sexta-feira, 16 de maio de 2014

O inacreditável preto e branco

SócratesParece que Sócrates estará presente na habitual descida do Chiado com que o PS conclui as suas campanhas eleitorais.

Isto, segundo o Público (e outros, alguns que até habitualmente primam pelo bom senso e que no geral se recusam a ver tudo a preto e branco), deveria provocar espanto. Leio que há quem entenda que as críticas anteriormente dirigidas a algumas acções promovidas pela direcção Sócrates eram um combate a TODAS as acções da direcção Sócrates. Até há quem queira fazer passar que essas críticas culpabilizavam a direcção Sócrates por todos os males do Mundo, incluindo os que advieram da actual crise especulativa mundial.

Nada mais falso, nada mais preto e branco. Sempre houve quem, assumindo a sua condição de homem livre mesmo estando filiado num Partido, nunca tivesse deixado de criticar aquilo com que não concordava mas sempre se colocou na defesa do Partido por entender que sem o PS, mesmo apesar de alguns erros históricos aqui e ali cometidos, Portugal nunca teria chegado ao desenvolvimento social a que chegou, estado que agora está a ser desbaratado pela direita radical instalada na Europa e em particular, em Portugal.

A crítica dentro do PS nunca fez com que, em alturas de defesa do Partido, os socialistas deixassem de agir a favor do seu Partido. Nunca baralharam o Partido que construíram, com as suas direcções. O Partido é aquilo que a sua Declaração de Princípios anuncia e é o conjunto dos seus militantes.

Se é verdade que algumas das acções do anterior Governo foram criticáveis, muitas outras foram de grande valor e umas e outras são inegavelmente melhores do que o terrorismo social provocado pelo ultrarradicalismo instalado no poder.

O Partido Socialista não tem no ADN o apagamento da sua História e os seus líderes terão sempre lugar no corredor da memória do Rato que liga a sala da direcção do Partido ao salão nobre onde se reúnem os militantes para trabalhar a favor de Portugal e do bem estar dos portugueses.

Estranho seria se um anterior Secretário-geral se recusasse ou fosse impedido de participar em defesa desses princípios.
LNT
[0.166/2014]

3 comentários:

Anónimo disse...

Volta Sócrates, ràpidamente!
Foste o melhor Primeiro Ministro que Portugal teve. E eu que nas primeiras eleições nem votei em ti, depois tive que me render às tuas capacidades de liderança em prol do desenvolvimento do País e do bem estar das pessoas!

Luís Novaes Tito disse...

Para ser um comentário tão"na primeira pessoa" faltou a identificação da pessoa.

ibmartins disse...

Mas o problema não são as críticas ao governo de Sócrates. É precisamente a ausência de críticas.
Uma avaliação do que correu bem e mal, aberta e frontal, teria sido muitíssimo bem vinda. Fez mesmo muita falta.
Critico, e muito, a ausência de crítica aberta e sobretudo o silêncio total, que deixou e deixa sem qualquer contraditório as acusações constantes do governo e afins que "culpabilizavam a direcção Sócrates por todos os males do Mundo, incluindo os que advieram da actual crise especulativa mundial".
Quem cala consente.
E já agora, quando a fábrica de pilhas para carros desistiu de investir em Portugal, quando desapareceram com estrondo as novas oportunidades, quando o Magalhães, primeiro demonizado, começou a ser vendido com outro nome, quando o Simplex se tornou complicadex e agora tenta ser resuscitado. O que diz Seguro??
Na verdade tinha tanto para dizer, tanto por onde ir, tanto que defender, mas escolheu andar a reboque do governo nos temas e nas falas, e depois encontra becos sem saída - não foi ele que pediu uma saída limpa?