[0.921/2008]
Sexta-feira, finalmente [ III ]
Tinha o destino marcado. Pimpona e inchada por ser a maior do aquário acabou no saco e marchou até à cozinha onde a esperava o vinagre de vinho tinto para ser emborcado e lhe resolver a agonia.
A panela com água salgada em cachão aguardava que ela entrasse no banho, já completamente inanimada.
Ferveu quinze minutos e depois pôs-se ao fresco até levar duas pancadas fortes na casca para a separar do corpo. Escorrida da água, misturadas as entranhas sem guelras com o picado de ovo cozido e das cebolinhas de pickles, restou embrulhar o preparado na colher de sopa de maionese, na de sobremesa de ketchup e nas de café de cognac e de mostarda.
O martelo de madeira tratou de lascar as patas e o facalhão dividiu em quatro o arcaboiço do animal para o acompanhar com tostinhas, pão fresco e um branco seco.
Na televisão, para enquadrar o pitéu, Judite de Sousa em pau de Loureiro.
Boa noite e bom fim-de-semana
LNT
PS: Não esquecer o Jorge Palma - Encosta-te a mim na coluna da direita.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
[0.920/2008]
Gerir a mudança
Tudo quanto se possa fazer para desbloquear um impasse terá de ser considerado um passo em frente. Uma das coisas mais irritantes nos projectos portugueses, e é irritante porque só serve para os travar, é o posicionamento de resistência que consiste no levantamento sucessivo de problemas sem haver o cuidado de, em simultâneo, serem apresentadas soluções para a sua resolução.
Daí resulta que, e associado ao facto da gestão da mudança não ser disciplina obrigatória de quem se mete a fazer "reformas", os projectos de suporte a essas "reformas" encalhem, se arrastem e não progridam.
É necessário identificar os constrangimentos e resolvê-los, inclusive substituindo os actores dos projectos quando se conclua serem eles próprios constrangimentos ou impedimentos e é mandatório que os intervenientes não se comportem como comentadores a quem só interessa a coisa política, desprezando a coisa pública.
Medir o ganha-e-perde, o avanço-e-recuo e desleixar os progressos e a abertura para fazer progredir resulta em nada, para além do protagonismo político.
LNT
Gerir a mudança
Tudo quanto se possa fazer para desbloquear um impasse terá de ser considerado um passo em frente. Uma das coisas mais irritantes nos projectos portugueses, e é irritante porque só serve para os travar, é o posicionamento de resistência que consiste no levantamento sucessivo de problemas sem haver o cuidado de, em simultâneo, serem apresentadas soluções para a sua resolução.
Daí resulta que, e associado ao facto da gestão da mudança não ser disciplina obrigatória de quem se mete a fazer "reformas", os projectos de suporte a essas "reformas" encalhem, se arrastem e não progridam.
É necessário identificar os constrangimentos e resolvê-los, inclusive substituindo os actores dos projectos quando se conclua serem eles próprios constrangimentos ou impedimentos e é mandatório que os intervenientes não se comportem como comentadores a quem só interessa a coisa política, desprezando a coisa pública.
Medir o ganha-e-perde, o avanço-e-recuo e desleixar os progressos e a abertura para fazer progredir resulta em nada, para além do protagonismo político.
LNT
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
[0.917/2008]
Cheiro a bafio
Se Santana Lopes tivesse dito, sem pensar, o que Manuela Ferreira Leite disse com intenção, porque o cheiro a bafio transpirou em toda a comunicação e decorre de uma lógica continuada da expressão do seu pensamento, tinham-no crucificado. Se Menezes tivesse mantido silêncio na explosão de um qualquer BPN, tinham-no apedrejado. Se Mendes tivesse alvitrado a escolha de alinhamentos na comunicação social tinham-no seviciado. No entanto, quando há duas semanas se ensaiou a suspensão "temporária" da democracia na Madeira (e o caro vizinho Villalobos não venha cá com a conversa da bota-com-a-perdigota ou do cu-com-as-calças), a Dr.ª Manuela em princípio consentiu, porque se calou.
Mas Manuela é moeda-boa por obra e graça de Belém, abençoada pelos megafones de serviço da nação e não se inibe do ataque ao regime com a candura bafienta do que lhe vai na alma. A Dr.ª Manuela sabe poder registar o que realmente pensa e que, apesar das esponjas que a blindam disfarçando com catalogações diversas o que ela inscreve (como se fosse ironia, gaffe ou mal entendido) um dia, se Deus a conduzir e os homens nela votarem, poderá usar o aviso feito em tempo.
O que ela disse, está dito. O que dizem que ela disse ou a intenção que dizem ter tido não é o que ela defende.
LNT
Cheiro a bafio
Se Santana Lopes tivesse dito, sem pensar, o que Manuela Ferreira Leite disse com intenção, porque o cheiro a bafio transpirou em toda a comunicação e decorre de uma lógica continuada da expressão do seu pensamento, tinham-no crucificado. Se Menezes tivesse mantido silêncio na explosão de um qualquer BPN, tinham-no apedrejado. Se Mendes tivesse alvitrado a escolha de alinhamentos na comunicação social tinham-no seviciado. No entanto, quando há duas semanas se ensaiou a suspensão "temporária" da democracia na Madeira (e o caro vizinho Villalobos não venha cá com a conversa da bota-com-a-perdigota ou do cu-com-as-calças), a Dr.ª Manuela em princípio consentiu, porque se calou.
Mas Manuela é moeda-boa por obra e graça de Belém, abençoada pelos megafones de serviço da nação e não se inibe do ataque ao regime com a candura bafienta do que lhe vai na alma. A Dr.ª Manuela sabe poder registar o que realmente pensa e que, apesar das esponjas que a blindam disfarçando com catalogações diversas o que ela inscreve (como se fosse ironia, gaffe ou mal entendido) um dia, se Deus a conduzir e os homens nela votarem, poderá usar o aviso feito em tempo.
O que ela disse, está dito. O que dizem que ela disse ou a intenção que dizem ter tido não é o que ela defende.
LNT
[0.916/2008]
Desconstrução das ironias
Esta ironia do Prof. Queirós ter arrecadado 6-2 e mais uns milhares de Euros no luxo da passeata é outra das muitas e finas ironias a que nos vamos habituando no trilho do conselho antigo do Dr. Vitorino.
Aliás, parefraseando outros dignos e ilustres comentadores da praça, só a falta de inteligência não permite entender estas ironias e com elas rir muito, porque estupidez é entristecer perante as cavaladas que cada-dia nos dão hoje.
Espero que a próxima ironia não seja qualquer coisa do género como termos entrado em recessão, que ironicamente alguém há dois meses dizia não estar ao nosso alcance, ou qualquer outra ironia que os valha.
LNT
Desconstrução das ironias
Esta ironia do Prof. Queirós ter arrecadado 6-2 e mais uns milhares de Euros no luxo da passeata é outra das muitas e finas ironias a que nos vamos habituando no trilho do conselho antigo do Dr. Vitorino.
Aliás, parefraseando outros dignos e ilustres comentadores da praça, só a falta de inteligência não permite entender estas ironias e com elas rir muito, porque estupidez é entristecer perante as cavaladas que cada-dia nos dão hoje.
Espero que a próxima ironia não seja qualquer coisa do género como termos entrado em recessão, que ironicamente alguém há dois meses dizia não estar ao nosso alcance, ou qualquer outra ironia que os valha.
LNT
[0.915/2008]
Blogs
Farto de política, poesia, literatura, conversa da treta e spinisses?
Então vá até ao Blog Cocktails do João Boavida e troque, de vez em quando, o teclado por uma actividade mais repousante.
LNT
Blogs
Farto de política, poesia, literatura, conversa da treta e spinisses?
Então vá até ao Blog Cocktails do João Boavida e troque, de vez em quando, o teclado por uma actividade mais repousante.
LNT
Rastos:
-> Cocktails ≡ João Boavida
[0.914/2008]
Rubricas
Amanhã será editado o "Já fui feliz aqui" nº CCCLXV. Quer isto dizer que está realizado um ano desta rubrica (embora em ano bissexto ainda falte mais um dia).
Começa a ser difícil arranjar assunto e corre-se o risco da repetição mas a rubrica (muito criticada por uns e louvada por outros) pretende ter uma carga mínima de optimismo no separador, uma espécie de chamamento para iniciar o dia com algo que muitas vezes passou ao lado mas que hoje trás algum sentido aos muitos dias já vividos.
Todos merecemos ter muitos "já fui feliz aqui" na nossa vida, mesmo que essa felicidade tenha sido coisa de um só instante.
LNT
Rubricas
Amanhã será editado o "Já fui feliz aqui" nº CCCLXV. Quer isto dizer que está realizado um ano desta rubrica (embora em ano bissexto ainda falte mais um dia).
Começa a ser difícil arranjar assunto e corre-se o risco da repetição mas a rubrica (muito criticada por uns e louvada por outros) pretende ter uma carga mínima de optimismo no separador, uma espécie de chamamento para iniciar o dia com algo que muitas vezes passou ao lado mas que hoje trás algum sentido aos muitos dias já vividos.
Todos merecemos ter muitos "já fui feliz aqui" na nossa vida, mesmo que essa felicidade tenha sido coisa de um só instante.
LNT
Rastos, referências e agradecimentos:
-> 2 Dedos de Conversa ≡ Helena Araújo - Um ano feliz
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
[0.912/2008]
O descascar da laranja
Na tal coisa da ginástica acrobática e de aparelhos diversos para se transformar num sapo uma linda princesa, o argumento mais estapafúrdio de todos é mesmo o de dizer que a princesa em causa é capaz de fazer uma ironia. Até de rir ela é incapaz, quanto mais de fazer rir.
LNT
O descascar da laranja
Na tal coisa da ginástica acrobática e de aparelhos diversos para se transformar num sapo uma linda princesa, o argumento mais estapafúrdio de todos é mesmo o de dizer que a princesa em causa é capaz de fazer uma ironia. Até de rir ela é incapaz, quanto mais de fazer rir.
LNT
Rastos:
-> Corta-fitas ≡ João Villalobos - Pelo menos não dou cambalhotas
-> Respirar o mesmo ar ≡ Joaquim Paulo Nogueira - Elogio do barbeiro
[0.911/2008]
Oposição ao regime
Desta vez João Villalobos bem pode tentar dar a volta que quiser.
Pode em último caso dizer que há circo, que quem afirma que Manuela Ferreira Leite é anti-democrática não tem dois dedos de testa, que a senhora não tem culpa porque a incompetência é da sua assessoria. Pode, inclusive, tentar argumentar com a grande mentira de que a ironia não é uma arma.
João Villalobos pode fazer espargata, dar três flic-flacs e meia pirueta encarpada com mortal de costas e ainda pintar o diabo, porque a senhora Dr.ª Manuela disse o que disse, depois de ter estado calada perante semelhante disparate na Madeira e demonstrou que Alberto João não está só.
Estes exercícios são bons para a memória e é bom que se puxe por ela para se recordar todos os tiques de autoritarismo e de deficit democrático de que Manuela Ferreira Leite deu provas quando exerceu o poder, tanto como Ministra da Educação como depois nas Finanças.
Deixámos de falar de oposição ao poder democrático para passar a ter oposição ao regime. Ainda faltará muito para ela se ir embora? E o Presidente da República irá de novo ficar calado?
LNT
Oposição ao regime
Desta vez João Villalobos bem pode tentar dar a volta que quiser.
Pode em último caso dizer que há circo, que quem afirma que Manuela Ferreira Leite é anti-democrática não tem dois dedos de testa, que a senhora não tem culpa porque a incompetência é da sua assessoria. Pode, inclusive, tentar argumentar com a grande mentira de que a ironia não é uma arma.
João Villalobos pode fazer espargata, dar três flic-flacs e meia pirueta encarpada com mortal de costas e ainda pintar o diabo, porque a senhora Dr.ª Manuela disse o que disse, depois de ter estado calada perante semelhante disparate na Madeira e demonstrou que Alberto João não está só.
Estes exercícios são bons para a memória e é bom que se puxe por ela para se recordar todos os tiques de autoritarismo e de deficit democrático de que Manuela Ferreira Leite deu provas quando exerceu o poder, tanto como Ministra da Educação como depois nas Finanças.
Deixámos de falar de oposição ao poder democrático para passar a ter oposição ao regime. Ainda faltará muito para ela se ir embora? E o Presidente da República irá de novo ficar calado?
LNT
Rastos:
-> Corta-fitas ≡ João Villalobos
-> Sol ≡ Até não sei se não é bom haver seis meses sem democracia
-> SICn ≡ Vídeo - Líder do PSD fala de "ordem" e "democracia"
terça-feira, 18 de novembro de 2008
[0.909/2008]
Já chegámos à boa-moeda à la Madeira ou
o novo paradoxo do ornitorrinco
LNT
Já chegámos à boa-moeda à la Madeira ou
o novo paradoxo do ornitorrinco
«E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia»Palavras para quê? É uma artista portuguesa que trocou o silêncio por uma catrefada de disparates.
Manuela Ferreira Leite
LNT
Rastos:
-> Sol ≡ Até não sei se não é bom haver seis meses sem democracia
-> SICn ≡ Vídeo - Líder do PSD fala de "ordem" e "democracia"
[0.908/2008]
Brincar com os polícias
Fernando e Mário Contumélias fizeram hoje no Palácio Foz a apresentação do Polícia à portuguesa, um livro de "jornalismo comunitário" sobre "uma polícia mal preparada, desmotivada e sem condições de trabalho".
Ao contrário do que se poderia esperar não é uma obra de jornalismo de investigação mas quase só uma compilação de depoimentos efectuados por efectivos da PSP que deixam ficar, na perspectiva dos autores, um retrato "cru" actual e realista daquela instituição.
Trata-se de uma edição dos Livros d’Hoje – Publicações Dom Quixote.
Após a leitura deixarei melhor comentário.
LNT
Brincar com os polícias
Fernando e Mário Contumélias fizeram hoje no Palácio Foz a apresentação do Polícia à portuguesa, um livro de "jornalismo comunitário" sobre "uma polícia mal preparada, desmotivada e sem condições de trabalho".
Ao contrário do que se poderia esperar não é uma obra de jornalismo de investigação mas quase só uma compilação de depoimentos efectuados por efectivos da PSP que deixam ficar, na perspectiva dos autores, um retrato "cru" actual e realista daquela instituição.
Trata-se de uma edição dos Livros d’Hoje – Publicações Dom Quixote.
Após a leitura deixarei melhor comentário.
LNT
Rastos:
-> Livros d'Hoje ≡ Polícia à portuguesa
-> Sol ≡ Rui Pereira apresenta livro que arrasa a polícia portuguesa
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