quinta-feira, 29 de março de 2012

Cinismo no superlativo

laranja mecânicaPoderia dizer que o homem é sínico, dados os negócios em que mete a Nação, mas é de cinismo que falarei neste apontamento.

Uma Nação que escolhe um cínico para Primeiro-Ministro merece que os sínicos fiquem a mandar em tudo isto.

Não tendo tido uma avozinha do interior, recordo sempre de ouvir a minha avó citadina dizer que: "homem de beiça fina não é de fiar".

Mesmo que o sorriso, com que antecedia as questões que Judite de Sousa lhe colocava, fosse estudado para a empatia, Passos Coelho nunca conseguiu disfarçar a brutalidade e a dureza das respostas baseadas na sua insensibilidade e no desprezo por quem sofre e na obsessão de continuar a sugar do lombo dos mais fracos, custe o que custar.

Zorrinho apontou aquilo que mais me chocou: Perante a calamidade do desemprego, o Primeiro-ministro referiu, como sua primeira preocupação, a diminuição de receitas que isso acarreta para o pote onde se lambuza. Sabemos que esta é a sua prioridade, todos nos lembramos da sua gulosa ambição. Mas o cinismo de Passos Coelho não se ficou por aqui e disse, cobardemente, quando Judite de Sousa o questionou sobre as desigualdades no apertar do cinto, que as malfeitorias que vai fazendo aos trabalhadores da Administração Pública derivam do anterior governo (e ainda menos que a gravidade reside no cúmulo dessas medidas com o corte de mais 2/14 do vencimento anual) não especificando que, se ele as mantém, é porque está de acordo com elas.

Estamos perante uma personalidade fraca e de carácter incapaz de assumir os seus próprios actos. Sabemos que foi com estas meias verdades e muitas outras mentiras que ele chegou ao poder, mas duvido que ainda alguém possa, tal como Judite de Sousa pôde, deixar passar impunemente tanta desonestidade intelectual e política.
LNT
[0.183/2012]

Já fui feliz aqui [ MXCIV ]

White

White - Portugal
LNT
[0.182/2012]

terça-feira, 27 de março de 2012

Let's go

Águia

LNT
[0.181/2012]

PREC – Processo revolucionário de empobrecimento em curso

GrelhaSoares dá o mote: O que se está a passar em Portugal não é uma reforma, mas sim a contra-reforma. O que se está a passar não é uma revolução silenciosa, mas sim uma contra-revolução.
Veremos até quando ela se manterá silenciosa.

Uma das mágoas maiores do último século português foi o processo de descolonização. Primeiro, por não ter sido verdadeiramente um processo uma vez que nunca foi planeado pelo sucessor de Oliveira Salazar que, não sendo um tacanho como o ditador que o antecedeu, deveria ter preparado o inevitável e, segundo, porque nunca se acautelaram os interesses daqueles que tiveram de retornar com a roupa na pele e deixar para trás vidas de trabalho.

A violência dos factos e a violentação dos agentes deste não-processo tiveram sequelas graves, também elas nunca tratadas por equipas multidisciplinares. Sempre se preferiu fazer crer que a integração desses nacionais foi exemplar e se fez por osmose.

Quem viveu as situações, retornados ou não, lembra-se do caos.

Os adultos retornados fizeram pela vida, foram subsidiados, emigraram, ou safaram-se como puderam e como o engenho e o “desenrasca português” lhes permitiu.

Hoje estão mortos ou para lá caminham. Os mais novos e as segundas gerações chegaram agora ao poder. Sem que nunca tenham sido objecto de acompanhamento trazem consigo a mágoa que não lhes foi atenuada, perdem-se nas imagens das savanas, na irrealidade que a sua infância e juventude retiveram e possivelmente nas recordações daquilo que nunca tiveram mas que sempre lhes disserem ter perdido.

Talvez esteja por aí, na espoliação, o ressentimento e a inconsciente vontade do ajuste de contas.

Talvez residam nessas estórias mal contadas e no verdadeiro assunto-tabu da nossa História recente, a vontade da contra-reforma e da contra-revolução. O retorno ao empobrecimento, o ajuste à miséria e à falta de ambição a que chamam “adaptação à realidade” e “a viver à medida dos seus meios” (sem que lhes permitam novos meios) como se a mediocridade e a infelicidade fossem o desígnio nacional. Este desamor, esta desesperança, esta não-ambição, podem muito bem ser o resultado de nunca se ter encarado cientificamente a necessidade de acompanhamento e da cura de mazelas de uma geração retornada e nunca verdadeiramente integrada. E como se todos nós, uns e outros, tivessemos de voltar a passar por tudo.
LNT
[0.180/2012]

segunda-feira, 26 de março de 2012

Só Sócrates consegue superar Lady Di

Cartaz proibidoBem, a coisa não é tal e qual assim. Lady Di está morta e enterrada e Sócrates está bem vivo e recomenda-se. Mas, em termos de saída de cena, podemos fazer o paralelo e por muito estranho que seja, Sócrates, pelo menos na Lusitânia, consegue superar as caixas altas e baixas dos jornais e até consegue ter sido, um ano depois de já pouco ter a ver com a porcaria que os actuais senhores do Governo andam a fazer, o assunto mais discutido e debatido no Congresso absolutamente Coreano que o PPD/PSD convocou para impor a vontade de Passin Il I (aquela de subir à tribuna para mandar votar bem o que ele entendeu ter sido mal votado pelas bases do seu Partido nem lembrava ao próprio Kim da Coreia).

Sócrates nunca foi o meu forte, confesso. Confesso também que, de todos os Secretários-Gerais do Partido Socialista, foi o que menos me agradou. Confesso também que nunca votei nele dentro do Partido Socialista. Nada disto é novidade. Quem me lê regularmente e/ou me conhece partidariamente, sabe-o bem. Mas uma coisa é ser discordante e outra é ser raivoso e foi esta última característica que mais se fez ver na laranjada norte-coreana do multiusos.

Até o busto de bronze montado no altar onde se fazem aquelas missas corou com tanta pouca vergonha e se é verdade que dali não arredou pé, nem quando se malhou no lombo da coisa (vá lá que ainda não foi desta que o homem citou aquela outra popularuchada do "a quem não sabe ***** até os ******* atrapalham"), deve ter-se enfurecido por nunca ter sido citado enquanto que Sócrates fazia parte de todas as frases.

Uma pepineira de Congresso só igualável à falta de sentido de Estado que fez as parangonas do Expresso desta semana. Decididamente estamos muito mal entregues.
LNT
[0.179/2012]

Já fui feliz aqui [ MXCIII ]

Esposende

Esposende - Minho - Portugal
LNT
[0.178/2012]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Macumba

MaiosEnquanto os Ministros europeus das agriculturas e afins se reuniam para tratarem da vida dos seus governados, a nossa ministra Cristas navegava para terras mais quentes com o fito de conhecer as palhinhas onde Passos Coelho deu os primeiros guinchos e saber se por lá existia algum feiticeiro macumbeiro que faça chover no nabal lusitano.

Bem vi que ontem andava um dos submarinos de Portas a passear pelas bordas ribeirinhas do Tejo, possivelmente em missão de reconhecimento dos viveiros de berbigão, actividade importante para o mercado exportador, o que justifica que o Ministro dos Negócios, também Estrangeiros, tivesse disponibilizado a sua frota subaquática.

Sobre o CDS e da relação com o governo é tudo o que se sabe desde que Mota trocou os cabelos soltos ao vento na correria louca da sua vespa pelo recato do ar condicionado e dos estofos de pele da bomba alemã.

Tudo o que acontece, por cá e lá fora, lhes é alheio e indiferente.

Nem a miséria que devolvem aos lares da terceira idade em paga dos votos regateados com o populismo e a demagogia do grande defensor da lavoura, os faz mudar de rumo confirmando-se que a sede do poder só acalmará quando se extinguir, no pote, a réstia de mel com que se lambuzam.
LNT
[0.177/2012]

Sem ranger de dentes

SubmundoParece que o sacana foi enviado para os braços das virgens. Só espero que cada uma delas tenha, pelo menos, cento e vinte anos e seja seca como o diabo que o carregue.

Imagino que a choradeira não se faça esperar na defesa de mais uns quantos direitos humanos, coisa de que o fanático quis fazer acreditar ser defensor para poder assassinar inocentes que nada tinham a ver com os seus pesadelos.

A minha qualidade de acérrimo defensor da abolição da pena de morte não sai minimamente beliscada com este "apagar" ocorrido no decurso da missão de assalto para capturar o terrorista.
LNT
[0.176/2012]

Já fui feliz aqui [ MXCII ]

Papoila

Papoila Luz - Primavera - Portugal
LNT
[0.175/2012]