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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ardentes

FogoJá há uns anos que os noticiários não eram tão parcos de informação sobre os fogos que devastam milhares de euros de riqueza nacional. Se este ano estão calados, ou pelo menos não estão tão barulhentos como nos anos anteriores, não é por o País estar a arder menos mas porque se entende que os fogos actuais são menos escaldantes do que os anteriores. Nada demais, já nos habituámos ao espírito dos coisos da coisa e a coisa pública é uma coisa do camandro.

Os poucos comentadeiros oficiais de reino que não estão a banhos vão aparecendo na televisão para substituírem os briefing lombo-maduros explicando que aquela luzinha que se vê lá bem no fundo do túnel é um flash que deriva de um filamento incandescente e não de um pinhal em brasa.

Enquanto isto, Portas conseguiu ao fim de dois anos e picos, presidir a um Conselho de Ministros. Não tratou do OE, nem de outras coisas ardentes, como por exemplo da reforma do Estado a que está obrigado, ou da salvaguarda dos reformados a que o seu Partido se auto-obrigou, mas lançou uma lança em África, ou melhor, enviou uma lança do seu coração patriótico às feras que, neste País fronteira África/Europa, tinham incluído meia dúzia de hospitais misericordiosos no Sistema Nacional de Saúde (e que ainda está por saber se as Misericórdias os querem de volta).

Aguardemos o Pontal com esperança de que as melgas não sejam mansas no canibalismo.
LNT
[0.261/2013]

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Farrobodó

Palácio das LaranjeirasConsta que a expressão farrobodó vem das pantominices e farras que o Conde de Farrobo fazia no teatro que mandou construir no átrio do seu palácio nas Laranjeiras, em Lisboa.

Local muito apropriado para quem é perito em pantominices e gosta do estilo palaciano, Paulo Portas não se acanhou e marchou de malas e bagagens (e possivelmente com um camião de fotocópias) para as instalações recuperadas no tempo de Guterres quando criou o Ministério da Reforma do Estado.

Agora que o teatro renasceu das cinzas e com o camarim do maior artista português instalado no salão nobre do palácio, só falta reactivar a aldeia dos macacos no jardim zoológico para que tudo fique conforme.

Se bem me lembro os espectáculos dos papagaios e araras fazem-se mesmo ali ao lado.

Tudo normal, portanto. Oxalá nenhuma víbora fuja do reptilário para o palácio pois correrá o irrevogável perigo de morrer envenenada.
LNT
[0.254/2013]

terça-feira, 23 de julho de 2013

Portugal refundido

Paulo Portas

Agora que está confirmado que aconteceu aquilo que sempre disse que ia acontecer, isto é, que o Presidente da República iria fazer um número para fingir que era uma entidade viva e que depois de assim ter aparecido voltava ao seu estado vegetal para satisfazer os desejos e ambições do seu Governo, fica a questão mais importante de todas.

Será que Paulo Portas, o putativo novo Primeiro-ministro em efectividade, conseguirá encontrar um palácio, palacete, forte, ou qualquer outro imóvel onde aloje, com a dignidade que lhe é devida, toda a sua irrevogável prosápia?

Deus queira que sim, senão acabará a dividir os cómodos de Belém com o seu tutelar e mumificado chefe o que não será bom nem para ele, nem para a Nação que ambiciona vê-lo bem mais alto do que os maduros do Coelho.

Não é todos os dias que o dono de um Partido tão minorca chega a tão importante cargo. A minoria agradece, a Nação aguenta, aguenta…
LNT
[0.245/2013]

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Cantando e rindo

CanoagemDiz-se por aí que o alegado Vice-Primeiro Ministro do alegadamente Governo em pleno exercício de funções já tinha embalado a trouxa para zarpar dos negócios estrangeiros.

Já para não falar no custo que as habituais fotocópias devem ter importado e no esforço feito pelas digressões à procura de um palacete ou forte que desse dignidade de Estado à função alegadamente relevante de coordenador da economia interna e externa, da finança lado-a-lado no que respeita à troika e de outras minudências relativas a alegados interesses ligados à gestão pública da Administração Central, basta que nos concentremos na presumível frustração que irrevogavelmente condicionará o estado anímico do retornado Ministro dos Negócios Estrangeiros para termos um panorama da vontade que anima o actual executivo.

Logo agora que tudo parecia ir para melhor, uma vez que estava aberta a janela de oportunidades para que Álvaro levasse consigo, para Vancôver, o alto interesse da Nação que consistia na substituição das exportações de faiança fina das Caldas pelas natas dos pastéis de Belém, e também devido ao facto do sector cervejeiro português passar a ter na economia um mandante de peso, ainda que coordenado à maneira portuguesa (uma canoa com inúmeros timoneiros e um só remador) que trocasse o interesse estratégico da fermentação das uvas pela fermentação da cevada, o País foi surpreendido com uma nova série do filme “a Múmia volta à vida” com o intuito de se demonstrar que continua a ser verdade que as vinganças frias e os guiões complexos fazem parte da marca nacional.

Continuamos a navegar à bolina e com ventos soprados por um Adamastor escondido num rochedo de tabus.

Mais tarde há-de surgir um Roteiro que aponte os culpados e os desleais que provocaram um segundo resgate, esquecendo que já o primeiro fez parte da mesma estratégia e teve por principal actor o autor desses mesmos Roteiros.

Voltando à trouxa do MNE, espera-se que a não desfaça, para que se não perca tudo. Já não faltará muito para que os eleitores lhe confirmem que chegou a hora de partir.
LNT
[0.229/2013]

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Há quem o faça por menos

Portas medalhas

A medalhita, vice, acabou por ser merecida.

Um Presidente da República em trânsito, mesmo que fazendo parte do grupo de países amigos com os quais se negoceiam contrapartidas de interesse nacional, vale menos que uma medalha pessoal espetada no peito. (Diria o meu amigo Manzas que: - broches como os da casa Batalha, ninguém os faz tão lindos desde o tempo de Dona Maria)

Quando vemos a nossa bandeira queimada nesses confins sul-americanos temos de nos lembrar que houve “questões técnicas no Ministério dos Negócios Estrangeiros” que, em dia de céu limpo, proporcionaram o sequestro técnico ou, sendo mais brando, proporcionaram a retenção de um chefe de Estado que pretendia regressar ao seu País.

A bem da Nação, claro, como sempre.
LNT
[0.223/2013]

terça-feira, 9 de julho de 2013

Governo Portas referendado por Schäuble

BugCom 653.888 votos (11.74%) O Partido Portas conseguiu formar governo. Para tal teve a anuência do PSD que, para evitar eleições, se prontificou a ceder-lhe o total apoio em troca do cargo representativo de Primeiro-ministro.

Está por saber o que fará Portas com tanto poder, mas isso também interessa pouco para o assunto. Não temos pressa nem urgência, o Presidente da República ainda tem muito tempo para namoriscar todos (desde que seja nas horas normais do expediente) até porque o ministro das finanças alemão já referendou o acordo e deu posse ao novo Governo português.

Entretanto, a Ministra das Finanças de Portugal andou pela Europa a beijocar tudo quanto é salta-pocinhas e explicou que está na disposição de encostar a sua cabecinha à do todo-poderoso Vice-Portas porque acredita na osmose dos neurónios. Ela não sabe nem sonha, mas possivelmente não tem de saber e tem outros sonhos mais interessantes, que Ortros – filho de Equidna e de Tifão – é hoje uma estrela brilhante depois de Héracles lhe ter limpado o sebo.
Coisas da vida, como diria o meu estimado Guterres.

Voltemos ao que interessa e deixemo-nos de antiguidades. Saudemos Paulo Portas pelo milagre da multiplicação dos votos. Sintamo-nos todos representados na sua liderança e felizes por finalmente vermos a finança (que colecta) coordenada pela economia (que gasta).

Afinal estamos no Verão e este é o tempo dos festivais de música e dos ministros promovidos pelas marcas de cerveja.
LNT
[0.221/2013]

terça-feira, 2 de julho de 2013

Da irresponsabilidade

Paulo Portas

A publicação da carta de demissão de Gaspar e a nomeação da sua braço direito para o lugar vago foram brincadeiras de quem quis chegar ao pote sem ter estofo para a geleia real.

A irresponsabilidade, imaturidade e a falta de preparação deram nisto.

Fecharam-se todas as Portas.
LNT
[0.204/2013]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Submarino ao fundo

Batalha Naval
Se este Governo fosse uma folha de cálculo era fácil demonstrar que também tinha as fórmulas erradas. Por alguma razão os americanos chamam sheet ou spreadsheet às folhas de cálculo electrónicas Excel (não confundir com shit embora a pronúncia seja a mesma e, para algumas teorias económicas, o sentido também).

Mas este governo não é uma folha de cálculo porque é uma grelha de batalha naval, senão vejamos:

Há uns dias Paulo Portas, um submarino no governo, disparou três tiros e conseguiu acertar um no porta-aviões. Sabe, quem já jogou, que os porta-aviões alvejados com um tiro ficam meio desasados mas só vão ao fundo se receberem cinco bojardas.

Já com os submarinos a coisa pia mais fino porque lhes basta um petardo para que naufraguem. Hoje, Passos Coelho fez isso e estoirou com as fronteiras que Portas dizia serem intransponíveis.

Ficamos na expectativa das consequências. Afinal tão aldrabão é o que diz que não cortará os subsídios e os corta, como o que declara fronteiras intransponíveis e as deixa violar enquanto assobia para o lado.
LNT
[0.106/2013]

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O polícia bom e o polícia mau

Alô-alôO funcionário Paulo Portas que nunca funcionou publicamente embora seja um servidor do Estado desde sempre (ou melhor, um servido do Estado) aparece como o polícia bom neste regime policial-chupista a que estamos entregues.

Passos Coelho anuncia o pior e concede 48 horas ao seu parceiro para anunciar o menos mau, para que se diga que podia ser pior. Parece confuso, mas não é. É a tática do polícia bom e do polícia mau. Ambos concorrem para subjugar os alegados suspeitos só que um bate e o outro finge ficar incomodado com a violência.

Ambos estão convencidos que o mal reside nas pessoas e, em vez de agirem sobre as instituições, reformando-as, agem sobre os cidadãos deixando por fazer o difícil corte nos desperdícios inúteis que sustentam os seus interesses.

Portas foi claro. As medidas foram anunciadas em exagero para que pudessem ser negociadas. Por isso Coelho quis 67 anos para a aposentação e Portas ficou-se pelos 66. Por isso Coelho falou em mais imposto sobre as reformas e Portas disse que já bastava o que aí está, quando todos sabemos que o suficiente de Portas é já manifestamente exagerado. Ficamos com a sensação, e é essa a estratégia, de que aquilo que vai ser podia ser pior.

É a política feita mentira e cinismo.

Entretanto sobre as outras reformas, nada. Nem na Administração Pública, nem na Justiça, nem na Administração Local, nem nas empresas públicas, nem no fisco, nem em coisa alguma.

Cortam-se vencimentos, cortam-se rendimentos de quem já não tem mais para dar, mantém-se os lugares e as mordomias das clientelas, cria-se uma casta de intocáveis que vivem à margem dos sacrifícios.

Também mais não seria de esperar num País onde os negócios mais ricos são as mercearias, os grandes-ricos são merceeiros e onde as privatizações mais não foram do que transitar monopólios de Estado para monopólios privados.

Entretanto os comentadores do regime falam de cisões e arrufos no poder para que nos convençamos que os policiais são diferentes e assim se deixe de percepcionar que tudo é cavaco do mesmo cesto.
LNT
[0.091/2013]

domingo, 14 de abril de 2013

Longe de mais, he said

PortasPassos Coelho disse ontem que Portas andava longe de mais para ter ido à tomada de posse deste governo de maduros.

Hoje Paulo Portas já está perto para se sentar no Conselho Nacional do CDS a intrigar mais um pouco sobre a chuva e a traçar as navegações com que consegue o milagre de andar nos temporais sem se conseguir molhar, coisa estudada e aprendida quando transformaram o CDS em PP e a liderança do CDS deixou de ser democrata-cristã para passar a ser popular, populista, ou lá aquilo que é.

Portas sabe que, agora que o Governo já está maduro, falta-lhe pouco para cair de podre.

Paulo sabe que se a política fosse para ser feita por Professores Universitários, o Conselho de Ministros seria uma Reitoria.

Enquanto Maduro não se pega com Gaspar e os dois não se pegam com Álvaro, até porque Álvaro não se pega com quem quer que seja por preferir a Horta Seca à seca de ter de dar aulas a canadianos, Portas vai fazendo os seus habituais joguinhos aprendidos no tempo do Independente, altura em que tinha por Cavaco muito mais respeito frontal do que hoje finge ter.
LNT
[0.052/2013]

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Governo está de parabéns

Colaboradora OscarJá estamos na reta final para subida a plenário, para aprovação final, do Orçamento do Estado para 2013. A sentença de morte da classe média está decretada.

O cumprimento da meta do empobrecimento apresentada há mais de um ano por este governo vai ser concretizado.

O objectivo de ir além da troica custe o que custar, está cumprido.


Em termos de avaliação nada há a dizer deste Governo. Quem cumpre os objectivos e as metas propostas merece boa classificação. Não se percebe do que se queixam os portugueses.

É verdade que o défice continua a aumentar, que a despesa também, que o desemprego também, que a injustiça social e a desigualdade também mas isso são tudo alíneas para se atingir o sucesso da política de empobrecimento em curso (PEC).

A mínima classificação possível da avaliação de desempenho deste Governo é de excelente –relevante.

Quem superiormente lhe aprovou os objectivos e planeou as actividades está de parabéns por ter tanta ambição. O Governo também, por ter cumprido com zelo e determinação as missões que lhe foram confiadas.
LNT
[0.587/2012]

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Da arte de enrolar

PortasPaulo Portas foi à Assembleia da República informar que os Ministros dos Negócios Estrangeiros não estão nas reuniões do Conselho desde o tratado de Lisboa.

Grande novidade!

O que não explicou foi porque é que o MNE Português não faz diplomacia activa na Europa, ao contrário do que se passa com outros países como Espanha, França, Itália, Grécia, Irlanda, etc.

Teve o tempo de antena que quis para mostrar os beijos e abraços ao PSD. As facas não estavam à vista pero que las hay, las hay e adivinhavam-se em muitos casacos apertados.
LNT
[0.535/2012]

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol

CaracolChamar cobardia política àquilo que Portas e Comp.ª andam a fazer é simplificar.

Paulo Portas é, a par de Francisco Louçã, um dos políticos mais rodados no activo.

Tanto um como outro são politiqueiros de mão cheia e baseiam a sua demagogia no atrevimento da irresponsabilidade inconsequente. Diferencia-os o facto de Portas estar convencido que faz parte dos Partidos do poder por já ter estado inúmeras vezes no governo e por isso ter uma quota-parte da responsabilidade do estado a que chegámos e Louçã ter conseguido passar uma vida inteira na política sem nunca ter assumido a responsabilidade de dar alguma utilidade àquilo que apregoa.

Paulo Portas não é um covarde político. É somente um intriguista convencido de que é político e um demagogo pretensioso convencido que o seu papel de bengala poderá alguma vez ser transformado em papel de ceptro.

Não vale um caracol.
LNT
[0.506/2012]

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Insistência (reformulada)

Dentes

O CDS/PP já se pronunciou sobre o OLE 2013 ou ainda está à espera de um novo branqueamento dentário para os sorrisos nas feiras que antecederão as próximas eleições?


O CDS/PP acha que os portugueses continuam na disposição de aturar  os joguinhos de salão e do poder et  les règles de la danse noble mais conhecidas por menuets das Caldas?
LNT
[0.503/2012]

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fingidores

MagritteA estoria da TSU vai servir de bode expiatório para o assalto radical aos bolsos dos contribuintes. Esta gente sempre foi expedita em golpadas de engano para levar avante os seus intentos. Apresenta primeiro o pior para depois impor o muito mau.

A cobardia com que normalmente esconde a ideologia caracteriza a acção:

Foi assim quando, alinhados com o Presidente da República, fizeram acreditar que era necessário recorrer à Troika depois de terem chumbado as alternativas já negociadas com os nossos parceiros europeus. A culpa ficou para o Governo anterior;

Foi assim quando avançaram com o assalto inconstitucional e iníquo para convencerem que tinham de assaltar todos. A culpa ficou com o Tribunal Constitucional;

É agora assim para a estucada final. A culpa fica com o povo português que se pronunciou na rua e com o Conselho de Estado que os fizeram recuar no cavalgar do empobrecimento fanático que pôs Portugal a trote.

Cada um destes subterfúgios produziu mais saque para disfarçar de incompetência os intuitos ideológicos duma extrema-direita camuflada de laranja que ambiciona destruir a veleidade de querermos ser europeus.

Pedro Passos Coelho é o testa-de-ferro que lança esta porcaria na ventoinha. Quanto mais ela se espalha mais a nossa pele parece não conseguir viver sem o seu perfume.

Paulo Portas continua a fazer o que sempre fez. Joga ao toca-e-foge, faz de caixeiro-viajante para fingir que não vê, trai e mente de igual forma como o faz Coelho, mas bate-o em dissimulação e em fingimento.

As televisões blindadas com vendedores de banha-da-cobra distraem remetendo para trás aquilo que é da exclusiva responsabilidade deste governo (que é resolver a questão) e desfraldam o trapo da oposição incutindo a ideia que é a ela que compete fazer aquilo que é obrigação do poder.

E todos os dias encolhemos, ficamos mais pobres, menos europeus e mais desiguais.
LNT
[0.447/2012]

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O chumbo dos bons alunos

Orelhas de burroPaulo Portas tem saudades de andar nas feiras populares sem precisar de ser escoltado. De que lhe serve a colecção de bonés se não os pode usar? Irritou-se com a utilização abusiva do seu nome, zangou-se com a mentirola que Coelho lhe pregou ao convencê-lo de que aquilo que ia ser anunciado se devia a uma exigência dos credores e que ficou claro ser mais uma das patranhas de Coelho quando Gaspar anunciou publicamente que a troika não tinha feito tal exigência, amuou quando teve conhecimento de que a sua rapaziada, mais papista que o papa, fez declarações de apoio aos absurdos anunciados como se eles tivessem sido também congeminados por si.

Portas, saudoso do populismo e como sempre a olhar para o umbigo, abriu deliberadamente uma crise profunda, não no namoro com Coelho a quem nunca reconheceu qualidade, mas na solução do vazio que se criou a seguir às eleições. Com isso pensa ter conseguido passar pelo que aí vem, sem ser beliscado.

Passos Coelho continua a julgar que, por ter sido nomeado Primeiro-Ministro, está num patamar de superioridade que fará com que tudo e todos se submetam à sua vontade. A criancice que o caracteriza e a falta de estofo político que já demonstrou amiúde acabam de o transformar num calinas que nem os amigos e associados respeitam, ficando cada vez mais entregue aos que ainda sobrevivem à sua custa mas que lhe serão implacáveis logo que se perfile novo senhor.

Neste jogo pouco interessam as centenas de milhar que já tiveram um assomo de cidadania, de nada interessa a sequência de Portugal. Prefere, como sempre preferiu, a chantagem sobre todos os que lhe apontam outros caminhos, prefere a prepotência da ameaça da catástrofe e do caos. Revela-se um fundamentalista fanático preparado para o hara-kiri.

Zangado com a zanga de Portas anuncia ir pagar-lhe na mesma moeda sem sequer ter a noção de que Portas sabe mais a dormir do que ele acordado. Convoca o clã para dar mais lenha ao Conselho de Estado onde Gaspar vai ter voz própria para lentamente defender a teoria do empobrecimento pátrio.

A Nação na rua, as comadres zangadas e o xerife de canhota sacada são o deitar pela borda fora de toda a contenção que este povo estóico até agora revelou. O que estarão agora a pensar os mestres de tão bons alunos?
LNT
[0.433/2012]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Enquanto Portas dormia *

Paulo PortasNa movimentação dos espiões que circulavam livremente e passavam os saberes públicos aos privados que lhes pagavam favores e mordomia,
Portas dormia para fazer que não via.

Na movimentação dos estrangeiros que adquiriam as jóias da coroa a valor de saldo para depois empregar os que lhe davam guarida e outra simpatia,
Portas dormia para fazer que não sabia.

Na movimentação das copiadoras e dos dossiers que submergiam para que a História não contasse a conta pública que aparecia,
Portas dormia e fingia.

Na movimentação dos saques que se abatiam sobre os cidadãos para dar mais gordura ao gordo que no Estado se mexia,
Portas viajava e fingia que dormia para fazer que não via, nem sabia.

Enquanto Portas dormia,
Todos e tudo se espremia,
ele de conta fazia,
ele nada sentia e mentia,
ele de todos se escondia,
e mais do que qualquer outro, fingia.
* Título inspirado numa obra de Domingos Amaral
LNT
[0.415/2012]

O Povo será sereno?

Palácio São Bento em obras

A estória conta-se em meia-dúzia de linhas e é importante que se conte para que fique de registo aos esquecidos.

O Governo anterior (aquele que o PSD, CDS, PCP e BE fizeram cair com a bênção do Presidente da República), num dos seus três PECs apresentados em 5 anos de função, cortou 10% dos salários dos trabalhadores da administração pública tendo a medida sido considerada excepcional e temporária (porque nunca fez sair o diploma legal com a nova tabela de vencimentos).

O actual Governo nomeado pelo Presidente da República, ambos eleitos com a maior abstenção da história pós-liberdade, composto pelos Partidos que exigiram o recurso à Troika (e o PSD – com Catroga - foi parte activa das negociações e condições para que ela viesse) numa estratégia de tomarem o poder tendo um álibi que os desresponsabilizasse daquilo que queriam fazer (a teoria do “para além da Troika custe o que custar” é a prova) e ainda na estratégia de manipulação da opinião pública através do chavão de ter sido o governo anterior a chamar os estrangeiros (sem nunca explicarem que esse plano era seu e que o Governo anterior já estava demissionário quando, por imperativo nacional na sequência do chumbo das suas propostas, se viu obrigado a tal recurso) em pouco mais de um ano já apresentaram três pacotes de austeridade que fazem os do PS parecerem insignificâncias.

Este Governo decretou manter o corte dos 10% nos salários da AP que vinha do Governo anterior, decretou que Portugal precisava de uma política de empobrecimento e decidiu também que aos sectores público e privado fossem retirados 50% do subsídio de Natal.

Este Governo decretou que, para continuar a política de empobrecimento em 2012, se retirassem dois meses de salário ao sector público, aos reformados e aos pensionistas e que, para todos os cidadãos incluindo aos miseráveis, se aplicassem taxas de IVA que deitassem o consumo dos bens essenciais por terra.

Este Governo, não satisfeito com o álibi da Troika engendrado por si e pelo Presidente da República, arranjou um novo álibi atacando o Tribunal Constitucional (único órgão do poder que ainda garante a Constituição Portuguesa). À pala de uma decisão do TC, que exigia esforço igual perante as dificuldades, anunciou ir decretar para 2013 que todos os trabalhadores do País irão pagar mais 1,5% de TSU e que passarão a receber menos 5,5% de salário que reverterá directamente para os lucros das empresas capazes de sobreviver ao decréscimo de consumo (monopólios entretanto migrados para a mão de particulares, alguns para a mão de estrangeiros que os adquiriram a preços de saldo).

A estória fica contada para memória. Havia ainda muitos outros pormenores que se podiam acrescentar mas tinha prometido só usar meia-dúzia de linhas.

Como diz o PM na sua qualidade de cidadão e pai: “isto não fica por aqui”.

Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e Marcelo ainda não viram o povo em fúria e estão convencidos de que a sua ignorância da História de Portugal os salva porque “o Povo é Sereno”.
LNT
[0.413/2012]

sábado, 11 de agosto de 2012

We all live in a yellow submarine

Submarino Portas

Afinal, segundo parece, os submarinos eram mesmo amarelos.

Há arquivos emergidos e há outros submersos.

Prevê-se que, mais tarde ou mais cedo, apareça alguém a dizer que foi o Sócrates que escondeu os papeis.

Full speed ahead, mister Paulo, full speed ahead!
Full speed over here, sir!
Action station! Action station!
Aye, aye, sir, fire!
Heaven! Heaven!

LNT
[0.368/2012]

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Por portas travessas

Pedras sorrisosPelo que se sabe, na única declaração que Paulo Portas fez na China só referiu que o acórdão do Tribunal Constitucional é preocupante.

O desabafo sino de Portas feito em Macau é, tal como ele refere, preocupante.
Não tanto no sentido que Portas lhe quis atribuir (os maus do TC) mas por revelar que Portas e Coelho se julgam acima da Lei e de que entendem que tudo lhes é permitido para alcançarem os seus intentos.

Portas, não faz declarações quando está no exterior, o que quer dizer que nunca faz declarações. Sempre que há alguma bronca não está cá. Aliás, nunca está cá, mesmo quando as broncas estão em descanso. O que anda a fazer no exterior é tabu até para ele próprio. Sabe-se que adora viajar de Falcon (para o qual nunca se comprou um Kit de classe económica) porque, ao fazê-lo, não corre nem o risco de ser vaiado nem o de ter de responder a questões incómodas dos jornalistas.

O ausente PP passa pelos pingos da chuva como se fosse transparente e continua a fingir que nada é com ele deixando cozer em lume brando os seus colegas de executivo. Seria interessante conhecer o custo/benefício da sua vida de caixeiro viajante, seria interessante ter uma ideia de quanto custa cada descolagem do Falcon e qual o valor total das passeatas que já fez, bem como interessante seria saber de que negócios anda a tratar uma vez que já não há mais submarinos para comprar e não há conhecimento de qualquer posto de trabalho português criado por estrangeiros em território nacional.

Consta que estará no Parlamento daqui a dois dias para participar no debate sobre o Estado da Nação. Para já terá o Tribunal Constitucional para servir de bode expiatório aos insucessos do Governo. Quem sabe se a seguir não irá invocar a imunidade diplomática para dizer que, mesmo estando cá, está com a cabeça lá fora o que faz com que não possa prestar declarações.

Que saudades do Paulinho dos mercados que tinha soluções para tudo e do tagarelar jovial que nas feiras tinha aprendido com os vendedores de banha da cobra.
LNT
[0.340/2012]