Na fúria dos milhões era preferível que o Estado privatizasse a Parpública e se deixasse de armar em Xanax, Rexamax ou coisa do género, sob o risco de um dia destes vermos circular ao nosso lado os carros com a fotografia do Álvaro e do Gaspar, com o número de telemóvel e a legenda de se tratarem dos vendedores do ano.
O Estado porta-se como o privado que tem de dar de comer aos filhos, neste caso à sua caçula Troika, e se desfaz, ao custo de uma sopa de lentilhas, dos bens que herdou. A rapaziada esquece-se que está a gerir o património público e que esse facto merece cuidado, até porque depois de se irem os anéis, ninguém há-de querer ficar com os dedos da manápula que nos vai empobrecendo.
Os resultados, mesmo assim, têm sido deficientes. Esta gente que se recusa a sair da teoria e dos bancos da escola para dar uma volta pela rua e perceber que a vida é diferente de um manual de tese, vê milhões onde existem tostões e surpreende-se sempre que obtém por resultado aquilo que nunca esperou.
Coisa parecida com o que acontecerá em 2013 quando fizerem as contas do IRS de 2012 e apurarem que as receitas são muito inferiores àquilo que esperavam porque, quem usou a máquina de calcular, se esqueceu de contabilizar que 700.000 X 2 = 1.400.000 de salários não irão ser taxados e de que os escalões atribuídos correm o risco de
downgrade perante o valor salarial anual de cada um desses 1.400.000 salários que foram surripiados.
Como já disse antes, se fossem espertinhos, em vez da ilegalidade e do roubo, podiam ter pago os salários em dívida interna (diferida no reembolso, por exemplo, a cinco anos), mas como o que se pretende é desvalorizar o valor do trabalho no Estado, preferiram o maltrato à inteligência. Em relação ao IVA nem vale a pena falar. Cá estaremos na altura própria para comparar as receitas resultantes da ganância alarve.
LNT[0.508/2011]