A fábula do coelhinho truca-truca e do dinheiro vilão
Naquele tempo andava um cardeal moralista a filosofar pelos contrafortes da democracia e encontrou um casal de notas e um outro de coelhos.Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte?
Francisco Louçã
O Cardeal vermelho, homem de lutas fracturantes, sentou-se a observar as notas que, por muito que se friccionassem, pareciam nada produzir enquanto que os coelhos pareciam obter com isso grandes espasmos e, isso observando, recostou-se para admirar os resultados.
Passados uns meses, convencido que aquilo que observava era trabalho, o Cardeal admirou-se com os resultados. As notas de tanto se friccionarem conseguiram calor e os coelhos, em resultado das causas fracturantes defendidas anteriormente extinguiram-se de cansaço sem darem rebentos.
O Cardeal pasmou-se e concluiu: Energia, tudo não passa de energia e embora nada mais que se crie do que energia, uma, ainda assim, aquece e a outra só esgota.
LNT
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2 comentários:
Concordo com algumas ideias do Chico Louçã
Concordar, às vezes parece quase óbvio, se quisermos ver só uma das faces da moeda (aquela de que mais gostamos). Realizar, concretizar, aceitar a outra face da moeda (que está lá sempre), é que já é outra conversa...
Nunca me deixa o pensamento a célebre frase do grande Eça:
"Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez crua da verdade".
Seria o eterno "desprezo" dos tugas pela nudez crua da verdade, que motivava a constante delapidação dos dedos da Verdade na estátua do Eça em Lisboa?
Tanto delapidaram que a estátua teve que ser substituída por outra de metal e a antiga jaz inerte nos armazéns do Museu da Cidade de Lisboa...
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