segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Surdinas [ X ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Porque é a hora da verdade, nas palavras de Viiitooor Gaasspaar, ficam já a saber que a receita prevista do IVA vai ser uma grande mentira. A brutalidade da redução salarial vai provocar uma brutalidade nos consumos e o desvio entre aquilo que Viiitttoor Gaaassspppaaarr diz e aquilo que vão arrecadar em IVA vai ser colossal.

Esta gente nunca mais entende que nestas coisas não basta saber matemática, tem também de se conhecer a História.
LNT
[0.458/2011]

Crises? what crises? *

Sorriso de pedraTenho uma teoria optimista sobre o desenrolar desta crise.
Dentro de alguns anos vamos voltar a ter dinheiro para gastar, incluindo aquele que vem dos cartões de crédito e que não teremos forma de pagar.

Esta teoria assenta no seguinte:
Países como a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc. ainda têm empresas rentáveis (muito rentáveis) que estão na posse do Estado. Até estão à venda, mas o valor que têm é demasiado para que os especuladores lhes agarrem.
A GALP e a EDP são alguns exemplos.

Há que fazer o que os agiotas sempre fazem. Apanharem os donos dos valores com as calças na mão, pagarem-lhes tuta-e-meia por esses valores e depois realizarem um acrescento aos proventos colocando-os no mercado pelo seu custo real.

Nessa altura, vai voltar a ser necessário que quem esteve com as calças na mão as volte a vestir, se for preciso emprestando-lhes novo gás para gastar na revalorização dos valores que os agiotas compraram ao preço da uva mijona.

O resto faz-se em loop.
* segundo um original dos Supertramp
LNT
[0.457/2011]

Conversas do tretas [ IV ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou que, cortando nos vencimentos da Administração Pública, estava a agir directamente sobre o défice ao passo que os vencimentos da privada não tem esse efeito.

Até parece verdade, não fosse a alarvidade ser coisa da idade média e a escravatura estar abolida em Portugal há muitos séculos.

É que:

1- Não se combate o desemprego com medidas que desvalorizam o trabalho;
2- A medida social minimamente justa seria a criação de um imposto extraordinário como o que foi feito em relação ao subsídio de Natal deste ano, porque isso não desvaloriza o valor do trabalho e porque, ao contrário da actual mais que previsível ilegalidade que é o roubo de parte dos salários de uma parcela da sociedade portuguesa, se trata de uma forma de repartição do esforço nacional para enfrentar a emergência em que nos encontramos;
3- A coragem que eles tanto gostam de evocar quando reduzem a sua inteligência ao fácil e ao demagogo, não passa por criar mecanismos de regulação do sector estado mas sim por escravizar os funcionários. P.e. tratem o sector estado com as mesmas regras do sector privado, incluindo todas as formas indirectas de vencimentos como são as atribuições de carros e telemóveis (não há gato-pingado no privado que os não tenha) que nunca são contabilizados para efeitos de IRS, e também com os despedimentos legais na AP;
4- Se têm funcionários que não produzem, tenham a coragem de reformar esse sector usando o mérito como medida, em vez do igualitarismo populista e divisionista que estão a aplicar.
LNT
[0.456/2011]

Conversas do tretas [ III ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou que queria ter gente de craveira à frente da Administração Pública e por isso iria rever em alta os salários das chefias (interessante que ele disse isto em directo na televisão ao mesmo tempo que falava da invenção do desvio médio 10...15% e não ouvi um único comentador referir-se ao assunto).

Pelo silêncio feito em volta desta declaração parece que a miuçalha se convenceu da bondade, mas:

1- Sabemos pelo anúncio feito que quase toda a Administração vai entrar em reestruturação, fusão, etc. e que a Lei prevê que esta realidade determine que caiam todos as chefias. Logo, todas as novas chefias da Administração Pública vão ser nomeadas, em breve, pelo actual poder;
2- Os corredores, mangas e baldios do PSD e arredores estão cheios de boy's ávidos a aguardar o seu momento pas-de-deux, muitos deles já calçaram as sapatilhas de pontas. No CDS são menos porque os táxis têm lotação limitada, mas isto é uma janela de oportunidade para o upgrade à caminheta;
3- Há que criar condições para que os boy's fiquem mansos e isso consegue-se com o aumento da ração. (Em tempos chamavam-lhe o "POTE");
4- Há que pulverizar a ração, para a tornar mais apetecível, com mais uns pós de ouro que entretanto estão a ser desviados de quem trabalha.
LNT
[0.455/2011]

Conversas do tretas [ II ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou aos autarcas do seu Partido que deixava cair o corte nas reformas dos pensionistas acima dos 1.500 Euros porque já lhes retirava os subsídios de Natal e de Férias.

Até parece ser uma medida socialmente justa uma vez que quando falamos de pensionistas lembramo-nos daqueles que vemos a jogar à bisca nos jardins públicos, mas:

1- Esses pensionistas não têm reformas superiores a 1.500 Euros;
2- Os pensionistas como o nosso Presidente da República, ex-dirigentes do Banco de Portugal, ex-deputados, ex-administradores da Caixa Geral de Depósitos e por aí fora, não só deviam acompanhar esses cortes feitos aos trabalhadores no activo, como deveriam também ter um tecto máximo de reforma.

A demagogia levada ao mais alto nível e a defesa dos direitos próprios é um escândalo inaceitável numa sociedade que está a ser todos os dias mais e mais espoliada. É mesmo um caso para veemente indignação pública.
LNT
[0.454/2011]

Conversas do tretas [ I ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou aos autarcas do seu Partido que partia do conhecimento de que "EM MÉDIA" os trabalhadores da Administração Pública auferiam vencimentos 10...15% acima dos do sector privado.

Na explicação da demagogia que se destina a virar os portugueses uns contra os outros, para que os portugueses não se virem com si (contra ele – Passos Coelho), não informou várias coisas, entre elas:

1- Quais as fontes que o levaram a tal conclusão;
2- Sabendo essas fontes, qual a data desses estudos;
3- Sabendo as duas coisas anteriores, quais as categorias da administração pública que provocam o desvio de 10...15% que ele diz haver;
4- Sabendo as três coisas anteriores, qual o universo que foi considerado como administração pública (se é só a administração pública ou os trabalhadores do sector empresarial do estado)
5- Sabendo as quatro coisas anteriores, qual a percentagem de desvio (10 ou 15%)

É que:

1- É importante saber se os estudos que o levaram a tal conclusão são anteriores aos congelamentos dos últimos anos na AP e à redução decretada, em Janeiro, aos salários acima de 1.500 Euros;
2- É importante saber se o tal desvio de 10...15% se obtém em relação às categorias mais baixas da AP (possivelmente porque o salário mínimo praticado na AP é superior ao salário mínimo nacional). Isto também é importante saber porque, como se sabe, as medidas aplicam-se a quem tem salários acima dos 1.000 Euros e já anteriormente se aplicou aos salários acima dos 1.500 Euros, não indo estas medidas em consequência, alterar esse desvio;
3- É importante saber se o tal desvio se refere aos trabalhadores da administração pública ou a todos os do sector Estado, porque isso acentuará a mentira que Passos Coelho está a usar para fundamentar uma medida esclavagista, imoral e sem contrapartidas que penalizará todos os que recebem do estado mas que, do Estado, obtêm tratamento diferente;
4- É importante saber se o tal desvio "em média" de 10...15% é de 10 ou de 15% porque quem fala destas coisas tem obrigação de ser claro e não de usar margens de incerteza para fundamentar os seus delírios.
LNT
[0.453/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXV ]

José Estevão
José Estevão - Assembleia da República - Lisboa - Portugal
LNT
[0.452/2011]

sábado, 15 de outubro de 2011

Surdinas [ IX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Revejo o nosso infeliz PM a dizer que só aplicou o corte dos 13º e 14º mês aos trabalhadores da administração pública porque com isso diminui o défice, coisa que em relação aos privados não se aplica.

Penso que a seguir Passos Coelho vai, utilizando a mesma teoria, comprar um chicote e umas grilhetas para fustigar os funcionários públicos. Quando ele descobrir que se escravizar completamente os trabalhadores da administração pública vai poupar uma pipa de massa, há-de também cortar-lhes os ordenados de todos os meses.
LNT
[0.451/2011]

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Má sorte ter o maldito Estado por patrão

PolvoO princípio de que os trabalhadores da Administração Pública têm de pagar todas as alarvidades realizadas neste país decorre do raciocínio de que eles não são trabalhadores, mas servidores do Estado.
É por isso que se criou o anátema de que um cidadão que tem por patrão uma entidade não sujeita às regras do trabalho (o Estado) é um trabalhador de segunda.

Ser trabalhador da administração pública é vulgarmente considerado uma condição menor do mundo trabalho e, para que o deixe de ser, é necessário que aos trabalhadores deste sector se passem a aplicar os mesmos mecanismos aplicados a todos os outros.

A alarvidade que representa o corte cego do 13º e 14º mês de todos os trabalhadores da Administração (mesmo considerando a distinção das margens mínimas) resulta da ignorância de quem tem obrigação de gerir a coisa pública.

Sendo claro:
a medida justa estaria na adopção dos critérios e regulamentos de trabalho que existem na privada, incluindo as regras que possibilitam o despedimento legal.
A um trabalhador da administração pública que não cumpra com os deveres de trabalho tem de ser aplicada a penalização geral, incluindo o despedimento. A um outro que seja cumpridor há que dar o mesmo tratamento dado no sector privado.

Só a anormalidade, a preguiça e a prepotência podem levar o Poder a aplicar a medida de ruptura unilateral do acordado para vencimento dos seus empregados, nivelando todos pelo grau zero.

É uma dupla injustiça.
A todos os funcionários públicos vai ser exigido que paguem os erros que são, directa ou indirectamente, da responsabilidade de todos os cidadãos e todos os funcionários públicos, incluindo os que trabalham tanto ou mais e melhor do que qualquer trabalhador do privado, pagarão com o seu trabalho não remunerado a falta de trabalho dos que nada produzem.
LNT
[0.450/2011]

Surdinas [ VIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Aldrabões
Era assim que o meu Avô, que Deus tem, costumava chamar à gente da laia desta que por aí anda. Mesmo que não me enganem, porque sempre soube ao que vinham, confirmo:
São uns aldrabões, uns vigaristas e uns ladrões que estão convencidos que nunca poderão ser presos por serem quem manda na polícia.
LNT
[0.449/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIV ]

Porcos - Mota
Mudança do Governo
LNT
[0.448/2011]

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma estrelinha que o guie

EspantalhoCheguei agora a casa e disseram-me, de raspão, que Passos Coelho foi à televisão. Fiquei contente por ter sabido que ele falou e aguardo notícias para conhecer do que falou. Sei que se fossem más notícias teria mandado o ministro dos Impostos.

Aposto que nos veio dizer que é um homem sério e que as promessas que fez há três meses são para cumprir.

Não creio que tenha sido o anúncio da luz no fundo do túnel, porque em campanha avisou que iria além da Troika, mas há-de ser uma luzinha qualquer, talvez da estrelinha que o guia.

Como nada mais sei vou dormir sossegado. Espero que nos sonhos apareçam os momentos em que Passos Coelho descansou a criancinha garantindo-lhe que nunca tocará nas prestações de Natal e de férias, embora metade do deste ano já tenha ido por causa do malandreco da Madeira.

Que sono! Boa noite e até amanhã.
LNT
[0.447/2011]

Cidadãos Contribuintes

Mão em estacaAinda sou do tempo em que os cidadãos eram conhecidos por contribuintes.
Um tempo em que os cidadãos inspiravam desconfiança a quem deles sacava. Um tempo em que os sacadores olhavam de soslaio os sacados por verem neles trafulhas sempre prontos a fugir ao sustento que os sacadores entendiam ser-lhes devido.
Um tempo em que se amealhava o que sobrava do pagamento aos senhores que sacavam e se fundia o amealhado em lingotes em vez de o transformar em apostas de futuro.

Depois fui de um tempo em que se chamou cidadãos aos contribuintes e em que, com aquilo que se lhes sacava, pagavam-se os ordenados aos sacadores e ainda havia contrapartidas (escolas, saúde, bem-estar, etc.). Nesse tempo passou também a ter de se sustentar alguns que viram nessas contrapartidas "janelas de oportunidade".

Agora sou de um tempo em que os contribuintes são chamados cidadãos-chulos que, não só reclamam por ter de sustentar os das "janelas de oportunidade", como insistem vergonhosamente em reclamar as contrapartidas por serem incapazes de reconhecer que "o dinheiro não chega para tudo" ou que "quem não tem dinheiro, não tem vícios".
LNT
[0.446/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXIII ]

Amadeu Souza Cardoso
Amadeu Souza Cardoso - Portugal
LNT
[0.445/2011]

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Indignado, uma ova. Estou é troikado além da troika e mal pago

ManifConfesso não me sentir indignado. Estou chateado que nem um peru, ando irritado com esta treta permanente de me meterem a mão no bolso sem o meu consentimento e enfurece-me o desplante com que falam do meu dinheiro com se se tratasse de um subsídio estatal que recebo e não do pagamento do trabalho que desenvolvo.

Podia manifestar-me na rua, podia juntar-me ao fado português e ao destino, mas não o farei, pelo menos para já. Vou escrevendo o que me vai na alma e como sou muito menos ingénuo do que pensava ser há uns tempos, estou convencido que é mais útil seguir esse caminho do que me misturar nas bandeiras que nunca deixarão de ter por trás umas carinhas larocas ansiosas pelos brilhos da TV.

Não será muito influente a minha escrita. Porventura não é, mas também eu próprio não o sou, nem quero ser. Gosto desta minha condição de zé-ninguém embora me recuse a ser um Egas Moniz que alomba com os males do Mundo e abre o peito às balas para protecção dos que já estão protegidos por coletes e guarda-costas.

Confirmo. Não estou indignado.
Estou é cada vez mais farto e ... (esteve quase para sair palavrão)
LNT
[0.444/2011]