O Governo mais desresponsabilizado que alguma vez existiu em Portugal acaba de assumir a sua irresponsabilidade fazendo rolar cabeças na Administração Tributária que superintende mas de que não assaca a carga política. Já quando se trata de vanglória dos sucessos do combate à evasão fiscal, ou da arrecadação do saque que promove, sabe chamar a si os louros políticos.
Todos conhecemos exemplos de membros de governos por esse Mundo fora onde os respectivos titulares assumem as falhas das administrações que tutelam e, até mesmo em Portugal, já vimos Ministros caírem com pontes que colapsaram (que não tinham sido construídas nem monitorizadas por si).
Dos dirigentes da administração empossados pelo actual Governo já assistimos a demissões por faltas radicais na informática da Justiça, nos hospitais tutelados pela Saúde (onde se tem morrido muito acima da média anterior), nas escolas e no inadmissível processo de início do ano escolar da Educação pública e agora na AT das Finanças e, por processos judiciais, na Administração Interna (único caso onde um governante assumiu a responsabilidade política), na Secretaria Geral da Justiça e em muitos outros de que já nem temos memória, para citar uma expressão em voga na fuga às responsabilidades também em alta pela finança e pelo mundo empresarial da nossa terrinha.
Até as dívidas contributivas do Primeiro-ministro viram o ensaio de responsabilização dos funcionários que não o notificaram para pagamento de prestações que ele deveria ter liquidado voluntariamente de forma atempada.
O Governo é o órgão de condução da política geral do país e o órgão superior da administração pública. (
Artº 182 da CRP)
Como vivemos num País de costumes aparentemente brandos a resposta virá com a onda abstencionista por descrédito político, uma parede de lamentos que anunciam o fim dos tempos que correm.
LNT
[0.154/2015]