quarta-feira, 7 de maio de 2014

A almofada

AlmofadaUma almofada recheada de notas surripilhadas a quem se esmifra para pôr uns bifitos do cachaço na mesa é o grande trunfo de quem, com meia dúzia de votos, ganhou a capacidade para fazer do saque uma coisa legal. Gaba-se essa gente de nos ter libertado do jugo de uma troika de interesses que, pela sua mão, nos subjugou e gaba-se o palhaço rico deste circo de que a razão o assiste.

Escravizam-nos a uma entidade sem rosto que há muito se apoderou dos políticos no poder e que, em nome de uma ideologia que dizem não ter, prepara o caminho do descrédito que faz com que os cidadãos acomodados não se disponham a perder cinco minutos para depositar nas urnas a mensagem de desprezo que tem por este bando de miseráveis.

Espoliam e usam o espólio obtido para encherem travesseiros cheios de livros de escola que os nossos filhos e netos não puderam comprar, dos cuidados de saúde de que os nossos pais e avós não puderam usufruir e do solo pátrio que falta à sobrevivência dos que formamos, para deitar a cabeça e dormirem descansados e de consciência tranquila.

Fazem-no como se aquilo que nos sacam fosse deles e massacram-nos com fantasias e ilusionismos para sermos gratos.
LNT
[0.147/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCXCVI ]

Bouganvilea
Bouganvilea - Algarve - Portugal
LNT
[0.146/2014]

terça-feira, 6 de maio de 2014

Higienização

Rolo raspadeiraCoelho fala de saída limpa mas não especifica que fez do seu povo o papel higiénico capaz de limpar a saída.

Ele e os seus capangas nacionais e estrangeirados não conseguiram ir além do confisco. Foram incapazes de aumentar a receita pela economia e pela reforma. Destruíram tudo o que havia para destruir, dos empregos à esperança.

O anúncio solene da limpeza, com o demagogo mestre no primeiro lugar da linha de trás a encabeçar um guardanapo cheio de nódoas, foi um momento que temos obrigação de nunca esquecer, se não por nós, pelos milhares que não têm trabalho, pelos outros milhares que não tiveram alternativa senão partir e pelos milhões que são exterminados na pobreza neste canto da Europa rica.

Coelho, Portas, Cavaco, Barroso chamam-lhes heróis, dizem que esse sacrifício valeu a pena, continuam a afirmar que esta limpeza fê-los ser melhores, mais puros e mais consentâneos com aquilo que eles entendem que é sobreviver à luz das suas possibilidades.

Pobrezinhos mas asseados. O faducho na sua pior forma. Limpinho, limpinho.
LNT
[0.145/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCXCV ]

Alentejo
HB - Alentejo - Portugal
LNT
[0.144/2014]

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Os homens capazes duma flor, onde as flores não nascem

Penduras

Assim António Ferreira Pinto evocou Alegre no primeiro Juramento de Bandeira efectuado no Portugal democrático.

Toda a alocução fica aqui disponibilizada em memória do nosso Alferes de recruta que já cá não está para comemorar connosco, no próximo sábado, na Base Aérea nº 1, Granja do Marquês em Sintra, os 40 anos do primeiro curso de pilotos milicianos, P1/74, formado depois do Estado Novo.

Saudades de António Marques, António Guedes de Magalhães, Carlos Liberato, Jorge Rodrigues, e Rui Sarmento, (espero não ter esquecido algum) que estarão sempre presentes de cada vez que levantarmos os nossos copos para mais um Acção, acção, acção, aviação!

Uma comemoração que é um encontro de amigos, ex-instrutores e ex-alunos, homens já de vida cumprida, capazes de avaliar se as palavras finais proferidas no juramento que fizeram e as juras perfiladas de defesa da Pátria e dos cidadãos, foram só intenções.

"Sede dignos desses homens e ajudai o País a aprender a soletrar palavras como LIBERDADE e AMOR. Pilotos recrutas do curso P1/74 que os vossos aviões, e os conhecimentos aqui obtidos vos sirvam para estreitar as distâncias, na tal "Viagem do Homem para o Homem".
LNT
[0.143/2014]

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Nunca é altura para uma graça

Vladimir Lubarov

Publiquei no FB aquela piada que corre por aí sobre a proximidade do Esportingue a uma final europeia, aproximadamente 3,5 km (em linha recta) e levei logo os puxões de orelhas que são merecidos sempre que um português deixa de ser sisudo para fazer uma graça. Leva de uns porque se roem, de outros porque roem e ainda de outros porque não se roendo, não roendo, nem deixando que outros roam ou se roam, são tão politicamente correctos que não prescindem de aplicar correctivos.

Adelante, como diriam as FARC, e voltemos a coisas importantes, coisas do futebol, evidentemente, para deixar aqui registado que se é verdade que Portugal vibra tanto com a bola, a sua e as dos outros, é porque a bola, sendo também politiquice, não se deixa submeter aos políticos. É, digamos assim, uma política onde quem manda não são os políticos, pelo menos os políticos encartados.

Na bola, na nossa e na dos outros, também não manda quem quer, também se pode insultar o árbitro chamando-lhe palhaço sem ser sujeito a punição, também se grita da bancada que os players são uns trastes mas distingue-se da política dos encartados porque nunca se ouve da boca de um decisor da bola que os seus adeptos vivem acima das suas possibilidades e que precisam de ser punidos para além das troikas deste mundo.

É talvez por isso que a bola é pujante nos países onde os governantes são impotentes.
LNT
[0.142/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCXCIV ]

Vladimir Lubarov
Vladimir Lubarov - Por aí
LNT
[0.141/2014]

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade

Cravo

Hoje, noite de Abril, sem lua,
A minha rua
É outra rua.

Talvez por ser mais que nenhuma escura
E bailar o vento leste
A noite de hoje veste
As coisas conhecidas de aventura.

Uma rua nova destruiu a rua do costume.
Como se sempre nela houvesse este perfume
De vento leste e Primavera,
A sombra dos muros espera

Alguém que ela conhece.
E às vezes, o silêncio estremece
Como se fosse a hora de passar alguém
Que só hoje não vem.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I

LNT
[0.139/2014]

Em estágio

Águia
LNT
[0.138/2014]

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aos 31 minutos

Desemprego

"Eu gostaria muito que fosse mais porque 14,8% de desemprego é um ... um desemprego muito elevado, é um desemprego muito elevado.

menhããã, portanto não há dúvida nenhuma, tenho dito várias vezes, a taxa de desemprego é talvez a coisa mais dramática que nós temos em Portugal, quer pelo que representa para todos aqueles que estão desempregados, uma perda muito grande, não é só uma perda financeira, é realização profissional também, de dignidade, nhum,nhum, da maneira como se inserem na sociedade esse é um custo elevadíssimo, mas é também um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido se elas tivessem a trabalhar portanto é um resultado, é um resultado negativo."

Principalmente a ênfase em: “um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido

Um artista português que sabe que o País só está melhor porque os portugueses vivem em confisco e, por isso, estão pior. Palavras para quê?

Impostos

LNT
[0.136/2014]

quarta-feira, 16 de abril de 2014

E por falar em alforrecas

AlforrecaQuem era aquele senhor que ontem apareceu na televisão rodeado de luxos, cetins e dourados para falar das mil e uma maneiras de pôr o nosso País melhor, piorando a vida das pessoas que nele habitam?

Aquele senhor que dizia (cito de cor) que o desemprego é uma catástrofe porque é um desperdício de proventos para o Estado (como se o desemprego não fosse, antes de mais, uma catástrofe para quem está desempregado e para os seus familiares).

E o outro senhor que estava sentado em frente dele a fazer perguntas era o mordomo da mansão onde se estava a encenar a peça?

Falta muito para termos um Primeiro-ministro a sério? E jornalistas independentes?

Falta muito para terminar o período eleitoral e voltarmos à política do esmifranço inconseguimentista do "que se lixem as eleições"?
LNT
[0.135/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCXCIII ]

Alentejo
Alentejo - Portugal
LNT
[0.134/2014]

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O massacre

UrnaO blackout (não confundir com haircut que é matéria de barbeiros e de outras profissões de navalha) relativo ao que se prepara, decretado até às eleições com o fim de evitar que os resultados das urnas sejam muito antipáticos, não esconde as malfeitorias que se sabem em preparação nos corredores do poder.

Se os resultados eleitorais não forem um sinal claro do desagrado dos portugueses, o poder instalado nos palácios e palacetes estatais vai convencer-se das suas razões e continuará o massacre e sangria da classe média até que ela regresse ao estado em que o Estado Novo a tinha, na doutrina de que os assalariados não lhe são pertença.

O poder julga-se o País e sabe-se que, no seu conceito, o País está melhor.
LNT
[0.133/2014]