quinta-feira, 14 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Malhar

Miguel Telles da GamaTirando aquilo que se pôde observar em relação à personalidade dos candidatos, pouco restou do debate que ontem se fez na SICn (cabo) entre António José Seguro e Francisco Assis.

Constrangimento
Os candidatos estavam no espaço público. Mesmo no plano pessoal estavam condicionados. (note-se que a escolha em curso não é só relativa ao líder mas também aos delegados ao Congresso – apoiados nas respectivas moções globais - onde serão determinados os objectivos do Partido Socialista para os dois próximos anos)
Para não falarem do passado, escudaram-se no futuro dando a entender partir-se do nível zero. Desperdiçaram a oportunidade da aprendizagem resultante da análise dos aspectos positivos e negativos do anterior exercício do poder. Recusaram a oportunidade de avançar com base numa metodologia de melhoria contínua.

Diferenciação
António José Seguro apresentou-se como coordenador de uma equipa aberta para a construção de soluções. Primeiro valorizando a sua própria equipa e chamando à responsabilidade e ao trabalho os elementos que a compõem (todos os militantes do PS) e, a partir dos conteúdos obtidos, colocá-los em discussão pública.
Francisco de Assis apresentou-se a liderar soluções aptas a serem discutidas publicamente colocando em pé de igualdade a equipa (o universo de militantes) e os eleitores em geral.
Digamos que, enquanto que para Seguro é importante que o Partido analise, estude e proponha soluções seguindo a lógica de organização política para depois as colocar em discussão pública e lhes acrescentar valor antes de as fazer sufragar, para Assis chega construir soluções (dele ou dele e de um grupo de elite) e depois abri-las à discussão pública numa amálgama entre os que têm deveres e direitos (os militantes) e os que só têm direitos (os não militantes).

Outro aspecto diferenciador neste debate foi o que se relaciou com a personalidade e com a eficácia. Sempre que foram colocadas questões concretas, Seguro dizia que se fosse o actual Primeiro-Ministro estaria a fazer isto ou aquilo (p.e. a trabalhar com os outros lideres europeus em busca de soluções para os problemas reais). Assis respondeu invariavelmente com retórica, nunca se colocou no papel de Primeiro-Ministro, nunca conseguiu descolar-se do ideólogo. Chamado à pedra para explicar como pretende implementar as suas ideias de abertura, enrolou, baralhou-se e acabou com a apresentação de soluções burocráticas. (a "declaração de honra" é exemplo).

Conclusão
Do observado, que foi muito pouco interessante para a generalidade dos portugueses que estavam na expectativa de encontrarem algo que os empolgasse, concluo que Seguro tinha razão em preferir aprofundar o debate interno (a que o Assis apelida de espírito de seita) e que este debate público televisionado acabou por ser uma acção de desmobilização. Oxalá me engane e os militantes, perante o que observaram, reajam com o seu voto no final do mês em curso.

Nota: Comentário que deixei no Blog Banco Corrido, do Paulo Pedroso, no Post em que ele fez o levantamento do que se passou nos Blogs e Redes Sociais à volta deste debate. Este levantamento é da maior importância para o entendimento do que é um Partido aberto e em rede.
Se este teu trabalho (que trabalhão!) não servir para mais nada, pelo menos deixa uma clara referência à importância que as tecnologias da informação e da comunicação, nas quais se enquadram as redes sociais, têm no mundo de hoje.
Esta constatação assume importância de relevo quando se discutem as novas formas de fazer política, de abertura dos Partidos e de impacto das vozes “anónimas” (anónimas, no sentido de desconhecidas e não do próprio anonimato) tanto junto de uma comunidade em expansão (tecnologia e comunicação) como em conteúdo aproveitável na comunicação social (divulgação e informação).
O tempo já não está limitado aos segundos de tribuna que são concedidos nos plenários e congressos e as ideias, críticas e soluções podem fluir e ficam disponíveis para trabalho.
Muito útil. Vou fazer-lhe referência (e com isto complementar a característica viral de rede)
LNT
[0.274/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXXXV ]


Coca-cola
Coca-cola - Alentejo - Portugal
LNT
Nota: Neste Verão não abandone o seu animal de estimação. Ele merece-lhe esse respeito e carinho.
[0.273/2011]

terça-feira, 12 de julho de 2011

Debate SG PS [ V ]

Jiminy Cricket
A minha opinião.
Ficou provado que o debate público não resultou e em alguns aspectos até foi redutor. Muito por culpa de (FA) a pequena política saltou para cima da mesa. Contabilizaram-se pequenas vitórias. Não se acrescentou valor às ideias. As sessões com os militantes têm sido muito mais ricas.
Volto para a coluna do lado direito do Blog.
Jiminy Cricket
[0.272/2011]

Debate SG PS [ IV ]

Jiminy CricketAbrir o PS

(AJS)- Reformulação dos métodos de trabalho do PS. Envolver os militantes para depois envolver os simpatizantes e os eleitores.

(FA) – Burocracia. Os não militantes vão às sedes do PS, declaram que querem votar, se necessário apresentam uma declaração de honra... (ficou por esclarecer se seria necessário o reconhecimento notarial).
Jiminy Cricket
[0.271/2011]

Debate SG PS [ III ]

Jiminy Cricket(AJS)- Se fosse PM estaria a trabalhar na Europa, a discutir e a procurar caminhos para resolver a actual situação.

(FA) – Enquadramento da actual situação europeia. Nada sobre o que estaria a fazer se fosse PM.
Jiminy Cricket
[0.270/2011]

Debate SG PS [ II ]

Jiminy Cricket(FA) - As questões de estilo. Não vou discutir a pequena política mas já agora aqui vai: Blá ... tiveste mais umas décimas do que eu... blá. Isso do Passos Coelho não foi o que disse. O que disse foi que estavas mais perto do Passos Coelho do que eu.

(AJS)- As questões de estilo. Não gostei do que disseste sobre a parecença com Passos Coelho, mas estamos aqui para tratar de assuntos de interesse.

Entrou-se no debate sobre a crise e os assuntos relacionados com o acordo da TROIKA.
Jiminy Cricket
[0.269/2011]

Debate SG PS [ I ]

Jiminy CricketAgradecido ao Sr. Luís por este novo convite, desta vez para acompanhar o debate dos dois candidatos a Secretário-Geral do Partido Socialista.
António José Seguro (AJS) v. Francisco de Assis (FA)
Vamos lá a ver se me safo.
Jiminy Cricket
[0.268/2011]

Cajun

MalaguetasA comida cajun pica na língua. Pudera, feita com malaguetas que estão na origem do Tabasco e por gente que esteve na origem do Canadá acrescentada por toda uma confusão que vai dos alligator's do Missipi até ao Voodoo do Haiti e que deu vida ao crioulo afrancesado falado e cantado, o cajun, muito mais do que culinária, é um delíquio americano, ou por outra, é uma liquidificação da cultura americana devido ao calor húmido que envolve o estado do Louisiana.

Gosto de delíquios. As liquidificações que significam, permitem a miscigenação que conduz ao picante da política e lhe dá o interessante tempero das afectividades que, em crioulo dos socialismos democráticos, se exprime como fraternidade.

Não só fraternidade. Também solidariedade, partilha e respeito, coisas só entendidas por quem é cajun.
LNT
[0.267/2011]

O cherne

Cherne
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexadre O'Neill
Ontem segui o Cherne na RTP. Segui-o até ao fundo do desejo e compreendi a razão porque a Europa está já morta, a boiar ao lume de água, nos olhos rasos de água.

Foi porreiro, pá!
LNT
[0.266/2011]

Tcim-tchim, caro Seguro

ChampagneProponho-te um brinde.

Decididamente estamos no bom caminho e espero que hoje o deixes perfeitamente claro quando, às 22:00 horas, debateres na SICn com o nosso camarada Assis que, embora com o respeito que me merece e sem ofensa, faz-me sempre lembrar a Manuela Ferreira Leite, em homem, mais jovem e sem pérolas.

Proponho-te o brinde porque as apreciações que o Miguel Sousa Tavares fez ontem na SIC sobre a tua candidatura e em defesa da de Assis são, sabendo como nós sabemos que ele odeia o PS, a prova concreta que o Partido Socialista contigo à frente o incomoda e isso é bom para todos nós que gostamos que o Partido Socialista incomode os seus opositores.

Olhos nos olhos, como é costume nesta nossa campanha interna, proponho-te que brindemos com todos os que estão a construir contigo, meu caro António José Seguro, o nosso Novo Ciclo que, por ser um projecto aberto a todos os militantes e participado por todos que entendem ter algo a acrescentar-lhe, se diferencia do personalismo de quem, à boa maneira dos últimos anos, prefere convencer das suas ideias a construir soluções que envolvam as ideias de todos.

Assim sendo, brindemos então!
À tua, à nossa, ao nosso Partido e a Portugal.
LNT
[0.265/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXXXIV ]

Joy Eslava
Joy Eslava - Madrid - España
LNT
[0.264/2011]

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quero o meu naco do empréstimo

Rolo de dinheiroSerá verdade que o dinheiro que pedimos emprestado ao exterior, antes de Cavaco ter dissolvido a Assembleia da República e ter comprado a passagem de Sócrates para a Sorbonne, foi só para garantir que podíamos pedir mais dinheiro emprestado aos "mercados" ao preço que eles entendessem?

Será verdade que ainda não parámos de ir aos "mercados" às compras de dinheiro e que eles, sabendo que ainda temos o dinheiro troiko para lhes pagar, não deixam de nos vender o dinheiro cada vez mais caro?

Será verdade que o dinheiro troiko que pedimos se destinava a por as contas em ordem e a pôr-nos a salvo da especulação dos "mercados" uma vez que nos fazia ficar fora desses "mercados" durante uns anos?

Se sim, então porque é que estão constantemente a dizer que continuamos a ir aos "mercados", que em princípio nos estão vedados, para comprar dinheiro mais caro em vez de usarmos o dinheiro barato que os nossos amigos troikos cá deixaram ficar?

Por mim, vou reclamar o meu naco do empréstimo. Se o pedi emprestado era porque o queria usar e se me dizem que tenho de o pagar com o meu subsídio de Natal e com as outras alarvices que estão na forja, quero gastá-lo como muito bem me apetecer.

Irrita-me que andem a fazer empréstimos em meu nome e que eu tenha de os pagar sem que nunca me sejam creditados. Ainda por cima em negócios que vejo à partida serem ruinosos e que se resumem a pedir dinheiro emprestado a 5% para garantir que me emprestem dinheiro a 16%.

Dêem-me já o dinheiro que me compete e cá me hei-de governar com ele.
Se não poder comer bifes de boy, fico-me pelo ensopado de coelho.
LNT
[0.263/2011]

O estoiro da boyada

Picasso - BoisTudo isto faz lembrar as largadas de touros em Pamplona.

Agora, diz-nos o I, está aberta a porta do curro para correrem com os boi(y)s do PS.

Cuidado com as aparências porque há muitos que parecem PS, e foram ferrados como fazendo parte da manada no arrebanho do governo anterior, que afinal mais não são do que chocas do PSD (havia poucos, havia!...) e que agora se arriscam a ser confundidos no meio da manada atiçada para os becos da festança em correria desenfreada até ao pote, desculpem, até ao curro, do tentadero do poder.

Todas as rolhas de cortiça sabem boiar, Yhéééah!
LNT
[0.262/2011]

Marcelar

Rui PerdigãoHá pessoas em Portugal que continuam a ter um estatuto acima de todos os outros mortais. Esses personagens apresentam-se sempre sem contraditório e dão-lhes tal relevo que lhes concedem espaços nobres da comunicação de massas para que façam da sua oratória, baseada em suposições e palpites, matéria para condicionamento das agendas mediáticas e do poder.

É interessante verificar que esta prática se aplica na proporcionalidade inversa dos resultados que esses personagens obtém quando se sujeitam a sufrágio (aliás, por regra, sempre que vão a eleições internas ou externas conseguem sair de lá sem mandato), assim como é interessante verificar o grau de erro que resulta das suas análises apesar de conseguirem diminuir essa percepção dizendo tudo e o seu contrário.

Exemplos? Marcelo Rebelo de Sousa e José Pacheco Pereira, entre muitos outros que nem sequer se deixam escrutinar.

Vem isto a propósito de quê? A propósito daquilo que Marcelo ontem deixou ficar no ar quando se referiu às agências de notação e às justificações que deu para explicar as incoerências do Presidente da República quanto aos “mercados” tentando desviar a opinião pública do facto de elas resultarem exclusivamente da alteração do novo equilíbrio político de direita por ele fomentado com mestria, diga-se.

As agências de notação servem para fornecer indicações aos “mercados” sobre os activos que estão na praça. Para que essas indicações sejam relevantes têm de se basear em metodologias e boas-práticas credíveis. Não podem ser mera fonte de opinião. Resultam da análise de indicadores, metas e métricas.

O que é que lhes dá credibilidade? A transparência na aplicação dos métodos, a qualidade na recolha e no tratamento dos dados, a aplicabilidade, a coerência e a consistência dos indicadores, a fiabilidade dos resultados (também mensurável pelo índice de erro em avaliações anteriores) e a imparcialidade e independência na sua comunicação. Há muitas empresas, e também as há na Europa e até mesmo em Portugal (aqui está uma boa área de negócio internacional de serviços que o Poder nacional deveria apoiar) que não estão cotadas nem fazem parte do portfolio de referência dos grandes investidores e dos grandes decisores institucionais. Há que as credibilizar.

O capitalismo não se gere nem se assusta com o coração. Mesmo com a razão é aquilo que se sabe, quanto mais com estados de alma! Ás investidas do capitalismo desenfreado tem de se responder com a mesma insensibilidade impiedosa e, para isso, as suas vítimas terão de centrar a defesa na demonstração de que os instrumentos ou estão mal concebidos, ou incorrectamente aferidos e/ou que os resultados transmitidos estão manipulados ou distorcidos.

Como? Primeiro com a creditação internacional das metodologias e dos indicadores, depois com a calibragem dos instrumentos de aferição e finalmente com a constatação das evidências através de auditoria igualmente creditada.

Ao contrário do que Marcelo quis fazer entender isto não é conversa de café e quando, p.e., as notações com base nas medições de risco referentes aos USA são baseadas em regras opacas e diferentes daquelas que têm sido aplicadas em países europeus (até agora SÓ para ALGUNS países europeus) tem de se demonstrar essa contradição.

A questão não é nova e a alteração de opinião que Cavaco Silva apresentou nos últimos meses só lhe deveria ser permitida se ele não fosse um técnico da matéria, razão bastamente evocada como o valor para o fazer eleger das duas vezes que se candidatou à Presidência da República.
LNT
[0.261/2011]