quarta-feira, 6 de junho de 2012

Para além das bordas

Coelho radiografiaPedro, o recto, decretou por carta régia emitida na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (aonde haveria de ser?) que: os portugueses já não estão nas bordas do abismo.

Verdade! O nosso PM não poderia falar mais verdade. Uma verdade tão verdadeira como é todo o resto daquilo que ele diz.

E, se dantes a verdade ainda se desculpava com a ignorância, como foi o caso daquela declaração verdadeira feita a duas estudantes na Escola Secundária de Forte da Casa sobre o boato de que iria acabar com os 12º e 13º mês - "é um disparate", dizia ele - , agora que conduz há um ano, o País, as Secretas e os serviços paralelos de Relvas, não há qualquer desculpa para que a verdade não seja de gema.

Já não estamos nas bordas! Descansamos com a novidade. Terminados os preliminares, passamos à função.
LNT
[0.294/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXII ]

Escudo de Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.293/2012]

terça-feira, 5 de junho de 2012

A farinha e o saco

Olhos Ferreira LeiteDe vez em quando, Manuela Ferreira Leite diz o que toda a gente sabe, diz o que toda a gente diz e diz aquilo que os seus também sabem mas querem fingir que não sabem. O tal acordo com a Troika, que já não é o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS, mas outro que o PSD e CDS têm andado a modificar às pinguinhas para que ninguém dê por isso, nunca foi feito para ser cumprido, porque é inexequível.

Foi exigido pelo PSD (lembram-se dos números de circo que Catroga fez na altura e que não valiam um pentelho) numa estratégia afinada com o inquilino aposentado do Pátio dos Bichos para ajustar contas com aqueles que ele anunciou não serem dos seus no dia em que foi reeleito pela menor maioria de sempre.

Ferreira Leite sabe, mas não diz que sabe, que o memorando é o bode expiatório para que, custe o que custar, os portugueses deixem de ter uma classe média-média e média-baixa que tem de ser empobrecida para que a classe média-alta e a dos novos-ricos possam dispor do excesso de oferta de mão-de-obra o que lhes permitirá rendimentos de nível superior.

O memorando será revisto, como não poderá deixar de ser, mas só o será quando o trabalho deixar de estar regulado, a saúde deixar de ser um serviço nacional, a necessidade de trabalhar a qualquer preço for realidade e as escolas voltarem a ser o meio de diferenciação entre os dominantes e a ralé que entretanto se atreveu a deixar de saber os ofícios que lhes estavam destinados por nascença.

Manuela sabe que esta é a estratégia e até nem se importa que ela se faça mesmo com a suspensão da democracia. Só tem medo que a dose esteja a ser forte de mais e que o povo se aperceba da marosca.
LNT
[0.292/2012]

O País que temos

Mocidade PortuguesaVivemos numa terra onde há condenados que não são presos porque têm dinheiro para empatar a justiça, uma justiça feita à medida do dinheiro de quem a ela recorre para que não se lhe consiga tocar e uma classe dominante que castiga (ou faz com que se auto-castiguem) as vítimas dos poderosos.

Não interessa fazer o rol das chafurdices. Todos sabemos quem eles são e todos andamos a pagar os desfalques que a ladroagem tem feito, ainda por cima culpando-nos (aos pagantes) de uma culpa que nunca tivemos e chicoteando-nos com a vergasta do empobrecimento para remissão dos pecados que não cometemos.

No jornal o Público também parece ter sido assim. Uma jornalista foi ameaçada por um alegado bandideco ainda em estado de presumível inocência e sob a protecção de um mentiroso compulsivo que tem fama de ser muito sério e a direcção do jornal entendeu divulgar o conteúdo da ameaça substituindo-se ao presumível bandideco na concretização do boato.

A vítima, Maria José Oliveira, acabou por se demitir. A direcção do boateiro mantém-se de boa saúde, o alegado bandideco, idem, o inverdadeiro superior hierárquico do presumível inocente, ibidem, e nós continuamos cantando e rindo como se a Bufa estivesse de novo aí para nos fazer saudar tudo isto de braço estendido, de camisa de caqui e com o forro dos bolsos virado do avesso para mostrar que já não temos nada lá dentro.
LNT
[0.291/2012]

segunda-feira, 4 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Crianças pobres

Miudo FomeA moda agora, no tom politicamente correcto, é afirmar que não há crianças pobres mas sim crianças de famílias pobres.

Vale tanto como dizer que não há famílias pobres mas sim estados com bolsas de pobreza.

Percebe-se que a expressão é interessante por tentar fazer passar que todas as crianças têm a mesma igualdade de oportunidades, o que, aliás, também seria interessante aplicar aos pais e avós mas que não passa de hipocrisia paternalista na gama da que pretende a caridade em substituição da carta universal dos direitos humanos.

O tempo está de feição para estes trocadilhos. Veja-se a mentalidade que não considera pessoas desempregadas mas só percentagens de desemprego.

Há crianças pobres, e importa dizer isso hoje, no dia em que o Mundo olha para elas de forma mais atenta, para que se enfrente e resolva a questão sem paninhos quentes destinados a deixarem-nos dormir menos atormentados.

E esta realidade é inadmissível. Seja no Niger, na Grécia, em Espanha, em Portugal ou em qualquer outro ponto do globo.
LNT
[0.289/2012]

O cão e o dono

Coelho PlayboyPode a criatura matar o criador?
Poder, pode, mas não se lhe prevê grande futuro.

Claro que Passos Coelho poderia aceitar uma demissão de Miguel Relvas e ficar com ele sentado no gabinete a fingir que não estava lá. Cavaco fez isso com aquele senhor, de que agora não recordo o nome, aquele que fez um escabeche manhoso na Presidência da República quando foi preciso dar mais uma pedrada no Sócrates e depois, quando já ninguém se lembrava da coisa, voltou a metê-lo no poleiro.

O que Coelho não consegue fazer é demitir Relvas. Prefere mentir, desculpem, dizer inverdades, mesmo que essas inverdades sejam contrárias àquilo que o alegado culpado mas ainda presumível inocente já declarou publicamente.

Os mentirosos compulsivos são assim mesmo.
LNT
[0.288/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXX ]

Lucky Luke
Lucky Luke - Morris et Goscinny
LNT
[0.287/2012]