quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Imbecis

Freitas
O que seria realmente interessante era aprovar uma lei que fizesse com que alguns deputados do CDS, pouco representativos e muito cheios de si, pudessem ser deslocados do Palácio onde habitam com as maiores mordomias, para os contrafortes da Serra da Estrela onde seriam tão úteis como aquilo que a maior parte da população portuguesa entende que eles são.

Principalmente se forem deputados para quem "democrata" nada tem a ver com o povo que eles alegadamente representam e "cristão" significar "papa-hóstias" e não "humanidade e respeito pelo próximo".

A arrogância destes badamecos que nunca fizeram nada pelos outros a não ser o jogo da politiquice há-de mandá-los para o sítio de onde nunca deveriam ter saído.

Nota: Diz-nos a biografia deste nosso representante que ele é também Representante da European Foundation for Human Rights and Family na III UN Conference on The Least Developed Countries (sem palavras)
LNT
[0.122/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXII ]

Cerâmica portuguesa

Cerâmica portuguesa
LNT
[0.121/2012]

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Desfrizantes (act)

BarbeariaSempre a considerar a nossa distinta clientela aqui fica o interessantíssimo diálogo entre duas ilustres visitantes que ficou registado na caixa de comentários e que salta para a primeira página porque é aqui que deve estar.

Não se traduz a parte francesa dado ser entendível em português corrente.

Agradecimentos a Helena Araújo e a Ana Cristina Leonardo

Ana Cristina Leonardo:
(...) O problema, pelo menos para mim, sempre foram outras 3 coisas:
1. Confirmar, pela conversa, que quem manda é a Alemanha e a Europa é uma fraude
2. O Gaspar andar a dizer que tudo vai bem no reino de Portugal e dos allgarves e depois, em privado, demonstrar que o que anda a dizer é uma aldrabice.
3. Confirmar que a crise europeia anda a ser tratada em função das eleições na Alemanha. (...)

Helena Araújo:
Ana Cristina, as coisas não são tão simples. Primeiro, a Europa é realmente uma fraude, mas a culpa não é só da Alemanha. Ainda não vi outros países a unirem-se com um projecto alternativo a este da Alemanha. Pode ser falta de informação minha, mas parece-me que a Alemanha está a ocupar um terreno deixado livre pelos outros. Aliás: parece-me que está a ser obrigada a tomar medidas e a fazer esta figura de mandona, porque mais ninguém sabe o que fazer nesta situação.
Agradeço – sinceramente! - que me diga que este comentário está errado, e porquê. Gostava mesmo de saber que esforços é que os outros países têm desenvolvido para salvar a ideia da Europa.

Em segundo lugar, isto não é uma mera questão de ganhar eleições. Se a Alemanha decidir aumentar a sua dívida pública para garantir o pagamento das dívidas de outros países, é preciso que os contribuintes alemães estejam de acordo. A dívida pública alemã já é demasiado alta, o próprio Estado alemão anda a poupar imenso a todos os níveis (adiamento de obras públicas importantes, contenção das despesas correntes, etc.) e as pessoas partem do princípio que os compromissos são para respeitar. Ou seja: se é para fazer novas dívidas imensas, também é preciso ver como é que vão ser pagas.
Claro que o povo alemão se pergunta porque é que tem de pagar as dívidas dos gregos que não se conseguem organizar para pôr as classes altas a pagar os impostos. E que dá imenso trabalho explicar que não é só isso, que há muito mais em causa.
Do mesmo modo, um alemão vê aquela auto-estrada de seis faixas entre Leiria e a Nazaré, bastante vazia, e pergunta-se se havia realmente necessidade. E o governo alemão tem de explicar às pessoas que isto não é bem assim, que não é só isto, e os jornalistas alemães têm de escrever artigos a corroborar que de facto os portugueses merecem e valem bem o esforço que os contribuintes alemães serão chamados a fazer.

Ana Cristina Leonardo:
Helena, as coisas nunca são simples. E quando se trata de capitais financeiros, meu deus, é como se entrássemos num acelerador de partículas! Já agora, aconselho vivamente o livro de Michael Lewis The Big Short, para que se perceba (ou, pelo menos, se tente perceber) o tipo de doidos a que estamos entregues. Voltando à Grécia, talvez as coisas sejam simples para quem tenha perdido o emprego ou/e a casa, e se veja tão encurralado que faça como a grega da fotografia que subiu para o parapeito do edifício do escritório de onde irá ser certamente despedida e fique lá em cima a olhar o mundo, a pensar se tem ou não tem coragem para se atirar no vazio.
A Europa é uma fraude. A Europa foi o sítio melhor do mundo para se viver no pós-guerra. Talvez tenha sido a coisa mais próxima da justiça em toda a história da humanidade. Mas o dinheiro, sabe, Helena, está a cagar-se para a humanidade. O dinheiro, ao contrário dos proletários do Marx, que foram desaparecendo, internacionalizou-se. Foram fazer dinheiro para a China, para a Índia, para onde era mais barato. E lixaram com ph esta merda toda. A nós, portugueses, pagaram-nos para abater barcos, deixar de cultivar e o resto, um foi para as auto-estradas cavaquistas, essas que agora estão desertas, outro para o bolso dos corruptos que andaram a fechar fábricas no norte e a comprar jaguares. Enquanto os corruptos deram dinheiro a ganhar, a Europa, essa puta (e pardon my french) não se importou com o que faziam. Mas quando acordaram para a vida... o dinheiro fora-se. Vão cobrá-lo a quem? Aos tipos com ordenado mínimo, aos velhos das pensões, aos funcionários públicos, à malta que ganha 1000 euros por mês e de repente passaram a ser vistos como milionários. Brincamos, não é? Os lucros dos bancos sobem, as grandes fortunas aumentam, mas a culpa é dos gregos. E a Alemanha no meio disto tudo. A Alemanha anda a pensar noutros carnavais. Nos países do Leste, no mercado chinês. E foi mantendo a corda (como fizeram os franceses) apertada até conseguir tirar de lá parte substancial do dinheiro (falo dos bancos, naturalmente). É um problema de contabilidade. Já sacámos o que podíamos, então agora que se lixem. Ninguém faz políticas daquelas a sério, porque, simplesmente, é impossível os gregos pagarem. E estou a deixar de lado, um pormenor sobre o qual também me interrogo: quem apostou no incumprimento grego vai ganhar quanto. Agora dir-me-á, sim, mas os gregos é que se enterraram a si próprios. Acredita mesmo nisso? Houve corrupção, houve má aplicação dos fundos, tudo isso. Mas quem é que andou a emprestar barato? Quem é que se esteve a borrifar para controlar contas? A grande Europa. Isto dos Estados é um pouco mais complexo do que a economia doméstica. E querer misturar moralidade com capitalismo é o mesmo que querer misturar duas substâncias insolúveis. Isto era um projecto europeu, pelo menos no papel. assim sendo, a Europa tinha obrigação de não ter deixado a coisa chegar a este ponto. O Banco Central teria que ter desvalorizado (emitido) moeda (como fizeram os EUA). Deixar a situação chegar a este ponto é a prova provada que nunca houve vontade real de o resolver. A solidariedade é boa para os pobres. E sim, a Grécia ainda está à espera que a Alemanha lhe pague a dívida da II Guerra. Quanto aos gregos, eu gosto de gregos. Nos campos de concentração, em que a coisa era bem simples, os judeus gregos foram dos mais corajosos. E aí era assim: um herói era um herói morto. Não me lixem com a contabilidade dos grandes financeiros. Isto para mim é um nojo. E vai assim o comentário, grande, caótico e sentido. Anacrónico, provavelmente.

Helena Araújo:
Ana Cristina, há aqui coisas muito simples em que, segundo me parece, estamos de acordo:
- a Europa é uma fraude
– a solução apontada pela Alemanha para resolver esta crise é um erro brutal, porque vai lançar toda a Europa numa recessão provavelmente comparável à grande depressão do fim dos anos 20; é também um erro brutal porque opta por proteger os interesses financeiros completamente desgovernados (já agora: ao abrigo de um enquadramento legal totalmente inadequado, que resulta da falta de entendimento entre os Estados) à custa das classes médias e mais pobres.
- O desaustinado sistema de especulação financeira está a conseguir destruir as economias, a destruir os princípios de solidariedade social que pareciam tão inabaláveis, e a atingir o próprio funcionamento das Democracias.

Onde já tenho algumas dúvidas:
- A "justiça europeia" dos últimos sessenta anos construiu-se por conta de excepcionais taxas de crescimento económico (que já não são possíveis) e de um forte sistema de redistribuição (que, na Alemanha, começou a falhar há alguns anos), mas também de uma série de erros: um endividamento progressivo e cada vez mais incomportável para pagar as conquistas sociais (há pelo menos vinte anos que ouço dizer que o "contrato de gerações" tem os dias contados, e que em algum momento não vai haver com que pagar as reformas, por exemplo), a exploração dos países do terceiro mundo, etc.
Tenho alguma dificuldade em dizer "justiça" quando falo sobre o bem-estar europeu, porque muito desse bem-estar é pago com o sofrimento de muitos não europeus e, devido ao progressivo endividamento, terá de ser pago também pelos nossos filhos e netos (no caso de se entender que as dívidas contraídas pelos governos são mesmo para ser pagas algum dia).
- Quando em Portugal me dizem que se trocaram as indústrias, a agricultura e as pescas por autoestradas desnecessárias, sinto uma enorme perplexidade: qual era a ideia dos políticos que assinaram esses acordos? E porque é que continuam a andar por aí impunemente, em vez de serem chamados à sua responsabilidade? Para além de não perceber que seja possível entregar as pescas (por exemplo) em troca de nada, não percebo essa insistência em dizer que a Europa é que nos enganou. Somos crianças de infantário a quem facilmente se rouba um chupa-chupa? É assim tão fácil enganar os portugueses?
- A Europa devia ter controlado o que se estava a passar em certos países, e devia ter posto travões bem antes? Isso chama-se ataque às soberanias nacionais. Não havia um quadro legal europeu que permitisse interferir nas políticas orçamentais dos governos e nos seus processos de endividamento nos mercados. Ou alguém está a imaginar Bruxelas a dizer ao Sócrates que estava proibido de ir pedir o próximo empréstimo de x milhões, porque Portugal já estava demasiado endividado? E enquanto durou o fartar vilanagem de países a pedir dinheiro emprestado com juros baixos, não porque os mercados acreditassem muito na capacidade de esse país pagar, mas simplesmente porque estavam na zona euro e os outros países do euro seriam com certeza solidários: algum dos governantes da Grécia, da Itália, da Espanha ou de Portugal se lembrou de ir à Europa dizer que era preciso acabar com este sistema, porque era demasiado arriscado? Não. Enquanto durou, foi uma festa; mas quando rebentou, os outros é que têm a culpa. Há milhentos exemplos de má gestão de fundos em Portugal. Todos nós fomos testemunhas de casos de esbanjamento, corrupção, incompetência com caríssimos custos. Enquanto assistíamos calados a isso, não nos perguntámos quem ia pagar as despesas? E agora dizemos que a culpa é da Europa, que não acordou mais cedo para o que se passava no nosso país?
- Quanto aos gregos: gosto muito dos judeus gregos, corajosos ou não, gosto menos dos gregos que ajudaram os alemães a mandar os judeus para os campos de concentração. É um povo como todos os outros: há de tudo. Por acaso também gosto dos alemães de Berlim que esconderam judeus até ao fim da guerra, apesar de o Himmler querer a cidade "limpa", e apesar do preço a pagar se fossem descobertos: a morte ou o campo de concentração, e a entrega dos filhos a famílias nazis, para serem reeducados.

Isto é tudo muito mais complicado do que cabe numa caixa de comentários. A única coisa que eu queria deixar claro é que me parece errado fazer da Merkel o monstro e o bode expiatório dos erros que todos nós cometemos, de uma ou outra maneira. Não foi a Merkel sozinha que nos trouxe para esta situação, e convinha que cada país olhasse para as suas próprias responsabilidades em vez de se armar em vítima. Repito: ainda não vi nenhum país (ou grupo de países) a apresentar à Europa uma proposta para resolver esta crise de outra maneira. O papel que a Alemanha está a ter neste momento pode ter muito de calculismo, egoísmo nacional e incompetência, mas os comentários tipo "o que Hitler não conseguiu, a Merkel está a conseguir" são absolutamente despropositados.

Um pequeno reparo: aquela referência à Merkel e ao Hitler foi um deslize no comentário anterior, porque a Ana Cristina Leonardo não estava a falar disso. Eu é que misturei as críticas da Ana Cristina com outras que tenho visto por aí. Mantenho a afirmação – pintar a Merkel de bigodinho é um disparate de todo o tamanho (e andam por aqui uns interessantes laivos de racismo) – mas isso é tema para outra conversa.

Dado serem possíveis mais desenvolvimentos propõe-se a consulta à caixa de comentários onde eles têm estado a ser registados.
LNT
[0.120/2012]

Estado de direita

SolContinua a reinar o Sol, frio como o tem de ser na época, sem pitada de nuvem que lhe retire o brilho.

Bem pode Cristas rezar, bem pode Portas fazer de caixeiro-viajante, bem pode a troika barafustar por estar a trabalhar para nos emprestar mais uns mil milhões em troca de uns mil milhões de juros enquanto a estrelinha que os guia se deleita com as meninas descascadas nos corsos.

O Sol, o preguiçoso e traquinas Sol, está decidido a chegar ao ocaso, indiferente a ter nascido para todos ou para muito poucos.

Bem podem as pieguices, os salamaleques e os beijos no cu, como diria MEC em tempos que já lá vão, serem demonstrados ou osculados nos traseiros dos funcionários estrangeiros (que já nem os lavam para tal efeito), que o astro rei está-se borrifando e não altera um milímetro no seu percurso embora cumpra a promessa de trabalhar mais uns minutos sem compensação, acrescentando ao banco de horas aquelas que irá folgar quando o estio estiver a meio.

No Terreiro do Paço diz-se que os gajos já chegaram.

Porreiro, pá!
Vêm aí mais umas regras que reforçarão o argumentário para continuar a esmifrar estes bonzos que não param de relinchar e de se lamentar com não “possos mais”, como se estivéssemos a falar de limites ou com receio de uma revolta da docilidade secular que sempre os levou além da dor.
LNT
[0.119/2012]

Jeep’s tinóni

Alô Alô
Enquanto esperava pelo autocarro passaram dois jeep’s à la CSI, tinónis em alta voz, fashs e chiar de pneus que meteriam inveja a qualquer americano.

Espanto geral na assistência que lhes abriu alas e muito comentário taxista na classe: "para isto têm os gajos dinheiro!"

Não sei que gente era aquela nem o que pretendiam com tanta emergência e chibante.

Coisas para desconfiar que, como ontem dizia o nosso quase ex-procurador, os crimes de colarinho branco exigem meios compatíveis.

Foi ouvi-lo, fazer as ligações ao escabeche e pensar:
Seria muita desconsideração transportar um banqueiro alegadamente enjaulado num Fiat a cair de podre.
LNT
[0.118/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXI ]

Jesus Christ

Jesus Christ - Londres - GB
LNT
[0.117/2012]

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Surdinas [ XXXVII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Entretanto, contradizendo o que o Governo apregoa com respeito ao recurso a subsídios, a Ministra Cristas informa que vai sinalizar Bruxelas à cata de um subsidiozito para minorar a seca.

O Ministério já está a trabalhar activamente tendo constituído uma Task Force encarregue de constituir um grupo de trabalho que apresentará um estudo para ser estudado por uma task force da qual sairá um grupo de trabalho.

Se estas acções não incrementarem a precipitação, haverá que equacionar o recurso a uma peregrinação.
LNT
[0.116/2012]

Animem-se

PicassoÀ boa maneira portuguesa, consola saber que não estamos sós.

É uma realidade que só depois das últimas eleições em Portugal toda a gente passou a reconhecer como crise europeia (e mundial) aquilo que até aí se dizia ser coisa só nossa mas, como mais vale reconhecer tarde do que nunca, as ratices dos "mercados" continuam aí para, sempre que alguma coisa corra menos mal (p.e. os juros), manter a pressão e ganhar mais algum que tape os buracos feitos no início de tudo.

Como já li a Maltez, também o próximo cão que eu levar para casa se há-de chamar Modies, um portuguesismo em honra da famosa ratadora gringa. Também como ele espero que o cachorro não se atreva a chamar-me lixo, até porque serei eu quem lhe dará o que comer.

Entretanto se alguém tiver acesso aos "mercados" faça o favor de os informar, mais uma vez, que Cavaco Silva foi eleito à primeira volta e que Moedas já tem acesso ao pote há mais de seis meses.
Obrigado.
LNT
[0.115/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXX ]

Guernica

Pablo Picasso - Guernica - Espanha
LNT
[0.114/2012]

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Inadmissível (act.)

Vitor Gaspar e Wolfgang Schäuble Mário Crespo retratou-se.
Fez bem.

Mas Mário Crespo, homem que há muito deixou de ser jornalista para ser um comentador que se põe em pé de igualdade com os seus convidados e que passa a vida a pedir cabeças, devia ter-se demitido. Era o mínimo que podia fazer, inclusive, por ter induzido em erro os seus convidados.

Retratou-se pelos comentários produzidos no seu programa em que se chamou arrogante ao Ministro Alemão, Wolfgang Schäuble, por ele estar a falar sentado enquanto que o nosso Ministro Gaspar estava de pé. Acontece que o Ministro alemão estava sentado porque se desloca numa cadeira de rodas.

Procurei já o filme da retratação mas, como foi há pouco, ainda não está disponível na SICn.

Quem me conhece sabe que não sou pessoa para pedir a demissão de ninguém, mas isto é demasiadamente grave para ficar só por uma retratação.
(Nem sequer me vou pronunciar sobre a partilha de responsabilidades que ele fez com Ruben de Carvalho. Mesmo tendo sido o Ruben de Carvalho a pedir-lhe que o fizesse (e tendo sido Ruben de Carvalho quem proferiu os comentários), o assunto tinha de ser tratado em separado porque foi o Crespo que introduziu a questão para a qual, pelos vistos, não estava devidamente preparado)
LNT
[0.113/2012]

Descolado, dizem eles

Barroso



"José Manuel Durão Barroso encontra-se em Mumbai, Índia, depois de se ter descolado ao país por ocasião da 12.ª Cimeira entre a União Europeia e a Índia, que decorreu em Nova Deli."


Assim diz o Jornal de Negócios, com propriedade.


De facto Durão Barroso está descolado desde o início do "crescimento da competitividade e do progresso social e para tornar as vidas de todos os participantes no mercado – empresas, consumidores e trabalhadores – mais fácil"
LNT
[0.112/2012]

Surdinas [ XXXVI ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se estivéssemos a tratar com gente séria, em vez de darem o dinheiro à Grécia, povo para que se estão nas tintas, tinham distribuído os milhares de milhões directamente aos bancos alemães e franceses para que eles se ressarcissem das perdas que tiveram quando compraram dívida grega.

Evitavam este compasso de espera, até porque sabem que aquilo que estão a exigir aos gregos não é viável e não pode ser cumprido.

Estamos perante mais um caso de imenso cinismo internacional, uma espécie de manutenção artificial da vida para dar tempo a que se faça a colheita de todos os órgãos viáveis ainda susceptíveis de transplante.
LNT
[0.111/2012]

Fogo amigo

Miguel Telles da GamaNão, não vos vou falar do facto dos gregos conseguirem ter, mesmo com os cortes que lhes foram impostos, um salário mínimo superior ao nosso.

Não, não vos vou falar dos gregos poderem reformar-se aos 50 anos, ou de terem falseado as contas com que se apresentaram a resgate.

Falo-vos de outra coisa que tem a ver com o divórcio entre a política e a cidadania. Falo-vos de alguém que, sem ter mandato expresso para isso, decidiu por todos e pactuou com a anti-política para a destruição da δημοκρατία.

Falo-vos da sobreposição da finança (chamam-lhe "mercados") ao poder político e à miscelânea dos chamados "mercados" com Estados que impõem a outros Estados soberanos a solução única consubstanciada no pensamento político único.

Falo-vos de invasão, já não pelo disfarçado poder dos "mercados" mas pela voz de dirigentes de potências estrangeiras que finalmente se assumem como a retaguarda desses "mercados".

Falo-vos do fim da União Europeia e do novo império que se desenha na Europa com uma tropa que invade sem tanques e arrasa países deixando a despesa dos tiros aos canos das armas fratricidas.

O fogo amigo, por alguma razão simbólica, iniciou-se no berço da democracia.

Os danos colaterais não se farão esperar.
LNT
[0.110/2012]