quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rica Machina

Machina SpeculatrixO que mais gosto ao ler o Porfírio não é do saber que ele tem para separar o trigo do joio. Ele sabe e ensina a separar o trigo da sua própria palha e isso é relevante.

Espreitem na Machina Speculatrix (agora graficamente remodelada depois de ter mandado as tartarugas pastar) e leiam, com o mesmo gosto que eu li, qual é a questão dos ricos:
«Ele sabe que, no actual estado da "democracia capitalista", o sistema está blindado, de modo que os ricos escapam sempre, descontado o incómodo de andarem nos jornais a falar neles e nos seus milhões de milhões. É que, mesmo que paguem alguma coisa, a dor passará depressa e eles esperam que depois recuperarão tudo com compensações acrescidas. Pode achar-se que é um pouco pornográfico que um articulista escreva apenas para se rebolar de gozo com o facto de estar do lado dos que gostam disto – mas é isso que este articulista faz
LNT
[0.335/2011]

Palavras que Odeio

Taça de PortugalDurante tempos o Pedro Correia manteve uma rubrica blogueira a que chamava "Palavras que Odeio".

Saco-lhe hoje o título para este post uma vez que passaram a haver palavras que há algum tempo não eram odientas mas que hoje criam aversão por terem perdido o seu sentido original e terem passado a ser a ganga com que se traveste a pouca vergonha daqueles que, depois de escolhidos para nos representarem, pensam ter sido eleitos para exigirem mansidão perante a chibatada e transformarem gente valorosa numa multidão de mortos-vivos.

Três dessas palavras que hoje odeio, penso que todos os portugueses odeiam e delas têm medo, são:

Coragem – que antes queria dizer "Firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos" e que hoje significa cobardia perante os poderosos e ânimo para esmifrar os mais fracos;
Histórico – que antes queria dizer "que existiu, que não é ficção" e que hoje significa esmagamento colossal de um povo com História;
Heróico – que antes queria dizer "de que se lança mão em caso desesperado" e que hoje quer dizer retornar uma Nação ao estado de miserável.

São palavras ditas sempre em desfavor do elo mais fraco desta cadeia de súbditos que, por sinal, até é o que sustenta e suporta a cambada incapaz de olhar para a frente abrindo fronteiras de esperança.
LNT
[0.334/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLIV ]

Comboios eléctricos
Märklin
LNT
[0.333/2011]

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A peneira que tapa o Sol

CanoagemJá o disse anteriormente mas como agora voltou a moda jornaleira de contabilizar os nomeados para os gabinetes ministeriais, torno à vaca-fria.

Tal como saber o que cada político tinha antes de assumir o poder sem que posteriormente se fique a saber quanto passou a ter, andar nestas continhas de quantos entraram ou saíram dos gabinetes ministeriais é uma medida para desopilar os fantasmas mas não deixa de ser uma tontaria inventada pelos jovens PSD/PP para xingar o Sócrates e que agora serve de pedra de arremesso para pagar na mesma moeda. É um entretém que deixa de parte as nomeações para os lugares que realmente são o apetite das clientelas mergulhadas nas empresas que estão fora da administração directa do Estado, dos grupos-de-trabalho e dos consultores e conselheiros avençados, para já não falar da rapaziada que se vai espalhando por todos os níveis de chefia (e equiparados) da Administração Pública.

Serve de parangona mas nada trás de valor e funciona como a peneira que tapa o Sol e deixa na penumbra a verdadeira sangria conseguida pelas gorduras dos favores.

Tudo isto se insere na mesma lógica que faz com que as receitas nunca cheguem, mesmo cortando no que resta de social, porque funciona na ordem inversa do interesse dos contribuintes e na ordem directa dos que vivem pendurados nas bordas do pote.

Não seria preferível contratar mais médicos para fazer medicina e reduzir o número de chefes de serviço? Não seria preferível contratar mais professores para dar aulas e reduzir o número dos cargos hierárquicos nas escolas? Não seria preferível contratar mais motoristas e maquinistas e reduzir o número de "gestores" das empresas transportadoras? Não seria preferível arranjar mais remadores e menos timoneiros para esta canoa de fundo chato que insiste em naufragar?
LNT
[0.332/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLIII ]


Fim do Governo Santana Lopes
Fim do Governo PSL/PP - Portugal
LNT
[0.331/2011]

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Na ressaca

Caveira/lataAinda na ressaca das férias, tento recolocar-me no Mundo – Portugal incluído embora seja um mundo à parte – e fico com a sensação de que vivemos uma daquelas telenovelas em que, por muitos capítulos que se percam, nada evoluiu desde o último episódio visto.

Desde ciclones que, apesar dos alardes alarves da comunicação social, foram só tempestades tropicais iguais a muitas outras já vistas sem espalhafato em New York, ao senhor FMI que passou de eventualmente condenado na justiça para efectivamente condenado pela opinião publicada, passando pela famosa crise que alegadamente não deixaria que os políticos que andavam a banhos no Algarve tivessem férias, e pelo senhor Kadaffi – grande amigo dos seus aliados a quem há meia dúzia de meses distribuía chazinhos de tenda e agora os tem como carrascos – que deve estar a preparar um “fim-de-festa” digno do terrorista que nunca deixou de ser, nada mais houve a acrescentar à miserável crise que cada vez mais é para quem trabalha ou trabalhou e que deixa sempre de fora para enricar quem já é rico, ou aí anda perto.

Tirando o IVA que os teóricos julgam ser chapa ganha quando se lhe aumenta a taxa e fazem ouvidos-moucos às teses que defendem que esse tipo de saque resulta fracote porque quando as pessoas já não têm muito por onde cortar, cortam ainda mais nos consumos deixando de cara à banda os que lhes querem tudo sacar, aguardamos com calma (e veremos se com sossego) a grande "coragem" que se prepara com o anúncio de medidas e mais medidas para nos esticar a pele numa cura de emagrecimento que, de tão radical, começa a revelar-se anoréctica-suicida.

Como primeiro texto pós-férias até eu próprio estranho o pessimismo. Pode ser que esteja enganado e que a informação que me chega aos bochechos neste primeiro dia de reactivação passe a ser diferente ao arrear da bandeira e que amanhã consiga ver a luz que ilumina a estrelinha que os guia.
LNT
[0.330/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLII ]


Cabanas
Cabanas - Algarve - Portugal
LNT
[0.329/2011]

sábado, 27 de agosto de 2011

Já tenho saudades do mar

Moldura vaziaE ainda agora cheguei, voltei.
Consegui não ler Blogs, não ler o Expresso, não ouvir mais do que dois noticiários.
Vi muitos políticos que, segundo diziam não iam ter férias, a molhar os pés.
Pelo que já ouvi hoje, depois do regresso, o povo é quem mais ordena.
Veremos!
Para já, já tenho saudades do mar.
LNT
[0.328/2011]

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

See You Later, Alligator

Colaboradora


LNT
[0.327/2011]

O nosso mar

Mar
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só pra mim.
Sophia
Um ano a bulir, anos e anos a bulir, governos e governos a dizer que se bule pouco e muito cansaço, do bulir e dos governos.

Agora venha o sossego antes que ele seja imposto, antes que ele pague imposto, embora já pouco sobre depois do surripio do justo pagamento do bulir.

Depois volto, como sempre tenho feito, embora não saiba porquê, nem para quê.
Setembro é já ali.
LNT
[0.326/2011]

I wish nothing but the best for you, too


LNT
[0.325/2011]

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Coelha Offshore Club

CoelhicesSua Excelência anda aos figos.

Se o Coelho for à Coelha para o beija-mão irá encontrar a fina-flor da banca no curto areal entre as arribas fósseis que ameaçam derrocada. Mais pulseira electrónica, menos pulseira electrónica, aquilo é o ponto de convergência entre os ex e os actuais donos do BPN.

Se o Coelho for à Coelha pode vir de lá com um convite para aplicar os quarenta milhões que rendeu o negócio mais rasca do Mundo em acções particulares e não cotadas do novo banco o que, por experiência anterior, é considerado coisa legal e de alto rendimento.

Se o Coelho for à Coelha receber novas instruções, já que é conselheiro de quem nele manda, que deixe ficar o conselho de transformar aquela coutada particular interdita ao tráfego aéreo numa offshore onde os reformados do norte da Europa e outros alemães possam deixar ficar uns trocados de retorno garantido.
LNT
[0.324/2011]

Gaspar, o fantasminha camarada

GasparLembram-se da explicação que o nosso fantasminha camarada deu para se ter chegado ao "desvio colossal"?

Pois bem, ponham lá os dedinhos no ar para simular aspas no início e no fim de uma frase, façam um gesto lento que represente ler cada uma das sílabas, finjam dislexia e engasgo para marcar a pontuação e extraiam o sound byte que Sua Excelência nos quis transmitir com a seguinte frase publicada hoje no I online:

Cavaco manda Portugal descansar com um olho na crise

Fizeram todo o exercício? Se sim, aqui vai o resultado que consta nas soluções do problema:

Cavaco manda Portugal descansar o olho

Nós entendemos o aviso contido na ordem que veio da Coelha.
Quando vierem de férias verão porquê.
LNT
[0.323/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLI ]


Versoix
Versoix - Suisse
LNT
[0.322/2011]

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Concentrados? Venham os charters

ControcionistaQuando voltar das férias já devem haver muitos mais desenvolvimentos das malfeitorias que o Pedro, o Álvaro e os outros estão a cozinhar em lume brando aproveitando este Agosto imberbe que, tal como o Governo, ainda não deu ares de vitalidade.

Não serão coisa pouca.

De mansinho e com explicações do tipo que se não tivéssemos vendido o BPN ao BIC os trabalhadores do BNP ficavam desempregados, um aviso de que o ultra-liberal governo PPC/PP está na disposição de negociar, a baixo custo, todas as fábricas e negócios que correm o risco de fechar, a mão que se instalou no nosso bolso vai continuar a retirar todos os trocados e possivelmente tudo o mais que lá, e nas adjacências, encontrar desde que lhe sirva de consolo e de pagamento do salário da Chefe do Gabinete que, coitada, por espírito de abnegação e de serviço público, se reduziu à mínima expressão da sobrevivência.

Vou fazendo a trouxa e vou-me lembrando destas coisas que muito me ralarão quando o mar tiver ficado para trás, para bandas das terras allgarvias que entretanto deverão ficar recheadas com os charters dos velhinhos nórdicos fazendo lembrar as gaivotas quando o lusco-fusco avança sobre o areal.
LNT
[0.321/2011]