sexta-feira, 22 de junho de 2012

Surdinas [ XLIX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Se é verdade que uma relação de 10 para 1, em remates, significa superioridade absoluta de um dos contendores, também é verdade que a superioridade revelada, mas só capaz da entrada de um esférico, significa um baixíssimo grau da taxa de sucesso de quem fez esses remates.
LNT
[0.311/2012]

Sindroma JSPS

SócratesO sindroma obsessivo José Sócrates Pinto de Sousa (JSPS) é o complexo português mais relevante deste início de século.

Os jornais (incluindo os televisivos), os comentadores (da comunicação social, da política, dos Blogs e outros) sempre que não têm argumentos para defender as ideias vigentes, retornam ao sindroma JSPS para desviar as atenções das políticas miseráveis que este Governo vem a aplicar desde que, pela mão do Presidente da República, assumiu o poder.

Os resultados, que começam a ter leitura clara, apontam para o desastre consequente das políticas que sucederam a Sócrates. (desemprego, falência, empobrecimento, liquidação da classe média, diminuição do tempo médio de vida, fim da igualdade de oportunidades e baixa das receitas - que garantiam a protecção social - na razão directa do aumento da carga fiscal). Querem fazer crer que se trata de uma mera consequência das políticas anteriores e escondem que são os propósitos das políticas actuais.

Insistem que o acordo do resgate é da responsabilidade de Sócrates (como se o resgate não se devesse a uma “santa aliança” do PSD/PCP/CDS/BE, que o obrigou, por ter sido chumbada a solução negociada por Sócrates com os nossos parceiros europeus e que não obrigava às medidas de destruição económico-social que vieram a ser impostas pela Troika) ou como se as medidas “para além da Troika” não fossem o “custe-o-que-custar” que orienta o pensamento revanchista, desigual e prepotente com que a dupla Coelho/Portas está a destruir o que resta, no nosso País, do conceito social-democrata de cidadão europeu.

O sindroma obsessivo JSPS revela-se uma doença desviante produzida por quem não tem coragem de assumir que as actuais políticas de sofrimento impostas ao povo português são propositadas e deliberadas. Alimenta-se com a prescrição de empobrecimento que a “santa aliança” defende, embora por razões diferentes:
- O bloco de direita por saber que é o caminho que pretende;
- O segmento de esquerda porque sempre apostou na política do “quanto pior, melhor” para poder continuar a exercer a demagogia sem nunca assumir a responsabilidade do poder.

Escrevo isto com o à-vontade de quem nunca aplaudiu muitas das políticas seguidas pela liderança anterior do Partido Socialista e com o desprendimento de quem sempre se bateu para que houvesse melhor senso na aplicação dos recursos postos à disposição.

Escrevo-o porque sei distinguir o impacto e a responsabilidade de algumas políticas mal orientadas anteriormente daqueles que, com que o descalabro desta gestão propositadamente destrutiva, aniquilam todos os avanços sociais que se produziram em Portugal desde que deixámos de “estar orgulhosamente sós” e nos inserimos na Europa.
LNT
[0.310/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXVII ]

Avião ao luar
Avião ao luar - Peniche - Portugal
LNT
[0.309/2012]

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Checa! Checa! Checa!

Miguel Cassola BondJá deixei de ler quadradinhos há uns anos (fiz mal), mas lembro-me vagamente que o barulho das lavagens escrito nos balões das legendas seria representado por “checa! checa! checa!”, ou semelhante.

Se o inútil relatório da inútil ERC sobre o útil Relvas incluísse estas palavras teria o interesse de banda desenhada e a lavagem seria mais eficaz, principalmente agora que já ninguém está interessado a não ser na tonalidade da gravata e em que a comunicação social já terá tido indicações para acabar com o folhetim do luso Bond, Miguel Cassola Bond Relvas (com a ameaça, caso não sejam cumpridas as superiores indicações, de que se irá publicar no FB a cor dos fios dental usados pelos directores de informação e o relato de todas as cambalhotas por eles já alguma vez dadas com gente da oposição).

Checa! Checa! Checa!, descritivo para lavagem, é hoje o título de quase todos os jornais que, à falta de Fátima e de Fado, abafa tudo num mar de bola e no apelo para que a cervejola encharque as goelas, o histerismo enrouque os relatadores e se façam esquecer as javardices que por aí andam.

Afinal o que nos interessa uma ERC se temos um CR7?

Checa! Checa! checa! Alienem-se, mergulhem no patrioteirismo, desfraldem as quinas, mantenham o zip das braguilhas na posição de fechado e controlem, em limites razoáveis, a ansiedade.

Viva Portugal!
Todos por onze, onze por todos, checa! checa! checa!
LNT
[0.308/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXVI ]

Ingrid Bergman
Ingrid Bergman - Estolcomo - Suécia
LNT
[0.307/2012]

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Até no gamanço são desiguais

O trio gargalhada
Nota: Paulo Portas não se vê na imagem porque está escondido debaixo da alcatifa da tribuna do Governo. No entanto adivinha-se que seja ele que está a fazer cócegas nos pezinhos dos retratados.

Os reformados e os trabalhadores que têm o Estado por patrão viram hoje surripiado do seu vencimento, já anteriormente emagrecido, um catorze avos dos seus rendimentos anuais do trabalho (no caso dos segundos) e das economias forçadas (no caso dos primeiros).

Ao contrário da linguagem de trapos com que os poderosos pretendem endrominar, não se trata de um subsídio mas sim de uma parcela do vencimento anual que, em Portugal, se paga em 14 prestações. Não se trata de uma benesse dos portugueses, até porque os vencimentos anuais dos outros europeus ficam a milhas de distância (para cima) daquilo que por cá se recebe e não é o facto de nos países civilizados se pagar esse vencimento anual em 12 prestações e por cá ser liquidado em 14 que isso representa uma regalia dos trabalhadores.

A política de empobrecimento em curso passa, isso sim, por um ataque desigual à classe média que inventou o conceito de funcionário público para classificar uma vasta parte dessa mesma classe, muita dela qualificada e com grande mérito nas áreas mais evoluídas do trabalho (desde investigadores a profissionais das forças armadas, passando pelos sectores da educação, da saúde, da tecnologia, etc.), como parasita e merecedora de toda a espécie de sancionamento.

O poder conseguiu finalmente cindir essa classe média para a enfraquecer, virando profissionais das mesmas profissões uns contra os outros, bastando para o facto ter aplicado critérios diferentes na busca das soluções para todo o País, diferenciando profissionais tão ou mais capazes, entre os que trabalham no Estado ou no privado. Fez ainda pior porque foi buscar o sustento dos que lhe confiaram as suas economias forçadas (os reformados) e lhes retirou parte do usufruto dessas mesmas economias, num sinal de puro abuso de poder e da quebra prepotente do contrato que firmou com cada um deles sempre que guardou, em cada mês de trabalho, parte do seu vencimento.

Dizem-nos que é necessário um esforço nacional para colmatar o roubo e os despautérios dos impunes. Mas esse esforço nacional recai unicamente sobre alguns, retirando aos que nunca fogem às suas obrigações fiscais a parcela acrescida que mantém a outra parte da classe média.

O chamado "subsídio de férias" foi retirado de forma inconstitucional aos trabalhadores do sector Estado remetendo-os para o segmento da classe média que se pretende empobrecer em favor da outra que sustenta com o seu trabalho a classe alta para que ela continue a fugir aos impostos, a usufruir do social sem nada contribuir e a cometer os mais variados despautérios, ainda por cima com ostentação.

Os trabalhadores do sector estado deixaram já neste mês de Junho de dispor da parte do vencimento com que mantinham os filhos nas escolas, com que pagavam as casas que compraram, com que faziam face aos seguros que lhes são exigidos e com que conseguiam pagar as contribuições que cada vez mais os apertam. Os reformados deixam de ter recurso a uma parte do seu próprio amealhado que lhes permitia ter uma vida um pouco mais longa com a dignidade que a poupança forçada de uma vida de trabalho lhes devia proporcionar.

A diferenciação deixou de ser pela competência, esforço ou mérito para passar a resultar unicamente de uns terem por entidade patronal uma classe política incapaz e incompetente e outros uma classe empresarial que sempre soube beneficiar da catapultagem desses políticos para o poder.
LNT
[0.306/2012]

Um catorze avos

NegroHoje, dia 20 de Junho de 2012, data em que a maior parte dos trabalhadores do sector Estado e os reformados recebem o seu vencimento, ficará para a História como o dia da iniquidade nacional.


Hoje, investigadores, professores, médicos, juristas, enfermeiros, informáticos, administrativos, engenheiros, fiscalistas, economistas, arquitectos e muitos outros profissionais qualificados e especializados, só porque trabalham para o Estado ao contrário de todos os outros que trabalham em regime liberal ou por conta de empregadores privados, vêem-se espoliados de 1/14 do seu vencimento anual porque o actual poder entende que os sacrifícios exigidos para a reabilitação das finanças públicas que foi (e é) objecto de roubos ignóbeis e de despesismo incompetente e imoral desse mesmo poder e dos poderosos que nele se aninham devem ser suportados por uma só parcela do povo português.


Hoje, os reformados que descontaram toda a sua vida para usufruírem da reforma por si adquirida, vêem-se privados de 1/14 do pecúlio anual, num roubo descarado, injusto e prepotente.


Hoje, nós que garantimos a educação de uma Nação, que garantimos a saúde de todos, que garantimos os sistemas tecnológicos, que garantimos a equidade fiscal, que garantimos a segurança, que garantimos o que resta da justiça, que garantimos a democracia, que garantimos a Constituição, a Lei e a Ordem, passamos também a ser os que garantimos, com aquilo que nos retiraram, os conceitos e preconceitos dos que escolhemos para nos governarem e passamos também a garantir que, ao nos fazerem os bodes expiatórios da incompetência e da corrupção de quem gere este nosso Portugal, esses gestores continuarão a ser impunes de todos os crimes que cometem, incluindo os de lesa-pátria.


Hoje é um dia de luto pela iniquidade que se materializa, ao arrepio de tudo aquilo porque lutámos antes e depois de nos tornarmos livres num País e numa Europa cada vez mais desiguais, em oportunidades e em respeito pelas pessoas que os povoam.
LNT
[0.305/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXV ]

Olhos de Água
Olhos de Água - Algarve - Portugal
LNT
[0.304/2012]

terça-feira, 19 de junho de 2012

Luto

Preto
Seria uma interessante posição se amanhã, dia 20 de Junho, em que, pela primeira vez na História da democracia, a maior parte dos trabalhadores da Administração Pública e dos Reformados não irão receber o subsídio de férias, todos os abrangidos se apresentassem de branco ou de preto em sinal de luto pelo roubo destinado a tapar os roubos que outros fizeram e continuam a fazer.
LNT
[0.303/2012]

De arco e balão

Balão popularDeu um jeito de morte manter a trupe alheada enquanto os troikos andaram por cá.

Nada de se falar muito dos aléns que o Governo decretou à sombra de um memorando que diz ser da responsabilidade do Governo anterior mas que subscreveu com o governo anterior já em gestão e com um comissário (Catroga) que ditou muito do que lá está.

Nada de se falar muito dos aquéns que constam do memorando mas que foram devidamente remetidos para o fundo de uma gaveta por não interessarem aos aléns que se pretendem.

Nesse tempo em que os funcionários dos “mercados” andaram por cá, Relvas era o Anhuca piegas deste circo chamado Portugal, e conseguia concentrar em si todas as atenções sabendo bem que mais vale ser mal falado do que esquecido e sabendo também que logo de seguida se poderia de novo esconder para continuar a ir sempre mais além.

Quais espiões, qual quê! Os funcionários já marcharam e o povo tem agora mais que fazer. Entre as geniais fintas de Cristiano e o primeiro subsídio de férias que nos foi retirado bem pode Relvas descansar.

Afinal, na terra dos empobrecidos, no passa nada!
LNT
[0.302/2012]

Prémios e castigos

Machina SpeculatrixO PASOK foi tirar do lume as castanhas que a Nova Democracia tinha lá colocado, mas, nessa altura desacompanhado no resto da Europa, não conseguiu inventar margem de manobra para uma receita menos brutal socialmente – e assim se tornou uma das principais vítimas da situação. Por muito que custe dizê-lo, é saudável que assim seja: se partidos diferentes fizerem as mesmas políticas quando chegam ao governo, isso constitui uma fraude à obrigação que a democracia tem de oferecer alternativas ao eleitorado. Esta é uma lição que não serve apenas para a Grécia.
Porfírio Silva
Machina Speculatrix

(Bold meu)
Grande verdade. Partidos diferentes não podem exercer as mesmas políticas quando chegam ao poder. É fácil entender porque razão o PASOK foi penalizado e a Nova Democracia não. Enquanto que o primeiro traiu o seu eleitorado executando as linhas políticas para que não tinha mandato, o segundo fez aquilo que dele se esperava. O primeiro traiu a confiança e o segundo não.
LNT
[0.301/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXIV ]

Shuttle Discovery
Shuttle Discovery - Florida - USA
LNT
[0.300/2012]

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Croniqueta das vacanças

Quasimodo - CabanasEstreei-me no empoche gasparalhento com que os portais da Via do Infante mataram o conceito de SCUT. A travessia do Allgarve passou a ser mais cara, tal como tudo o mais daquela terra que se prontifica a deixar-nos esfolados em troca de um areal banhado por raios UV.

O saque reflecte-se das mais variadas formas como, p.e., pela dificuldade de encontrar as traquitanas que transformam os trambolhos que, por obra e graça da desgraçada TDT, deixaram de ser utensílios úteis de imagem e entretenimento. Uma vez mais a esperteza saloia transforma a negociata da emissão de televisão aos quadradinhos em ainda mais negociata. (Se alguém me conseguir explicar como é que empresas como a Worten ou os CTT tem esgotados, há meses, os aparelhos da TDT (em Tavira) quando existem milhares deles disponíveis por este País fora. É a técnica do gamanço despudorado para obrigar que os visitantes daquela zona comprem novas televisões (e essas não faltam em todos os tamanhos e feitios).

O tempo azul da 125 fez-se encher de sopros que a amplitude térmica não deixa aquecer o mar para lá dos 19 graus o que inviabiliza o mergulho sem um arrepio na espinha. Vale-nos o deserto das praias com os toldos enrolados, os restaurantes com cadeiras em barda, as esplanadas com lugares disponíveis e os supermercados recheados com espanholismos contrabandeados que nem sequer respeitam a rotulagem legal.

Felizmente o subsídio de férias não saiu do tesouro nacional. Evitou que este texto fosse mais sarcástico em relação a uma zona de que tanto gosto malgrado a roubalheira e a pouca qualidade que por lá se continua a praticar.
LNT
[0.299/2012]

Dranguilos

Caneca EuropaPortugal, França e Grécia (por esta mesma ordem de importância) mantiveram-se no Euro.

Portugal, onde SCUT deixou de querer dizer “Sem Custos para o Utilizador” que era como quem dizia “Com custos para os utilizadores e não utilizadores” manteve-se no Euro graças às botas de Cristiano e deixou provado que o gel dos penteados em bico inviabiliza a utilidade da cabeça no encaixe dos esféricos.

França, onde SARKOS deixou de querer dizer “Sarna e Kaos” que era como quem dizia “Com sarnentos tipo Vichy a Europa ia morrer mesmo ali” manteve-se no Euro graças aos votos dos franceses e deixou provado que a social-democracia europeia é a única forma de inviabilizar as pretensões do capitalismo selvagem de chutar a Europa para o canto.

Grécia, onde Syrizas deixou de querer dizer “Empréstimo a fundo perdido” que era como quem dizia “Quem já conseguiu um perdão de dívida consegue mais dois ou três” manteve-se no Euro graças ao reforço da vontade do seu povo cumprir as condições acordadas para evitar que a bancarrota reabra as portas às botas cardadas e aos fuzis.

Curiosamente estes três países mantêm-se também no relvado europeu onde a equipa Merkel insiste em confundir a geografia e não lhes dá sossego. Veremos se o campeonato se resolverá eliminando os bolas-de-berlim ou se o desempate terá de recorrer à técnica das grandes penalidades.
LNT
[0.298/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXXXIII ]

Sala de computadores
Orlando - USA
LNT
[0.297/2012]