(créditos BBC)
#BarbeariaSrLuis
[0.056/2022]
Muito mais interessante do que prosseguir neste concurso de “o meu embargo é melhor que o teu” seria desembargar os “ocidentais” (ou “democracias liberais” no novo léxico mediático) que andaram estes anos a vender, pela porta do cavalo, armas e componentes com fins bélicos à Federação Putina, desde que modificassem os tubos para impulsionarem a saída dos obuses e balas em sentido contrário.
Bem sei que o negócio do armamento iria sofrer um imenso revés,
uma vez que perdiam um dos clientes, mas seria uma janela de oportunidade para reconverter
as fábricas de armamento em indústria alimentar.
É-me completamente indiferente se um dirigente associativo
ucraniano resolve fazer uma declaração em Portugal. Somos um País aberto e
democraticamente maduro onde qualquer pessoa se pode expressar livremente.
Já não me é completamente indiferente que a comunicação
social portuguesa use essa declaração individual até à exaustão como se ela
valesse alguma coisa e ainda mais não me é indiferente que a falta de
preparação democrática e diplomática de quem faz esse tipo de declarações sirva
para fomentar o ódio à liberdade de pensamento e expressão.
A defesa intransigente que sempre faço de quem está a ser
agredido e resiste estoicamente ao agressor não tolda nem o meu pensar, nem dá o
direito a quem defendo de atacar o que eu defendo.
Para os nossos deputados fica uma lição, se a quiserem
aprender. Não é boa ideia ter radicais como líderes da oposição porque, sendo a
democracia um sistema onde se ganha e se perde, quando os democratas perdem os
radicais podem dar cabo desse sistema.