sexta-feira, 9 de março de 2012

Comer do pote

PanelaAquela coisa do "pagas na ponte e não bufas" e aqueloutra do "toma lá quatro milhões para não bufares", significa que, em Agosto do passado ano, se confirmou que o calor dilata os corpos (neste caso a "di lata" vale por dois).

Com o nosso Primeiro na ribalta a jurar que nada sabe deste negócio (até porque se faz desentendido sempre que um dos seus "boys" dá mais uma rapadela no pote), Portas escondido num qualquer saguão de onde não sairá enquanto não tiver mais um pouco de banha da cobra para impingir e Cristas a perder a fé e a virar-se para a trindade de Bruxelas uma vez que A da Pomba não lhe deu ouvidos nem chuva, todos os portugueses pagaram, em Agosto, as idas de alguns a Cacilhas e os que efectivamente lá foram tiveram de voltar a pagar, o que significa que nesse mês os contribuintes não utentes da Ponte, mantiveram o preço por lá não passar e os usufrutuários sofreram um aumento de 100%.

Com este novo conceito de "utilizador-pagador" faz-se doutrina liberal: - A diferença entre um "utilizador-pagador" e um "não-utilizador-pagador" é que o primeiro paga duas vezes e o segundo só paga uma.
LNT
[0.162/2012]

Cavacão

LaranjaHaverá em política alguma coisa mais desleal do que um titular de um Órgão Político (o Presidente da República), ainda em exercício, revelar publicamente a sua "verdade" metendo ao barulho um outro Órgão Político para desferir um ataque pessoal de ajuste de contas ao titular por ele exonerado?

Como reagiria Cavaco Silva e toda a sua camarilha se agora, ainda com Cavaco no poder, Sócrates resolvesse escrever um livro onde relatasse o seu relacionamento com Cavaco?

Este texto não é uma defesa de Sócrates. Pretende ser um apontamento para que se entenda de que massa é feito o homem que se julga o mais ético de todos os políticos e que tem a pretensão de que para se ser tão sério como ele, qualquer cidadão teria de nascer duas vezes.
LNT
[0.161/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXXVII ]

Centre George Pompidou

Centre George Pompidou - Paris - França
LNT
[0.160/2012]

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pieguices

PiegasTenho horror à pieguice. Não serve para nada a não ser para piegar e piegar também para nada serve e até julgo não existir no léxico. Para o caso pouco importa e para o texto que se pretende uma intimidade pública, ainda importa menos.

Há trinta anos, alguns dos nossos dirigentes ainda não eram nascidos, ou existiam em forma imberbe. Eles não sabem, porque pensam que essas coisas só encarnaram com a sabedoria com que se sentem iluminados, mas já nessa altura havia quem planeasse vidas baseado em realidades ao mesmo tempo que era agente dessas realidades. Muitas delas obtiveram-se a partir de impossíveis recorrendo à combatividade, à inteligência, à criatividade e a todos os outros factores capazes de gerar e gerir as mudanças que derrotaram os "im"possíveis.

Alguma ideologia também e muita determinação.

Há trinta anos era possível acreditar que aquilo que se estava a construir era um caminho certo. Gritava-se na rua, sendo necessário, batia-se o pé, sempre que fosse exigido. Trabalhava-se muito, inventava-se muito, descobria-se muito, transformava-se o bom de poucos no bom para todos, provava-se ser possível a igualdade de oportunidades.

Há trinta anos, ainda alguns dirigentes não eram nascidos e outros eram fedelhos, abriam-se caminhos de futuro para que eles, agora homens (e mulheres), usufruíssem da bagagem que lhes permite, hoje, estarem onde estão para dizerem que esses são maus caminhos para os vindouros. Dizem-no com a certeza de quem nunca tentou combater os "im"possíveis, de quem nunca teve de bater o pé, de quem nunca saiu à rua, de quem nunca foi combativo, de quem nunca foi inteligente nem criativo e de quem nunca gerou nem geriu. Apostam no retorno à treva, à desigualdade, à infelicidade e ao empobrecimento. Dizem ser essa a sua ambição de destino para os governados.

São uns tristes, estes fedelhos feitos gente.
LNT
[0.159/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXXVI ]

Catatau

Catatau - e vão 30 - Portugal
LNT
[0.158/2012]

terça-feira, 6 de março de 2012

Voo vermelho

Águia

Nada melhor que um Alabastro Reserva de 2009 (Aragonês, Trincadeira e Cabernet Sauvignon) para acompanhar o voo das aves. Jesus esteja com elas.
LNT
[0.157/2012]

E, todavia, hiniu

FisgaNo desporto nacional do tiro ao Álvaro são mais os de pólvora seca do que os de cartucheira de sal.

Quando desenharam a demagogia e lhe chamaram Orgânica do Governo resolveram incluir um quadradinho que apelidaram de Economia e mais um disparate, sabendo de antemão que o disparate não deveria ser Emprego porque a política é do despedimento, da austeridade e da punição.

Também é verdade que não lhe deveriam ter chamado Economia porque a política do Pastel de Nata e dos Feriados tem pouco a ver com ela e a política do trabalho gratuito, também.

Para aguentar o frete foram buscar um Professor ao Canadá com o objectivo aparolado de dar aquele ar avançadex que os portugueses gostam de dar quando entendem ir lá fora buscar um bibelô.

O quadradinho do demagógico, que deveria ter sido baptizado como Ministério da Recessão e do Desemprego, ficou entregue a Álvaro, bom homem de quem fazem gato-sapato, para deitarem a mão ao naco do espólio que sobra no pote.

No entanto, e como ainda ontem se ouviu a Álvaro hinir - mais um lamento do que um nitrido - os encantadores de cavalos nem sequer lhe permitem o coice. Quem nasceu para pastel de nata nunca chegará a bom-bocado.

Álvaro ficará para a História como um saco de pancada cheio de vento.
LNT
[0.156/2012]

O vazio das não-notícias

Jornal



"Não estamos condenados ao que julgamos que nos condenaram.
Só assim poderemos conceber reformas radicais que libertem as energias e mudem o país."



A não perder o editorial de o Público da autoria de José Gil (director do o Público por um dia) e o artigo "O estado da nação e o seu avesso", bem como os seus documentos conexos.
LNT
[0.155/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXXV ]

Tapada do Barão

Tapada do Barão - Alentejo - Portugal
LNT
[0.154/2012]

segunda-feira, 5 de março de 2012

O gato-sapato

GatoFoi difícil partilhar um Governo assez mignone como aquele que a demagogia mandou fazer. Portas, Deus menor de um reduzido paraíso, não se satisfez com pouco e deu nomes aos seus ministérios que nem às páginas amarelas faria lembradura.

Foi a técnica de arrebanhar competências comprimindo-as no topo para depois repartir o pote em patamares mais baixos (grupos de trabalho, task force, etc.) onde não se vêem as clientelas que, sem responsabilização directa nem notoriedade pública, agem na sombra usufruindo das regalias sem se sujeitarem ao escrutínio e à fiscalização.

Tácticas aprendidas com o estudo dos dossiers dos submarinos.

Pelos vistos a estratégia passa também por manter em funções um ministro gato-sapato, aparentemente com mil pelouros, a quem sorrateiramente se vão esvaziando competências. A influência política transita para quem fica com a competência mas o gato-sapato serve para fingir equilíbrios.

Não sei como se traduz gato-sapato para québécois mas deve ser qualquer coisa como: mon petit Álvaro, laissez faire puisque tu est ici, tu est dans l’eau.
LNT
[0.153/2012]

Notícias do Passim-Il-Coelhum

Kim-IlEmbora não seja muito ao meu estilo não resisto a repescar este texto mavioso do João do Pequeninos.
"O PS (PSD) vai "eleger" o seu secretário-geral no final (início) de Março. Depois, em Abril, haverá um congresso onde o referido secretário-geral será entronizado a profusamente aplaudido de pé. O candidato ao cargo, para grande surpresa do país e arredores, é Sócrates (Passos Coelho).
Aprende-se muito com os queridos líderes."

Nota: Entre parêntesis meus.

É que nem Sócrates conseguiu ser tão Kim como Passim-Il-Coelhum I que não só o ultrapassou em "eleição" como também em falta de "concorrentes".

É caso para se dizer que: pela boca morre o peixe.
LNT
[0.152/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXXIV ]

UNO

UNO - Por aí - Portugal
LNT
[0.151/2012]

sexta-feira, 2 de março de 2012

A barca e a tormenta

CaravelaA grande porra deste Governo é o moralismo. Não por ser moral ou ético, mas por ser moralista na velha tradição portuguesa do "olha para o que eu digo e não para aquilo que faço". É por isso que apela ao empobrecimento, à penitência e à , coisas de que, tirando o último valor, se isenta.

Faz lembrar as beatas que circulam pelas sacristias com um olho na caixa das esmolas dos pobrezinhos e com o outro na sotaina do abade, não vão perder a oportunidade de serem bafejadas com o perfume do incenso.

Sobre o valor dos conselhos dos moralistas basta ler Bocage.

Quem deambulou na infância e adolescência pelos hangars da santidade sabe que a qualidade da madeira com que se constrói a canoa para a travessia é muito mais importante do que a quantidade de paus necessários para a fazer e, principalmente sabe, que é indispensável betumar o casco de forma a garantir que a linha de água se manterá dentro dos parâmetros de segurança.

Os moralistas não o sabem e aqueles poucos que o sabem preferem não ter de se esforçar. Uns pensam que nunca navegarão nas canoas que constroem e os outros concentram-se na elaboração das justificações para o naufrágio remetendo-as para trás, ou para o destino, ou ainda para a vontade divina como se o futuro não fosse consequência dos próprios actos e o determinismo não resultasse da abstenção de o contrariar.
LNT
[0.150/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXXIII ]

Azulejos Portugueses

Azulejos portugueses - Lisboa - Portugal
LNT
[0.149/2012]