Um festival chamado Portugal
Entre a cantoria do Rock in Rio, a bola da Selecção Nacional de Futebol e os fait-divers políticos do ainda maior Partido da oposição, a agenda mediática recolhe motivo de assunto para mais de 80% da informação.Tudo coisas determinantes para o nosso bem-estar e progresso.
Mesmo sem jogar, a selecção nacional é o grande orgulho patrioteiro, paralisa a circulação, movimenta multidões, tem cobertura horas a fio nos três canais televisivos e enche as primeiras páginas dos jornais. Não há quem não saiba a cor dos slips de Ronaldo, as medidas do peito, cintura e ancas de Nereida, as coisas que afligem as esposas dos futebolistas e o hábito de descalçar os sapatos que Scolari tem quando anda de avião.
Mesmo sem cantar, não há quem não avalie o desempenho de Amy Winehouse, o que bebia na altura, o tamanho e formato do copo que segurava em palco e o fiasco aplaudido na sua (não)exibição no Festival de Lisboa.
Foi um bombardear permanente de não-notícias durante todo o fim de semana intervalado por outras que referiam a disputa do cargo de Presidente do PSD, como se o nosso futuro colectivo dependesse, em geral, das cantorias e da bola e, em particular, das ambições pessoais existentes num Partido Político onde quase 50% dos próprios militantes não se dão ao trabalho de votar.
LNT
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