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terça-feira, 6 de abril de 2010

Para que a praça da canção não seja uma ilusão

João SoaresOuvi, com a atenção do costume, a entrevista que João Soares deu no passado fim-de-semana ao Rádio Clube Português.

João Soares merece-me esse tempo de atenção. Ouvi-lo permite-me com ele concordar em muito e em muito discordar, um hábito de décadas que quase sempre nos fizeram estar do mesmo lado da barricada quando o combate foi externo e muitas vezes em oposição dentro do PS.

A excepção externa foi a anterior candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, que espero não se venha a repetir, mas que foi e é um ponto de divergência no conceito do papel fundamental do Presidente da República, que João Soares trata com displicência chegando ao limite de nele (no papel) ainda ver semelhanças com o de corta-fitas da ditadura.

Voltei a ouvir João Soares falar num candidato do PS, coisa inexistente, porque estamos a falar de candidatos à Presidência da República. As forças partidárias devem prescindir da tentação de querer na Presidência da República uma extensão da sua hierarquia.

É um conceito fácil de entender e basta a João Soares lembrar-se do slogan que tantas vezes repetiu: - "o Presidente de todos os portugueses" – para não falar no candidato do PS. O candidato do PS à presidência é eleito no seu Congresso Nacional e destina-se a presidir ao Partido Socialista.

Manuel Alegre não tem, nem deve, ser o candidato do PS. Tem e deve ser um candidato nacional que se compromete com os seus eleitores a cumprir e fazer cumprir a Constituição sem subordinar essa missão aos interesses de uma ou outra força política.

O Partido Socialista e as outras forças de esquerda, apoiarão um ou outro candidato e aconselharão os seus militantes a votarem no candidato que melhores garantias dá para o bom e independente, mas não indiferente, desempenho do cargo.

Não se espera do PS que tente impor um candidato porque isso resultará, como é patente, na vitória do quadrante político de sinal contrário, ainda para mais numa disputa em que o candidato que federa a direita portuguesa se candidata à sua própria sucessão.

Falamos de política, de interesse nacional e da visão política. Confundir isto com tricas pessoais e familiares ou com estados de alma só poderá levar o actual líder da direita, em si representada, a manter o poder por mais cinco anos.
LNT
[0.132/2010]

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tenho de pagar as quotas

Cartão PSEste é meu objectivo imediato, embora atrasado. Tenho de pagar as quotas para poder votar, porque quero ir votar um dia destes quando chegar a hora de escolher o próximo líder da concelhia de Lisboa que tudo leva a crer venha a ser o homem de quem Cavaco não gosta.

Pagar as quotas de militante do Partido Socialista pode parecer um duplo crime nos dias que correm por razões que se prendem com o démodé da vida cívica e política e com outras ligadas aos novos conceitos de asfixia democrática, decorrentes da teoria de que as trinta moedas de Judas e as suas pequenas traições (nunca percebi porque é que foram precisos aquele beijo e a prata se não havia Romano que não soubesse quem era o Profeta) são a nova doutrina social da Igreja.

Por isso escrevo aqui, neste meu caderno, que tenho de pagar as quotas, as minhas quotas de socialista do Partido Socialista, já que a militância tem andado muito por baixo.
LNT
[0.080/2010]

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Descida do Chiado

Descida do Chiado


Muitas vezes uma imagem vale por mil palavras até porque há vezes em que as palavras não chegam para os afectos.
LNT
[0.637/2009]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Constatações

Bandeira PortugalPara quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PS ganhou as eleições. A comprová-lo está o facto do Presidente da República vir a convidar Sócrates para formar o próximo Governo.

Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PSD perdeu as eleições. Não só para o PS, como para o CDS/PP. A demagogia da mentira da verdade, o conservadorismo de Ferreira Leite, a intriga, a conspiração, a maledicência, a falsidade e a arrogância foram fortemente penalizados pelos eleitores.

Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O CDS/PP ganhou o prestígio da direita que há mais de duas décadas não tinha. Derrotou o PSD retirando-lhe uma boa fatia do eleitorado, contribuiu para esvaziar a maioria absoluta ao Partido Socialista e marcou a diferença entre a direita civilizada e a outra que estava convencida que tudo valia para atingir os seus fins.

Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O BE ganhou o prestígio da extrema-esquerda. Nunca em Portugal, nem sequer no tempo do PREC, a extrema-esquerda tinha conseguido tão bons resultados. Passou o PCP em importância e implementação, contribuiu para retirar a maioria absoluta ao Partido Socialista e demonstrou que o enquistamento do PCP num modelo recusado em todo o Mundo é o corolário das doutrinas retrógradas que os comunistas insistem em considerar como válidas.

Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PCP é o grande derrotado da esquerda. Perdeu posições para todos, deixou de ser a referência da esquerda das esquerdas.

Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. A democracia é, continua a ser, o regime de preferência da esmagadora maioria dos portugueses. Derrota os abstencionistas, derrota a extrema-direita, derrota os defensores do não-voto. Confirma que o poder está nas nossas mãos, ainda que seja só no momento das escolhas.
LNT
[0.608/2009]
Simultaneamente publicado nos:
a Barbearia do Senhor Luís (a minha casa); SIMpleX (de quem me despeço já com saudades); Eleições2009/o Público (onde ainda faltam as autárquicas); Cão com tu (onde estarei em força após os períodos eleitorais) e numa outra coisinha que ainda não posso divulgar (mas falta pouco para o fazer).

domingo, 27 de setembro de 2009

Esquerda projectada

Logo Eleições 2009
Para já uma boa notícia.

Pelo que se vai sabendo o PS terá mais deputados na próxima legislatura do que os que resultam da soma do PSD+CDS/PP.

Isto garante (em princípio) alguma tranquilidade à esquerda.
Aguardemos os resultados.
LNT
[0.607/2009]

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Coisas com (o meu) sentido

VotarO ciclo da governação actual termina com a abertura das urnas do próximo Domingo.

Vai ser preciso que antes desse momento os cidadãos não prescindam da sua vontade e que não entreguem o seu destino, e o dos seus, nas mãos de outros.

Mais do que ter de optar entre um estilo ou outro, entre uma imagem ou outra, entre uma personalidade ou outra, vai ser necessário decidir sobre o futuro, escolher sobre os caminhos a seguir e principalmente optar por dar um sentido aos sacrifícios feitos anteriormente para poder recolher os benefícios ou rasgar e romper com tudo para reiniciar sacrifícios novos de experiências velhas com os maus resultados conhecidos.

Há lugar a alguns "emendar de mão", todos sabemos. Há lugar a melhorias e correcções, todos reconhecemos. Mas há muito bom percurso feito e muito caminho trilhado que não pode ser desperdiçado e que tem de ser levado até ao destino.

Por isso termino com uma declaração que não é novidade: - votarei no PS e convido todos que me lêem a fazer o mesmo, - e com um apelo a todos os democratas para que não deixem de votar, se entenderem noutras forças, mas não deixem de votar.
LNT
[0.600/2009]

Rastos:
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SIMpleX
-> Eleições2009/o Público
-> Cão como tu

domingo, 20 de setembro de 2009

O que está em causa

O que está em causa é avisar a malta.

Entre considerar, ou não, a família com o único fim de procriação;
entre considerar o direito ao divórcio, ou não;
entre considerar o direito à Interrupção Voluntária da Gravidez, ou não;
entre considerar o Serviço Nacional de Saúde, ou não;
entre Manuela Ferreira Leite ou José Sócrates;

tal como Manuel Alegre, não tenho dúvidas e sem qualquer hesitação escolho José Sócrates e para o fazer votarei no Partido Socialista.

Isto não são fretes.
São escolhas, as mesmas escolhas que já anteriormente nos fizeram escolher entre ser cidadãos de pleno direito, solidários e democratas ou cidadãos emparedados por ditaduras, burocratas e de regime totalitário.
LNT
[0.589/2009]

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Cão como tu ≡ LNT - o que está em causa

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Comparar o impossível

Avião de papel Vejo por aí algumas referências à composição das listas do PSD para as legislativas que as comparam à composição das do PS. O ponto de referência comum reside no facto de tanto umas como as outras excluírem os "incómodos" mas ninguém até agora, por distracção ou com intenção, fez notar tratarem-se de situações diferentes.

Senão vejamos:

As exclusões feitas nas listas do PSD aconteceram com militantes que concorreram ao Congresso Nacional e que representam efectivamente, porque sufragados, uma parte da sua militância que atingiu percentagens não displicentes. Deveriam ter sido considerados em proporção com os resultados do Congresso.

No caso do PS a actual direcção do Partido não tinha ponto de referência uma vez que os militantes da Corrente de Opinião Socialista (para referir somente os que têm sido apontados) não tiveram presença organizada no último Congresso Nacional.

Isto marca toda a diferença e, embora não justifique o que o bom senso determinaria, isto é, que o PS tivesse incluído alguns dos militantes da COS nas suas listas mostrando com isso abertura à diversificação de opiniões que sempre o caracterizou, torna incomparável o sucedido no PSD e no PS
LNT
[0.555/2009]

(também publicado no Blog Eleições2009/o Público

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobretudo pelo PS

SimplexNão é possível estar na política com um pé dentro e o outro fora.
Não é possível pensar política com indiferença e esperar que alguém a faça por nós para depois reclamar imaculadamente.
Não é possível aguardar em política para ver a terra queimar em jogos de lucro calculado à custa da miséria alheia.
Não é possível estar na política sem tentar evitar o mal-maior.

Ficaria de mal comigo se faltasse a este projecto e não desse o meu contributo para a luta por um País melhor, mais justo e solidário. Ficaria de mal com os meus se nada fizesse para evitar que Portugal viesse a ser governado de Belém numa amálgama presidencial onde o governo e a capital pudessem ser a face da mesma moeda.

Por isso aqui estou, mais uma vez na frente de batalha, não em defesa de "sobretudo alguém" (até por não acreditar em infalíveis e iluminados), mas na defesa coerente dos que têm de ser defendidos e que sempre viram no Partido Socialista o motor do progresso, do desenvolvimento português, da solidariedade, da esperança e da liberdade.

Não quero um País suspenso da democracia, parece-me SIMpleX.
LNT
[0.524/2009]

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SIMpleXA Esquerda banda larga

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Evitar o pior

Helena RosetaA atitude de Helena Roseta em relação ao acordo que fez com António Costa para integrar a lista concorrente à Câmara Municipal de Lisboa foi um sinal, mais um, de que há na política portuguesa cidadãos muito mais interessados no bem comum do que nas suas estratégias de poder pessoal. Se estivesse em causa o interesse pessoal, Helena Roseta e o Movimento Cidadãos por Lisboa não o teriam feito uma vez que a sua eleição para a vereação da Capital estava garantida de antemão.

Roseta chegou para ensinar todos aqueles que há pouco tempo lhe pretendiam dar lições de ética e de princípios e para demonstrar que em política nem todos são iguais, como é costume ouvir-se dizer.

Ao contrário de outros, penso que Helena Roseta e o Movimento Cidadãos por Lisboa saem mais credibilizados e com uma força superior, tal como já acontecera com Manuel Alegre, que não é alheio a esta negociação (vejam-se as declarações feitas no dia anterior aquando do lançamento do nº 4 da OPS!), por se terem disposto a não entregar de bandeja o poder à direita populista.

Há coisas realmente importantes na nossa vida de cidadãos sendo que uma delas é nunca deixar que as vaidades pessoais se sobreponham à razão.

Se a Câmara Municipal de Lisboa for defendida de ter Santana Lopes como Presidente isso vai ficar a dever-se unicamente aos que se prontificaram a sacrificar algum do seu protagonismo em favor do interesse comum. Os que ficaram de fora desta solução poderão babar-se com o seu umbigo na noite das eleições e tecer loas às vitórias alcançadas, mas os alfacinhas saberão reconhecer quem evitou o pior.
LNT
[0.520/2009]

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Movimento Cidadãos por Lisboa
-> Manuel Alegre na apresentação do nº 4 da ops!
-> Delito de Opinião - Pedro Correia
-> Eleições 2009 - o Público

terça-feira, 14 de julho de 2009

Hermínio da Palma Inácio

Hermínio da Palma Inácio
«Revolucionário ingénuo» preocupado com as suas gentes.

Era ainda um jovem quando se alistou na Aeronáutica Militar.

Aí aprendeu a profissão de mecânico e tirou o curso de piloto civil para a aviação comercial. O monstro da II Guerra Mundial pairava sobre a Europa.

Atento ao racionamento de comida a que os seus conterrâneos estavam sujeitos, pegou num avião Tiger e lançou pelos ares alimentos.

Numa entrevista à revista «Grande Reportagem», em 2000, o contestatário algarvio explicou que, durante a II Guerra, «havia falta de comida, sobretudo daquela que os portugueses mais gostavam, o bacalhau. E havia na Figueira da Foz uma grande seca de bacalhau que tinha ao lado um campo de aviação pequeno. Nós íamos lá, aterrávamos, comprávamos o bacalhau, embrulhávamos o bacalhau em plástico e depois lançava-o sobre Tunes [no Algarve]». (...)
Mara Dionísio
Não apaguem a memória

LNT
[0.513/2009]

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Não Apaguem a Memória
-> Caminhos da Memória
-> Água Lisa ≡ João Tunes - No dia da tomada da Bastilha, um dos seus assaltantes deixou-nos

Já disponível OPS! nº 4

OPS! Anúncio de lançamento

Com o habitual Editorial de Manuel Alegre está já disponível, em HTML, o nº 4 da OPS! - Revista de Opinião Socialista cujo caderno aborda o tema Urbanismo e Corrupção.

A apresentação far-se-á pelas 18:30h de hoje e o PDF deverá ficar disponível meia hora antes.

OPS! nº4
Editorial
Em apenas um ano, a CORRENTE DE OPINIÃO SOCIALISTA publicou 4 números da Revista online OPS!, dedicados a outros tantos temas essenciais: TRABALHO E SINDICALISMO, EDUCAÇÃO, ECONOMIA e agora URBANISMO E CORRUPÇÃO. Neles colaboraram personalidades de reconhecida idoneidade e competência especializadas em cada uma destas áreas. Em cada número da OPS! procuraram-se e propuseram-se caminhos novos e soluções alternativas.

Nenhuma outra corrente política, nem o próprio PS, através das suas fundações ou iniciativas criadas para o efeito, conseguiu realizar trabalho semelhante, apesar dos escassíssimos meios de que dispomos. Isto mostra que, mais do que o marketing ou os aparelhos logísticos, o que importa são as ideias, a participação, o espírito cívico e desinteressado na busca de novas políticas para o país e para a democracia. Sem sectarismo nem dogmatismo, no respeito pela pluralidade que é timbre de quem se reclama do socialismo democrático. Seguindo a lição do grande António Sérgio a OPS! tem procurado “abrir as largas avenidas da discussão”, num tempo dominado pela moda, pelo politicamente correcto e pela ditadura do imediato e do mediático
. (...)
Manuel Alegre
LNT
[0.512/2009]

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OPS! ≡ Revista de Opinião Socialista - Nº 4 - Urbanismo e Corrupção

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Não-notícias frescas

DucheDe vez em quando descobre-se a pólvora em Portugal.

Hoje foi o Diário de Notícias a descobrir que afinal Manuel Alegre já decidiu definitivamente que não integraria as listas do PS, mas que apoia o PS principalmente para evitar que Manuela Ferreira Leite possa vir a ser a Primeira-ministra de Portugal.

Para quem participou na reunião realizada há quase dois meses no Altis esta notícia é uma verdadeira não-notícia de capa.

Em Portugal a vida é assim mesmo e "prontus".
LNT
[0.500/2009]

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Aprendizagem

DiabrurasDepois de um primeiro ensaio de humildade inconsequente a actual direcção do Partido Socialista deu um verdadeiro sinal de humildade democrática ao reconhecer que os eleitores exigem respeito pelo seu voto e que já não estão dispostos a exercerem o direito e dever de votar para depois verem eleito quem não escolheram.

A decisão de impedir duplas candidaturas é um acto positivo que revela que afinal os Partidos podem e devem aprender com os sinais que o eleitorado lhes dá e só se estranha que haja vozes dentro do PS a revoltarem-se contra esta medida justa e de bom senso. Seria melhor que esse(a)s fizessem um esforço por entender o que é serviço público e que os cidadãos já não suportam políticos que os tentem enganar candidatando-se a lugares que sabem, à partida, nunca irem exercer.

Podiam ter aprendido já antes com Paulo Pedroso (que já aqui tinha dito há muito que só se candidataria à Câmara de Almada) e com António Costa que, não o tendo afirmado ainda neste Blog, já havia anunciado essa mesma disposição.

Gosto de ver o PS a mostrar aprendizagem. Julgo ser-lhe muito mais útil do que qualquer encenação de outras humildades.
LNT
[0.496/2009]

Rastos:
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->
Eleições 2009 ≡ o Público
-> Banco Corrido ≡ Paulo Pedroso

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Porta-voz há muitos

MuppetsA decisão de José Sócrates anunciada na última Comissão Política do Partido Socialista foi a de que António Vitorino será o coordenador do programa eleitoral, Vieira da Silva será o responsável pela organização da campanha e João Tiago Silveira assumirá a função de porta-voz.

Isto quer dizer que João Tiago Silveira será só o porta-voz de campanha e não, como tem sido publicado e dito na Comunicação Social, o novo porta-voz do Partido Socialista.

No caso das legislativas teremos porta-vozes:
- O cabeça de lista - José Sócrates, dado tratar-se do Secretário-Geral do PS;
- O porta-voz do Partido que é Vitalino Canas; e
- O porta-voz de campanha, que é João Tiago Silveira.

Por sua vez os Porta-voz do Governo, que convém não confundir com os do PS, são:
- O porta-voz junto da Assembleia da República – A. Santos Silva, Ministro dos Assuntos Parlamentares; e
- O porta-voz do Conselho de Ministros – que nunca percebi quem é.

É de todo importante fazer a diferença porque continuaremos a ouvir várias vozes a transmitir as posições políticas oficiais do PS que se espera venham a ser coordenadas para evitar as já habituais cacofónicas contradições e confusões.
LNT
[0.467/2009]

Rastos:
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->
PS ≡ WebSite oficial
-> o Público ≡ António Vitorino é o coordenador do programa eleitoral do PS

sábado, 13 de junho de 2009

Dos pensadores situacionistas

PS 1975Já se estranhava que ainda não tivessem vindo a terreiro análises sobre a influência da CNOS – Corrente de Opinião Socialista nos resultados das últimas eleições. Tirando uma ou outra opinião alucinada (que lhe atribui culpas nos resultados) registada nos habituais blogs de ódio a Manuel Alegre, pouco ou nada se tinha ouvido aos comentadores situacionistas, o que é compreensível, visto pouco haver a dizer para além de confirmar as razões que assistiram a Alegre e à CNOS nestes últimos anos. Essa razão já tinha sido comprovada nas últimas presidenciais e voltou a ser confirmada agora.

Hoje, Pedro Marques Lopes num programa da rádio portuguesa que partilha com Pedro Adão e Silva ensaiou finalmente a insinuação esperada ao confrontar Pedro Magalhães com a afirmação de que, perante os fracos resultados obtidos pelo PS, a decisão de Alegre de se manter no PS não representou qualquer valor para os resultados eleitorais.

A questão revela a incapacidade de aprendizagem de alguns “pensadores” da nossa praça. A ser colocada alguma questão sobre o assunto, teria de se formular com base no que teria acontecido se Manuel Alegre tivesse apoiado outra força política e por ela tivesse feito campanha. Continuaríamos no Mundo da fantasia e da suposição, é certo, mas pelo menos não se ensaiava a demagogia.

Será tão difícil entender o óbvio, isto é, que muitos dos eleitores de esquerda quiseram penalizar esta direcção do PS e que, se ainda assim os resultados não foram mais catastróficos, foi devido a parte dos seus militantes continuar a acreditar que, mal por mal e apesar dos desvios, o PS continua a ser o único garante da defesa dos princípios do socialismo democrático e da social-democracia em Portugal que são a sua (deles, militantes/eleitores) doutrina de vida?
LNT
[0.458/2009]
Nota: a imagem publicada reproduz um cartaz de comício do Partido Socialista em 1975. Os tais militantes socialistas que, apesar dos pesares, ainda não votam noutros Partidos, continuam a defender o que está escrito no cartaz.
Chamem-lhes passadistas, não evolutivos, o que quiserem.

Pedido de desculpas e reposição da verdade:
No texto original lia-se que teria sido o Pedro Adão e Silva a equacionar a questão do segundo parágrafo deste texto. Do visado recebi o seguinte comentário que provocou a alteração do texto e me obriga a este pedido de desculpas e rectificação.
PAS - Luís, o teu raciocínio está todo muito correcto, mas acontece que eu não ensaiei rigorosamente nada. Quem disse isso foi o Pedro Marques Lopes. abraço
LNT – Pedro, a assim ser, foi minha falta de atenção e peço as necessárias desculpas. Confesso que tentei confirmar no Site do RCP mas o Podcast ainda não estava disponível.
Vou alterar o texto aqui e no Eleições2009 do Público e transcrever este teu comentário.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O cepo manuelino

Cadafalso Quem viu ontem as imagens do Porto e observou de fora os comportamentos conseguindo distanciar-se do pensamento de quem escreve nos jornais e nos Blogs;

Quem tem experiência de rua e de campanha popular, quem já foi apalpado num mercado, beijado na boca por uma desdentada, beliscado por beliscão anónimo (daqueles que fazem nódoa negra) e levou um banho de água de peixe espirrada pelo bater de uma chaputa na pedra de venda de um mercado e viu as imagens dos diversos candidatos no Porto;

Quem já foi parte activa de comitiva, preparou acontecimentos para que acontecessem ou improvisou outros perante imponderáveis, saiu das tamanquinhas dos gabinetes e dos teclados, foi sentir o povo e pedir-lhe confiança e viu as imagens dos diversos candidatos no Porto;

Quem já fez tudo isto e muito mais, apercebeu-se da diferença das coisas, relembrou-se que quem escreve e opina nos jornais, nas TVs e na NET é uma minoria insignificante de quem vota e ficou esclarecido sobre o desaire que o PSD vai ter daqui a dois dias.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Avivar a memória para entender [ III/III ]

Manuel Alegre - XIV Congresso Nacional do PS
(Com este Post encerro esta série de três textos (1 e 2) que entendi necessário fazer para reposição de verdades escondidas)

Manuel Alegre nunca traiu a confiança dos militantes que nele votaram para Secretário-geral do PS, nem a dos que elegeram os delegados ao XIV Congresso Nacional. Antes pelo contrário, defendeu muitas vezes praticamente isolado, aquilo com que se candidatou.

Manuel Alegre não traiu a confiança dos Delegados ao XIV Congresso que votaram as listas para os órgãos dirigentes do PS e das quais saiu a quota a ser considerada na construção das listas de candidatos a deputados que agora terminam o seu mandato. Antes pelo contrário, bateu-se na Assembleia da República, mesmo perante a oposição e silêncio de muitos dos deputados (há raras e honrosas excepções) que ainda lá estão pela sua quota.

Manuel Alegre nunca traiu a confiança dos cidadãos-eleitores que o elegeram deputado porque nunca votou contra o que estava disposto no Programa Eleitoral do PS. Antes pelo contrário, sempre se opôs a que o Programa Eleitoral, ainda em curso, não fosse cumprido.

Manuel Alegre nunca traiu a confiança de quem nele depositou a esperança de o ter na Presidência da República. Antes pelo contrário, mostrou uma coragem impar na nossa jovem democracia tendo levado até ao fim a sua determinação.

Manuel Alegre nunca traiu a confiança do Partido Socialista. Antes pelo contrário, cumpriu o mandato para que foi eleito e soube reconhecer o fim do ciclo que o elegeu sem cedências e sem abandonos.

Apesar de tudo isto e apesar das muitas deturpações e inverdades em todo este processo, incluindo a última falácia de que teria imposto três nomes para as próximas listas de deputados, o que já desmentiu categoricamente, Manuel Alegre mantém intacta a sua credibilidade e é um exemplo de coerência e verticalidade para toda a classe política.

Para os que gostam de falar em modernidade e visão de futuro e que se arrogam dessa modernidade sem que se lhes conheça qualquer contributo a seu favor, é bom que analisem o percurso feito por Alegre e possam concluir que também é a ele que se deve a consciencialização da nova política consubstanciada numa candidatura à Presidência da República independente, baseada em Movimentos de Cidadania que surgiram do nada.

Os caminhos estão traçados. Já não é possível aos Partidos fazerem aquilo que entendem sem considerar que o Mundo mudou e que há muito mais política para além daquela que se cogita nos gabinetes.

Agora é tempo dos eleitores se pronunciarem e de se assumir o seu julgamento. Alegre é um militante disciplinado. Não estará contra o Partido Socialista mas não lhe é exigível que assuma a responsabilidade daquilo com que não concordou.
LNT
[0.392/2009]

Avivar a memória para entender [ II/III ]

Manuel Alegre - XIV Congresso Nacional do PS

(a desenvolver em três textos também a publicar no Eleições2009/o Público)

Entendido o que anteriormente foi enunciado fica de imediato igualmente entendida a insensatez dos que ainda não apreenderam a democracia, porque os mandatos são para cumprir e os deputados não são (não têm de ser) mandatários de qualquer Governo, que entendiam que Manuel Alegre deveria ter abandonado a Assembleia da República (e até mesmo sair do PS) no decurso da legislatura que só agora termina com as próximas eleições legislativas.

Manuel Alegre defende coisa diferente de Sócrates, não é novidade e a novidade seria se, depois de terminado o Congresso, Alegre não mantivesse coerência no exercício do mandato de deputado que os militantes socialistas e os cidadãos eleitores lhe concederam. Concluindo, Manuel Alegre foi sempre honesto consigo próprio e com o PS e fiel ao mandato em que foi investido.

Alegre é um resistente, lê-se no seu passado e confirma-se no seu presente e como acredita que é no sufrágio universal que reside a única legitimidade dos estados democráticos sondou a vontade popular e tendo-se apercebido que havia outras vontades importantes para além das que faziam crer que só Mário Soares e Cavaco Silva estariam em condições de assumir a Presidência da República, aglutinou essas vontades, muitas das quais de seus camaradas de Partido e fez-se contar.

O resultado comprovou que a direcção do Partido Socialista incorreu num imenso erro ao tentar impor, contra a vontade dos seus, uma solução comprovadamente inadequada. Nem sequer estava em causa a pessoa de Mário Soares, figura querida de todos os socialistas, mas só o absurdo que esta nova candidatura representava.

Enquanto isto, no Grupo Parlamentar e salvo raras excepções, os deputados indicados pela quota de Manuel Alegre ou faziam silêncio ou até passavam a ser os seus maiores detractores.

Alegre resistiu mais uma vez. Explicou a quem o quis ouvir que havia, e há, outros caminhos a descobrir. Não só o explicou como o demonstrou apontando soluções e comprovando com a sua participação que pode existir diálogo nas esquerdas para além das mecânicas de coligação.

Chegados ao fim deste ciclo e antes de começar o próximo, isto é, antes de se iniciarem as campanhas eleitorais para novo ciclo, Alegre que já não fazia parte, por decisão própria, de qualquer órgão directivo do PS, reuniu-se com os seus camaradas da Corrente de Opinião Socialista (CNOS), falou e escutou, foi mandatado e uma vez mais cumpriu.

Na passada sexta-feira reuniu os seus camaradas da CNOS e companheiros do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) para lhes anunciar o fim de ciclo e reafirmar a sua condição de militante socialista com a mesma coerência de sempre.

As palavras finais da sua declaração não deixam dúvidas:
Não há ruptura com o PS
Não há abdicação nem retirada.
Há a decisão de continuar, sob outras formas, o meu combate de sempre pela renovação da vida democrática, pela cidadania e pelo socialismo democrático.
LNT
[0.391/2009]