terça-feira, 14 de junho de 2011

Ao pote, ao pote, pela terra e pelo mar

ArtesanatoAquilo que se considerava uma impossibilidade foi concretizado:
Estão fechadas as negociações Passos Portas.

Não terá sido por portas travessas, embora conste que não terão faltado travessuras diversas, entre elas a quebra de várias promessas eleitorais que agora serão justificadas com a necessidade de "moldar" os compromissos à realidade resultante do sufrágio do dia 5 uma vez que nem o PSD conseguiu atingir a sua meta da maioria absoluta nem o PP conseguiu eleger Paulo Portas para Primeiro-ministro.

Cavaco já sabe de tudo, ficando ainda por esclarecer se irá assistir aos Conselhos de Ministros em São Bento ou se prefere presidi-los por conferência electrónica a partir do Palácio de Belém tal como já faz desde que desconfiou que Sócrates andava a ler o seu email pessoal e substituiu as mensagens à Assembleia da República por posts através do FaceBook.

Consta que Fernando Nobre está ainda a reflectir sobre as propostas que lhe foram colocadas para evitar que se sente na Assembleia da República uma vez que o cadeirão central da tribuna não parece ter sido talhado para receber tais fundilhos.

Certo é que o BPN vai ser vendido a tostão e que o nosso querido novo líder já embalou a trouxa para fazer a sua primeira viagem de Falcon até ao centro europeu onde Frau Doroteia o espera de menina-dos-sete-olhos atrás das costas e José Barroso lhe prepara uma festa de arromba e umas passeatas à custa do mel que escorre do saco azul com estrelas douradas.

Não fosse o jeitinho brasileiro para eleger um Tiririca luso e já nada ensombrava a esperada posse do novo Governo que, Deus queira, não venha a ter desmaios, discursos comidos, nem bocas abertas quando se anunciarem as pastas de cada um.

Meninos, telemóveis ligados e em alta voz. O pote espera-os.
LNT
[0.227/2011]

domingo, 12 de junho de 2011

Camaradas,

Cartão PSVão-me desculpar todos os outros frequentadores deste espaço, mas hoje dirijo-me aos meus camaradas.

Todos nós que somos filiados no Partido Socialista sabemos que ser militante de um Partido político (do PS ou de qualquer outro) é incompreensivelmente considerado por grande parte dos nossos concidadãos como uma coisa má. Todos nós já sentimos o dedo a apontar na nossa direcção e a maior parte de nós já sentiu o peso que esses dedos têm quando se fecham e nos acertam em cheio na cara.

Nós, que temos o nome fichado e que assim o mantemos nos bons e nos maus momentos, sabemos o que é ter a responsabilidade acrescida de escolher, de entre nós, os potenciais dirigentes de Portugal. Nós, os militantes, somos os primeiros responsáveis pelos candidatos que se apresentam a sufrágio quando se realizam eleições nacionais. É por isso que em democracia não existem vencedores nem derrotados pessoais e sentimos como nossas todas as derrotas e vitórias, mesmo quando dentro do nosso Partido não tivemos responsabilidade na eleição do líder.

Em última instância nós, os militantes do Partido Socialista (e isto aplica-se em todos os outros Partidos democráticos), que damos a cara, que somos insultados, que somos os "suspeitos do costume", que somos ultrajados e rotulados, somos os mais cidadãos de todos os cidadãos. Acabamos também por ser os únicos que temos direito a dois votos. Um, para eleger entre nós os que se apresentarão um dia a todos os outros e a outra para, com todos os outros, os elegermos na Nação.

Esta é a nossa grande responsabilidade e por isso temos a obrigação de escolher bem, consciente e independentemente de todas as pressões que sobre nós exercem os que nunca se comprometem mas que entendem que nos podem condicionar.

São muitas as formas de pressão. Basta abrir os jornais, basta ligar as televisões, basta ler a opinião publicada electronicamente, para o sentir, normalmente sobre a forma de atoardas que, quando analisadas, se revelam sem qualquer fundamento.

Nós, Camaradas, mais do que de outras vezes, temos dois excelentes militantes com provas dadas a concorrerem à liderança do PS. Falta-lhes apresentar os seus programas, que serão também nossos, pois é nossa competência o envolvimento na sua construção.

Sabem, já vos disse, que sou apoiante de António José Seguro. É nele que melhor me revejo na postura crítica construtiva, na lealdade insubmissa, na frontalidade e na defesa dos princípios que fundam o Partido Socialista.

Estou convicto de que seremos também nós que apresentaremos as melhores soluções para o nosso Partido e para Portugal.
LNT
[0.225/2011]

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seguramente, admito-o

PianoJá se vêm por aí os carregadores de pianos a estrebuchar. Normal, pois não se concebe um carregador de pianos sem piano para carregar.

Vem isto a propósito das epístolas que se multiplicam na fé e pouco na doutrina. É interessante verificar que os disclaimers dessas epístolas anunciam quase sempre a condição de independentes.

Para quem milita num Partido as coisas passam-se de forma diferente. Nós, os que temos o odiado cartão e habitualmente somos olhados como leprosos, escolhemos entre os nossos pares aqueles a quem reconhecemos capacidade para liderar processos doutrinários. Isso distingue-nos no envolvimento e dá-nos a capacidade de decisão. Impede-nos (ou deveria impedir-nos) da tentação da deificação.
O simples facto de fazer parte de uma comunidade faz-nos preferir o bem comum aos seus líderes. Quando essas comunidades são democráticas sabe-se que o poder é transitório e que as ideias são o primado. Elas subsistirão às lideranças temporais.

Termino já.

Às vezes, como o é desta, temos de escolher o melhor de entre os bons. Assis tem todas as características de bom político, tem tudo para poder dirigir o Partido Socialista com mão segura e garantir que o PS continue a ser a referência da democracia em Portugal.

Mas é em António José Seguro que reconheço a capacidade para liderar o projecto que defendo para o Partido Socialista e para Portugal. Por isso serei seu apoiante. Com a mesma lealdade e sem a mesma fidelidade com que sempre estive ao lado daqueles que ganharam e perderam na luta pelos ideais do socialismo democrático.

É a hora da construção. Mãos à obra.
LNT
[0.223/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXIX ]

Ad Lib
Ad Lib - Lisboa - Portugal
LNT
[0.222/2011]

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Avançar, que se faz tarde

António CostaGosto de António Costa. A amizade é coisa antiga, desde os tempos em que ainda se fazia política nas estruturas de base do Partido Socialista. Nem sempre estivemos do mesmo lado da cerca, até porque nunca fiz da política a minha forma de subsistência, o que acaba por nos distinguir no percurso. Mesmo quando dele discordei, sempre reconheci em AC um tipo capaz, combativo e leal. Homem de projecto, inteligente e perspicaz.

Não duvido que António Costa teria sido um excelente Secretário-Geral do Partido Socialista, principalmente agora, numa altura em que o PS tem de se repensar internamente para procurar soluções políticas e técnicas e, se pensamento político não lhe falta, terá também de dispor de tecnicidade para fundamentação das suas propostas.

António Costa clarificou a sua posição. Não está disponível para assumir a direcção do Partido Socialista porque o seu compromisso maior é com os eleitores que o fizerem Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, justificação que honra a dignifica o papel de responsabilidade que o PS deve garantir quando se submete a sufrágio.

Aguarda-se, agora com as eleições internas já agendadas para 22 e 23 de Julho, que os candidatos se façam anunciar. Antes do mais, parece ser importante que quem se julga capaz de desempenhar a tarefa se apresente para começar a agregar ideias e projectos em vez de andar a contar espingardas para uma batalha sem objectivo. Não é tarefa fácil, reconheço, nem sequer é tarefa para ganhos imediatos porque se inicia a travessia do deserto, mas será daqui que resultará o conceito e a proposta que reafirmará o Partido Socialista como a grande força capaz de enfrentar os desafios que Portugal tem de vencer.
LNT
[0.221/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXVIII ]

Blues Café
Blues Café - Lisboa - Portugal
LNT
[0.220/2011]

terça-feira, 7 de junho de 2011

Escolhas

Ana VidigalNunca me foi especialmente difícil fazer escolhas políticas.

No quadro nacional voto na Declaração de Princípios em que me revejo, independentemente dos protagonistas e, como sempre votei conscientemente nos protagonistas dentro do Partido Socialista, nunca me senti amargurado com o meu voto nacional.

No quadro partidário voto em programas e em pessoas com as quais me identifico, o que por vezes é um pouco mais difícil porque isso implica ter de escolher entre gente que se revê na mesma Declaração de Princípios. Guio-me pelos seus programas e pelo meu conhecimento pessoal dos candidatos. Tenho feito escolhas, umas vezes, não poucas, com o envolvimento directo para construção desses programas e outras, por simplesmente me rever nas suas propostas. Foi assim quando do "ex-secretariado" versus Mário Soares, quando de Sampaio versus Guterres, quando de Ferro Rodrigues versus Jaime Gama (que não chegou a ser), quando de Manuel Alegre versus João Soares e principalmente versus José Sócrates, isto para só falar de coisas maiores das quais mantenho memória fresca.

Aproxima-se nova contenda e pressinto perfilarem-se candidatos que irão certamente apresentar programas muito semelhantes e que, tendo perfis pessoais distintos, são pessoas que aprendi a estimar politicamente ao longo dos anos no acompanhamento dos seus percursos.

Aguardo pacientemente que se apresentem pois começa a faltar paciência para candidatos que aguardam tacitamente que os apontem, preferindo que sejam eles a tomar a iniciativa e a assumir o risco e a vontade de se apresentarem.

A política do risco calculado e de falsos sacrifícios tem os seus dias contados. Quando houver matéria voltarei ao assunto e assumirei a defesa do partido que tomar.
LNT
[0.219/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXVII ]

Praia da Amorosa
Praia d'Amorosa - Minho - Portugal
LNT
[0.218/2011]

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A cultura do ódio

DiaboA cultura do ódio traz derrotas, até nas vitórias. Já o vimos com Cavaco Silva quando venceu e vemo-lo permanentemente quando acompanhamos, p.e., o percurso de Manuela Ferreira Leite ou de Pacheco Pereira. A cultura do ódio não pretende criar nada. Destina-se à destruição, tout court, como é o exemplo da política da terra queimada defendida pelos PCP e pelo BE.

Ontem os portugueses, (pouco mais de metade dos nacionais que se deram ao trabalho de agir em vez de ficarem na maledicência) entenderam que o conjunto BE mais PCP vale tanto como o CDS sozinho, entenderam que o PSD devia substituir o PS no poder e entenderam que a invenção dos "ovos e dos cestos" congeminada pelos comentadores do regime não passa de uma teoria engendrada para lhes guardar um lugar ao Sol, mesmo quando chove.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da vitória do PSD e da direita, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira se tivessem redimido da exclusão que produziram há dois anos e que ontem lhes desferiu a catanada final.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou do desaire da esquerda, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se o BE não se tivesse reduzido a metade e a língua de pau de Louçã não o obrigasse a embalar a trouxa e zarpar.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da inutilidade do PCP, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Jerónimo de Sousa tivesse passado a ter mais influência do qualquer outro bombeiro incendiário.

Conseguiu-se levar o ódio tão fundo que pouco se falou da pequenez do CDS, para só se referir o derrotado, como se a derrota fosse de um só homem, como se Portas tivesse feito do CDS mais do que um Partido muleta.

Foram milhares de votos contra Sócrates, como se ele fosse o diabo encarnado, como se a sua derrota fosse uma vitória para alguém. De todo esse ódio dirigido não resultou nada e não fosse o discurso de vitória de Passos Coelho ter trazido alguma luz à treva em que estamos mergulhados, nada tinha sobrado da festa da democracia.
LNT
[0.217/2011]

Cumulonimbos

NuvemNão sei o que se passou esta noite mas hoje o dia está muito mais frio, nublado e sombrio. O acentuado arrefecimento deve-se, dizem-me, a uma frente fria vinda do Norte talvez provocada pelos pepinos mediterrânicos que querem fazer crer ser a fonte de todos os males, ou então pelos rebentos de soja com que a Europa tem andado a encher o bandulho.

Meteorologias à parte, deixo uma saudação ao Jiminy Cricket que ontem fez as honras da casa, aqui e no FaceBook, relembrando o tempo em que invadia o espaço electrónico (na altura dizia-se "as novas tecnologias" pela ignorância de elas já serem mais velhas do que muitos que as começavam a usar), num tempo em que se atropelaram os mais básicos princípios que devem reger as relações humanas e políticas e as regras de lealdade e de confiança. Jiminy, o grilo consciência do Pinóquio, volta agora para o seu lugar na coluna da direita desta barbearia, de onde nunca saiu mesmo quando as colaboradoras o espicaçaram com promessas de outras massagens e penteados.

O dia está mais frio, como disse no início. Uma espécie de luto invernoso, que se quer curto, para que o Verão entre em forma. Estamos em Junho, mês dos dias maiores que as noites.
LNT
[0.216/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXVI ]

Papagaio Sancho
Sancho - Lisboa - Portugal
LNT
[0.215/2011]

O amanhã já começou

Jiminy Cricket Seja como for gosto deste nosso regime.

Tenho pena que em Portugal ainda não se tenha compreendido que é necessário respeitar o tempo dos mandatos mas que nunca nos falte esta alegria de, pelo menos de tempos a tempos, cada um de nós ter exactamente o mesmo poder de escolher do que qualquer outro cidadão.

Agora resta-nos seguir em frente porque, até que a morte nos apanhe, terá de haver sempre um amanhã que se deseja melhor do que o dia anterior.

Espero que a campanha tenha terminado e que para cada dificuldade se procurem soluções e não as habituais culpas e desculpas.

Agradecido ao Barbeiro por este momento de retorno, despeço-me até breve
Jiminy Cricket
[0.214/2011]

domingo, 5 de junho de 2011

Abraço, Camarada

Jiminy Cricket A dignidade do Partido Socialista volta a ser reforçada. José Sócrates acaba de dar uma grande lição de humildade democrática deixando na mão dos militantes do PS a nova liderança.
Jiminy Cricket
[0.213/2011]