segunda-feira, 17 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

Para que não se esqueçam que o absurdo afecta as pessoas

Manif 2012.09.15
Durante os últimos dias ouvi mil vezes as estrelas que desfilam pelas passadeiras vermelhas da comunicação social perguntarem nas televisões o que se iria fazer com o resultado das manif’s que hoje decorreram.

Há gente assim, gente que gosta de fazer estas questões. É natural, porque o simples facto de serem as estrelas que passeiam pelas passadeiras da comunicação social já faz entender que as coisas têm de ter sempre, para eles, algum lucro.

Estive lá, no meio dos muitos milhares de portugueses que hoje saíram à rua com o intuito de nada lucrarem com isso. A grande maioria, famílias inteiras de classe média, desceram à rua desenquadradas, desalinhadas, corajosas e sem se deixarem manipular. Estiveram só com a intenção de lembrar aos senhores que desenham, no sossego dos seus gabinetes, os absurdos teóricos que aprenderam nos livros que esses absurdos afectam a vida de pessoas reais que eles pensam não existir.

Eram muitos milhares de pessoas. Penso que nunca vi coisa tão grande.

O resto andava também por lá. Líderes políticos à procura de vantagem, agitadores à procura do caos, gente diversa à procura de protagonismo e à espera de ganhar alguma coisa com isto.
LNT
[0.431/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXVIII ]

Sophia de Mello Breyner Andresen
Praça de Espanha - Lisboa - Portugal
LNT
[0.430/2012]
Fotos para: O que diz a rua

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Fado malandro

GuitarraO problema maior desta gente é o de que tudo aquilo que sabe, aprendeu na escola. Ninguém lhes explicou que saber e sabedoria não são a mesma coisa e que, enquanto o saber é adquirido na escola, a sabedoria vai-se buscar ao ancestral.

Todas as sociedades antigas sabem isso, todas as famílias também, pelo menos as famílias onde os mais novos não são de geração espontânea.

As Nações, principalmente se forem Pátrias, são antros de sabedoria e quem não lhes conhece o saber nunca as conseguirá dirigir.

É por isso que eles estudam, estudam, estudam e alguns até ensinam e, quando vão ao terreno para fazer, não conseguem perceber as causas da diferença entre aquilo que planearam e o que efectivamente obtiveram.

Esquecem-se que as cartilhas dos países novos (p.e. a de Chicago) seguem modelos para serem aplicados a povos sabedores mas sem sabedoria e que dificilmente resultarão em povos milenares (que até podem parecer que não se defendem nem confrontam), porque eles detêm aquilo que os fez sobreviver por milénios.

A economia paralela, em Portugal, parece andar pelos 25%.

Quanto mais cartilha, mais se lhe arrima.
LNT
[0.429/2012]

Post It

Arco - Praça de EspanhaEstamos num tempo em que já é difícil convencer alguém que andam a espalhar pregos nas estradas.

Ângelo, o conselheiro espiritual das trevas, já deve ter desenvolvido outra tese para justificar o rebentamento dos pneus para as bandas de Massamá. Aguardemos para a conhecer até porque, em breve, haveremos também de conhecer as teses que Paulo vai congeminar para justificar os seus silêncios. Até mesmo o patriotismo, tal como a nossa paciência, tem limites.

Não é meu costume bater desalmadamente em moribundos e estou tentado a deixar passar algum tempo antes de voltar a abrir o sarcófago onde dormem os mortos-vivos que nos ameaçam com catástrofes colossais caso lhe sejamos desobedientes, mas mantenho à mão mais um monte de letras em forma de espeto de pau aromatizado em alho, para o caso de ser necessário.

Entretanto, enquanto a rataria, rata, vou à rua arejar. Não se esqueçam de amanhã ler Sophia no arco plantado na Praça de Espanha.

Post It para minha memória:
Ir ao fundo do baú que está na arrecadação e reler os slogans da Fonte Luminosa.
LNT
[0.428/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXVII ]

Primatas
Jardim Zoológico - Lisboa - Portugal
LNT
[0.427/2012]

A Ota de Coelho

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Surdinas [ LVI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Em relação à entrevista de Passos Coelho tudo aconteceu da forma que eu previa. Bem, confesso, que foi ainda mais atabalhoada do que eu previa, mas não me admirou.

A única coisa que realmente estranhei foi não ter havido qualquer jogo da selecção logo a seguir.
LNT
[0.425/2012]

A roubalheira

LadrãoManuela Ferreira Leite, de quem me orgulho de divergir, disse ontem algumas coisas muito acertadas. Confirma-se que “eles” não são todos iguais. Ela é uma social-democrata de direita e a tríade Coelho/Gaspar/Borges são experimentalistas-fundamentalistas-radicais da Lei da Selva.

A um social-democrata, mesmo de direita, preocupa o social e está-lhe adjacente o humanismo. Aos robots servis do capital só está subjacente a primazia do dinheiro.

Muito haverá a dizer sobre esta intervenção de Ferreira Leite mas fico-me pelo conceito de roubo dos reformados a que ela chamou imposto, ignorando a universalidade que teria de ter para o ser.

Um reformado (gostam de lhes chamar pensionistas para os igualarem aos que recebem sem nunca terem contribuído) é alguém que entregou parte dos seus rendimentos a uma instituição para dela poder usufruir a partir de determinada altura. O dinheiro que recebe da reforma é por isso tão seu, como se o tivesse colocado no banco, ou numa conta poupança-reforma. É uma poupança privada (mesmo que forçada) feita ao longo da vida.

O que aconteceria se um cidadão que constituiu uma poupança chegasse à organização onde a constitui e lhe dissessem que não a retribuíam conforme estava acordado?

O Estado não é o BPN. Os gestores do Estado (os governantes) não podem ser uns Oliveira e Costa.
LNT
[0.424/2012]

O alvo

MãosConcordo e possivelmente participarei na manif que está agendada para o dia 15 em Lisboa.

Saberei demarcar-me, caso alguém ou alguma coisa me queira enquadrar e, tal como diz o nosso PM, estar-me-ei lixando para os aproveitamentos políticos que alguém ou alguma coisa queiram fazer.

No entanto gostaria de deixar claro que o alvo que me leva a aderir à rua é a insatisfação com as políticas extremistas e os modelos desumanos que este Governo está a seguir e que levam ao empobrecimento da nossa Nação, à destruição da nossa economia, à abolição da qualidade de vida conseguida pela evolução do conhecimento, pela liberdade e pela igualdade de oportunidades e ao radical corte com a coerência social que a civilização europeia e a nossa Constituição apontam como caminho.

A minha luta não é contra a troika, embora me esteja lixando (linguagem oficial) para ela. Essa luta já a fiz quando defendi soluções que não passavam pelo recurso à troika e que foram recusadas na Assembleia da República pelo PSD, pelo CDS, pelo PCP e pelo BE.

A minha luta é contra o modelo anti-social que este Governo está a seguir para atingir as metas a que se comprometeu e pela desumanidade do modelo do “sempre a eito, custe-o-que-custar”(e que custa sempre aos mesmos) mesmo após já ter verificado o falhanço que esse modelo comporta.

A aderir, engordarei a contestação só no seu término (na Praça de Espanha) não me prestando a afrontar a sede da representação permanente da troika, ainda que tenha gozado com o gamanço do carteirista do 28.
LNT
[0.423/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXVI ]

Relógio
Solengas - Albergaria-a-Velha - Portugal
LNT
[0.422/2012]

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

No limite da tolerância

CabeçaVinha com vontade de perguntar ao Ministro Gaspar se ele acha que os chineses da EDP, ou os seus pentelhos (confirma-se que os chineses os têm), terão ficado convencidos de que a conversa de ontem na televisão era para ser levada a sério e que, na sua sequência, irão olhar para a factura da electricidade para fazerem reflectir os milhões que lhes vão sobrar depois da benesse dos 5,5%. Nós sabemos que o regime chinês é muito atento a esses pormenores como ficou provado pelas lagartas que cirandaram por Tiananmen.

Vinha com vontade, mas passou-me porque a paciência que ontem tive para o ouvir a soletrar a lengalenga do temos pena, mas isto irá a eito, custe o que custar” está a esgotar-se no limite da tolerância.

Vejo para aí escrito que haveria outras formas de fazer as coisas e sei que haveria, mas não há forma diferente de se implementar a selvajaria fundamentalista que a dupla Gaspar/Borges quer implementar. Bem podem os Coelhos, os Relvas e os Mendes fazer crer que continuamos a trilhar o caminho do estado social que já todos percebemos ao que vêm.

O PSD foi tomado de assalto por ideologias que nada têm a ver com a social-democracia. Esta gente mentiu a todos, vestiu a pele de cordeiro e está a comer o rebanho sem dó nem piedade. A carneirada só irá acordar quando já não houver força para pegar no cajado.
LNT
[0.421/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXV ]

Praia Abano
Praia do Abano - Guincho - Portugal
LNT
[0.420/2012]

Spin

MochoPaulo Gorjão anda pelos Blogs, pelo menos, há tanto tempo como eu. Uma eternidade.

O Bloguítica que se publicava no escurinho da noite de Bruxelas (ou por lá perto) é uma referência para quem respeita, mesmo na discordância, essa coisa que nos é comum.

Os Blogs, já mil vezes decretados mortos pelos moribundos, são a genica de quem nunca teve medo de dar a cara. Excluem-se os anónimos porque esses esgrimem na esperança de que os touchés lhe passem ao lado.

Vem esta conversa a lume porque, distraído, ainda tinha Paulo como suspenso. Mas não, está blogovivo e escreve hoje a Pedro uma epístola de súplica.

E mais não digo porque aguardo que Portas, outro Paulo, faça de Pilatos.

Ámen.
LNT
[0.419/2012]

terça-feira, 11 de setembro de 2012

De cu pra cima, de cu pra baixo

Vai estudar Relvas
No tempo em que era menino, de cu pra baixo, como Coelho ainda é hoje, de cu pra cima, brincava-se em português, de cu pra cima, porque se sabia português, de cu pra baixo.

Esta forma de falar, de cu pra cima, era um exercício que auxiliava a formar frases, de cu pra baixo, e dava alguma destreza na articulação do que se dizia, de cu pra cima.

Na sexta-feira ouvimos Passos Coelho, de cu pra baixo, dizer aos portugueses que tinham de se por a jeito de serem esmifrados, de cu pra cima.

Hoje, de cu pra baixo, ouvimos Gaspar dizer que seria doloroso suportar mais um ano, de cu pra cima, mas que passado esse tempo iriamos todos ficar muito mais aliviados, de cu pra baixo.

Entretanto, de cu pra baixo, Cavaco e Portas continuam mudos e quedos, de cu pra cima.
LNT
[0.418/2012]