terça-feira, 17 de abril de 2012

A formiga no carreiro *

Escher MobiusNão é por não tentar que não consigo chegar onde é preciso. Sou baixote (metro e setenta e dois), talvez seja por isso, porque de resto tenho-me esticado o quanto posso mas a cepa torta anda sempre por aí.

Já fiz de tudo, quase tudo, já fui pimenta e canela, já voei, já escrevinhei basto (olá tripeiros), já dei electrónica a muita besta que nem palha merecia, já comi o pão que o diabo amaçou e também comi papa de urso de bufos e brutamontes. Já dei muito petisco, convencido de ser verdade o que dizem para quem arrisca.

Mas não consigo chegar onde é preciso. Não que não tente, porque vou tentando, mas talvez por ser fracote (para aí uns setenta quilos).

Aquele velho que pinta quando não chove, continua a dormir no mesmo sítio, os miúdos que já nem pedem na rua continuam a ter fome, o outro que me respondia sempre: - "lá vou andando" – deixou de andar.

Fico para aqui de teclas na mão, vou tentando. Nunca mais chega Abril, pois não, *Zeca?
LNT
[0.215/2012]

1 comentário:

Maria disse...

Meu caro Luís:
Zeca morreu, Abril também e nós não nos estamos a sentir nada bem.
É só o que lhe posso dizer.
Maria