Observo que a maioria dos jovens com que me cruzo na rua estão ligados a uma coisa qualquer que os faz abanar a cabeça, ondular os membros ou falar sem cessar como se esse falar desmaterializado fizesse sentido para quem os rodeia.
Percebo a necessidade de estar ligado. Faz evitar a temida introspecção que assusta quando se fala para dentro e se recebe, de retorno, a voz do pensamento.
Sei que, na urbe, o nosso próximo não é o que está ao lado, mas aflige ver tanta gente com ar vazio fixado na transparência dos outros em vez de lhes espreitar os olhos.
Parecem entidades ligadas ao mundo por fios que lhes saem pelas orelhas e por onde recebem remotamente todas as ordens de comando.
LNT
[0.422/2011]
Percebo a necessidade de estar ligado. Faz evitar a temida introspecção que assusta quando se fala para dentro e se recebe, de retorno, a voz do pensamento.
Sei que, na urbe, o nosso próximo não é o que está ao lado, mas aflige ver tanta gente com ar vazio fixado na transparência dos outros em vez de lhes espreitar os olhos.
Parecem entidades ligadas ao mundo por fios que lhes saem pelas orelhas e por onde recebem remotamente todas as ordens de comando.
LNT
[0.422/2011]
4 comentários:
Luís, os modernos robôs não precisam de fios para andar "ligados"...
Abraço.
(Quanto aos humanos, concordo contigo.)
Porfírio, isso nota-se logo no boneco que ilustra o post :)
wireless...
abraço
Como quase sempre, estou de acordo.
Maria
E eis como um post pequeno é afinal um grande post!
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