Os despedimentos na Administração Pública serão tão eficazes para resolver as nossas questões como foi eficaz todo o tipo de anormalidades que se têm feito para continuar o descalabro crescente.
Não se trata de, como diz o sábio-experimentalista que está sentado na cadeira das finanças, saber
quanto se quer pagar para se ter aquilo que se quer, porque
cada vez se tem menos com o mais que se paga e começa a ser impossível sacar água de um poço que já tem o saibro à vista.
Trata-se, isso sim, de deixar de teorias empinados e de trabalhar a partir do conceito que nada é mais caro do que o desemprego, a emigração do conhecimento e o empobrecimento. É caro em todos os sentidos, principalmente numa sociedade onde já não reina o analfabetismo e a ignorância e que, por estar sujeita ao desgaste do miserabilismo, se retrai em felicidade, em natalidade, em investimento, em trabalho e em consumo.
Despedir na Administração Pública é pouco mais do que transferir as despesas de uma para outra rubrica do orçamento.
Sabemos ser terreno perigoso
reformar refundar tendo por base a rentabilização das pessoas e a racionalização dos meios. Sabemos ser trabalhoso e difícil pegar numa multidão de pessoas que se tem tratado mal e devolver-lhe a dignidade pedindo em troca o que de melhor sabem fazer. Sabemos ser esforçado colocar gente capaz, com provas dadas, no comando das soluções.
Mas a vida é assim mesmo e se, por acaso, se tiver de chegar à conclusão que não basta ter habilitações e que é necessário haver know-how para se dirigir politicamente um País e um povo, então chegou o tempo de se reconhecerem as insuficiências dos experimentalistas e fazer tudo-o-que-for-preciso, custe-o-que-custar, para ir além da mediocridade resultante da impreparação.
Apelo à inteligência linear. Numa situação de emergência, como é aquela que estamos a viver, aponte-se para a produção dos tais quatro mil milhões em vez de se fazer mira de morte aos quatro mil milhões que se pretendem neutralizar. Soluções para o fazer não faltam, falta só inteligência e vontade para o fazer.
Como diz Seguro, esta questão é do Governo e é a ele que a compete solucionar.
Se não sabem como, não são dignos de continuar à frente de Portugal.
LNT
[0.554/2012]