segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Libertários

Papoila

Ironizava Raúl Solnado: "O meu pai fugiu da prisão e foi para a rua gritar - estou livre, estou LIVRE. Um homem saltou-lhe para as costas e pediu-lhe: "leve-me ao Estádio da Luz".
Possivelmente, hoje, esse homem pediria que o levasse ao Parlamento Europeu.

A introdução deste texto foi mesmo só para picar a vossa atenção e introduzir o link, dando as boas-vindas a quem ingressa autonomamente na disputa democrática após o grito do Ipiranga do libertarismo de esquerda, do ecologismo político, do socialismo democrático e do projeto democrático europeu, desta feita lançado a partir das margens (ou sobre elas) do encanado Senne.

Não parece tratar-se de um sobressalto, mas será certamente um desassossego para agitar os instalados e, se por mais não fosse, isso já era bastante para fazer a saudação.

A acompanhar com interesse, principalmente após o fecho das urnas do próximo acto eleitoral para Estrasburgo.
LNT
[0.448/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXI ]

Perdiz
Perdiz com castanhas - Portugal
LNT
[0.447/2013]

domingo, 17 de novembro de 2013

Areia para os olhos

CoelhoTenho ouvido a central de propaganda, desta vez pela voz do seu próprio líder - Passos Coelho - , a disparar que se quisermos atingir o “sucesso” irlandês teremos de passar por tudo aquilo que eles passaram.

Em primeiro lugar espera-se que o “sucesso” irlandês que agora lhe enche a boca seja diferente do “milagre irlandês” que se anunciava há uns anos atrás.

Em segundo lugar espera-se que existam tantos portugueses influentes (e ricos) nos EUA como há irlandeses.

Em terceiro lugar, usando a linguagem com que esta gente não pára de nos tentar meter os dedos nos olhos, avisar o senhor Primeiro-minstro que a “inverdade” habitual do seu discurso já não nos engana. Não é por falar de medidas mais duras (em termos percentuais – e é este o truque que ele usa) que o salário mínimo na Irlanda não é praticamente três vezes superior ao português.
LNT
[0.446/2013]

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Se ao menos lhe chamassem electrónica em vez de digital

Crocodilo pântanoDe pouco serve andarem a estrebuchar sobre a parte do iceberg que boia à vista porque a outra parte é a grande massa que tem lastro suficiente para conseguir manter essa parte visível.

Dos blogs e da sua influência nas campanhas políticas já se fizeram centenas de teses, livros, entrevistas e penso que até filmes. O que distingue um blog de campanha de qualquer outro material de campanha eleitoral é o meio, porque o resto é pouco mais que propaganda.

Dizer que fulano ou beltrano saltaram de um blog de campanha para o poder é tão irrelevante como o dizer de um militante ou de um participante nas sessões de esclarecimento ou nos comícios eleitorais. No entanto há quem adira a campanhas e se prontifique a ser activista sem qualquer outra intenção que não seja a de promover as ideias que apoia e levar ao poder aqueles em que acredita.

Uns e outros estão no seu pleno direito. Uns e outros não são censuráveis ou louváveis. A própria cidadania exige o envolvimento e a participação.

Quanto ao resto vamos lá a ver se nos entendemos:
Sabe-se que o actual poder usa os trunfos da cisão para conseguir atingir os seus intentos mas é importante que nós, o seu alvo nessas cisões, tenhamos o bom senso de não embarcar nesse tipo de jogadas e continuemos a seguir a regra que nos diz que, em todas as profissões, sectores e religiões, existem pessoas decentes e outras que o não são.

Nem todos os velhos são bons, nem todos os jovens são bons, nem todos os públicos são bons e nem todos os privados são bons. Há sempre o seu contrário, há também sempre os mais-ou-menos e sempre haverá os filhos-da-puta.

Como bloguista há dez anos não podia deixar de fazer a nota. Se quiserem entender melhor (ou para se baralharem mais um pouco) e fazerem os vossos juízos, deixo uma mostra de caminhos para essas caminhadas (actualizado):

Fernanda Câncio - 1º texto e 2º texto; Fernando Moreira de Sá1º texto e 2º texto; Filipe Nunes Vicente; José Pacheco Pereira; José Pimentel Teixeira - 1º texto e 2º texto; Pedro Correia; Valupi

Bom proveito!

Nota pessoal: Com um abraço ao Pedro Correia que, no meu entender de seu leitor de largos anos, acaba por ser um dos atingidos pelos danos colaterais desta guerra.
LNT
[0.445/2013]

Zombies

MultibancoA central de propaganda embandeirou em arco com o milagre económico anunciado há uns tempos pelo Ministro das cervejas e da economia e agora confirmado com a fantástica revelação de que deixámos a recessão para onde nos empurraram as políticas de coma induzido a que os seus patrões submeteram a Nação.

Não é que a notícia não nos agrade porque sempre é melhor estar um bocadinho vivo do que completamente morto, mas os valores dos sinais vitais continuam a ser reservados em comparação com os mínimos reveladores de saúde.

A central de propaganda compara com o miserável recente para poder dizer que está menos mal sem comparar com o péssimo do ano passado para fugir à evidência de que agora ainda está pior.

A central de propaganda ludibria sem se importar que a ilusão momentânea se desvaneça no saldo bancário a que todos temos acesso através de um dos muitos terminais multibanco espalhados por aí.
LNT
[0.444/2013]

5 - Blogoditos - 5 [ VI ]

Blogs
O staff do FMI em Portugal também já sabe que não faz a mínima ideia do que funciona, aliás, nota-se algum exercício de identificação de bodes expiatórios, aqui e ali (como se não fosse nada com eles). Mas o staff do FMI em Portugal é honesto a reconhecer que tudo está a falhar ou em grave risco (ainda que as justificações sejam de bradar aos céus, por vezes).
Ora reconhecido tudo isto, o staff do FMI continua a ser o staff do FMI e, apesar de não saber o que funcionará, sabe que tem de escrever relatórios recomendatórios para poder cumprir com as expectativas que emanam do respetivo contrato de trabalho. Logo, toca a manter o rumo! Um médico que só conheça um remédio, não precisa sequer de diagnosticar o doente ou a evolução da doença.
Se está doente, toma remédio. Aquele.
Rui Cerdeira Branco

No momento em que a Comissão Europeia vai abrir uma investigação aprofundada sobre o excedente externo da Alemanha, o seu presidente, um tal Barroso, não poderia ser mais explícito sobre os resultados que espera da investigação: “Gostaríamos de ter mais Alemanhas na Europa”.
Miguel Abrantes

Minudências à parte, tais como a separação entre o poder político e o poder judicial e a independência dos tribunais, é só a mim a quem isto soa mal?
«o procurador Paulo Gonçalves manifesta a intenção de "desanuviar o clima de tensão diplomática"»
José Simões

A Ramalho Eanes, e a alguns outros como ele, devemos mais de 30 anos de democracia. Devemos-lhe ainda a estatura que sempre mostrou, independentemente do acordo ou desacordo com as suas posições e decisões. Num tempo em que a descrença e o achincalhamento de tudo o que seja serviço público, a desesperança e o desalento minam a nossa sociedade, é importantíssimo que homenageemos quem é uma referência moral e ética.
Sofia Loureiro dos Santos

O FMI manda Portugal cortar nos salários e pensões a título definitivo; o tal português na CE, Durão Barroso, evoca a teoria do caldo entornado caso o Tribunal Constitucional chumbe as medidas (sociais) previstas no OE-2014.
Temos aqui, Barroso e Lagarde, os teóricos do empobrecimento absoluto de Portugal. Para todos os efeitos, Portugal não conta: não fala, não decide, não apresenta alternativas. Está caladinho, Caladinho.
É um sujeito surdo-mudo, à semelhança do comportamento do locatário de Belém, que é igualmente vergonhoso.
Não tenho qualquer espécie de dúvida em considerar que os historiadores do futuro irão qualificar as condutas, por acção e omissão, destes players como as mais criminosas da história política contemporânea no quadro geral desta Europa em acelerado processo de fragmentação política, destruição económica e com profundas assimetrias sociais.
Macro
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
LNT
[0.443/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXX ]

Comporta
Comporta - Setúbal - Portugal
LNT
[0.442/2013]

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mais uma barrosice para encher o olho

PeixeEsta coisa a que se chama União Europeia chefiada por aquela outra coisa a que se chama Presidente da União Europeia resolveu abrir, para fingir que justifica uma data de coisas a que dantes se chamava pouca vergonha, uma investigação sobre o excedente externo da Alemanha.

O segundo coisinho da primeira coisa, habituado a umas tretas para empatar o pagode e encher o olho no cu de Judas, já foi avisando que a Europa deveria ambicionar ser uma enorme Alemanha esquecendo-se que, para que assim fosse, teria de ser solidária com todas as províncias desse sonho de germanização.

Mais valia estar quieto e calado. O número servirá unicamente para gastar inutilmente mais verbas comunitárias e justificar o vencimento milionário de uma catrefada de burocratas.
LNT
[0.441/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXIX ]

Benard
Nozes douradas da Benard - Lisboa - Portugal
LNT
[0.440/2013]

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O rabo da lagartixa

LagartixaComo todos os outros miúdos também fazia algumas malfeitorias em idade imberbe. Felizmente cresci, ao contrário de outros que sentaram o traseiro nas cadeiras do poder e que ainda hoje conseguem ser imberbes e continuam a fazer malfeitorias.

Vem isto a propósito da maravilhosa capacidade que tinham as lagartixas, que eu muito gostava de sacanear, de fazerem renascer as suas caudas duas e três vezes.

É bem verdade que nunca deixavam de ser lagartixas assim como também o é que nunca vi que as suas caudas renascessem mais honestas do que eram antes da amputação, mas isso é outra conversa que agora não vem para o caso.
LNT
[0.439/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXVIII ]

Terreiro Paço
Lisboa à noite - Terreiro do Paço - Portugal
LNT
[0.438/2013]

Após a troika

Play boysEsta é a expressão mais saloia que os espertos gostam de proferir como se houvesse algum pós-troika ou houvesse alguma coisa boa que nascesse com a partida da troika.

Dito de forma diferente, para haver um pós-troika seria necessário que a troika (PSD/CDS/Cavaco Silva) fosse posta fora da sua zona de conforto uma vez que o programa da troika estrangeira está configurado aquém daquilo que a troika nacional desenhou para nos servir de bandeja.

Não estou a inventar, puxem pela memória e pelos registos de há dois anos e verão que foi o próprio Passos Coelho que o afirmou ou, em alternativa, oiçam o que a Ministra das Finanças não para de repetidamente anunciar para atingir o seu objectivo de salvação nacional.
LNT
[0.437/2013]

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

No São Martinho vai à adega e prova o vinho

Castanhas assadasFicam vossas excelências notificadas, clientela ilustre deste humilde estabelecimento de cortes e topetes, que no corrente ano não se comemorará nem o São Martinho, nem o Primeiro de Dezembro.

As razões são conhecidas:

No primeiro caso porque, embora não rareie castanha para aviar à gentalha irrevogável e outra que anda por esse mundo fora a vender a imagem de um povo rendido e submisso, falta já a força para as por ao lume até porque a navalha de golpeio é, cada vez mais, um chanfalho. Também a água-pé rareia, tal como o graveto para a jeropiga.

No segundo caso já nem é preciso fundamentar. A lógica de se acabar com um dia especial para relembrar a nossa independência nacional vem na sequência de todas as outras coisas que esta gente adoptou para nos reduzir a um enclave europeu que rebaptizaram como protectorado. Para nos dar essa noção basta lembrar que, embora ainda tenhamos bandeira e hino, já não temos moeda, nem língua (acordo ortográfico?), nem separação de poderes, nem uma República, nem sequer um Presidente de todos. Formamos jovens para servirem outras nações e vamos a caminho de reinstaurar a prática do boné na mão e da cabeça baixa perante um exército internacional anónimo de prestamistas esbulhadores.

Seja como for, aqui ficam os votos de bom São Martinho.

Não deixem que o quente das castanhas vos queime a língua e, se não conseguirem a água-pé proibida pelos burocratas da Europa Central, afinfem-lhe com um Côtes du Rhône que é para isso que servem as verbas comunitárias para a lavoura.
LNT
[0.435/2013]