segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Acima das possibilidades

Rosbife

Sei ser um pouco provocatório em tempos de crise mas tomem lá uma coisa muito boa, fácil e rápida de fazer:

Numa frigideira com bom óleo muito quente coloque um naco de rosbife (400 gr/2 pessoas) previamente esfregado com sal grosso, alho, pimenta moída, louro e tabasco. Quando estiver selado (tostado) do lado de baixo vire ao contrário. Nunca fure a carne para não perder os sucos (é nisto que reside o “selar”). Tostado dos dois lados retire para uma tábua e deixe arrefecer. Com uma faca bem afiada corte em fatias finas sobre as quais deita um fio do óleo da fritura.

Misture natas gordas para culinária (as President são de luxo) com um colher de sopa de maionese, uma de café de mostarda, umas gotas de molho inglês, um dedal de vinho do Porto (ou conhaque), uma boa dose de ketchup e um pouco de parmesão ralado. Envolva bem sem bater e arrefeça.

Sirva as fatias de rosbife com batata palhinha e o molho à parte. Umas fatias de maçã ácida melhoram a coisa.

Se for vegetariano substitua o rosbife por um ananás descascado. O problema será seu.
LNT
[0.396/2013]

Aos interessados - Nota do autor

T. RowlandsonEscrevo neste Blog porque me apetece e considero este espaço de reflexão uma porta da minha liberdade. Só passa essa porta quem quer.

Para se aceder a um Blog é necessário vontade e nunca escondi que este é um meu espaço de partilha (não foi por acaso que escolhi esta espectacular gravura de T. Rowlandson para o ilustrar). Não me parece curial que se pretenda que eu aqui escreva o que não quero escrever assim como também não me parece que alguém se julgue no direito de reclamar isenção e neutralidade num espaço privado, embora plasmado no espaço público.

Por isso, três notas:

1 – A caixa de comentários não é um escarrador de tasca. Permite-se quase tudo, só isso;

2 - Só comento aquilo que quero comentar. Se me apetecer escrever sobre entrevistas brejeiras, escreverei, se me apetecer falar de manif’s de machibombos, falarei, mas nunca comentarei o que quer que seja só porque alguém entenda que eu deva comentar;

3 – Tenho muito gosto em ter tantos leitores, talvez mais do que aqueles que mereceria ter, que comigo concordam e discordam. Se soubesse que não era lido ou que só o era por sacristãos da minha sacristia isto não tinha piada alguma. Todos são bem-vindos e a todos estou agradecido pela companhia neste passeio que gosto de dar.

Adelante!
LNT
[0.395/2013]

Nascer duas (ou mais) vezes

DesfocadoNão vale a pena continuar a bater mais no ceguinho, neste caso concreto, não vale a pena bater mais no cavaquinho, e já que nunca iremos conseguir, por mais esforços que queiramos fazer, que o homem acabe o seu mandato com dignidade uma vez que dignidade implica, entre outras coisas, ter palavra e cumprir os juramentos feitos perante a Nação, mais vale começar a preparar a papelada para entregar no Constitucional, única instância com poderes bastantes para nos proteger da indignidade.

Quando era miúdo dizia-se que: "quem mais jura, mais mente." mas nunca pensei que este dito se pudesse aplicar a quem deveria estar a desempenhar o papel de mais alto magistrado de Nação.

Tudo se resume na contradição entre:

"Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa”.

e:

"Faço uma avaliação cuidadosa, recolhendo o máximo de informação sobre os custos de um orçamento não entrar em vigor no dia 01 de Janeiro e os custos que resultam de eventualmente uma certa norma ser considerada inconstitucional já depois de o orçamento estar em vigor".

Todos terão de nascer pelo menos duas vezes para conseguirem chegar a este estado.
LNT
[0.394/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCIII ]

Kilimanjaro
Kilimanjaro - Ikàkéné - Tanzânia
LNT
[0.392/2013]

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ave, Maria Luís

Ceia femininoComo te entendo, Maria Luís. Todos nós, neste momento, temos pouca margem para poupar. Aliás, neste momento, já começa a despontar uma grande maioria sem margem para sobreviver e sem vontade de te poupar.

Como te entendo, Maria Luís. Todos nós temos filhos pequenos para criar e os que já os não têm, por já os terem criado, apoquentam-se com o facto de estarem perante um poder vilão que desrespeita sistematicamente a confiança que nele depositaram ao confiar-lhe a gestão de parte do seu salário e agora correm o risco de, não só não poderem ajudar os filhos a criar os netos, como ainda puderem ser mais um peso para eles.

Como te entendo, Maria Luís. Todos temos um parente desempregado, alguém a quem dar a mão, alguém que precisa de ajuda, embora alguns não lhes possam prestar qualquer auxílio por terem sido expropriados ou confiscados dos seus bens.

Como te entendo, Maria Luís. Eu e todos os que estão a passar por este saque inadmissível para que continue a haver quem não possa perder a sua margem de poupança agora e para sempre e por todos os séculos dos séculos, ámen.
LNT
[0.389/2013]

5 - Blogoditos - 5 [ II ]

Blogs
A Maria Luís é uma pândega.
a ministra diz que o Governo tem uma continuada preocupação em proteger os mais desfavorecidos e garante que as medidas "são ponderadas com justiça e equidade".
Ana Cristina Leonardo

Entretanto parece que continuam as ondas de choque às declarações do nosso ilustre convidado de ontem, Mário Soares, e que já obrigaram Aníbal a sair da toca presidencial.
Parece que também um deslumbrado carreirista outrora líder da JSD, que na vida o que se lhe conhece é estar apenas e sempre pronto a surfar qualquer onda alheia veio exigir a criminalização de Mário!
António Colaço

E reitera que não sabe se Dias Loureiro e Oliveira e Costa eram militantes do PSD quando fundaram uma associação de bandidos com nome de banco. E reitera que o PSD não é o BPN e que o BPN não é a SLN e que a SLN não é ser ministro de Cavaco Silva. E reitera que aguentou até ao limite do possível Dias Loureiro porque fazer parte de uma associação de bandidos com nome de banco não tem nada a ver com ser Conselheiro de Estado. E reitera que espera que o deixem terminar o seu mandato com dignidade. Amém!
José Simões

Pedro Passos Coelho tudo fará para que a relação entre Portugal e Angola não seja abalada.
Rui Machete garante que se vai encontrar uma solução.
Luís Marques Guedes assegura que qualquer problema que surja nas relações entre Portugal e Angola terá um tratamento prioritário e adequado.
Em suma, falta apenas a jura de amor de Joana Marques Vidal.
Paulo Gorjão

Por que razão é que se permite uma conferência de imprensa de um membro do governo, em nome do governo, para se justificar a si próprio e anunciar de forma entaramelada uma medida única, cujos contornos, contexto e ligação com outras está longe de ser esclarecida? A única vantagem é ver Portas na patética situação de se entaramelar em explicações, sem sequer perceber até que ponto fica numa situação ridícula. Se há alguém no governo (e há) a querer ajustar contas com Portas está a consegui-lo na perfeição. Claro que à custa daquilo que antigamente, no tempo do Génesis, se chamava sentido de estado.
José Pacheco Pereira
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
LNT
[0.388/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCI ]

Dom Sebastião
Cutileiro - Lagos - Algarve - Portugal
LNT
[0.387/2013]

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A verdade da mentira

Coelho TigreA inverdade, a imprecisão factual, ou lá como agora designam aquilo que dantes chamávamos mentira, está na massa do sangue de Passos Coelho.

Mesmo com uma ajudinha da rapaziada que não traz para os subtítulos aquilo que ele factualmente diz, para que a mensagem passe no corpo das notícias sem chamar demasiado à atenção, não consegue que a mentira que lhe corre misturada com a hemoglobina se deixe de revelar.

Passos Coelho diz no México:
"Em qualquer caso, quando as comparamos com o esforço que fizemos em 2012, não representam um esforço maior, nem para os pensionistas, nem para os funcionários públicos".
A rapaziada que trata dos subtítulos retira parte da afirmação (não falam dos funcionários públicos) escrevendo:
"O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que os pensionistas e os reformados não vão sofrer em 2014 uma redução de rendimentos maior do que em 2012."
E nós, em Portugal, olhamos para as tabelas e reiteramos que a verdade é coisa que não lhes assiste, mesmo com a artimanha de usar o ano de 2012 (e não o de 2013), que é irrepetível devido ao aviso de inconstitucionalidade feito pelo Tribunal Constitucional, para fazer a comparação.
LNT
[0.386/2013]

Reiterações

GaivotaTodos nós reiteramos que, embora muitas vezes possa parecer, não andamos a dormir.

Todos nós reiteramos que, embora não se refira nas reiterações presidenciais, ainda não estamos esclarecidos sobre a sua participação como accionista da SLN, então detentora do BPN.

Todos nós reiteramos que, embora a permuta Mariani/Gaivota continue por esclarecer na totalidade, continuamos a estranhar que tantos amigos tenham assentado arraiais de férias num mesmo condomínio que tem mais aroma a off-shore do grupo onde se incluía o BPN do que a brisa do mar.

Pela minha parte reitero também que Mário Soares, por quem mantenho o maior respeito, poderia evitar algumas reiterações que contrariam toda a sua filosofia de vida, mas isso é outra conversa que não irei reiterar.
LNT
[0.385/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCC ]

Arpad Szens e Vieira da Silva
Fundação Arpad Szens Vieira da Silva - Lisboa - Portugal
LNT
[0.384/2013]

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O que realmente me amofina

FantasHoje apetece-me fazer um daqueles Posts intimistas na primeira pessoa do singular. Um daqueles do barbeiro a falar só com os seus botões sem se importar com obscenidades e sem qualquer preocupação com o politicamente correcto.

Não sei se estou preparado para tal desabafo porque para isso tinha de me sentir revoltado e nem sequer o estou. Não votei nestes gaijos e gaijas, nem no outro zombie ausente que está acima desta escumalha e também não votei na malta que agora solta gritos de morte contra esta tropa fandanga que levou ao colo para o poder.

Sei que tenho de apanhar com eles sem me revoltar, culpa minha que tenho esta mania da democracia, mesmo quando eles insistem nas maldades que me fazem com o argumento de as fazerem para meu bem. No fundo tenho de entender que sempre houve pais malfeitores que assassinaram os seus filhos com a convicção de que o sacrifício desse altar se destinava a expurgar os descendentes do mal e, em simultâneo, a conseguirem o apaziguamento dos deuses em relação a si próprios e aos que lhes sobrevivam.

Bem, vou rematar este malfadado e amarfanhado desabafo sem nexo, com o título que para ele escolhi. (Esta merda de começar um texto pelo título tem destas coisas)

O que realmente me amofina é a carinha alegrinha de sonsa com que a filha da mãe anunciou a sua impunidade. Enquanto não houver alguém que vá aos fagotes de um destes figurões a coisa não acaba.

Pronto, vou desenjoar-me para outro lado, fónix, filhos de uma grande cabazada de…
LNT
[0.383/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXCIX ]

Diospiros
Diospiros e Figos - o bem que nos fazem - Portugal
LNT
[0.382/2013]

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Cooperação estratégica

RabosCavaco é perito nesta linguagem de trapos e se não foi ele que inventou o termo “cooperação estratégica” não deve ter andado muito longe de a ter ensaiado quando andou a passear por Angola há três ou quatro anos.

Agora o ditador angolano aproveitou a deixa e, no seu discurso à Nação angolana, elevou a fasquia e meteu a “cooperação estratégica”, seja lá o que isso for porque nunca foram enunciados os requisitos bilaterais de tal coisa, num pedestal para a fazer farol que ilumine os caminhos por onde nos é imposto andar.

As relações com Angola nunca foram flor que se cheirasse (até com os vistos sempre foi aquilo que se viu) mas há entre angolanos e portugueses interesses que vão muito para lá da mera cortesia e dos salamaleques da “cooperação estratégica”. Esses interesses que ultrapassam o sentido diplomático de cooperação entre Estados soberanos exigem mútuo respeito pelas leis que regem cada um desses Estados sendo de evitar desvios com laivos de subalternidade.

Cumpre-se assim o que aqui disse na altura em que Machete fez o lindo serviço de rebaixar a nossa democracia de poderes separados perante os senhores de Angola:
o que esta gente não percebe é que aqueles perante quem se agacham são os mesmos que nunca se agacharam perante os portugueses (nem antes, nem depois da independência) e que se entendessem o que é dignidade percebiam também que, até perante eles, ficam mal vistos
Andar no Mundo de chapéu na mão e de cabeça baixa só pode dar nisto.
LNT
[0.381/2013]