No início deste ano da graça de 2011 Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Aníbal Cavaco Silva fizeram saber que apoiavam os portugueses que estavam atafulhados de impostos e que, uns agindo directamente e outro por portas-travesssas, não iriam aceitar que fossem exigidos mais sacrifícios.
Jerónimo e Francisco também concordaram.
Quando Sócrates e o seu Governo anunciaram que teriam de deitar mão a um
PEC IV, pacote que lhes bastaria para endireitar a nossa flácida economia, o trio (+ os outros dois) descabelou-se, bateu com o pé no chão, comunicou que as medidas estavam para lá do máximo razoável e criaram todas as condições para que a crise política obrigasse a recorrer ao peditório internacional.
As medidas que nos foram impostas passaram a ser muito mais gravosas do que as que se pretendiam com o PEC IV mas passou a haver dinheiro em barda para se desfazerem dos engulhos dos BPN’s, submarinos, Madeiras e Comp.ª e criar condições óptimas para que as políticas de direita pudessem ser implementadas à sombra dos compromissos assumidos com o credor externo.
Os
troikos impuseram um PEC mais gravoso do que o de Sócrates, porque nele estava contido mais mel exigido pela clientela sedenta de chegar ao pote. Já no decurso da campanha, apercebendo-se de que o pote estava à mão de semear, os ansiosos por lhe deitarem a mão faziam saber que queriam mais, mais além da
troika, e os eleitores satisfizeram-lhes a vontade.
Mas eles são insaciáveis. Aquilo que para uns era um pote meio-cheio, para os outros passou a ser um pote meio-vazio e, assim que estes últimos mergulharam no mel, trataram de fazer com que ele transbordasse.
Agora vale um novo PEC. O
IV,
V,
VI, sei lá, já se perdeu a conta, e para 2012 prevê-se que a fúria do arrebanho leve à exaustão dos fornecedores do mel.
Oxalá o pote não lhes rebente nas mãos.
LNT[0.376/2011]