sexta-feira, 17 de junho de 2011

Preciso de ar

Até já


LNT
[0.237/2011]

Ai que prazer, não cumprir um dever *

Ricardo PaulaJá sonho com a bela da sardinha assada na marginal de Portimão num entretanto de portagens Lisboa/Tavira.

Já sonho com o daqui a um bocadinho para deixar esta traquitana entregue ao sossego e dedicar-me ao mar.

Avio-me Seguro. Os escanhoados e caldinhos seguirão dentro de momentos.


Fiquem bem.
* Fernando Pessoa
LNT
[0.236/2011]

Ai Costa, Costa

Paula RegoAntónio Costa sabe que eu sei que ele sabe que é falsa a sua frase: "é uma boa praxe parlamentar e não deve ser quebrada." (relativa à praxe de se votar no candidato do Partido com melhores resultados eleitorais)

António Costa sabe que eu sei que ele sabe que já se tiveram de repetir muitas eleições para Presidente da Assembleia da República porque muitos deputados resolveram votar contra os candidatos apresentados pelos diversos Partidos vencedores nas legislativas.

António Costa sabe que eu sei que ele sabe que já houve Presidentes da Assembleia da República que não saíram do Partido mais votado (embora da AD, Oliveira Dias era do CDS e esse nunca foi o Partido mais votado em Portugal)

António Costa sabe que eu sei que ele sabe que a eleição do Presidente da Assembleia da República é feita por voto secreto e que por isso se presume que não se saiba quem votou a favor ou contra os candidatos e, sabe que eu sei que ele sabe, que as eleições do PAR não têm sido, por praxe, unânimes. (Ignoro se houve já algum Presidente da Assembleia da República eleito por unanimidade)

Todos nós sabemos que António Costa sabe que nós sabemos que ele sabe que gosta de dizer coisas e também nós sabemos que ele sabe que nós sabemos que ele sabe que às vezes era preferível ficar calado a expor-se com calinadas deste teor.

Nós sabemos que aquilo vai ser um imbrólio, pá, mas não te metas nisso.
LNT
[0.235/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXXIV ]

Galeirões
Galeirões - Alentejo - Portugal
LNT
[0.234/2011]

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aluados

LuaCom o eclipse total da Lua em momento Lua Cheia, a Europa, com os pés ao léu, anda a constipar-se. É a regra do cobertor que se puxa para tapar o peito e deixa as extremidades de fora no convencimento de que a pneumonia aguda nada tem a ver com o frio apanhado nos artelhos.

Na Grécia já não se chora. Mata-se e morre-se. Em Espanha ainda são só os "à rasca deitados" (que lá são "os indignados", designação mais condizente com a civilidade da coisa e que marca a diferença entre o original e a cópia) mas adivinha-se que está eminente a passagem de geracional a inter-geracional.

Enquanto isto, diz-se que Passos e Portas já deram o abraço do urso e se preparam para fazer aquilo que prometeram:
- Formar um Governo curto com muitos ministérios;
- Não contratar entre si a nomeação do Nobre para um lugar de eleição;
- Prestar vassalagem ao baronato sediado em Belém e nas sedes de concelho; e, claro está,
- Mergulharem no pote para chafurdar no mel.

Diz-se também que o mal global, no futuro imediato, não é o aquecimento global mas sim o frio que se alinha num novo ciclo do Sol, o que promete uma década de arrefecimento moderado e mais resfriados.

Tudo isto que se diz e mais umas cretinices à volta das trafulhices de uma centena de votos sul-americanos que igualmente não aquecem nem arrefecem, coisas de psicadélico, de piscolello, ou lá o que é, conduzem-nos ao retorno do dito tribuno que vaticinava só nos conseguirmos livrar do mal se o esfregarmos com benzina.

Ontem, enquanto olhava a Lua a esconder-se, tinha vontade de lá estar, de fazer parte do eclipse, até que o cone de sombra passasse.
LNT
[0.233/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXXIII ]


Tomates
Tomates - Produção nacional - Algarve - Portugal
LNT
[0.232/2011]

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Falemos de Belém

Sapatos
Ao cuidado de António José Seguro:

Se eles têm Belém porque não poderemos nós ambicionar o mesmo?
E que bem que nos ficaria uma mulher na presidência do Partido.
LNT
[0.231/2011]

Ruralidade

SecaVoltemos então à ruralidade. Voltemos ao campo, ao interior, à couve portuguesa, ao caldo verde, aos passarinhos que, tão engraçados, fazem os ninhos com mil cuidados.

Voltemos ao xisto, ao granito, ao minifúndio, à vinha da uva morangueira euro-proibida.

Voltemos, mas só de férias porque no labor sejamos urbanos, litorais, bronzeados, com mansões de ripanço viradas a Sul, ao mar e ao Sol, rodeados de amigos-sócios-companheiros, com uma ou outra figueira ou alfarrobeira para recordar a ruralidade da infância, a lavoura de subsistência, a dependência dos merceeiros que compram os produtos da terra abaixo do valor do adubo e os transaccionam no lucro. Intervalemos a monotonia da contagem de notas que a aplicação financeira promoveu com a pastorícia de um qualquer dez de Junho.

Voltemos à lavoura, à desmatação da cortiça, ao negócio da lata, à exploração transgénica, ao bucólico e à caça aos melros nos jardins de um palácio do Estado feito sede de poder, à mão de semear de uma canhoeira que se alinhe no Tejo.

Ou então naveguemos no mesmo mar que nos trouxe ouro e especiarias que estoirámos com a mesma displicência com que derretemos os milhões oferecidos pelo continente que nos abriu as fronteiras quando desfizemos o Império e devolvemos aos seus indígenas as terras padroadas a ferro e fogo.

Fiquemo-nos pela nossa intrínseca ruralidade, agora quase todos doutores, com tiques urbanos, com a tronchuda numa mão e na outra as rédeas de uma azémola que nunca soubemos conduzir mas que, por sermos broncos que renegam o saber da raiz e não se desenvolvem nas luzes, fazemos precipitar a Nação no destrutor de quem muito se engana por nunca ter dúvidas.
LNT
[0.230/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXXII ]


Balugães
Balugães - Minho - Portugal
LNT
[0.229/2011]

terça-feira, 14 de junho de 2011

Portugal dos Pequeninos

Portugal dos PequeninosGosto do João dos Pequeninos.

Gosto de saber que o Pequeninos do João fez, no passado dia 11, oito aninhos. Gosto de gente que conheço só de meia dúzia de apertos de mão mas que se mostrou sempre gente em cada um deles.

Um abraço ao João Gonçalves e os votos de que o Portugal dos Pequeninos continue a ser para que eu o possa ler diariamente, quase sempre com um sorriso a tender para a gargalhada, o que confirma a minha estima pela liberdade.

Nota: Estava eu a alinhar este post e parece que, por transmissão de pensamento, o João andava por aqui a mandar-me à merda. Pouco importa. Penso já vos ter dito que é esse seu mau feitio e frontalidade que me fazem sorrir, a tender para a gargalhada.
LNT
[0.228/2011]

Ao pote, ao pote, pela terra e pelo mar

ArtesanatoAquilo que se considerava uma impossibilidade foi concretizado:
Estão fechadas as negociações Passos Portas.

Não terá sido por portas travessas, embora conste que não terão faltado travessuras diversas, entre elas a quebra de várias promessas eleitorais que agora serão justificadas com a necessidade de "moldar" os compromissos à realidade resultante do sufrágio do dia 5 uma vez que nem o PSD conseguiu atingir a sua meta da maioria absoluta nem o PP conseguiu eleger Paulo Portas para Primeiro-ministro.

Cavaco já sabe de tudo, ficando ainda por esclarecer se irá assistir aos Conselhos de Ministros em São Bento ou se prefere presidi-los por conferência electrónica a partir do Palácio de Belém tal como já faz desde que desconfiou que Sócrates andava a ler o seu email pessoal e substituiu as mensagens à Assembleia da República por posts através do FaceBook.

Consta que Fernando Nobre está ainda a reflectir sobre as propostas que lhe foram colocadas para evitar que se sente na Assembleia da República uma vez que o cadeirão central da tribuna não parece ter sido talhado para receber tais fundilhos.

Certo é que o BPN vai ser vendido a tostão e que o nosso querido novo líder já embalou a trouxa para fazer a sua primeira viagem de Falcon até ao centro europeu onde Frau Doroteia o espera de menina-dos-sete-olhos atrás das costas e José Barroso lhe prepara uma festa de arromba e umas passeatas à custa do mel que escorre do saco azul com estrelas douradas.

Não fosse o jeitinho brasileiro para eleger um Tiririca luso e já nada ensombrava a esperada posse do novo Governo que, Deus queira, não venha a ter desmaios, discursos comidos, nem bocas abertas quando se anunciarem as pastas de cada um.

Meninos, telemóveis ligados e em alta voz. O pote espera-os.
LNT
[0.227/2011]

domingo, 12 de junho de 2011

Camaradas,

Cartão PSVão-me desculpar todos os outros frequentadores deste espaço, mas hoje dirijo-me aos meus camaradas.

Todos nós que somos filiados no Partido Socialista sabemos que ser militante de um Partido político (do PS ou de qualquer outro) é incompreensivelmente considerado por grande parte dos nossos concidadãos como uma coisa má. Todos nós já sentimos o dedo a apontar na nossa direcção e a maior parte de nós já sentiu o peso que esses dedos têm quando se fecham e nos acertam em cheio na cara.

Nós, que temos o nome fichado e que assim o mantemos nos bons e nos maus momentos, sabemos o que é ter a responsabilidade acrescida de escolher, de entre nós, os potenciais dirigentes de Portugal. Nós, os militantes, somos os primeiros responsáveis pelos candidatos que se apresentam a sufrágio quando se realizam eleições nacionais. É por isso que em democracia não existem vencedores nem derrotados pessoais e sentimos como nossas todas as derrotas e vitórias, mesmo quando dentro do nosso Partido não tivemos responsabilidade na eleição do líder.

Em última instância nós, os militantes do Partido Socialista (e isto aplica-se em todos os outros Partidos democráticos), que damos a cara, que somos insultados, que somos os "suspeitos do costume", que somos ultrajados e rotulados, somos os mais cidadãos de todos os cidadãos. Acabamos também por ser os únicos que temos direito a dois votos. Um, para eleger entre nós os que se apresentarão um dia a todos os outros e a outra para, com todos os outros, os elegermos na Nação.

Esta é a nossa grande responsabilidade e por isso temos a obrigação de escolher bem, consciente e independentemente de todas as pressões que sobre nós exercem os que nunca se comprometem mas que entendem que nos podem condicionar.

São muitas as formas de pressão. Basta abrir os jornais, basta ligar as televisões, basta ler a opinião publicada electronicamente, para o sentir, normalmente sobre a forma de atoardas que, quando analisadas, se revelam sem qualquer fundamento.

Nós, Camaradas, mais do que de outras vezes, temos dois excelentes militantes com provas dadas a concorrerem à liderança do PS. Falta-lhes apresentar os seus programas, que serão também nossos, pois é nossa competência o envolvimento na sua construção.

Sabem, já vos disse, que sou apoiante de António José Seguro. É nele que melhor me revejo na postura crítica construtiva, na lealdade insubmissa, na frontalidade e na defesa dos princípios que fundam o Partido Socialista.

Estou convicto de que seremos também nós que apresentaremos as melhores soluções para o nosso Partido e para Portugal.
LNT
[0.225/2011]

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seguramente, admito-o

PianoJá se vêm por aí os carregadores de pianos a estrebuchar. Normal, pois não se concebe um carregador de pianos sem piano para carregar.

Vem isto a propósito das epístolas que se multiplicam na fé e pouco na doutrina. É interessante verificar que os disclaimers dessas epístolas anunciam quase sempre a condição de independentes.

Para quem milita num Partido as coisas passam-se de forma diferente. Nós, os que temos o odiado cartão e habitualmente somos olhados como leprosos, escolhemos entre os nossos pares aqueles a quem reconhecemos capacidade para liderar processos doutrinários. Isso distingue-nos no envolvimento e dá-nos a capacidade de decisão. Impede-nos (ou deveria impedir-nos) da tentação da deificação.
O simples facto de fazer parte de uma comunidade faz-nos preferir o bem comum aos seus líderes. Quando essas comunidades são democráticas sabe-se que o poder é transitório e que as ideias são o primado. Elas subsistirão às lideranças temporais.

Termino já.

Às vezes, como o é desta, temos de escolher o melhor de entre os bons. Assis tem todas as características de bom político, tem tudo para poder dirigir o Partido Socialista com mão segura e garantir que o PS continue a ser a referência da democracia em Portugal.

Mas é em António José Seguro que reconheço a capacidade para liderar o projecto que defendo para o Partido Socialista e para Portugal. Por isso serei seu apoiante. Com a mesma lealdade e sem a mesma fidelidade com que sempre estive ao lado daqueles que ganharam e perderam na luta pelos ideais do socialismo democrático.

É a hora da construção. Mãos à obra.
LNT
[0.223/2011]