu com certeza o parágrafo que começa com “Isabel Moreira faz saber que irá furar a disciplina de voto” e acaba com “Sobre este assunto nada tenho a comentar.”
Logo sobre o assunto estamos conversados.
Este post fala de outra coisa e essa outra coisa tem a ver com pessoas que se fazem eleger como independentes nas listas do PS, pessoas a quem ninguém conhece a defesa dos princípios do PS e que depois de eleitas pedem a cabeça de dirigentes do PS e não acatam os compromissos a que subscreveram.
Se querem ter voz dentro do Partido inscrevam-se e passem a ter direitos e obrigações como qualquer militante. Isto de se ser simpatizante para o que interessa (por exemplo para se conseguir notoriedade e um lugarzito no Parlamento) e não se ter quaisquer obrigações é muito fácil.
Caro Luis,
Eu sei que o seu post não versa sobre o voto contra de Isabel Moreira sobre o vergonhoso pacote laboral que acaba de ser aprovado com a abstenção do PS. Esta abstenção, do meu ponto de vista, vai custar muito caro ao PS no futuro. E mais, acho escandaloso que a direcção do grupo parlamentar do PS não tenha dado liberdade de voto aos seus deputados. Até parece que o que estava em causa era uma proposta do PS e não de um governo que nos vai levar a todos para o buraco.
Abraço
Olá Ariel,
Efectivamente não foi sobre esse assunto que me pronunciei mas permita-me duas rectificaçãoes:
1 - O Pacote Laboral ainda não foi aprovado na AR. Foi apresentado e foi aceite para discussão nas especialidade. Quando voltar a pelnário para aprovação veremos qual será a posição do PS.
2 - Há clausulas no Pacote Laboral que fazem parte de memorando. Poderia o PS (que é o primeiro subscritor do memorando) não admitir este diploma para discussão e alterações (ou não) na especialidade (Comissão) para depois decidir se vota contra, a favor ou se se abstem? Haverá nessa altura liberdade de voto?
Concordo por inteiro com o Miguel no que diz respeito à necessidade de alterar o sistema político, que é arcaico e pouco democrático. Chega de alibis, cinismo e de um sistema que tem perdurado a desresponsabilização e a irrepresentatividade popular. Espero que AJS, com quem simpatizo, seja capaz de confrontar o sistema com a necessidade de se autoregenar.
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