domingo, 4 de setembro de 2011

O regresso das colaboradoras


E porque hoje é Domingo e dia de gospel fiquem com os anjos.
(ainda alguém acredita que ele(a)s não têm sexo?)

LNT
[0.343/2011]

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A terra onde o Sol já não nasce

Sol Arrábida
Chove.
Em Portugal chove e, a cada dia que passa, chove sempre mais.
Quando não é água que cai, são as medidas.
Do Sol não há notícia.
LNT
[0.342/2011]

Abril em Setembro

Marcelo CaetanoPassos Coelho gosta de dizer coisas. Não sei se é por isso que o seu MNE, que também sempre gostou de dizer coisas, anda desaparecido atrás dele, uma vez que as coisas que Passos e o seu Ministro dos Impostos dizem, não se coadunam com o que Portas sempre disse e repetiu por todas as feiras e praças onde comprou bonés à Alberto João.

Adelante!

A última de Passos é a de que o processo líbio é uma espécie de nosso vinte-e-cinco-do-quatro. Perdoe-se-lhe a inverdade. Abril já foi há muitos anos, julgo que o nosso PM andaria então de calções a jogar à bola na rua, pelo que lhe passaram algumas coisas ao lado e, como depois disso teve de se dedicar à sua caminhada do poder, não teve tempo para se informar sobre a História contemporânea portuguesa. Também não será por aí que virá o mal ao Mundo, até porque para ele, a maldade já cá está há muito, umas vezes disfarçada de mafarrico-beirão e outras de socialista.

Sabendo que alguns assessores, consultores, conselheiros, especialistas, adjuntos, ou lá o que são, do nosso PM passam pelas cadeiras desta espelunca, peço-lhes encarecidamente que lhe desenhem um boneco explicativo da coisa que em Abril de 74 se passou por cá demonstrando-lhe, por exemplo, que Marcelo Caetano, não tendo sido propriamente um democrata, também não foi um terrorista e que a revolução portuguesa foi feita por militares nacionais fartos de embarcarem para as colónias e não por grupos de civis que só conseguiram a vitória por lhes ter sido imposta uma força internacional que bombardeou, durante meses, o quartel do Carmo.

Sabemos, é verdade, que Portas e Kadaffi partilham o mesmo amor pelo Forte de São Julião, mas até o montar da tenda foi diferente.
LNT
[0.341/2011]

Como posso enriquecer se só sei trabalhar?

Rolo de dinheiroÉ mesmo como diz Medeiros Ferreira:
«... a campanha para fazer tributar «os ricos» acabou às mãos do governo para ser aproveitada para aumentar os impostos dos que já mais pagam, normalmente quadros superiores cujas declarações de rendimentos já constam nas repartições das Finanças
Mais do mesmo, acrescento e melhoro substituindo "Repartições de Finanças" por "Serviços de Finanças" que é a designação correcta da coisa.

A questão não é, ao contrário do que ouvimos permanentemente, um acerto de redistribuição pelos que têm declarações de rendimentos mais altas, porque esses contribuintes já pagam bem e até prescindem frequentemente de receber o retorno do que pagam, usando minimamente o SNS, a escola pública e a Segurança Social.

Os mandantes julgam que «os ricos» são os que têm mais rendimentos do trabalho. Não param para pensar e não querem saber se esses contribuintes têm mais rendimentos por trabalharem mais e melhor. Preferem pensar que só o conseguem porque são privilegiados. Enquanto isso, não fazem o mínimo esforço para apanharem na malha todos os «ricos», que o sendo, se apresentam ao fisco como sendo pobres.

O problema é dos que nada declaram, dos que estão fora do circuito da contribuição, dos que tudo usufruem sem nada contribuírem. É sobre esses que é necessário agir, mas isso dá trabalho, exige esforço, inteligência e criatividade e então é mais fácil fingir que eles não existem e acreditar nos fracos rendimentos que sujeitam a registo para fazer do esforço social mais uma regalia a seu favor. É a esses que estão fora do sistema que todos nós, cumpridores espoliados, pagamos a saúde, a educação dos filhos e possivelmente alguma pensão de sobrevivência, enquanto sobrevivemos com dificuldade e ainda temos de aguentar os dislates com que se vangloriam da sua "esperteza saloia".
LNT
[0.340/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLV ]

DinkyToysCorgiToys
DinkyToys e CorgiToys
LNT
[0.339/2011]

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Oh Pê, e se comprássemos uns camarões?

CamarãoÀ boa maneira nova-rica e dos mais-olhos-que-barriga, Tavira também já tem um mega Centro Comercial. No Verão é óptimo para quem se quer refugiar do calor e usufruir de wireless sem custos. No Inverno nem para isso servirá. Para mim, a sua sobrevivência é mais um mistério allgarvio, mas isso são contas para outros rosários.

Vem isto a propósito do supermercado, única loja com uma percentagem razoável de clientes, mercearia explorada pelo nortenho com a arte que Deus lhe deu. Encontra-se lá de tudo, desde a cebola doce espanhola a clientes recentemente ilustres que, a banhos na Manta Rota, preferem o peixe amanhado pelo Belmiro ao do amanho popular no mercado municipal, sustento dos indígenas.

A peixaria avia, junto com as sardas e as chaputas, camarão cozido barato e pronto a comer, um regalo laranja de bigodes farfalhudos. Coisa nada e criada em viveiro e, não fosse um pseudo-sinal exterior de riqueza acabaria no cesto de rodas da clientela do poder para ser lançado no cartão cliente e acumular 50% a descontar nas prendinhas de Natal.

Como o "parece mal" é marca de estilo e a segunda-classe e os chanatos estão na moda, mais sobrou.

Pê, se quiseres umas gambas passa lá por casa, tá?
Nº 3, 2º Esq. Uma casa às tuas ordens.
Podes levar a mulher e as crianças.
LNT
[0.338/2011]

Os ricos nunca pagam as crises

DecomposiçãoPelos resumos que pude observar ontem da apresentação do documento de Estratégia Orçamental 2011/2015 (em conformidade com o Acordo Ortográfico) feita pelo Ministro das Finanças, continuamos no caminho habitual de fazer recair sobre os que produzem toda a carga de esforços até que nada mais lhes sobre para que, com os rendimentos da sua produção, continuem a sustentar a fraca economia do País.

Chama-se a isto caminhar para o precipício.

Mais impostos para os do costume, igualdade de tratamento fiscal para os de maiores e menores rendimentos, mais desemprego somando-lhe agora uma multidão de trabalhadores da Administração Pública a quem já se tinham reduzido o vencimento e congelado todas as perspectivas de progressão de carreira e remuneração, corte das prestações sociais e manutenção do estado de favor da obesidade nos gastos públicos.

Nada de novo, a não ser o reconhecimento actual de que a crise europeia e mundial são factores de insucesso da recuperação portuguesa.

Dado que o impossível só existe enquanto não se descobrir a possibilidade e que a criatividade para a atingir anda longe destes senhores que nunca vão além das useiras e vezeiras receitas, não será desta que nos afastaremos do caminho do mal e o sistema em que estamos mergulhados continuará a impedir que sejam os ricos (os únicos que beneficiam) a pagar a crise.
LNT
[0.337/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLV ]

Meccano
Meccano
LNT
[0.336/2011]

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rica Machina

Machina SpeculatrixO que mais gosto ao ler o Porfírio não é do saber que ele tem para separar o trigo do joio. Ele sabe e ensina a separar o trigo da sua própria palha e isso é relevante.

Espreitem na Machina Speculatrix (agora graficamente remodelada depois de ter mandado as tartarugas pastar) e leiam, com o mesmo gosto que eu li, qual é a questão dos ricos:
«Ele sabe que, no actual estado da "democracia capitalista", o sistema está blindado, de modo que os ricos escapam sempre, descontado o incómodo de andarem nos jornais a falar neles e nos seus milhões de milhões. É que, mesmo que paguem alguma coisa, a dor passará depressa e eles esperam que depois recuperarão tudo com compensações acrescidas. Pode achar-se que é um pouco pornográfico que um articulista escreva apenas para se rebolar de gozo com o facto de estar do lado dos que gostam disto – mas é isso que este articulista faz
LNT
[0.335/2011]

Palavras que Odeio

Taça de PortugalDurante tempos o Pedro Correia manteve uma rubrica blogueira a que chamava "Palavras que Odeio".

Saco-lhe hoje o título para este post uma vez que passaram a haver palavras que há algum tempo não eram odientas mas que hoje criam aversão por terem perdido o seu sentido original e terem passado a ser a ganga com que se traveste a pouca vergonha daqueles que, depois de escolhidos para nos representarem, pensam ter sido eleitos para exigirem mansidão perante a chibatada e transformarem gente valorosa numa multidão de mortos-vivos.

Três dessas palavras que hoje odeio, penso que todos os portugueses odeiam e delas têm medo, são:

Coragem – que antes queria dizer "Firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos" e que hoje significa cobardia perante os poderosos e ânimo para esmifrar os mais fracos;
Histórico – que antes queria dizer "que existiu, que não é ficção" e que hoje significa esmagamento colossal de um povo com História;
Heróico – que antes queria dizer "de que se lança mão em caso desesperado" e que hoje quer dizer retornar uma Nação ao estado de miserável.

São palavras ditas sempre em desfavor do elo mais fraco desta cadeia de súbditos que, por sinal, até é o que sustenta e suporta a cambada incapaz de olhar para a frente abrindo fronteiras de esperança.
LNT
[0.334/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLIV ]

Comboios eléctricos
Märklin
LNT
[0.333/2011]

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A peneira que tapa o Sol

CanoagemJá o disse anteriormente mas como agora voltou a moda jornaleira de contabilizar os nomeados para os gabinetes ministeriais, torno à vaca-fria.

Tal como saber o que cada político tinha antes de assumir o poder sem que posteriormente se fique a saber quanto passou a ter, andar nestas continhas de quantos entraram ou saíram dos gabinetes ministeriais é uma medida para desopilar os fantasmas mas não deixa de ser uma tontaria inventada pelos jovens PSD/PP para xingar o Sócrates e que agora serve de pedra de arremesso para pagar na mesma moeda. É um entretém que deixa de parte as nomeações para os lugares que realmente são o apetite das clientelas mergulhadas nas empresas que estão fora da administração directa do Estado, dos grupos-de-trabalho e dos consultores e conselheiros avençados, para já não falar da rapaziada que se vai espalhando por todos os níveis de chefia (e equiparados) da Administração Pública.

Serve de parangona mas nada trás de valor e funciona como a peneira que tapa o Sol e deixa na penumbra a verdadeira sangria conseguida pelas gorduras dos favores.

Tudo isto se insere na mesma lógica que faz com que as receitas nunca cheguem, mesmo cortando no que resta de social, porque funciona na ordem inversa do interesse dos contribuintes e na ordem directa dos que vivem pendurados nas bordas do pote.

Não seria preferível contratar mais médicos para fazer medicina e reduzir o número de chefes de serviço? Não seria preferível contratar mais professores para dar aulas e reduzir o número dos cargos hierárquicos nas escolas? Não seria preferível contratar mais motoristas e maquinistas e reduzir o número de "gestores" das empresas transportadoras? Não seria preferível arranjar mais remadores e menos timoneiros para esta canoa de fundo chato que insiste em naufragar?
LNT
[0.332/2011]

Já fui feliz aqui [ CMLIII ]


Fim do Governo Santana Lopes
Fim do Governo PSL/PP - Portugal
LNT
[0.331/2011]

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Na ressaca

Caveira/lataAinda na ressaca das férias, tento recolocar-me no Mundo – Portugal incluído embora seja um mundo à parte – e fico com a sensação de que vivemos uma daquelas telenovelas em que, por muitos capítulos que se percam, nada evoluiu desde o último episódio visto.

Desde ciclones que, apesar dos alardes alarves da comunicação social, foram só tempestades tropicais iguais a muitas outras já vistas sem espalhafato em New York, ao senhor FMI que passou de eventualmente condenado na justiça para efectivamente condenado pela opinião publicada, passando pela famosa crise que alegadamente não deixaria que os políticos que andavam a banhos no Algarve tivessem férias, e pelo senhor Kadaffi – grande amigo dos seus aliados a quem há meia dúzia de meses distribuía chazinhos de tenda e agora os tem como carrascos – que deve estar a preparar um “fim-de-festa” digno do terrorista que nunca deixou de ser, nada mais houve a acrescentar à miserável crise que cada vez mais é para quem trabalha ou trabalhou e que deixa sempre de fora para enricar quem já é rico, ou aí anda perto.

Tirando o IVA que os teóricos julgam ser chapa ganha quando se lhe aumenta a taxa e fazem ouvidos-moucos às teses que defendem que esse tipo de saque resulta fracote porque quando as pessoas já não têm muito por onde cortar, cortam ainda mais nos consumos deixando de cara à banda os que lhes querem tudo sacar, aguardamos com calma (e veremos se com sossego) a grande "coragem" que se prepara com o anúncio de medidas e mais medidas para nos esticar a pele numa cura de emagrecimento que, de tão radical, começa a revelar-se anoréctica-suicida.

Como primeiro texto pós-férias até eu próprio estranho o pessimismo. Pode ser que esteja enganado e que a informação que me chega aos bochechos neste primeiro dia de reactivação passe a ser diferente ao arrear da bandeira e que amanhã consiga ver a luz que ilumina a estrelinha que os guia.
LNT
[0.330/2011]