sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Surdinas [ XII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se as pensões tivessem tecto, o Estado gastava menos cumprindo à mesma o seu papel social. Isto porque se sabe que não é verdade que aquilo que se desconta é aquilo que se recebe de pensão. Também se sabe que quem mais tem deve pagar mais para que os que menos têm, possam ter mais qualquer coisa.
De mansinho: o valor dos descontos X o valor de meses em que se fizeram + uns pozinhos que esses capitais renderam ao longo do tempo + muito boa vontade, é igual a uma data de dinheiro do Orçamento de Estado para cobrir os muitos anos de pensões que estão para além dos descontos efectuados.

Guterres diria sobre isto: "façam as contas" e eu acrescento que tem mesmo de se estabelecer um tecto máximo para as pensões. (já para não falar das muitas pensões que nem sequer têm por suporte o tempo necessário de descontos suficiente para que sejam pagas)
LNT
[0.470/2011]

Cinismo [ II ]

Vitor Gaspar



Há por aqui clientes simpáticos, como todos os clientes desta casa mesmo quando insultam e se apresentam anonimamente para "deitar abaixo", que têm alguma dificuldade em entender que isto é um Blog e não a cadeira de compreensão e de entendimento de uma escola qualquer. Ao sentarem-se na cadeira de um barbeiro deviam entender que os serviços prestados estão relacionados com cabelos e pêlos (aqui também se fazem depilações, virilhas incluídas), massagens diversas, unhas e sobrancelhas. Não há a intenção de ensinar, nem tão pouco a função de consultadoria. Isso pode fazer-se noutra sede mas, como não é uma função pública e ainda não chegámos à Madeira, terá de ter pagamento.

Ora, vem isto a talho de foice porque, quando falei do cinismo, fui bombardeado no sentido de prestar melhores esclarecimentos e soluções, como se um barbeiro fosse um Ministro ou tivesse a responsabilidade de resolver as porcarias que são feitas por esses senhores que se deslocam de BMW’s e Mercedes de última geração.

Mas ainda assim dou mais uma explicação para o cinismo elevado à potência que está subjacente aos anúncios do cínico-mor deste reino republicano. Diz-nos Vitor Gaspar que não avançou para o despedimento de 50 / 10.000 trabalhadores da Administração (este intervalo entre um número e o seu dobro é a verdadeira demonstração do desconhecimento desta gente que nos desgoverna. - já o PM dizia a calinada do 10 / 15% em relação ao desvio dos vencimentos públicos/privados e insiste na outra do "desvio...colossal" sem quantificar nem identificar a origem -) porque isso era caro, uma vez que teriam de se pagar indemnizações. Ao dizê-lo, estava a informar que a medida de corte dos 13º e 14º meses de 2012 e 2013, mais não é do que uma primeira etapa para conseguir verbas suficientes para implementar a medida estrutural, ou seja, o despedimento de 100.000 trabalhadores da Administração Publica.

Não disse, mas acrescento eu para esclarecimento desses perguntadores da bloga, facebookianos e eMailianos, que ele, Gaspar, pretende financiar-se com estas reduções dos vencimentos da Administração Pública para ... passar a dispor de meios financeiros que lhe proporcionem pagar as indemnizações dos despedimentos que quer fazer.

Despedir funcionários públicos usando para o efeito o dinheiro que lhes retirou do vencimento durante dois anos é o cúmulo do cinismo, não é?
LNT
[0.469/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVIII ]

Colégio São João de Brito
Colégio São João de Brito - Lisboa - Portugal
LNT
[0.468/2011]

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Surdinas [ XI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)


(Reuters) - Former Libyan leader Muammar Gaddafi died of wounds suffered on Thursday as fighters battling to complete an eight-month-old uprising against his rule overran his hometown Sirte, Libya's interim rulers said.

Lá se foi o chazinho de tenda.
O Forte de São Julião está livre de novo.
Blair e quase todos os dirigentes mundiais dos últimos anos já podem apresentar desculpas às famílias do PanAm Flight 103 pelas más figuras que fizeram em cada golo de chá que tomaram com este terrorista.

PanAm Flight 103


LNT
[0.467/2011]

António José,

Ana VidigalSabemos que os compromissos são para cumprir e que as pessoas de bem levam a palavra dada até ao fim. Temos um papel assinado com os nossos credores e, mesmo sabendo que o tivemos de assinar porque uma coligação de direita e de extrema-esquerda não nos deu outra opção ao rejeitar a solução que outros credores nossos parceiros e amigos tinham apresentado, queremos honrar as assinaturas que lá estão.

No entanto, os que connosco avançaram para assumir a representação da maior maioria de portugueses que desde sempre se reuniu para conseguir soluções que adiassem a morte anunciada, uma vez chegados ao poder, não têm feito mais do que iniquidades, que agora até já são publicamente reprovadas pelo seu mestre sala, iniquidades impossíveis de assentimento por nós, que somos gente de bem.

Por isso meu caro António José, ou esses iníquos reflectem na sua iniquidade e alteram o mal que é ódio puro a parte da sociedade portuguesa, ou teremos de lhes retirar toda a confiança, deixando-os sozinhos a afrontar o nosso povo.

Somos Socialistas, lembras-te? Socialistas da Internacional Socialista, do grupo social-democrata europeu. Não esmagamos o povo, não fomentamos o ódio e não viramos portugueses contra portugueses.

Se for preciso teremos de dar o sinal radical que contrarie a radicalidade destes mancebos que não fazem a mínima ideia do que é uma Nação.
LNT
[0.466/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVII ]

Aníbal Afonso
Aníbal Afonso - Igreja de N.SrªRosário - S Domingos de Benfica - Lisboa - Portugal
LNT
[0.465/2011]

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que distingue

PSD de duas cabeçasAfinal tinha sido tão fácil, Senhor Ministro. Nem os cidadãos que trabalham na Administração Pública chamavam ladrão a este Governo, nem os senhores perdiam o IRS correspondente aos salários de quem trabalha no Estado, nem sequer deixavam de incentivar, ainda que á força, uma boa parcela de poupança neste País.

Se Vossas Excelências não se quisessem comportar como um bando que põe e dispõe de uma boa parcela da população portuguesa, sacando-lhe o que lhe é devido e a quem ao mesmo tempo continuam a exigir o que ninguém exige aos seus trabalhadores na privada (ai de quem não cumpra os objectivos que o SIADAP impõe);
Se Vossas Excelências não se limitassem a reconhecer que em momentos de crise e aflição, esta parte da população que insistem em difamar atribuindo-lhe culpas que são vossas e que nem aos cornos do diabo se atribuem, é sempre exemplar no serviço público, na qualidade e na dedicação e que não há História de alguma vez se ter recusado ao esforço de reconstrução deste País;

Teriam equacionado a hipótese de, em vez de os assaltar na remuneração pelo trabalho desenvolvido, lhes pagarem o esforço das soluções, ainda que com um diferimento, em dívida pública, títulos do tesouro, certificados de aforro, ou qualquer outro produto deste tipo.

Sabemos que preferem a prepotência, a arrogância e a imposição à boa maneira da direita mais retrógrada da Europa, mas podiam pelo menos, tentar dar algum sentido à expressão "social-democrata" que usam no nome da força predominante do actual poder.

Convenço-me que teria sido isso que Sá Carneiro teria feito no vosso lugar.
LNT
[0.464/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVII ]

Monopólio
Jogo "colectivo" de afectos - Monopólio - Majora
LNT
[0.463/2011]

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Da inexequibilidade

Rubik
Inexequível:
para haver rescisão amigável, é preciso pagar indemnizações
Exequível:
a segurança no emprego, até que ela acabe, passa por manter o emprego não remunerado.

Inglúvias:
espaço que antecede imediatamente a laringe dos mamíferos
Glúteas:
espaço onde estes gajos todos andam a ver se apanham, ou aí ou nas inglúvias.
LNT
[0.462/2011]

Cinismo [ I ]

Vitor Gaspar



O pensamento e a estratégia deste Governo começam a sair das trevas.
Aos poucos, o cinismo vai aparecendo e deixa escorregar pistas para que nos guiemos no futuro.

Tal como fizeram no BPN que venderam por tuta-e-meia deixando os prejuízos para serem pagos por todos nós;
tal como fizeram com as Golden Share que entregaram aos accionistas sem retirarem qualquer contrapartida para os cofres públicos;
tal como estão a fazer nas empresas públicas reduzindo-lhes o valor para as comercializar a preço de saldo;
também estão a desvalorizar o custo dos Trabalhadores da Administração Pública para depois os despedir barato.

O cinismo feito de meias verdades e de silêncios, acabou por revelar as colossais mentiras que vendem como inevitabilidades e ganha contornos quando o Ministro dos Impostos afirma que em 2012 e 2013 o défice será combatido sem o recurso a medidas excepcionais ao mesmo tempo que anuncia as medidas excepcionais que escravizam os Trabalhadores da Administração Pública. Completa a tramóia deixando ficar o recado que as medidas estruturais passam pelo despedimento de 100.000 trabalhadores, medida que só não foi ainda aplicada porque seria cara e politicamente inoportuna.

Não disse, mas já se percebe, porque razão as projecções do acréscimo de desemprego são as que anunciou.

O governo Coelho/Portas não hesita em fazer o downgrade de todos os valores do Estado para os poder manipular a baixo custo. Os 100.000 trabalhadores da Administração Pública têm de ficar suficientemente baratos para que depois possam ser descartados sem custos, enquanto se blindam as reformas escandalosamente milionárias que estão instaladas no purgatório do Estado.

Está lá tudo. Releiam, revejam e confirmem.
As entrelinhas são o diabo e o Inferno está próximo.
LNT
[0.461/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLXXXVI ]

Mar
Mar - Portugal
LNT
[0.460/2011]

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ikàkéné

Ikàkéné 2011


A Aventura deste ano é por terras do Magreb.
Três parelhas montadas em três cavalos de ferro.
Boa viagem e boa aventura.
Ikàkéné!

LNT
[0.459/2011]

Surdinas [ X ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Porque é a hora da verdade, nas palavras de Viiitooor Gaasspaar, ficam já a saber que a receita prevista do IVA vai ser uma grande mentira. A brutalidade da redução salarial vai provocar uma brutalidade nos consumos e o desvio entre aquilo que Viiitttoor Gaaassspppaaarr diz e aquilo que vão arrecadar em IVA vai ser colossal.

Esta gente nunca mais entende que nestas coisas não basta saber matemática, tem também de se conhecer a História.
LNT
[0.458/2011]

Crises? what crises? *

Sorriso de pedraTenho uma teoria optimista sobre o desenrolar desta crise.
Dentro de alguns anos vamos voltar a ter dinheiro para gastar, incluindo aquele que vem dos cartões de crédito e que não teremos forma de pagar.

Esta teoria assenta no seguinte:
Países como a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc. ainda têm empresas rentáveis (muito rentáveis) que estão na posse do Estado. Até estão à venda, mas o valor que têm é demasiado para que os especuladores lhes agarrem.
A GALP e a EDP são alguns exemplos.

Há que fazer o que os agiotas sempre fazem. Apanharem os donos dos valores com as calças na mão, pagarem-lhes tuta-e-meia por esses valores e depois realizarem um acrescento aos proventos colocando-os no mercado pelo seu custo real.

Nessa altura, vai voltar a ser necessário que quem esteve com as calças na mão as volte a vestir, se for preciso emprestando-lhes novo gás para gastar na revalorização dos valores que os agiotas compraram ao preço da uva mijona.

O resto faz-se em loop.
* segundo um original dos Supertramp
LNT
[0.457/2011]

Conversas do tretas [ IV ]

Guilhotinas
Deixem-me lá pensar em voz alta.

Passos Coelho anunciou que, cortando nos vencimentos da Administração Pública, estava a agir directamente sobre o défice ao passo que os vencimentos da privada não tem esse efeito.

Até parece verdade, não fosse a alarvidade ser coisa da idade média e a escravatura estar abolida em Portugal há muitos séculos.

É que:

1- Não se combate o desemprego com medidas que desvalorizam o trabalho;
2- A medida social minimamente justa seria a criação de um imposto extraordinário como o que foi feito em relação ao subsídio de Natal deste ano, porque isso não desvaloriza o valor do trabalho e porque, ao contrário da actual mais que previsível ilegalidade que é o roubo de parte dos salários de uma parcela da sociedade portuguesa, se trata de uma forma de repartição do esforço nacional para enfrentar a emergência em que nos encontramos;
3- A coragem que eles tanto gostam de evocar quando reduzem a sua inteligência ao fácil e ao demagogo, não passa por criar mecanismos de regulação do sector estado mas sim por escravizar os funcionários. P.e. tratem o sector estado com as mesmas regras do sector privado, incluindo todas as formas indirectas de vencimentos como são as atribuições de carros e telemóveis (não há gato-pingado no privado que os não tenha) que nunca são contabilizados para efeitos de IRS, e também com os despedimentos legais na AP;
4- Se têm funcionários que não produzem, tenham a coragem de reformar esse sector usando o mérito como medida, em vez do igualitarismo populista e divisionista que estão a aplicar.
LNT
[0.456/2011]