Vem aí a Páscoa.
Oh não, mais coelhos não!
LNT
[0.129/2014]
Oh não, mais coelhos não!
LNT
[0.129/2014]
Num país a bater no fundo, os pobres não se acham pobres, incluindo as classes médias depauperizadas, e os pobres incorporam o discurso dominante, aplaudindo os populistas.Diz, porque sabe o que diz e diz porque é isso mesmo que se constata, embora poucos digam.
"Digo hoje perante o país que o Governo está disponível para aprofundar o esforço de concertação (...), de modo a trazer para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão do que tem a ver com as condições da negociação colectiva"O palavreado dissimulado misturado com a novilíngua desta gente, atinge o cúmulo quando nos aproximamos das eleições, apesar de tudo isso ter sido antecedido, fora do período eleitoral, de um "que se lixem as eleições".
(Pedro Passos Coelho)
Quando a comunicação social noticiou aquilo que lhe tinha sido dito no Ministério das Finanças, as pessoas que no governo filtram a realidade para não dar má imagem, ficaram aborrecidas. Usando a costumeira técnica de mentir e chamar mentiroso aos outros, "Pedro Passos Coelho classificou como "especulação" as notícias sobre novas fórmulas de cálculo das pensões". Se o chefe do governo chama especulação à notícia que relata o que disse um membro do governo, esse chefe do governo está a mentir, a faltar à verdade, a ocultar a realidade, o que quiserem.5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores das redes sociais em cada semana.
Porfírio Silva
Para justificar um problema que já não é novo (e que já foi assinalado aqui e aqui, por exemplo), o da falta de alguns medicamentos nas farmácias, parece que Paulo Macedo adaptou hoje na AR uma fórmula modificada do "andámos a viver acima das nossas possibilidades" desta feita aplicada aos remédios: “O problema é as pessoas estarem a consumir medicamentos a mais.".
O ministro da Saúde é tudo menos um homem estúpido, por isso só pode mesmo estar a ser aldrabão com esta relação causa-efeito. Com certeza que pontualmente existem pessoas que tomam mais medicamentos do que os prescritos pelos médicos mas são, com toda a certeza, um número sem qualquer relevância estatística e, por outro lado, muitas haverá que não os tomam por dificuldades na sua aquisição.
Ana Matos Pires
Artur, o problema é que não há poço... Todos dizem que vão fazer um poço, mas no final, é o que se vê. Deve ser muito difícil fazer um poço...
Pedro Almeida
Os jornais "económicos" - devem ser aqueles em que as "fontes oficiais" mais confiam e vice-versa, salvo o dr. Marques Mendes - aparentemente já sabem o que se vai passar com os salários e as pensões. Ou seja, sabem mais - e menos dissimuladamente que o líder parlamentar do PSD - acerca do chamado "documento de estratégia orçamental". Para quem se fartou de incluir o termo "coesão social" em projectos de intervenções e em informações destinadas a membros do actual governo, a "perspectiva" soviética do referido "documento" é confrangedora para dizer o mínimo. E revela que nunca existiu qualquer projecto de "reforma do Estado" digno dessa designação.
João Gonçalves
Neste contexto, a Miss Swaps escolheu um cenário apropriado — uma visita à sede do FMI — para enviar um recado àqueles-que-não-se-estão-a-lixar-para-as-eleições no Governo: os cortes são para serem feitos. No dia a seguir, nas jornadas parlamentares do PSD, Luís Montenegro desmentiu-a: «Quero deixar aqui de uma forma clara. Vamos todos jogar limpo. Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões, mais cortes de rendimentos».
A resposta da Miss Swaps não se fez esperar: mandou convocar os jornalistas para um «briefing informal», no qual se deu conta das malfeitorias em preparação.
Passos Coelho, depois de fazer uma espécie de desmentido dos cortes, revela, uma vez mais, a sua reconhecida capacidade de liderança: «Por vezes assisto ao debate público no nosso país sobre estas matérias e penso que ele poderia ser mais sereno e mais informado do que é. Espero que os membros do Governo contribuam também para isso.» Mas disse mais: estando marcado para segunda-feira uma reunião do Conselho de Ministros para discutir precisamente o DEO, o alegado primeiro-ministro fez questão de informar o país de que desconhece a medida mais relevante que dele consta e que será então aprovado.
Miguel Abrantes