terça-feira, 8 de abril de 2014

com o mal dos outros

PicadoDiz-nos o Tiago:
Num país a bater no fundo, os pobres não se acham pobres, incluindo as classes médias depauperizadas, e os pobres incorporam o discurso dominante, aplaudindo os populistas.
Diz, porque sabe o que diz e diz porque é isso mesmo que se constata, embora poucos digam.

A política da anti-coesão, da diferenciação dos governados por classe e do jogo que coloca todos contra todos, a partir do modelo "com o mal dos outros posso eu bem" vai levar a que cada um fique com o seu mal e que todos fiquem pior (embora digam que o País está melhor).

A ler o Tiago Barbosa Ribeiro.
LNT
[0.127/2014]

Campagne électorale oblige

CoelhoLeio que voltou a ser autorizada a discussão sobre o aumento do salário mínimo nacional.

Eleições oblige!

Ou por outras palavras:
"Digo hoje perante o país que o Governo está disponível para aprofundar o esforço de concertação (...), de modo a trazer para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão do que tem a ver com as condições da negociação colectiva"
(Pedro Passos Coelho)
O palavreado dissimulado misturado com a novilíngua desta gente, atinge o cúmulo quando nos aproximamos das eleições, apesar de tudo isso ter sido antecedido, fora do período eleitoral, de um "que se lixem as eleições".

"Digo hoje perante o País – disse para os trabalhadores do PSD (o País?);

"Que o Governo está disponível" – Disponível?

"Para aprofundar o esforço de concertação" – Aprofundar o esforço?

Dum esforço profundo precisa o Governo. De um profundo esforço que lhe dê, nas próximas eleições e antes de começar, de novo, o período "que se lixem as eleições", uma colossal ensinadela sobre a inteligência dos que nem governa, nem deixa que se governem.
LNT
[0.126/2014]

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Charlatões

Cherne gordoAdmira que, estando já praticamente em campanha eleitoral, não se tenha ainda começado a rediscutir o Freeport. O senhor da papa cerelac deve andar distraído, ou então ouviu o que o seu chefe de fila disse nas pantalhas e resolveu fazer uma campanha "esclarecedora, serena e elevada" (joke), deixando para Durão Barroso, em fim do exílio de engorda europeia, o papel de charlatão e de pouca elevação a que esta maltosa amiga da fundação do BPN, e quejandos, já nos habituou.

O resultado das próximas eleições a realizar em 25 de Maio é cada vez mais importante para o rectângulo Portugal porque vai fazer seguir para o Parlamento Europeu gente que não está alinhada com a política de miséria que nos querem impor e para os portugueses que assim poderão responder, fora das paredes onde se escondem os nossos eleitos, que efectivamente estão pior, embora reconheçam que há por aí muita gente, que se julga o País, que está melhor.

Fartos de mentiras, mentirolas e promessas falsas, há que entender o que diz Coelho quando apregoa que, com ele, isto está para durar.

Dia 25 de Maio, a coisa vai ficar do lado de cá e quem ficar calado vai ter pouco para reclamar quando a destruição final, que esta gente anda a preparar entre fugas de informação combinadas, se abater sobre o pagode.
LNT
[0.123/2014]

terça-feira, 1 de abril de 2014

Já fui feliz aqui [ MCCCXC ]

Esposende
Esposende - Minho - Portugal
LNT
[0.122/2014]

Mentirolas

Última Hora

Fonte não autorizada das finanças informa, em briefing off, que o diploma da demissão do Governo está a aguardar assinatura.
LNT
[0.121/2014]

segunda-feira, 31 de março de 2014

Ganda nóia

Marques MendesO escoliasta Mendes, chamo-lhe assim porque não sei se um agraciado com a Grã-Cruz de uma ordem civil pode ser chamado de comendador, foi ao seu espaço de assinatura, que é diferente do de Sócrates porque ali não fazem entrevistas ao palpiteiro, dizer que o mensageiro governamental escolhido para fazer de isco deve demitir-se porque o veneno com que iscou foi tão evidente que ninguém o mordiscou.

Acácio, outro conselheiro espertalhão conhecido, não teria dito melhor, embora tivesse sido mais rebuscado.

É impressionante como Eça tem a capacidade de se manter actual e de conseguir que as suas personagens sobrevivam, agora com câmaras de televisão apontadas, malgrado não mantenham a postura e tenham perdido altura e constituído família.

Deve ser para que assim aconteça que nada se reforma neste País, exceptuando os reformados que estão na eminência de serem extintos.
LNT
[0.120/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLXXXIX ]

Por Sol na Costa Vicentina
Pôr do Sol na Costa Vicentina - Algarve - Portugal
LNT
[0.119/2014]

sexta-feira, 28 de março de 2014

Refrituga (no fundinho do pote)

PorcosVoltando à conversa do melhor e do pior e, já agora, à outra da mulher de César, chegamos às questões que fazem da política uma porca e à conclusão de que nem todos os porcos são iguais.

O ministro da economia anda na passeata com o Primeiro por terras africanas do Indico.

Mais uma vez, o que tinha para mostrar foi uma unidade industrial de seu grupo de interesse.

Certo, certo é que desde que tomou posse já andou por Angola e Moçambique a tratar dos assuntos da economia refrigerante (foi logo a sua primeira incursão no estrangeiro e, por coincidência, sempre assuntos e interesses ligados ao grupo onde exercia actividade – nem é preciso lembrar as suas ligações a uma marca conhecida do mercado).

Usando uma técnica marcelista poderia questionar e simultaneamente responder:

- Os refrigerantes que Pires de Lima promove são uma actividade económica de interesse para Portugal? Sim, são!;
- É eticamente correcto que um empresário vá para o poder e lá promova uma marca com que tem profundas e antigas ligações? Pode ser que sim, desde que seja no poder que temos.;
- É aceitável que se use o poder para tratar de assuntos de interesse próprio e dos amigos? Pode ser que sim, desde que isso aconteça em Portugal;
- Esta política tem cheiro? Sim, tem. Cheira a ovos podres e só não cheira mais porque as essências agradáveis utilizadas nos néctares refrigerados, misturadas com a falta de isenção de quem deveria divulgar estas coisas, abafam muito bem o pestilento que por aí vai.

Sem dúvida que isto, para alguns, está melhor. Aliás, nunca tinha estado tão bem.
LNT
[0.118/2014]

5 - Blogoditos - 5 [ XVI]

Blogs
Quando a comunicação social noticiou aquilo que lhe tinha sido dito no Ministério das Finanças, as pessoas que no governo filtram a realidade para não dar má imagem, ficaram aborrecidas. Usando a costumeira técnica de mentir e chamar mentiroso aos outros, "Pedro Passos Coelho classificou como "especulação" as notícias sobre novas fórmulas de cálculo das pensões". Se o chefe do governo chama especulação à notícia que relata o que disse um membro do governo, esse chefe do governo está a mentir, a faltar à verdade, a ocultar a realidade, o que quiserem.
Porfírio Silva

Para justificar um problema que já não é novo (e que já foi assinalado aqui e aqui, por exemplo), o da falta de alguns medicamentos nas farmácias, parece que Paulo Macedo adaptou hoje na AR uma fórmula modificada do "andámos a viver acima das nossas possibilidades" desta feita aplicada aos remédios: “O problema é as pessoas estarem a consumir medicamentos a mais.".
O ministro da Saúde é tudo menos um homem estúpido, por isso só pode mesmo estar a ser aldrabão com esta relação causa-efeito. Com certeza que pontualmente existem pessoas que tomam mais medicamentos do que os prescritos pelos médicos mas são, com toda a certeza, um número sem qualquer relevância estatística e, por outro lado, muitas haverá que não os tomam por dificuldades na sua aquisição.
Ana Matos Pires

Artur, o problema é que não há poço... Todos dizem que vão fazer um poço, mas no final, é o que se vê. Deve ser muito difícil fazer um poço...
Pedro Almeida

Os jornais "económicos" - devem ser aqueles em que as "fontes oficiais" mais confiam e vice-versa, salvo o dr. Marques Mendes - aparentemente já sabem o que se vai passar com os salários e as pensões. Ou seja, sabem mais - e menos dissimuladamente que o líder parlamentar do PSD - acerca do chamado "documento de estratégia orçamental". Para quem se fartou de incluir o termo "coesão social" em projectos de intervenções e em informações destinadas a membros do actual governo, a "perspectiva" soviética do referido "documento" é confrangedora para dizer o mínimo. E revela que nunca existiu qualquer projecto de "reforma do Estado" digno dessa designação.
João Gonçalves

Neste contexto, a Miss Swaps escolheu um cenário apropriado — uma visita à sede do FMI — para enviar um recado àqueles-que-não-se-estão-a-lixar-para-as-eleições no Governo: os cortes são para serem feitos. No dia a seguir, nas jornadas parlamentares do PSD, Luís Montenegro desmentiu-a: «Quero deixar aqui de uma forma clara. Vamos todos jogar limpo. Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões, mais cortes de rendimentos».
A resposta da Miss Swaps não se fez esperar: mandou convocar os jornalistas para um «briefing informal», no qual se deu conta das malfeitorias em preparação.
Passos Coelho, depois de fazer uma espécie de desmentido dos cortes, revela, uma vez mais, a sua reconhecida capacidade de liderança: «Por vezes assisto ao debate público no nosso país sobre estas matérias e penso que ele poderia ser mais sereno e mais informado do que é. Espero que os membros do Governo contribuam também para isso.» Mas disse mais: estando marcado para segunda-feira uma reunião do Conselho de Ministros para discutir precisamente o DEO, o alegado primeiro-ministro fez questão de informar o país de que desconhece a medida mais relevante que dele consta e que será então aprovado.
Miguel Abrantes
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores das redes sociais em cada semana.
LNT
[0.117/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLXXXVIII ]

Castelo de Areia
Castelos de Areia - Portugal
LNT
[0.116/2014]

quinta-feira, 27 de março de 2014

En-Fados

Cais das ColunasDesço a Rua Augusta em direcção ao vento gélido que anda pelo Terreiro do Paço e vejo Salgueiro Maia a enfunar-se no Arco Triunfal deixando o Rei José e o seu imponente Lusitano a olharem de soslaio.

Parece que Maia está vivo e que os lanceiros andam por ali a entregar-se entre o Ministério da Justiça, o Supremo da mesma e a placa evocativa do regicídio.

Evocações, só isso.

Entretanto no Caldas fazem-se obras de melhoria para o estacionamento de cilindradas que substituem lambretas e ouve-se dizer que a miudagem dos 15 aos 18 anos tem como adquirido que o seu futuro terá de se concretizar lá fora, agora que o Cais das Colunas deixou de ser o de embarque para conquistas e se transformou num outro para abandono e fugas.
LNT
[0.115/2014]