Dover - UK
LNT
[0.462/2009]
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-> O Afilhado ≡ Tiago Moreira Ramalho
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-> 2 Dedos de Conversa ≡ Helena Araújo
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-> Também publicado no Eleições2009/o Público
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-> Blog Eleições2009/o Público
-> Blasfémia ≡ Gabriel Silva
-> Resultados Oficiais Parlamento Europeu ≡ Pág. Roménia
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-> Ministério da Justiça ≡ Resultados das Europeias 2009
-> Eleições Europeias ≡ Resultados na Europa
Eu entrei, ainda co-piloto, num cumulonimbo em 1972 com um B707 voando de Luanda para Lourenço Marques.LNT
Em subida para os 37.000 pés o radar detectou uma linha de comulonimbus na nossa rota. Como o radar estava operativo continuámos, dentro de turbulência média, contornando os núcleos dos CBs.
Quando desviávamos de um dos núcleos numa volta para a direita o radar “pifou” e ficamos sem indicação do que vinha a seguir.
Voltar para traz implicava passar pelos CBs que já havíamos evitado. Seguir em rota implicava continuar dentro da linha dos CBs dado que essa linha se prolongava, por muitas milhas, ao longo da nossa rota.
Sabendo o posicionamento das nuvens, pela informação meteorológica estudada no briefing antes da partida, optámos por voltar para um rumo a 90 graus com a direcção da linha das nuvens, que nos conduziria o mais rapidamente possível para fora da “Skoll line”.
Ainda assim, por não haver radar, entramos inadvertidamente num CB da periferia da linha e durante cerca de 2 a 4 minutos estivemos no seu interior.
O ruído do granizo contra a chapa e os vidros é ensurdecedor. No cockpit só por meio da interfonia ou de gritaria conseguíamos ouvir o que dizíamos uns aos outros.
Passados esses minutos desembocamos em céu limpo já fora da “Skoll line”. O voo era de dia.
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-> Weather Graphics ≡ Tim Vasquez
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-> Praça da República ≡ João Espinho
Caro Barbeiro, amigo e ex-colega de curso.
Como Piloto há 36 anos e como Comandante de A310, terei todo o prazer em deixar aqui na barbearia um comentário profissional:
Aquele tipo de meteorologia é para respeitar. Não acredito que os meus colegas o tenham descurado. Algo mais aconteceu antes de entrar naquela situação, que os levou a seguir aquele caminho.
Agora, após o acidente é fácil tentar adivinhar o que se passou, mas decidir "in loco" é "a questão".
É provável que, quer a Air France quer a AirBus tentem passar as responsabilidades para os aviadores, mas não são os aviadores que insistem em comunicações deficientes (HF) e zonas sem guiamento radar. Existe tecnologia há muitos anos para colmatar estas falhas mas tem os seus custos e ninguém está interessado em pagar. Se utilizarmos a estatística, é mais barato haver um acidente de vez em quando, do que fazer investimentos em segurança a sério.
Ainda não existem instrumentos que convençam a natureza a mudar de feitio. Enquanto isso, vamos respeitando a mesma natureza e eu estou absolutamente seguro que os meus colegas o fizeram. Aquela zona do globo e o Atlântico Norte, são zonas onde tenho tido muito respeito pela natureza e assim espero continuar, para poder participar com 1 comentário quando vou cortar o cabelo.
Um grande abraço e bons cortes aí na barbearia onde pelos vistos és muito feliz.
Carlos Soares
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-> A aviação na minha história ≡ Carlos Soares