quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SMS [ I ]

Parafuso

Caro António José,

Sabendo que não és amigo do peito de Cavaco e que, mesmo que o sejas de Coelho, não reúnes com eles para jogar a bisca lambida nem para falar das namoradas da praia, estranho sempre que, quando questionado, refiras que não divulgas as conversas que com eles manténs.

Estranho por duas razões essenciais:

porque aposto em ti e sou teu apoiante desde o início tendo em ti depositado a minha confiança de representação sempre que foi necessário escrevê-la num boletim de voto;
porque penso que reunirás com os dirigentes deste País para falares de mim, dos meus e dos nossos. Logo, gostaria de saber o que de mim, da vida dos meus e da nossa vida é tratado nessas reuniões.

Sei que fazes saber o teu pensamento e que deverá ser isso que te leva a Belém e a São Bento, mas gostaria de o ver confirmado quando te questionam.

De resto, do teu querer saber como está a Dona Maria, a Dona Laura ou as suas proles, pouco me interessa.

Abraço-te com o respeito e a admiração de sempre
LNT
[0.562/2012]

Pólvora seca

português suaveSei que isto de remar contra a maré é cansativo, mas lá vão mais umas remadelas.

A senhora alemã vem cá visitar os seus empregados. Faz bem e espero que seja bem recebida, como é da tradição portuguesa. Devíamos servir-lhe um bom caldo verde, umas migas alentejanas feitas com todos os preparos e um sarrabulho de a fazer chorar por mais. À sobremesa, e seguindo o conselho alvarinho, ficava-lhe bem um pastel de Belém e até poderia levar para a sua terra outros pastéis que por lá mumificaram devidamente conservados na canela e no açúcar em pó.

Em compensação ela poderia trazer-nos um delicioso chocolate de ouro igual a um que, em tempos, uma sua súbdita me trouxe e que confirmo ser delicioso.

A senhora alemã e os senhores norueguês, inglês, holandês, belga, austríaco, dinamarquês e todos os outros, serão sempre bem-vindos neste país de Sol e sombra.

Temos um dos melhores climas do Mundo, bom vinho e petiscos de arromba. Temos também, para seu prazer, estradas como ninguém tem, aeroportos confortáveis e muitas espreguiçadeiras nos nossos SPAS com óptimo(a)s profissionais para a(o)s fazer relaxar das agruras e frustrações de viverem em países de céu cinzento.

Para além de tudo isso temos também refugo suficiente para exportação, no mesmo lote daquele de onde levaram o Presidente da Comissão Europeia, disponíveis a cumprir todas as orientações que achem por bem impor.

O nosso problema não são os nossos visitantes, nem os nossos credores.

Tal como em qualquer empresa, os nossos problemas residem nos seus contabilistas e nos gestores que não sabem satisfazer, com qualidade, os requisitos dos seus clientes e subordinam o interesse dessas empresas aos interesses de quem as financia em vez de gerarem riqueza para os reembolsar, para produzirem e para proporcionar aos seus colaboradores meios sustentáveis de boa qualidade de vida.
LNT
[0.561/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCXIV ]

Boi Ovibeja
Ovibeja - Beja - PortugalLNT
[0.560/2012]

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Palpites de barbeiro

Dom JoséO repórter fotográfico que anda a pé teve o azar de se instalar no quarto ao lado do Ministro das Equivalências. Como antes de ir para a cama resolveu ser inconveniente com SEXA, saltou-lhe um cão de guarda à pescoceira e foi algemado e engaiolado. Nada que não seja normal. Para a próxima, em vez de chatear o Ministro, exiba só o cartaz – Vai estudar, Relvas! – que já foi exibido por todos e nunca fez prender alguém.

VEXA decretou, não no seu FaceBook mas no lobby do hotel Sana Vasco da Gama, que os palpites não o influenciarão nas decisões que terá de tomar quando não tiver outro remédio senão tomar uma decisão. Ainda bem, ficamos todos muito mais descansados.

Seguro disse que não revela as conversas que tem com o VEXA nem com os SEXA. Acho bem e, vendo bem a coisa, também não importa a alguém saber o teor dessas conversas. Só se lamenta que, para cada uma dessas conversas, seja convocada a comunicação social para informar que nada há para comunicar.

O Terreiro do Paço está com o Dom José entrapado e com os operários dos andaimes em trabalhos esforçados para montar um palanque. Imagina-se que o patrão do marquês não esteja enclausurado devido à planeada visita da senhora alemanhosa (não vá ela gamá-lo, com já outros gamaram cruzes) e que o palanque não se destine a fazer-lhe uma recepção parecida com a que Tomaz fez em tempos à Queen das queens.

Chove chuva molha-tolos. Cuidem-se!
LNT
[0.559/2012]

Yes, We did

ObamaVoltar a ter Obama a presidir aos Estados Unidos é voltar a acreditar que é possível desformatar os modelos que alguns julgam serem únicos.

Lê-se por aí que aquilo que se passa nos States não nos deveria preocupar e que a eleição do PR dos EUA é um assunto que nos deveria passar ao lado, até porque, seja Obama ou qualquer outro, nada mudará de essencial. Nada de mais errado.

Julgar que é igual ter Obama, que ainda assim disse o que disse de Portugal avant crise, ou ter Romney à frente da potência mais influente do Mundo é pura e simplesmente não perceber o chavão de que “isto anda tudo ligado”. Foi esta falta de visão que acabou por nos tornar no cantinho da Europa que anda de chapéu na mão à espera da visita da imperatriz alemanhosa para gabar o caminho que nos traçou e que tem vindo a ser executado pelos seus súbditos, Pedro, Paulo e Vítor (sempre me escapou a razão porque o homem não segue as escrituras e não se chama André).

Felizmente, do lado de lá do Atlântico, continuamos a ter um parceiro que evitará que a aventura liberal radical esmague de vez a Europa mediterrânica.

Forward Obama.
Congratulations, Mr. President.
LNT
[0.558/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCXIII ]

Metro Lisboa
Metro - Lisboa - Portugal
LNT
[0.557/2012]

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Caleidesvaco

CaleidesvavoE no entanto existe!

Não se percebia muito bem para que serviria este Presidente da República mas agora já estamos informados.

Serve para inaugurar hotéis de luxo.

Tanto dinheiro tão mal gasto (não, não estou a falar do dinheiro gasto com o hotel).
LNT
[0.556/2012]

Há Leis mais iguais do que as outras

Vitor Gaspar
Vítor Gaspar garantiu que os cortes estruturais na despesa de quatro mil milhões que o Governo está a preparar poderão ser feitos sem alterações à Constituição.

Sabemos que sim, que não necessitam de uma revisão da Constituição.

Basta desrespeitá-la, como aliás já fizeram antes.
LNT
[0.555/2012]

Cedam o lugar

Gunter GrassOs despedimentos na Administração Pública serão tão eficazes para resolver as nossas questões como foi eficaz todo o tipo de anormalidades que se têm feito para continuar o descalabro crescente.

Não se trata de, como diz o sábio-experimentalista que está sentado na cadeira das finanças, saber quanto se quer pagar para se ter aquilo que se quer, porque cada vez se tem menos com o mais que se paga e começa a ser impossível sacar água de um poço que já tem o saibro à vista.

Trata-se, isso sim, de deixar de teorias empinados e de trabalhar a partir do conceito que nada é mais caro do que o desemprego, a emigração do conhecimento e o empobrecimento. É caro em todos os sentidos, principalmente numa sociedade onde já não reina o analfabetismo e a ignorância e que, por estar sujeita ao desgaste do miserabilismo, se retrai em felicidade, em natalidade, em investimento, em trabalho e em consumo.

Despedir na Administração Pública é pouco mais do que transferir as despesas de uma para outra rubrica do orçamento.

Sabemos ser terreno perigoso reformar refundar tendo por base a rentabilização das pessoas e a racionalização dos meios. Sabemos ser trabalhoso e difícil pegar numa multidão de pessoas que se tem tratado mal e devolver-lhe a dignidade pedindo em troca o que de melhor sabem fazer. Sabemos ser esforçado colocar gente capaz, com provas dadas, no comando das soluções.

Mas a vida é assim mesmo e se, por acaso, se tiver de chegar à conclusão que não basta ter habilitações e que é necessário haver know-how para se dirigir politicamente um País e um povo, então chegou o tempo de se reconhecerem as insuficiências dos experimentalistas e fazer tudo-o-que-for-preciso, custe-o-que-custar, para ir além da mediocridade resultante da impreparação.

Apelo à inteligência linear. Numa situação de emergência, como é aquela que estamos a viver, aponte-se para a produção dos tais quatro mil milhões em vez de se fazer mira de morte aos quatro mil milhões que se pretendem neutralizar. Soluções para o fazer não faltam, falta só inteligência e vontade para o fazer.

Como diz Seguro, esta questão é do Governo e é a ele que a compete solucionar. Se não sabem como, não são dignos de continuar à frente de Portugal.
LNT
[0.554/2012]