[0.007/2008]
Diálogos
E perguntam as colaboradoras:
O que é que faz um Polícia Municipal, nomeadamente, à porta de um cidadão às dez da manhã de um dia útil?
E o barbeiro responde:
Entrega uma notificação, nomeadamente, para notificar o cidadão de que tem de tapar as janelas de um daqueles edifícios que o senhor presidente da Câmara Municipal queria ainda taxar mais, porque os inquilinos, que pagam menos de renda do que aquilo que custa a manutenção do prédio, se queixam de que os pombos entram pelas vidraças que eles partiram e sujam as escadas.
E as colaboradoras voltam a perguntar:
Mas esse papel nojento que lhe entregaram é uma notificação, nomeadamente, consegue ler-se?
E o barbeiro responde:
O sr. guarda disse que sim, que é uma notificação e que aquilo que lá está escrito é isso das vidraças e dos pombos e que o papel, apesar de ser um borrão, tem valor legal embora não se consiga ler, nomeadamente, porque a máquina de fotocópias da PM não consegue fazer melhor, nomeadamente, porque o pouco dinheiro é muito necessário para fazer mais uns estudos para o Parque Mayer que, nomeadamente, faz cá uma falta que só visto.
E as colaboradoras perguntam por fim:
E agora o que é que vai fazer?
E o barbeiro responde:
O que me apetecia fazer era escrever um Post para dizer ao senhor Presidente da Câmara que era preferível que ele mandasse tratar dos pombos cagões em vez de andar a chatear os munícipes e que seria mais interessante que a Câmara Municipal desse o exemplo começando ela mesmo por recuperar os seus próprios edifícios que estão a cair de podre, um pouco por toda a cidade. E gostaria também de lhe dizer que deixasse o Parque Mayer em paz e que usasse esse dinheiro em coisas úteis, como por exemplo numas máquinas fotocopiadoras para imprimir notificações legíveis. Mas não, o barbeiro não vai escrever um post desses porque se habilita a um dia destes ter mais dois polícias municipais com mais uns papeis, nomeadamente, ilegíveis a notificaram-no para polir os trincos das portas das casas de banho do tal prédio.
E as colaboradoras disseram:
Ah, pois. É melhor não escrever, é.
LNT
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
[0.005/2008]
Soltem os prisioneiros
Sentado, porque é assim que se deve esperar, tanto pela libertação dos reféns das FARC, como pela intercessão, ou uma única palavra, dos seus amigos do PCP, para que Chavéz tenha êxito na libertação que os bandoleiros colombianos anunciam.
Quedo-me sentado e quieto porque o que interessa é a libertação, seja por intervenção de Deus, ou do Diabo.
LNT
Soltem os prisioneiros
Sentado, porque é assim que se deve esperar, tanto pela libertação dos reféns das FARC, como pela intercessão, ou uma única palavra, dos seus amigos do PCP, para que Chavéz tenha êxito na libertação que os bandoleiros colombianos anunciam.
Quedo-me sentado e quieto porque o que interessa é a libertação, seja por intervenção de Deus, ou do Diabo.
LNT
[0.003/2008]
Mensagens de esperança
Gostei do discurso de Ano-Novo de Sua Excelência. Tal como ele, também gostaria de estar convencido que há uma resposta positiva para as seguintes perguntas:
- Será possível reduzir a taxa de desemprego?
- Os sacrifícios da última meia dúzia de anos garantem um futuro melhor?
- Conseguirá o País aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da União Europeia?
- Os Portugueses percebem para onde vai o País em matéria de cuidados de saúde?
Mas, apesar de gostar de estar convencido, mantenho a dúvida, coisa que se sabe fazer raramente parte das coisas que Sua Excelência tem.
Gostei em especial da sentença tipo «acordem» passada com a máxima - "é preciso trabalho e determinação de todos". Como o tenho feito desde sempre e os resultados são aquilo que se vê, aceito a sentença como boa e deu-me gosto ouvi-la.
Gostei da mensagem de Ano Novo, já o disse.
Inspirou confiança na capacidade e determinação dos Portugueses que "apesar da conjuntura internacional" não ser boa, já é coisa boa, embora sirva de pouco.
Fico a aguardar ansiosamente a mensagem de esperança que Sua Excelência lerá no princípio do ano de 2009.
Até lá é talvez melhor ficar a saber como a menina Reda Lapaite fez o calendário que a Maxim e a Torino Lamborghini nos prepararam para 2008.
LNT
Rastos:
Mensagens de esperança
Gostei do discurso de Ano-Novo de Sua Excelência. Tal como ele, também gostaria de estar convencido que há uma resposta positiva para as seguintes perguntas:
- Será possível reduzir a taxa de desemprego?
- Os sacrifícios da última meia dúzia de anos garantem um futuro melhor?
- Conseguirá o País aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da União Europeia?
- Os Portugueses percebem para onde vai o País em matéria de cuidados de saúde?
Mas, apesar de gostar de estar convencido, mantenho a dúvida, coisa que se sabe fazer raramente parte das coisas que Sua Excelência tem.
Gostei em especial da sentença tipo «acordem» passada com a máxima - "é preciso trabalho e determinação de todos". Como o tenho feito desde sempre e os resultados são aquilo que se vê, aceito a sentença como boa e deu-me gosto ouvi-la.
Gostei da mensagem de Ano Novo, já o disse.
Inspirou confiança na capacidade e determinação dos Portugueses que "apesar da conjuntura internacional" não ser boa, já é coisa boa, embora sirva de pouco.
Fico a aguardar ansiosamente a mensagem de esperança que Sua Excelência lerá no princípio do ano de 2009.
Até lá é talvez melhor ficar a saber como a menina Reda Lapaite fez o calendário que a Maxim e a Torino Lamborghini nos prepararam para 2008.
LNT
Rastos:
-> Mensagem de Ano Novo;
-> Lamborghini;
-> Calendário Maxim;
-> Reda Lapaite.
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
[0.001/2008]
Entrou de mansinho
Cumpriu-se a promessa.
2008 está aí, entrou de mansinho para se não dar por ele e trouxe coisas boas para alguns, p.e. a proibição de fumar nos espaços públicos, e coisas más, p.e. a proibição de fumar em espaços públicos, e ainda mais coisas boas, p.e. ter de renovar a carta aos 50 anos, e mais coisas más, p.e. ter de renovar a carta aos 50 anos.
2008 entrou de mansinho, com o aumento generalizado dos preços, incluindo nos produtos de primeira necessidade, p.e. o pão, os transportes, o gás e a electricidade, o que deve ter sido bom para muitos, dado os festejos com que comemoraram a sua chegada.
2008 entrou, lá isso entrou, até porque não havia forma de o fazer esperar e resta-nos, um ano mais velhos e mais sabidos, que seja ano de concretização de muitos dos nossos desejos, daqueles que temos e dos outros que nos desejaram. Principalmente espera-se que seja um tempo em que, mesmo com as calças largas e o cinto apertado, nos traga felicidade, esperteza e progresso e onde, sabendo melhor distinguir aquilo que importa daquilo que nos querem impingir, comecemos a preparar a tal felicidade e progresso que tarda em se concretizar.
Por aqui assim fica lavrado o primeiro Post do ano, que este ano por ser bissexto, implicará mais um dia na vossa sempre bem-vinda companhia.
LNT
Entrou de mansinho
Cumpriu-se a promessa.
2008 está aí, entrou de mansinho para se não dar por ele e trouxe coisas boas para alguns, p.e. a proibição de fumar nos espaços públicos, e coisas más, p.e. a proibição de fumar em espaços públicos, e ainda mais coisas boas, p.e. ter de renovar a carta aos 50 anos, e mais coisas más, p.e. ter de renovar a carta aos 50 anos.
2008 entrou de mansinho, com o aumento generalizado dos preços, incluindo nos produtos de primeira necessidade, p.e. o pão, os transportes, o gás e a electricidade, o que deve ter sido bom para muitos, dado os festejos com que comemoraram a sua chegada.
2008 entrou, lá isso entrou, até porque não havia forma de o fazer esperar e resta-nos, um ano mais velhos e mais sabidos, que seja ano de concretização de muitos dos nossos desejos, daqueles que temos e dos outros que nos desejaram. Principalmente espera-se que seja um tempo em que, mesmo com as calças largas e o cinto apertado, nos traga felicidade, esperteza e progresso e onde, sabendo melhor distinguir aquilo que importa daquilo que nos querem impingir, comecemos a preparar a tal felicidade e progresso que tarda em se concretizar.
Por aqui assim fica lavrado o primeiro Post do ano, que este ano por ser bissexto, implicará mais um dia na vossa sempre bem-vinda companhia.
LNT
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
[0.408/2007]
Festa
Fim-de-ano
Chegou o tempo da desinfecção e do banho.
As sempre estimadas colaboradoras preparam-se para o reveillon com refrescantes, retemperadores e perfumados duches que antecedem o apinocar para a festa de gala da meia-noite.
As máscaras, gaitinhas e línguas-de-sogra já estão atribuídas e o balneário enche-se de cinzeiros (espera-se que esta barbearia seja incluída no Mapa do Fumador – Portugal) para comemorar a adesão deste estabelecimento aos prazeres fumegantes no início do ano zero da lei anti-tabagista.
Como é sabido, à exclusão da sala de chuto em que, por motivos óbvios de saúde, não é admitido tabaco, todos os outros cómodos estão abertos às práticas de fumo.
O baile de máscaras, que comportará as mais diversificadas caraças, será requintadamente animado com fragrâncias frutadas da época capazes de disparar o sistema límbico ao ritmo da salsa e da lambada.
Para maior integração, serão distribuídos puros no bengaleiro do lobby.
Neste momento de preparação para o fim-de-ano, Dredy, a colaboradora da semana eleita como porta-voz pelas suas colegas, deixa-vos, estimados e dignos clientes, a mensagem que se segue:
LNT
Rastos:
-> Apdeites 2 (Mapa do Fumador - Portugal);
-> Apdeites 2;
-> Puros.
[0.407/2007]
Trutas
Até pode ser que a estória de Cadilhe não vingue, mas é um gozo ver o roer da corda às combinações que os comités centrais do bloco central fazem nos bastidores.
Os Pêésses substituídos pelos Pêéssedês belenenses no banco estatal, convencidos que o caminho da banca privada iria ser um passeio, correm agora o risco de tudo perderem porque alguém à margem das negociatas entendeu interromper-lhes o passeio.
Cada vez é mais claro que o esquema de rotação entre o poder político e o das empresas públicas assente nos ciclos eleitorais e tratado com contrapartidas em sedes obscuras, começam a fartar muito boa gente.
É interessante observar que, depois de se ter ventilado a hipótese de Cadilhe seguir para a CGD e mais tarde se saber que o indigitado era outro, Cadilhe apresente uma lista ao BCP.
Como as fronteiras entre as lideranças do bloco de interesses são cada vez mais ténues, já pouco se distinguindo a prática política das cúpulas de cada um deles, abrem-se caminhos para soluções fora desse bloco.
Como se irá reflectir politicamente este cansaço é uma incógnita a seguir com atenção no ano que vai começar.
LNT
Rastos:
Trutas
Até pode ser que a estória de Cadilhe não vingue, mas é um gozo ver o roer da corda às combinações que os comités centrais do bloco central fazem nos bastidores.
Os Pêésses substituídos pelos Pêéssedês belenenses no banco estatal, convencidos que o caminho da banca privada iria ser um passeio, correm agora o risco de tudo perderem porque alguém à margem das negociatas entendeu interromper-lhes o passeio.
Cada vez é mais claro que o esquema de rotação entre o poder político e o das empresas públicas assente nos ciclos eleitorais e tratado com contrapartidas em sedes obscuras, começam a fartar muito boa gente.
É interessante observar que, depois de se ter ventilado a hipótese de Cadilhe seguir para a CGD e mais tarde se saber que o indigitado era outro, Cadilhe apresente uma lista ao BCP.
Como as fronteiras entre as lideranças do bloco de interesses são cada vez mais ténues, já pouco se distinguindo a prática política das cúpulas de cada um deles, abrem-se caminhos para soluções fora desse bloco.
Como se irá reflectir politicamente este cansaço é uma incógnita a seguir com atenção no ano que vai começar.
LNT
Rastos:
-> Agência Financeira;
-> CGD;
-> BCP;
-> (referência) 2º Caderno de o Público - Blogues em Papel.
domingo, 30 de dezembro de 2007
[0.405/2007]
Imorais
Há comentários que identificam bem quem os faz.
Um tal All-facinha anónimo, como não podia deixar de ser, e artista na arte de meio-pensar já demonstrada em comentários anteriores resolveu deixar no texto sobre o assassinato de Benazir Bhutto o seguinte:
«Quem a matou também morreu, também lutou pelos seus ideais e pelas suas convicções. Também não deixou que o medo, os medos, lhe tolhessem a vontade. O seu exemplo também vai fazer escola. Cobardia?»
A imoralidade do comentário onde confunde assassinato com suicídio, vítima com criminoso, convicção com alucinação e cobardia anónima com coragem identificada, diz tudo.
É com esta matéria imoral que se moldam os terroristas.
pqp
LNT
Imorais
Há comentários que identificam bem quem os faz.
Um tal All-facinha anónimo, como não podia deixar de ser, e artista na arte de meio-pensar já demonstrada em comentários anteriores resolveu deixar no texto sobre o assassinato de Benazir Bhutto o seguinte:
«Quem a matou também morreu, também lutou pelos seus ideais e pelas suas convicções. Também não deixou que o medo, os medos, lhe tolhessem a vontade. O seu exemplo também vai fazer escola. Cobardia?»
A imoralidade do comentário onde confunde assassinato com suicídio, vítima com criminoso, convicção com alucinação e cobardia anónima com coragem identificada, diz tudo.
É com esta matéria imoral que se moldam os terroristas.
pqp
LNT
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
[0.403/2007]
Benazir Bhutto
Quem luta pelos seus ideais e pelas suas convicções pode perder muito, como foi o caso de Benazir Bhutto que por elas deu a vida, mas deixa certamente a lição de vida para quem, optando pela insubmissão, lhe sucederá.
Benazir nunca abdicou das suas razões e nunca deixou que o medo, os medos, lhes tolhessem a vontade nem nunca abdicou do seu direito de exercer a liberdade.
A cobardia de quem lhe provocou a morte só prova a razão da luta que Benazir travou.
A sua personalidade merece respeito e o seu exemplo é escola.
Só morre verdadeiramente quem cala e desiste de se bater por aquilo em que acredita.
LNT
Benazir Bhutto
Quem luta pelos seus ideais e pelas suas convicções pode perder muito, como foi o caso de Benazir Bhutto que por elas deu a vida, mas deixa certamente a lição de vida para quem, optando pela insubmissão, lhe sucederá.
Benazir nunca abdicou das suas razões e nunca deixou que o medo, os medos, lhes tolhessem a vontade nem nunca abdicou do seu direito de exercer a liberdade.
A cobardia de quem lhe provocou a morte só prova a razão da luta que Benazir travou.
A sua personalidade merece respeito e o seu exemplo é escola.
Só morre verdadeiramente quem cala e desiste de se bater por aquilo em que acredita.
LNT
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