quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Botão Barbearia[0.067/2007]
Cozinha moderna

FeijoadaO prezado pintor Perdigão, amigo de praia e de outros lugares, afinal e ao contrário das parangonas do Claro, não abriu um snack da moda.

Manteve-se nas nuvens que envolvem o Coisas da Vida e escrevinha com mestria sobre a vida e as vidinhas, sobre a coisa e as coisinhas, aconselhando o barbeiro a mudar de vida e a aderir à conjuntura.

Diz o artista que nesta botica se fazem "cortes à maneira" e que o barbeiro se assemelha a um "Yuppie reciclado", propondo adesão a coisa mais modernaça, tipo choque tecnológico da cozinha contemporânea, maquineta cheia de ventoinhas, botanitos e alavancas que dá pelo nome de Bimby, de forma a que a cozinha deste estabelecimento simule um laboratório culinário.

Cruz, credo, homem. Vendo a imagem publicada pergunto-me mil vezes como se mete lá dentro um leitão para o estorricar à moda da Bairrada.

O meu amigo Rui ilustra bem, mas não me convence e, mesmo chamando à colação a família Contra-Capa, não me leva a abandonar a cozinha tradicional onde os tachos e as frigideiras são o orgulho da casa.
LNT

4 comentários:

Cristina disse...

:))))))))))

o leitão, de facto, nem lá nem no forno do fogão, que isso é repasto de para outros ambientes, longe das vidinhas :))

mas olhe que não se arrependeria, as sopas são uma delicia.
até o pão, é espectacular. experimente.

beijos

maloud disse...

A Bimby há mais de 2 anos que convive em doce harmonia com tachos, caçarolas e frigideiras.

Anónimo disse...

sinceramente irrita-me um bocado esta excessiva fé na tecnologia.

se uma pessoa escreve mal, não é por ter computador que passa a escrever melhor. uma pessoa que gia mal não passará a guiar melhor se em vez do opel corsa passar a dirigir um bentley.

na cozinha, para que um prato saia bem, só são precisas duas coisas: bons ingredientes e boa mão. sobretudo boa mão. a riqueza da gastronomia portuguesa está no facto de as mulheres portuguesas sempre terem tido poucos meios e muita imaginação.

que dizer das pataniscas de bacalhau sem bacalhau que a minha mãe fazia, ou do bacalhau com natas sem natas, ou do arroz de frango sem frango? umas delícias.

tudo isso preparado num rudimentar fogão a gás cheio de manhas.

quando uma pessoa cozinha bem, até um vulgar arroz com ovos mexidos fica divinal.

um fogão que funcione, um frigorífico que funcione, e, vá lá, uma vulgar batedeira para bater a sopa e bater as claras em castelo, é tudo o que um cozinheiro precisa. o resto é consumismo. mas enfim, cada um gasta o dinheiro como quer.

Luís Novaes Tito disse...

Concordo com a Gata Borralheira.
Bons produtos e boa mão é quase tudo aquilo que é necessário.

Mas o que a Cristina e a Maloud dizem é que a maquineta pode simplificar e quando falta a inspiração e o tempo, aquilo ajuda.

Já experimentei resultados da coisa e reconheço que não me pareceu mau mas... não há frigideira como a minha. :)