Boykote ao assalto
Manuel Pinho parece ter finalmente percebido que os preços dos combustíveis terão de ser olhados por quem tem por obrigação zelar pelos interesses dos consumidores.
Percebe-se que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tenha vindo ontem dizer que o Governo não deve intervir nesta questão e sabe-se bem porquê:
1º Porque a sua preocupação não é a da defesa dos consumidores e a alta dos combustíveis representa um acréscimo no IVA arrecadado;
2º Porque se esquece, talvez por ninguém lho fazer lembrar, que este é um Governo do PS e não do PSD, conforme ele gostaria.
Esta, mais esta, série de declarações antagónicas feita praticamente no mesmo dia por diferentes membros do mesmo Governo sem que haja uma resposta política de alto nível que demonstre a concertação de políticas, passa para a opinião pública a imagem do Deus-dará onde Ministros e Secretários de Estado dizem tudo e o seu contrário e permite que os do costume, neste caso a GALP e compª, continuem a gozar com os consumidores e as entidades reguladoras a preocuparem-se unicamente com a defesa dos tachos bem pagos que detêm.
Manuel Pinho desta vez tem toda a razão.
O Governo existe para governar e governar implica tomar todas as acções necessárias para defesa dos governados. Há que entender que os consumidores estão cada vez menos burros e acomodados e não adianta virem os opinadores do costume, como um tal Camilo da rádio, com a conversa de que os preços dos combustíveis têm de oscilar no consumidor conforme a variação diária do preço das matérias primas, porque isto não acontece em mais nenhum sector da economia.
Mal estaríamos se os preservativos variassem diariamente de preço consoante as oscilações que se verificam no mercado da borracha.
Não podemos andar ao sabor dos lucros aspirados pelos monopólios, mesmo que nos queiram fazer crer que é isso o tal funcionamento do mercado de que tanto gostam de falar. Se um dia a GALP voltar a ter problemas (o que se espera que nunca aconteça) não hesitará em recorrer ao Estado para lhos resolver, tal se observa noutros casos actualmente nos EUA.
As acções que Manuel Pinho avisou só pecam por ser tardias.
LNT
Rastos:
-> Portugal Diário - Governo admite intervir se preços dos combustíveis não baixarem
4 comentários:
Na realidade, o mercado nem sempre é optimizador. O negócio da gasolina é uma dessas situações (oligopólio cartelizado).
Solução? Preços administrativos!
!!!!!! NÃO !!!!!!
CONCORRÊNCIA A SÉRIO:
É preciso combater os governantes (Pinas's Moura's e afins) que adoram fazer negociatas para amigos...
Ou seja: é urgente que exista uma Manifestação Popular para exigir que, CONSTITUCIONALMENTE, os governos sejam obrigados a ter em funcionamento empresas 100% públicas (nos sectores considerados vitais para a economia) a fazer concorrência às empresas privadas. Mais, caso um governo não seja capaz de ter essas empresas públicas (a fazer concorrência às privadas - nos sectores considerados vitais) a dar lucro, então um governo deve ser, CONSTITUCIONALMENTE, imediatamente demitido pelo Presidente da República.
Resumindo: os especuladores privados estão a precisar de concorrência pública a sério!!!
Os preservativos, em Portugal, já são dos mais caros da Europa.
O link que comprova o que eu disse: http://www.environmentalgraffiti.com/offbeat-news/worlds-most-expensive-places-to-have-sex/1405
é sempre bom saber:
"O ministro da Economia, Manuel Pinho, tem um negócio em curso com o responsável que escolheu para liderar a Autoridade da Concorrência (AdC), por si tutelada, tendo recebido um sinal de 300 mil euros."
A notícia é do Correio da Manhã.
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