terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Admirações admiráveis

MordilloAdmira-me que alguns comentadores estejam admirados por Cavaco ter mandado para o Constitucional a proposta de referendo aprovada pela Assembleia da República (Co-adopção por casais do mesmo sexo).

Mas esta gente que se dedica aos comentários (públicos, comunicação social, redes sociais e blogs) não tem obrigação de saber que o Presidente da República só tinha por opções ou a recusa do referendo ou o seu envio para fiscalização preventiva da constitucionalidade?

Alguém duvidaria que Cavaco viesse a não vetar a coisa que o seu PSD, o seu Governo e o seu Grupo Parlamentar inventou para se esquivar vergonhosamente das suas responsabilidades numa matéria da Assembleia da República sabendo-se que qualquer referendo "só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento"?
LNT
[0.034/2014]

Where Have All the Flowers Gone?

Where have all the graveyards gone, long time passing?
Where have all the graveyards gone, long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?
(Pete Seeger)
LNT
[0.033/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLV ]

Porto de Galinhas
Lisboa/Recife
LNT
[0.032/2014]

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Praxes

Guilhermo M VeraRecuso-me a entrar neste debate insano sobre as praxes académicas. Preferia que o debate se centrasse na ilegalidade, como penso ler no pensamento de Porfírio, apelando ao poder judicial e às forças policiais para que não permitam impunidade a quem comete crimes, muitos deles praticados na praça pública sob o olhar desleixado de quem tem o dever de proteger.

Se é verdade que é ilegal humilhar e seviciar (e é verdade), há que agir em conformidade.

Ponto final.
LNT
[0.031/2014]

Quem nasceu para coelho nunca chegará a lebre

His master voicePassos, reeleito com uma percentagem coreana entre os mínimos que ainda lhe fazem a corte, veio a público informar que o relógio de Portas só serve para medir o tempo que falta para um novo tempo sem eles.

Coelho nasceu politicamente para nos roer a corda e alapou-se em Portas para garantir a toca de onde, escondido, debita loas sobre as vantagens da não ambição.

Foram bem poucos os militantes que nele votaram. Muitos mais fizeram silêncio perante a propositura única e, dos que ainda se disponibilizaram para fazer das urnas um depósito de vontades, muitos lhe disseram que não.

Quando anunciou, na sua declaração de vitória, que o objectivo continua a ser o da mediocridade e da não ambição de transformar a anterior falsa abundância em abundância consistente, preferindo a pobreza, confirmou o poucochinho para que nasceu.
LNT
[0.030/2014]

Da vida

Pista de aterragemA vida tem coisas muito mais importantes do que as coisas da vidinha. Nela há abanões que nos despertam para pequenas notas tão vulgares que as fazem parecer de pouca relevância mas que, no entanto, são o âmago de tudo.

Reconhecê-lo a tempo serve para reposicionar a agulha e corrigir o rumo da navegação. Já o sabia do tempo em que voava por instrumentos e falhava a pista de aterragem por meio grau.

É isto, mesmo que mal explicado, mesmo que mal explícito.

Adelante!
LNT
[0.029/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLIV ]

Owen Freeman
Owen Freeman - USA
LNT
[0.028/2014]

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Diferenciar o que é diferente

CérebrosHoje em dia há duas tendências essenciais para a asneira:

A primeira decorre de confundir os conceitos de informação com os de conhecimento, como se uma e outra coisa fossem o mesmo ou como se o conhecimento não obrigasse ao tratamento da informação e a informação, só por si, constituísse conhecimento;

A segunda decorre da quebra da complexidade (a maior parte das vezes decorrente da tal confusão entre informação e conhecimento) reduzindo tudo ao simples e, pior, fazendo do simplismo regra para todos os ditos e escritos.

Da primeira não irei exemplificar, tal a vulgarização confundida de considerar como curriculum (saber fazer) com habilitações literárias (conceitos teóricos).

Da segunda aponto o que se tem escrito recentemente sobre a emigração de Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e José Luís Arnaut, metendo-os a todos no mesmo saco.

No entanto as coisas são diferentes:

Gaspar parte para o FMI num retorno normal, uma vez que tinha sido o FMI que o indicado como seu agente no Ministério das Finanças de Portugal;
Santos Pereira parte para a OCDE na sequência de um concurso. Não se trata de uma nomeação mas sim de uma escolha mediante a avaliação de competências para desempenhar o cargo;
Arnaut parte para a Goldman Sachs num acto de agradecimento por serviços prestados.

Um vai porque de lá nunca tinha saído, o outro vai por selecção entre pares e o outro vai porque "tem Mundo" neste cu de mundo.

Não há possibilidade de confundir as coisas e quem o faz só pode estar a fazê-lo por mal (ou porque acha que informação e conhecimento são a mesma coisa).
LNT
[0.027/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLIII ]

Casa Moinho Vedro
Casa Moinho Vedro - Quinteães - Minho - Portugal
LNT
[0.026/2014]

domingo, 12 de janeiro de 2014

Fico do verbo IR

CDS Fico

Ontem o irrevogável que o deixou de ser porque o que tinha que ser tinha muita força elaborou as patranhas que lhe são habituais e entre os chavões de que gosta atirou com qualquer coisa do género:

Fico, porque sou de ficar e não de abandonar.

Lembrei-me de imediato das ruas de Lisboa, há uns anos, cheias de cartazes em que ele também ficava.

Não ficou. Não ficou nem um dia. Nunca ocupou o lugar para que se candidatou tendo também dessa vez defraudado irrevogavelmente todos os seus eleitores.
LNT
[0.025/2014]

sábado, 11 de janeiro de 2014

Tempos de propaganda

ChoquesPara atrapalhar o CDS e a intenção que anda em terra de leitões para diminuir o ensino obrigatório, Passos Coelho reuniu com o seu povo “trabalhador” e disse que um dos grandes problemas nacionais é a falta de qualificação dos trabalhadores.

A seguir teve a “lata” de afirmar que, no entanto, o mais grave problema de Portugal é a baixa de natalidade. A “lata” é directamente proporcional ao apelo que o seu Governo fez para que os jovens emigrassem, uma espécie de:
reproduzam-se que cá estaremos para vos formar e para vos mandar lá para fora enriquecer os ricos e melhorar-lhes a demografia.

Mas não se ficou por aqui. Disse também que a natalidade está a baixar em toda a Europa, o que não sendo completamente mentira deveria ser enquadrado com o que se sabe sobre os efeitos directos do desemprego.

Deixo-lhe uma pista (Fertility reactions to the ‘Great Recession’ in Europe: Recent evidence from order-specific data - Joshua R. Goldstein; Michaela Kreyenfeld; Aiva Jasilioniene; Deniz Karaman Örsal)

Faça o favor de ver o gráfico da pág.101 e tentar entender.
LNT
[0.024/2014]

Veículos dourados

Sachs

A Sachs de oiro sempre foi um veículo que os fez ascender socialmente muito alto.
LNT
[0.023/2014]

A demagogia e a mentira também têm muita força

Portas RumsfeldPaulo Portas informou o Congresso e todos os portugueses que ainda têm um mínimo de pachorra para assistir pela televisão ao Congresso de um Partido diminuto, que o PP foi sempre chamado ao Governo em alturas de “enormes” dificuldades.

Terá sido assim com Durão Barroso quando Portas foi ministro de Estado e da Defesa Nacional e depois, quando admiravelmente foi nomeado ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, com Santana Lopes?

É que me lembro de o ter já ouvido justificar a compra dos submarinos porque os tempos eram outros e as vacas-gordas ainda pastavam com um sorriso nas beiças.
LNT
[0.022/2014]

O que teve de ser teve muita força

Paulo Portas

Foi assim, e só assim, que o irrevogável ego-político português justificou a sua irrevogabilidade revogável.
Parece ter sido simples, e foi.

O que o tinha colocado na situação de irrevogável foi a substituição de Gaspar por Maria Luís e a sua grande vontade de ser mais do que aquilo que ele era.

Quanto à primeira condição, nada.
Quanto à segunda, o aumento do poleiro e a ego-vaidade do palacete, teve toda a força do Mundo.

E o PP que resta do CDS, o que adora o líder e entende que continua a ser útil para Portugal o francesismo "o Estado sou eu" (daí o interesse nacional), aplaudiu.

Confirma-se que todas as missas continuam a terminar com ámen.
LNT
[0.021/2014]