quarta-feira, 12 de setembro de 2012

No limite da tolerância

CabeçaVinha com vontade de perguntar ao Ministro Gaspar se ele acha que os chineses da EDP, ou os seus pentelhos (confirma-se que os chineses os têm), terão ficado convencidos de que a conversa de ontem na televisão era para ser levada a sério e que, na sua sequência, irão olhar para a factura da electricidade para fazerem reflectir os milhões que lhes vão sobrar depois da benesse dos 5,5%. Nós sabemos que o regime chinês é muito atento a esses pormenores como ficou provado pelas lagartas que cirandaram por Tiananmen.

Vinha com vontade, mas passou-me porque a paciência que ontem tive para o ouvir a soletrar a lengalenga do temos pena, mas isto irá a eito, custe o que custar” está a esgotar-se no limite da tolerância.

Vejo para aí escrito que haveria outras formas de fazer as coisas e sei que haveria, mas não há forma diferente de se implementar a selvajaria fundamentalista que a dupla Gaspar/Borges quer implementar. Bem podem os Coelhos, os Relvas e os Mendes fazer crer que continuamos a trilhar o caminho do estado social que já todos percebemos ao que vêm.

O PSD foi tomado de assalto por ideologias que nada têm a ver com a social-democracia. Esta gente mentiu a todos, vestiu a pele de cordeiro e está a comer o rebanho sem dó nem piedade. A carneirada só irá acordar quando já não houver força para pegar no cajado.
LNT
[0.421/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXV ]

Praia Abano
Praia do Abano - Guincho - Portugal
LNT
[0.420/2012]

Spin

MochoPaulo Gorjão anda pelos Blogs, pelo menos, há tanto tempo como eu. Uma eternidade.

O Bloguítica que se publicava no escurinho da noite de Bruxelas (ou por lá perto) é uma referência para quem respeita, mesmo na discordância, essa coisa que nos é comum.

Os Blogs, já mil vezes decretados mortos pelos moribundos, são a genica de quem nunca teve medo de dar a cara. Excluem-se os anónimos porque esses esgrimem na esperança de que os touchés lhe passem ao lado.

Vem esta conversa a lume porque, distraído, ainda tinha Paulo como suspenso. Mas não, está blogovivo e escreve hoje a Pedro uma epístola de súplica.

E mais não digo porque aguardo que Portas, outro Paulo, faça de Pilatos.

Ámen.
LNT
[0.419/2012]

terça-feira, 11 de setembro de 2012

De cu pra cima, de cu pra baixo

Vai estudar Relvas
No tempo em que era menino, de cu pra baixo, como Coelho ainda é hoje, de cu pra cima, brincava-se em português, de cu pra cima, porque se sabia português, de cu pra baixo.

Esta forma de falar, de cu pra cima, era um exercício que auxiliava a formar frases, de cu pra baixo, e dava alguma destreza na articulação do que se dizia, de cu pra cima.

Na sexta-feira ouvimos Passos Coelho, de cu pra baixo, dizer aos portugueses que tinham de se por a jeito de serem esmifrados, de cu pra cima.

Hoje, de cu pra baixo, ouvimos Gaspar dizer que seria doloroso suportar mais um ano, de cu pra cima, mas que passado esse tempo iriamos todos ficar muito mais aliviados, de cu pra baixo.

Entretanto, de cu pra baixo, Cavaco e Portas continuam mudos e quedos, de cu pra cima.
LNT
[0.418/2012]

Hoje é dia de bola

Gaspar, Coelho, Relvas
Como hoje é dia de bola e se prevê que o esférico possa trazer algum entretimento aos espíritos, Gaspar, Ministro das Coiso, aproveitará para informar o País das conclusões que a troika retirou do novo pacote que Gaspar lhe sugeriu.

Não se prevê nada de bom novo embora a lenta linguagem usada seja inovadora conforme determina o guião de chavões criado pelo poder. Desta vez vai ser desenvolvida uma tese de combate ao desemprego através do embaratecimento do trabalho, do empobrecimento dos contribuintes e do aumento dos dividendos que chineses, angolanos, venezuelanos e outros democratas vão repartir entre si.

Entretanto Relvas faz saber, a partir de Copacabana onde anda refugiado para que os jornalistas portugueses não o possam questionar sobre se já conseguiu outra nova equivalência devido aos relevantes serviços prestados à Pátria, que “O Governo nunca faltou com a verdade..." o que nos deixa mais descansados por constatarmos que o clima de mentira e propaganda continua intocável e que o estilo charlatão não ficou beliscado pela cacetada que tem levado dos atiradores de porcaria para a ventoinha, nomeadamente, pelos histéricos piegas que lhe pagam as passeatas a Terras de Vera Cruz.

O soporífero governamental já está em estágio e a equipa de arbitragem já está comprada.

Fujam das televisões.
Fica o alerta.
LNT
[0.417/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXIV ]

Porto Covo
Porto Côvo - Alentejo - Portugal
LNT
[0.416/2012]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Enquanto Portas dormia *

Paulo PortasNa movimentação dos espiões que circulavam livremente e passavam os saberes públicos aos privados que lhes pagavam favores e mordomia,
Portas dormia para fazer que não via.

Na movimentação dos estrangeiros que adquiriam as jóias da coroa a valor de saldo para depois empregar os que lhe davam guarida e outra simpatia,
Portas dormia para fazer que não sabia.

Na movimentação das copiadoras e dos dossiers que submergiam para que a História não contasse a conta pública que aparecia,
Portas dormia e fingia.

Na movimentação dos saques que se abatiam sobre os cidadãos para dar mais gordura ao gordo que no Estado se mexia,
Portas viajava e fingia que dormia para fazer que não via, nem sabia.

Enquanto Portas dormia,
Todos e tudo se espremia,
ele de conta fazia,
ele nada sentia e mentia,
ele de todos se escondia,
e mais do que qualquer outro, fingia.
* Título inspirado numa obra de Domingos Amaral
LNT
[0.415/2012]

Surdinas [ LV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Má sorte nascer-se Marcelo.

Aos tacanhos, mesmo sem perdão, ainda se dá desconto. A ascensão ultra sónica não deu tempo, aos botas, para serem gente. Mas para os Marcelos (alguns, que não estes de que falo, que me desculpem) não há desconto nem perdão. Tinham obrigação e escola para serem melhores do que os tacanhos (botas e láparos) e só o não o foram, nem são, porque preferem ser malvados.
Sejam Caetanos ou Sousas.
LNT
[0.414/2012]
Aconselho a leitura de JM Correia Pinto (Politeia)

O Povo será sereno?

Palácio São Bento em obras

A estória conta-se em meia-dúzia de linhas e é importante que se conte para que fique de registo aos esquecidos.

O Governo anterior (aquele que o PSD, CDS, PCP e BE fizeram cair com a bênção do Presidente da República), num dos seus três PECs apresentados em 5 anos de função, cortou 10% dos salários dos trabalhadores da administração pública tendo a medida sido considerada excepcional e temporária (porque nunca fez sair o diploma legal com a nova tabela de vencimentos).

O actual Governo nomeado pelo Presidente da República, ambos eleitos com a maior abstenção da história pós-liberdade, composto pelos Partidos que exigiram o recurso à Troika (e o PSD – com Catroga - foi parte activa das negociações e condições para que ela viesse) numa estratégia de tomarem o poder tendo um álibi que os desresponsabilizasse daquilo que queriam fazer (a teoria do “para além da Troika custe o que custar” é a prova) e ainda na estratégia de manipulação da opinião pública através do chavão de ter sido o governo anterior a chamar os estrangeiros (sem nunca explicarem que esse plano era seu e que o Governo anterior já estava demissionário quando, por imperativo nacional na sequência do chumbo das suas propostas, se viu obrigado a tal recurso) em pouco mais de um ano já apresentaram três pacotes de austeridade que fazem os do PS parecerem insignificâncias.

Este Governo decretou manter o corte dos 10% nos salários da AP que vinha do Governo anterior, decretou que Portugal precisava de uma política de empobrecimento e decidiu também que aos sectores público e privado fossem retirados 50% do subsídio de Natal.

Este Governo decretou que, para continuar a política de empobrecimento em 2012, se retirassem dois meses de salário ao sector público, aos reformados e aos pensionistas e que, para todos os cidadãos incluindo aos miseráveis, se aplicassem taxas de IVA que deitassem o consumo dos bens essenciais por terra.

Este Governo, não satisfeito com o álibi da Troika engendrado por si e pelo Presidente da República, arranjou um novo álibi atacando o Tribunal Constitucional (único órgão do poder que ainda garante a Constituição Portuguesa). À pala de uma decisão do TC, que exigia esforço igual perante as dificuldades, anunciou ir decretar para 2013 que todos os trabalhadores do País irão pagar mais 1,5% de TSU e que passarão a receber menos 5,5% de salário que reverterá directamente para os lucros das empresas capazes de sobreviver ao decréscimo de consumo (monopólios entretanto migrados para a mão de particulares, alguns para a mão de estrangeiros que os adquiriram a preços de saldo).

A estória fica contada para memória. Havia ainda muitos outros pormenores que se podiam acrescentar mas tinha prometido só usar meia-dúzia de linhas.

Como diz o PM na sua qualidade de cidadão e pai: “isto não fica por aqui”.

Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e Marcelo ainda não viram o povo em fúria e estão convencidos de que a sua ignorância da História de Portugal os salva porque “o Povo é Sereno”.
LNT
[0.413/2012]