Não sou nada.Não sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de regime. Acredito na democracia como regime e bater-me-ei, sempre, para que esse seja o regime português.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos
Sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de democracia. Sou também daqueles que defendem que, se os Partidos que formam esta democracia insistirem em produzir os bonecos que nos oferecem para ir a votos, vai ser necessário islandiarizar a classe política, os actuais Partidos e os mecanismos democráticos.
Sou daqueles que defendem que só é possível mudar se nos deixarmos do "eles" e do "nós" para passarmos a ser o "todos nós, Nação" com cidadãos participativos, envolvidos na busca de soluções e no repúdio ao determinismo e ao imobilismo.
Sou daqueles que defendem que a arma está no voto e que, quando entender que esse voto é inútil por não me rever em quê e em quem votar, saberei participar na construção de alternativas.
Sou daqueles que não votam em Sócrates, mas sim no Partido Socialista (e até tenho a sorte de votar em Eduardo Ferro Rodrigues que é o cabeça de lista do meu distrito) mas que entendem que compete aos Partidos políticos elegerem os seus dirigentes e que não é regra da democracia negar negociações de regime tendo como argumento os titulares que lideram os Partidos democráticos.
Sou daqueles que se estão nas tintas para os juros que os especuladores dos mercados fixam porque acredito que temos de ser capazes de trabalhar e produzir de forma a evitar pedir dinheiro para pagar a nossa preguiça e o nosso deslumbramento consumista.
Sou daqueles que combatem o subsidio para não-produzir e que não vivem da semente subsidiada para produzir o subsídio na não-colheita.
Sou daqueles que não acreditam nos bruxos que já disseram tudo e o seu contrário e que por isso têm sempre razão embora, quando foram chamados a apresentar e implementar soluções, tenham sido tão ineficazes e incapazes como todos os outros que criticam.
Sou daqueles que se recusam a olhar para os outros sem primeiro olhar para mim.
LNT
[0.144/2011]
3 comentários:
Caro amigo barbeiro,
Quem assim se apresenta em público tão bem escanhoado, só merece o meu apoio, solidariedade e companheirismo na estrada.
Há pois é... continua a existir um silenciar do FULCRO da Revolução na Islândia!!!
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NOTA: o FULCRO da Revolução na Islândia não é o discutir "pagamos" versus "não pagamos"... mas sim, o 'corte' com as regras da superclasse (alta finança - capital global):
- a superclasse (nota: controlam os media) quer Democracias-Fantoche... leia-se: Democracias facilmente manobráveis por lobbys...
- a superclasse não está interessada em Democracias aonde os cidadãos exijam, não só maior transparência aos governos, como também o Direito de VETAR as 'manobras' com as quais não concordam!
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UM EXEMPLO: Esta história do TGV nem era assunto de grande conversa!!!... Visto que:
- "Existindo várias empresas de transportes por rentabilizar (leia-se, com grandes prejuízos) como, por exemplo, a CP, a Transtejo, o Metro do Porto, etc; e estando o país sob a ameaça da bancarrota...vai-se construir mais uma empresa deficitária: o TGV!!!... Meus meninos (leia-se políticos) deixem-se de brincadeiras porque a coisa será VETADA pelo contribuinte! Mais, meus meninos (leia-se políticos) preocupem-se é em incentivar o aparecimento de empresas sustentáveis sem 'assalto' ao contribuinte".
ANEXO:
«A VERDADE INCONVENIENTE é que não existiam, na economia portuguesa, razões substantivas quer em termos do sector financeiro, quer em termos de dívida (mais baixa do que a da Itália), quer em termos de défice (mais baixo do que o de vários países da UE) que justificassem a dimensão dos fortíssimos ataques especulativos de que foi vítima, ao contrário da Irlanda ou da Grécia...»
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1- Os 'ataques' dos corruptos poderão custar milhares (ou milhões)... todavia, o cidadão poderá fazer alguma coisa...
2- Os 'ataques' dos especuladores custam milhares de milhões... e... o cidadão está de mãos atadas - não pode fazer nada!
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Resumindo e concluindo: é urgente uma nova alínea na Constituição: o Estado só poderá pedir dinheiro emprestado nos mercados... mediante uma autorização obtida através da realização de um REFERENDO.
É com a mesma convicção que vejo as suas palavras como uma esperança de mudança futura.
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