segunda-feira, 16 de maio de 2011

The last waltz of Strauss

BoteroPela boca morre o peixe.

Desde o caso da nódoa no vestido de Lewinsky que os Estados-Unidos não perdoam os ímpetos dos poderosos que ensaiam (ou realizam) a submissão. Mesmo o FMI, habituado a pôr Países de joelhos, não está acima da lei quando se aventura a fazê-lo aos cidadãos em privado.

Assim se resume o último fait-divers que pôs o Mundo a falar de coisas realmente importantes, em vez de se perder com pentelhos.

É bem possível que a França, terra onde as cabeças que mandam não estão acima dos ombros, tenha acabado de perder um bom rival contra a dupla Nicolas/Bruna.

Consta que em Nova Iorque foi dançada a última valsa de Strauss.

Chamasse-se ele Gardel e tudo lhe seria perdoado.
LNT
[0.170/2011]

Já fui feliz aqui [ CM ]

Jacarandá
Jacarandá - Lisboa - Portugal
LNT
[0.169/2011]

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Avaria no Blogger

Colaboradora golfistaA plataforma Blogger esteve inacessível desde ontem.

Perderam-se os Post e comentários que nesse tempo foram publicados, não me sendo possível repô-los.

No entanto é possível repor a imagem da colaboradora que ilustrava o Post onde se falava dos pintelhos (espécie de pitassilgo) e dos pentelhos (aquilo que V. Exªs sabem o que é) e que Catroga pôs na boca do mundo.

Fica a menina sem o texto que a acompanhava e que tinha sido feito de repelão.

É da vida, como diria o meu amigo Guterres.
Adelante (que se faz tarde)
LNT
[0.168/2011]

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Puffinus obscurus

Colaboradora golfistaLá está aquilo a que Catroga se referia, na página 689 do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido Figueiredo.

Uma espécie de pintassilgo, é o que valem as matérias que os líderes deste extremo da Europa se entretêm a discutir em campanha eleitoral.

Um pintassilgo, nem podia ser outra coisa, porque ao Senhor Professor Doutor Economista lhe está vedado ter na boca outro sentido.

Enquanto descemos todos os degraus – os que sabíamos existirem e aqueles que nunca nos tinham passado pela cabeça existirem mais abaixo – Catroga emerge o discurso de um mar de vulgaridade e de pintelho, certamente a imaginar-se no Verão, já na Coelha a virar frangos com os seus vizinhos, num quadro bucólico em que a sua contemplação do pôr-do-sol, que por aquelas bandas mergulha em terra, o leva no mais fino recorte literário a evocar um bando de pintassilgos que, depois de uma jorna fecunda a debicar aqui e ali à procura da minhoca, retorna ao arvoredo que farfalha pelo sopro da brisa que o faz renascer (ou nascer duas vezes, como queiram).

Puffinus obscurus, um pintelho, um pintassilgo. Decididamente Catroga não é um chato.
LNT
[0.167/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCIX ]

Maçarico
Maçarico de Bico Direito - Estuário do Tejo (Alcochete) - Portugal
LNT
[0.166/2011]

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Parvoíces

Adega dos GarrafõesDaquilo que se vai sabendo, sabendo também que muito daquilo que se sabe são “bocas” para ver se pega, o empréstimo em tranches que aí vem é composto por, aproximadamente, um terço de dinheiro do FMI e o restante dos nossos amigos europeus. O FMI empresta os carcanhóis a juro razoável, os nossos amigos fazem negócio chorudo com o graveto que regateiam. O FMI gostaria de nos ver a produzir cereais, os nossos amigos gostariam que nós lhos continuássemos a comprar. O FMI gostaria de nos ver a apanhar peixe, os nossos amigos gostariam que apanhássemos o plástico do mar. O FMI gostaria de se ver livre de nós, os nossos amigos querem-nos sugar o tutano.

Dos 78 mil milhões, 12 mil milhões vão para os sistémicos e mais 35 mil milhões são para garantias (números redondos, porque para o comum dos mortais, mil milhões têm significado nulo por impossibilidade de imaginar o que representam). Mais uns quantos mil milhões são para pagar os juros do empréstimo. Os cidadãos pagam tributo feudal (ponto final). Entretanto continuam a chegar cartas com aumento dos plafonds de crédito ao consumo e ofertas de aquisição, em prestações, dos mais diversos néctares e prazeres.

No dia 5 vamos votar. Votar nos políticos, claro, porque os verdadeiros decisores não vão nessa cantiga.

Não é uma geração parva, mas o País inteiro.
LNT
[0.165/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCVIII ]

Caipiroska
Caipiroska - Por aí, quando o calor aperta
LNT
[0.164/2011]

terça-feira, 10 de maio de 2011

O candidato e o deputado

Portas no banhoGostei de ver Paulo Portas na televisão. Cortou o cabelo, o que lhe dá um ar mais jovem e lhe realça a alva dentadura.

Já de dona Judite não gostei tanto. Sei que os seus adversários não lhe deram grande espaço para apresentar o programa de Governo, o que lhe prejudicou o desempenho, mas ainda assim poderia ter sido mais convincente quando esclareceu ao moderador que se o CDS ainda não apresentou o seu programa foi porque ainda não chegou o dia em que o vai fazer e quando fez emergir os submarinos de Portas para que ele explicasse que aquilo foi coisa de nada e que só pesa uma grama do descalabro que nos trouxe o triunvirato (palavra portuguesa para troika, segundo, um, explicou e, dois, disse).

Dona Judite terá hoje novo debate, desta vez com Jerónimo. O moderador será Coelho dos Passos.

Nota: Gostei de ver Sócrates a tratar Portas por deputado e Portas a tratar Sócrates por candidato. Só isto já é um programa. Explica o que cada um deles pensa sobre o que o outro poderá vir a ser.
LNT
[0.163/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCVII ]

Coyote
Wile E. Coyote - Warner Bros - USA
LNT
[0.162/2011]

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Portugalnomics v. Finlandnomics

pés e mãosSacando do patrioteirismo em forma de YouTube atirou-se para o país das loiras com uma compilação de factos que colocaram o Portugal dos feitos passados nos píncaros do orgulho de forma a manter a dignidade lusitana no patamar do "pobrezinhos mas asseados".
Desde o salazarento "orgulhosamente sós" que não nos apresentávamos à esmola com um escanhoado tão prefeito.

Do lado gélido de lá a coisa foi recebida como um sopro de calor que não chegou para derreter e, enquanto no rectângulo se enchia o peito e se exacerbavam os feitos do povo nas redes sociais e nas televisões, na terra das frígidas permanecia a indiferença sobre a tradição do chá na coroa britânica e sobre a informação de que a Via Verde não é o pasto de raças leiteiras autóctones.

Foi-lhes fácil ripostar com um vídeo a relatar outras tantas façanhas e patranhas de heroicidades contra o Zé dos Bigodes ou contra o Adolfo do triste bigodinho.

Na deles, fartos de frio e de mau tempo e de verem os sistemas sociais a encolherem, habituados às suas bolhas individuais e horrorizados com o meter-de-conversa, indiferentes às questões passionais que levam os latinos a amar e a assassinar enquanto que eles, para o fazerem ou para se suicidarem, não precisam de emoção ou paixão, tanto lhes deu.

Tivéssemos enviado um documentário com o Zézé Camarinha e os desempenhos que o Sol provoca em vez de lhes falar das artes do bacalhau ou da implantação mundial da língua falada, que eles não falam e, oh sócio, era ver chegar charters e charters com investidore(a)s nas indústrias da libido e do vinho.
LNT
[0.161/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCVI ]

Pousada Arraiolos
Pousada de Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.160/2011]

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O nosso pacote

650 EscudosAchei graça ler e ouvir em alguma bloga e na comunicação social que o trabalho das troikas estava feito e terminado, como se agora eles tivessem feito as malas e zarpado.

Fazem crer que se tratou de uma brigada de cientistas forenses que se limitaram a vir cá tirar os esqueletos dos armários, para gáudio dos detractores do poder, e que agora, com as exumações feitas e as autópsias realizadas, nos tivessem deixado um cheque para pagar o incómodo que produziram e para agradecer a diversão que lhes proporcionámos.

Nada mais falso. Os troikas vieram cá fazer uma auditoria para saberem se havia condições para realizar um negócio que lhes garanta o pão e, verificando que essas condições existem, para imporem as condições que lhes garantam o retorno do investimento e o arrecadar do valor acrescido. Não estão a brincar em serviço. Não se trata daquelas auditorias de treta que algumas organizações estabelecem só para dizer que têm sistemas de controlo e de qualidade implementados.

Eles não se foram embora, nem irão, enquanto o negócio não lhes traga a vantagem que cá os trouxe. Irão activar as metodologias e estabelecer os inspectores/auditores que verificarão a implementação das acções correctivas e que farão aplicar a correcção das não conformidades que apurarem. Só farão as malas quando estiverem ressarcidos e compensados, prontos para voltar mais tarde com novo negócio.

Trata-se da fidelização dos clientes. E estes são daqueles clientes que interessam. Resta-nos tratar-lhes do pacote.
LNT
[0.159/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXCV ]

Beatles - Srg. Peppers
Srg. Peppers - Beatles - GB
LNT
[0.158/2011]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Voando sobre um ninho de pedras

Águia


LNT
[0.157/2011]

Vamos às compras

Carrinho de supermercadoDesde ontem que ando pelo FaceBook a tentar angariar sócios que queiram ir comigo às compras no mercado.

Fiquei a saber que uma das medidas do “acordo” é a venda breve do BPN sem estabelecimento de base mínima de licitação. Estou a pensar avançar com o valor de um Euro e dou boas condições a quem me quiser acompanhar nesta aventura, sendo que a primeira consiste em fazer uma emissão com direito de reserva a mim próprio que depois tratarei de despachar pelos amigos, ao preço de custo, com a promessa de mais tarde (pouco mais tarde) lhas voltar a adquirir por valor melhorzito (digamos assim).

Isto vai permitir capitalizar no início, uma espécie daquele truque de entrar para uma empresa com o capital que se retira imediatamente após a escritura, engenharia financeira, percebem?

Aceitam-se igualmente entradas com uns terrenos urbanizáveis junto à praia. Manterei assim a tradição do BPN embora esteja a pensar mudar-lhe imediatamente o nome para BRF – Banco Rega-bofe.

Respostas com propostas para o apartado deste estabelecimento. Sigilo garantido (pelo menos até ao momento em que evocarei o perigo sistémico e entregarei os prejuízos ao povo que adora nacionalizar bancos)
LNT
[0.156/2011]