sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Repasto urbano em final de época

Cadeira - Blues CaféComo prometido aqui vai, resumido pois então, que isto é uma barbearia séria e não uma revista social.

Dos 40 inscreveram-se 30 e dos 30 estiveram 21. O Blues Café é um centro louisiano, situado na margem direita do Tejo (para quem está virado para a foz) com vista para os contentores da Liscont. É um espaço urbano de bom gosto e com valências aperitiveiras, jantarianas, converseiras e danceteiras. Um daqueles open-space onde convivem fumadores e saudáveis, novos e velhos, espíritos e matéria, escritores, políticos e outros artistas. Tem empregadas bonitas, dignas de serem colaboradoras desta loja. Serve pratos enfeitados que fazem adivinhar um Chef forreta mas de boa mão no tempero.

Os Simplexianos eram, em carne e osso, aquilo que se adivinhava nos bits. Gente civilizada, culta, interessante, gira e bem disposta. Afinal há mitos-urbanos que já não são o que eram.

O Barbeiro ficou enquadrado à direita pelo escritor Rui Herbon, à direita-direita pelo João Coisas, em espírito por ser artista imaterial, à esquerda pelo camusiano Eduardo Graça – o nosso escanção, à esquerda-esquerda pelo Paulo Ferreira, homem de talento e eficácia permanente, à frente-esquerda-esquerda pelo Jumento, himself e sem albarda, à frente-esquerda pelo Tomás Vasques – o mais famoso caçador de conquilhas da Net, à frente-frente pela Vera Santana – espantosa autarca, à frente-direita pelo Carlos Manuel Castro – que, tal como no posicionamento da mesa, representava a terceira via, à frente-direita-direita, directamente de Pisa (Itália) para a poltrona vermelha do Blues, João Constâncio, esfomeado e farto de esperar pelas malas na maravilhosa Portela que dá-para-mais-trinta-anos-,-coisa-e-tal-e-é-um-desperdício.

Já fora do contacto directo, longe da vista mas não do coração e da boa disposição que se ouvia lá para o fundo, Irene Pimentel – que junta à excelência da cultura o charme da sapiência, Palmira Silva – a nossa química de serviço porque em jantares destes tem de se ter cuidado com os venenos, João Galamba – o deputado da terra onde se é touro ou toureiro e que pela mota se sabe ser toureiro montado, Eduardo Pitta – o homem da literatura, imprescindível numa mesa que se quer civilizada, Ana Matos Pires – a nossa honourable no dizer de Eduardo, André Couto – recém-eleito magnífico Presidente da Junta de Campolide, Bruno Reis e Hugo Mendes, José Reis Santos – um dos mais importantes operacionais para que o Simplex tivesse sido tão simples, Ana Vidigal – artista plástica a caminho da 111, a charmante Mariana Vieira da Silva e o Tiago Julião vindo expressamente das terras de Sua Majestade.

As conversas foram como as cerejas. Umas mais doces, outras com mais polpa e todas com caroço que ali ninguém tinha empregada para os retirar, divididas entre o bar de fumo, o outro bar de olhos azuis e a esplanada que se abriu para o calor de uma noite de Outono.
LNT
[0.691/2009]

Timber!

Livro OPS!Já no forno e de motosserra em punho para ajudar a indústria da transformação de papel, encontra-se preparada a compilação dos cadernos dos quatro primeiros números da OPS! - revista de opinião socialista.

O livro, a ser distribuído em meados do próximo mês de Novembro, inclui um CD com todos os conteúdos dos citados números, conforme já tinha sido informado neste estabelecimento (também o porquê da coisa e como encomendar).

Entretanto está em preparação o nº 5 da OPS! que se irá centrar no tema Justiça.
LNT
[0.690/2009]

Rastos:
USB Link
->
OPS! - revista de opinião socialista

Já fui feliz aqui [ DCXXX ]

Ponte 25Abril
Ainda envolto em bruma - Salazar/25 de Abril - Lisboa - Portugal
LNT
[0.689/2009]

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Já fui feliz aqui [ DCXXIX ]

Blues Café
Jantar final SIMpleX - Blues Café - Lisboa - Portugal

Ana Matos Pires; Ana Vidigal; André Couto; Bruno Reis; Carlos Manuel Castro; Eduardo Graça; Eduardo Pitta; Hugo Mendes; Irene Pimentel; João Constâncio; João Galamba; José Reis Santos; Jumento; Luís Novaes Tito; Mariana Vieira da Silva; Palmira Silva; Paulo Ferreira; Rui Herbon; Tiago Julião; Tomás Vasques; Vera Santana.

LNT
[0.688/2009]

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Encarnações

Blues Café - SimplexHoje juntam-se quase 30 dos 40 autores do SIMpleX no jantar de fim de Blog.

É interessante esta nova forma das pessoas se poderem agregar para projectos comuns, num quase teletrabalho dirigido, com regras praticamente inexistentes, em total liberdade de expressão e com metas claras no tempo e nos objectivos. Desta gente que se vai sentar à mesa conheço pessoalmente 5/6 pessoas e no entanto tenho ideia de conhecer de ginjeira quase todos.

Um mundo novo, tão novo que ainda não nos apercebemos de todas as suas valências, nem do real poder que detém.

Mais logo será o momento dos olhos nos olhos, o tempo da encarnação dos espíritos.
Depois conto.
LNT
Em stéreo: a Regra do jogo
[0.687/2009]

Já fui feliz aqui [ DCXXVIII ]

Jú Novais
Jú Novais - Cascais - Portugal
LNT
[0.686/2009]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Já não há idade para se ter juízo (act)



A ouvir Xutos & Pontapés.

Aos berros como fazem os putos que pensam que a vida é música e acreditam que os tímpanos são tão elásticos que vibram mas não estoiraram.

Se a malta que computa à minha volta soubesse o que me vai na cabeça:

Ai se ele cai.

(act) - Pela mão da Maloud chega-me conhecimento de que podemos votar na única Banda Portuguesa que pode ganhar este ano o galardão de 'Melhor Banda Europeia', na eleição da MTV Europe! Premir "votar" no botão em baixo à direita (seguindo este link), para votar nos Xutos & Pontapés.

LNT
[0.685/2009]

Diálogos com a memória, a shamba e Berlim

Urso Pinguim
' Turno, aquilo que nenhum Deus ousaria prometer-te, o acaso oferece-te hoje. Eneias, tendo abandonado o seu exército, o seu campo, a sua esquadra, dirige-se ao monte Palatino para chegar à cidade do rei Evandro e avança até à fronteira da Etrúria. Aí alista soldados lídios e dá armas aos habitantes campestres. Porque hesitas? Chegou o momento de fazeres marchar os teus cavalos e os teus carros. Apressa-te e leva ao campo inimigo o tumulto e a desordem. '
A Eneida - Euríalo e Niso

Conversas velhas, diz o José Pimentel Teixeira, secundado por Joana Lopes e mais recentemente pela Helena Araújo.

Isto das feras da Blogos é coisa antiga de 2004, objecto de resmungos e coisas que tal e JPT , JL e HA atribuem o acirramento que está a transformar a feralização de sempre da Blogos em bestialização, aka "besferização", à arregimentação político-partidária e à circulação dos mercenários de missão em missão.

Acontece que há tempos de guerra e outros de paz (assim como há combatentes que não são mercenários) e que terão de haver, sempre, espaços para os litigantes repousarem na sua condição de humanos, embora adversários. Mal estava que assim não fosse se até na vida real, longe das nossas letras e dos bits em que se transformam, há espaço para sermos gente.

Acontece que há quem não veja porque se limita a espreitar e não consiga olhar para além da forma. Esses estão tão enquistados nos seus formatos que não entendem que escrever não é só relatar, implica estilo e linguagem e que fazê-lo publicamente pode ser também um acto privado desde que seja só canal de expressão sem intenção de influenciar ou debater.

É a mescla da liberdade de pensamento e de expressão com o policiamento do pensamento alheio, dos juizos intolerantes, da iliteracia e da incultura. Se escrever não é só relatar, ler tem de ser interpretar.

Acabo com retorno ao começo:
As conversas podem ser velhas mas o objecto é novo. Antes, sem saudosismo, chamar de filho-da-puta a alguém não significava que a mãe do nosso interlocutor o fosse.
LNT
[0.684/2009]

Rastos:
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Ma-Schamba ≡ José Pimentel Teixeira
-> Entre as brumas da memória ≡ Joana Lopes
-> 2 Dedos de conversa ≡ Helena Araújo

Há dias assim

Palácio da AjudaEra assim que de longe se via o Palácio da Ajuda. Depois do nevoeiro, a bruma.

Lá dentro havia menos calor que noutros tempos e desta vez ninguém teve fanicos.

O deputado da mota e o jornalista que se espantava com ela, com a mota, e com mais um monte de questões do mesmo teor, apontamentos de interesse e coisa e tal.
Safou-se o Benfas.
Pronto, está feito um post para fazer de conta.
LNT
[0.683/2009]

Já fui feliz aqui [ DCXXVII ]

Ponte 25 Abril - Nevoeiro
Nevoeiro - Lisboa - Portugal
LNT
[0.682/2009]

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Blogos(fera)

Conceição de TaviraHá muito boas razões para um barbeiro poder passar um fim-de-semana sem tosquiar.

Mas há razões mais fortes do que outras, por exemplo, por ter dedicado o tempo livre a trabalhos de casa em favor de determinada comunidade ou por preferir reflectir sobre o que os outros escrevem e como escrevem do que despejar um saco de pedras esquecendo as razões que levam cada um a ter o seu espaço de partilha pública.

A Blogos(fera) já foi muito mais Blogos e menos Fera. Já foi muito mais humana do que politicamente correcta. Já foi muito mais diário do que enfeite. Já foi muito mais vida do que fingimento. As coisas evoluem, sabe-se e deseja-se, mas era bom que evoluíssem para melhor, pelo menos que evoluíssem no sentido de ler os outros imaginando a pessoa que se lê e não o teclado com que escreve.

Adelante.
LNT
[0.681/2009]

domingo, 25 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Da alma

Há coisas supremas no ser humano e uma delas é a capacidade, mesmo que aprendida, de saber tirar dum teclado mais que o martelar da vida. Uma frustração minha, coisa de barbeiro, de quem nem castanholas sabe castanholar.

Das expulsões da aula de canto coral até aos fins de dia em fuga na sala maior da Gulbenkian a gozar as cadernetas de temporada que Ismael Silva Santos me passava no meio da pasta do despacho, vai a inabilidade para fazer acorde e o prazer de sentir os sons a sacar de mim uma alma que na normalidade esqueço ter.

Só por isso, e relembrando tantos outros saraus, já valeu a pena ser português para ter uma ministra pianista, independentemente de toda a gestão que ela poderá fazer.

Há muitas simbologias de que gosto mas esta foi das que mais me calou. Podia ter sido um actor, um palhaço, um qualquer escritor.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve, na dor lida sentem bem, não as duas que ele teve, mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda gira, a entreter a razão, esse comboio de corda que se chama coração.
LNT acompanhado ao piano por Gabriela Canavilhas, na pena de Fernando Pessoa
[0.679/2009]

Já fui feliz aqui [ DCXXV ]

Lisboa
Contrição - Lisboa - Portugal
LNT
[0.678/2009]

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O espantoso mundo da mediacracia portuguesa

SapatosNão deixou de ser curioso observar os milhentos comentários ontem proferidos nas televisões sobre a composição do novo Governo.

Politicamente
o interesse recaiu sobre as declarações de todos os Partidos com representação parlamentar que pareciam alheados do facto de se terem realizado eleições em Portugal e dos eleitores terem escolhido o PS para governar com o programa eleitoral com que se apresentou. As expressões mais interessantes relacionaram-se com a estranheza manifestada por se ter mantido o núcleo duro político do Governo e de que se pretendesse dar continuidade às políticas anteriores do, imagine-se, partido mais votado. Como se os projectos não tivessem sido validados pelos eleitores, como se os resultados eleitorais não obrigassem ao cumprimento do programa eleitoral. O que diriam/dirão caso alguma das cláusulas do Programa não venha a ser implementada? Fica-me de memória a patética expressão de censura por este Governo não se apresentar com um corpo que indicie ruptura com a política do último Governo.

Politologamente o interesse recaiu sobre a chusma de comentadores polivalentes que tudo sabem desde a gestão das polícias até à navegação aérea, passando pela engenharia informática e pelo cálculo científico. Esses espantavam-se pela quantidade de socialistas, ou independentes mas da área socialista, que tinham sido recrutados para Ministros. Para eles parecia que as eleições legislativas tinham sido para escolher a cor dos sapatos da cinderela e que o normal seria que um Governo do Partido Socialista integrasse os seus adversários políticos e se regesse pelos programas eleitorais derrotados.
LNT
[0.677/2009]