quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Botão Barbearia[0.679/2008]
É tão fácil educar os filhos dos outros, não é?Louva a Deus

Se uma sua filha de 17 anos lhe dissesse que estava grávida deitaria para o lixo toda a sua coerência?

Mesmo em política há fronteiras para o nojo. Quem o não compreender não compreende nada e quem cinicamente explorar o nojo não passa dum moralista imoral.

Talvez não seja só uma questão de embirração com os sapatos de Obama e insisto que se é isto a renovação da política, então não se justifica a política renovada.
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-> Defender o Quadrado - Sofia Loureiro dos Santos

10 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luís,
Sem pretender ser 'defensor' de Obama, foi o primeiro a demarcar-se inequivocamente de qualquer tentativa de aproveitamento político desta situação.

odete pinto disse...

Compreendo perfeitamente o seu ponto de vista.

Mas os políticos não devem auto-excluir-se dos princípios que defendem à outrance, adoptando o conhecido critério "bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz".

Luís Novaes Tito disse...

Quem tem filhos sabe que há coisas incontroláveis e sabe que não pode prescindir dos seus princípios mesmo que os filhos façam isto ou aquilo.

O aproveitamento político destas situações faz parte de um estilo de política que reflecte o intelecto e a verdadeira postura de quem pretende dirigir um Estado.

O cinismo da desmarcação deste nojo, sabendo-se que o nojo é levantado e mantido pelas equipas de campanha, não isenta.

CPrice disse...

nunca me passaria pela cabeça negar um principio ou valor meu porque a minha filha o corrompeu e não respeitou.
Passar-me-ia sim rever a minha postura por não ter sabido transmitir-lho ..

Quando ao resto .. às vezes as posições mais "delicodoces" são as mais relevantes, de facto ..

Aqueduto Livre disse...

Mau caro barbeiro,

estou contente de o ter de volta.

Tenho a barba por escanhoar faz um ror de tempo e o cabelo...esse, nem é bom falar dele.

Agora, o que se está passar com a filha da governadora do Alaska, a senhora Sara Palin - só se pode entender por quatro ordens de razões:

1/ A senhora é americana e candidata a vice-presidente dos USA;
2/A senhora é super conservadora e tem uma moral super exigente (puritana, mesmo...);
3/O eleitorado e os meios de comunicação social nos USA têm a mania de escrutinar os comportamentos "privadíssimos" dos políticos e, sobretudo, quando são escolhidos para poderem ocupar a hierarquia do estado,
4/A senhora Sara Palin "levou", (diz você muito bem em relação às declarações do Obama), foi aconselhada pelos consultores de Mccain, a levar a "família" TODA à "festa" de anúncio da sua candidatura, incluindo a filha grávida e o "filho" portador de deficiência, mais pequeno, mas ao colo da filha grávida (NUNCA a senhora Sara Palin pegou neste "seu" filho)nesse momento de entronização. Reparou nesse pormaior? Como bem sabe, nos USA, as máquinas eleitorais, fazem prevenção dos possíveis DANOS colaterais...

As suas análises serão tão ou mais procedentes e válidas - se tiver (como o seu mandante antropólogo faz nos trabalhos de campo em paragens remotas...)em conta a "cultura" dos países e dos paisanos. Nos USA estes "pormaiores" podem custar eleições e mandatos. Já se esqueceu da estagiária do senhor Clinton e da sala Oval? Os USA não são Portugal e, menos ainda a França.

Em França o Presidente Miterrand tinha amantes; toda a gente sabia e, pacto não escrito, NINGUÉM publicou o que quer que fosse sobre essa realidade. Toda a gente sabia que Mitterand tinha uma filha, Mazzarine, dum affaire com uma amante e NINGUÉM tocou no assunto. Foi Mitterrand que combinou com a Paris Match uma "sessão" de fotos, à distância, à saída dum restaurante onde foi refeiçoar com a filha ilegitima. Esse momento foi a legitimação de Mazzarine como "filha" do presidente Mitterand.

O poste já vai longo.

Para remate de conversa: em Roma sê romano; em França sê francês e, nos USA - devemos ser americanos, para podermos entender os fenómenos mediáticos...e não só.

Abraço, com saudades de permeio,

Zé Albergaria

Luís Novaes Tito disse...

Ou os meus clientes Once e Ze Albergaria não têm filhos ou então têm muita sorte porque se é verdade que podemos e devemos passar os nossos princípios aos nossos filhos eles continuam a ser pessoas livres para fazerem a sua própria vida.

Essa de culpar os pais pelos erros dos filhos não tem qualquer cabimento.

Claro que temos de nos por no papel de americanos se quisermos falar deles, caro Zé Albergaria, mas é um erro falar de cultura americana para referir as multiplas culturas que existem nos EUA. Para além disso o nojo de determinadas práticas é universal e por isso mesmo Obama se demarcou da campanha, embora ela tenha sido levantada pelos seus.
Quanto a Sara Palin se ter apresentado com a família nada há a dizer uma vez que essa é a prática. Teria sido um erro, e aí sim, da responsabilidade dela, se se envergonhasse dos seus filhos e os tentasse esconder.

Abraço

Anónimo disse...

Obrigada pelo link. Obama fez bem em demarcar-se de imediato deste tipo de campanha, mesmo que ela tenha vindo das fileiras dos seus apoiantes, o que não significa que tenha sido ele a inspirá-la ou que a conhecia de antemão.

Aqueduto Livre disse...

Caro Barbeiro,

Ao todo e por todo tive 4 filhos, todos rapazes. Três biológicos e um legitimado. Este, suicidou-se depois de anos penosos a consumir droga. O seguinte, morreu num acidente de viação perto da estátua de Waterloo na Béliga.

Eram belgas, dum casamento com uma judia da antiga Besserábia.

Actualmente, tenho dois rapazes. Um com 28 anos, músico, criativo numa agência internacional de publicidade.Líder dos Vicious Five. Tenho outro, também músico, mas ainda incipiente, no 10º Ano de Ciências.

Creio que leu mal o meu comentário.

Eu não emiti nenhum juízo de valor, menos ainda moral sobre a senhora Laura Patin e tão pouco sobre a filha de 17 anos.

O que eu tentei sublinhar é o modus operandi das máquinas mediáticas e partidárias nos USA, que TUDO contaminam e cosnpurcam: democratas, republicanos, liberais e etc.

E, mesmo sobre essas, não emiti juizos de valor. São o que são. São como são. Mas fazem estragos avassaladoras.

Aquilo que poderá perpassar no meu comentário - é uma certa surpresa pela escolha da candidata republicana (sabendo o senador Mccain o percurso da senhora Sara Palin...) é perturbador, para mim, que ele tenha corrido os riscos , que, claramente, se podem revelar devastadores para as suas pretensões a chegar à Casa Branca.

Quando ao seu juizo (eu não sou relativista cultural: abomino mesmo quem explica as coisas, os comportamentos, e as normas de certos países por aqui)sobre um valor, um direito humano universal(o direito à privacidade, o direito de usfruir do seu corpo e....etc), não posso estar mais de acordo.

E o que é que temos que opinar sobre a gravidez duma jovem americana de 17 anos? E que é que isso importa para as Eleições americanas? Para mim, NADA!

Para os eleitores ameriacnos, conservadores, republicanos, pode querer dizer MUITO!.

Foi isto que eu tentei dizer.

Este que muito o considera,

Zé Albergaria

Luís Novaes Tito disse...

OK, Zé Albergaria

Estamos entendidos.

Abraço

CPrice disse...

:) Caro Luis tenho sim um filha mas será talvez como diz, até hoje, alguma sorte também.
Quanto à "culpa" conhecendo-me como conheço sei que dificilmente não me sentirei "culpada" se ..
Abraço