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domingo, 8 de julho de 2012

Custe o que custar, mesmo para além de…

Passos CoelhoJá todos entendemos de que o “custe o que custar” pode ir para além da legalidade e do cumprimento dos próprios preceitos que definem a existência do actual Governo.

Já todos nos apercebemos de que a mil vezes evocada condição de economista do Presidente da República o faz confundir o juramento constitucional de cumprir, defender e fazer cumprir a Constituição, com a sobreposição dos seus interesses partidários e com o cumprimento, defesa e obrigatoriedade de cumprimento do Orçamento do Estado, mesmo que seja contra os interesses nacionais e contra a Constituição.

Já todos entendemos que o Presidente da República justifica os seus actos, nomeadamente este que revela uma quebra consciente e assumida do seu juramento constitucional – uma vez que tinha declarado, anterior e publicamente, estar consciente da violação da norma constitucional - com desculpas esfarrapadas como a de que nunca, anteriormente a ele, algum Presidente havia inviabilizado um OE e omitindo (como aliás é useiro e vezeiro em omitir no que lhe interessa (lembram-se da questão das pensões em que só falou de uma parte insignificante do que recebia?), que também nenhum dos seus antecessores tinha promulgado conscientemente uma Lei que contivesse clausulas inconstitucionais.

Já todos nos apercebemos de que Paulo Portas só aparece quando os actos estão consumados e que se faz sempre de vítima quando os escândalos de que é co-responsável já são do domínio público.

Já todos nos apercebemos de que este Governo exerce a política da chantagem e da ameaça e que só se prontifica a negociar depois de verificar que a sua chantagem não funciona (caso da greve dos médicos e da dos pilotos da TAP).

Já todos nos apercebemos de que a agenda é despedir 100.000 trabalhadores da Administração Pública e que a estratégia seguida está a caminho de concretizar esta agenda.

Já todos nos apercebemos de que o “ir mais além” é o ensaio para se saber até onde podem ir e que, se não lhes explicarmos que já foram longe demais, tentarão ir sempre ainda mais além.

Já todos nos apercebemos de que, quando a Troika tiver de admitir que as suas políticas são miseráveis e que não servem os seus próprios interesses (porque não é possível conseguir o reembolso de quem já nada mais tem para reembolsar), irá desculpar-se com “o mais além daquilo que tinham proposto” com que Passos Coelho e Paulo Portas entenderem empobrecer Portugal.

Já todos entendemos de que o “custe o que custar” está à beira de custar o próprio cumprimento dos nossos compromissos internacionais.

Já todos entendemos e parece que só o Governo não entendeu ainda, de que estamos no caminho errado e de que a determinação do actual poder mais não é do que uma teimosia na defesa dos interesses de muito poucos à custa do inadmissível sacrifício de todos os outros.
LNT
[0.338/2012]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Macumba

MaiosEnquanto os Ministros europeus das agriculturas e afins se reuniam para tratarem da vida dos seus governados, a nossa ministra Cristas navegava para terras mais quentes com o fito de conhecer as palhinhas onde Passos Coelho deu os primeiros guinchos e saber se por lá existia algum feiticeiro macumbeiro que faça chover no nabal lusitano.

Bem vi que ontem andava um dos submarinos de Portas a passear pelas bordas ribeirinhas do Tejo, possivelmente em missão de reconhecimento dos viveiros de berbigão, actividade importante para o mercado exportador, o que justifica que o Ministro dos Negócios, também Estrangeiros, tivesse disponibilizado a sua frota subaquática.

Sobre o CDS e da relação com o governo é tudo o que se sabe desde que Mota trocou os cabelos soltos ao vento na correria louca da sua vespa pelo recato do ar condicionado e dos estofos de pele da bomba alemã.

Tudo o que acontece, por cá e lá fora, lhes é alheio e indiferente.

Nem a miséria que devolvem aos lares da terceira idade em paga dos votos regateados com o populismo e a demagogia do grande defensor da lavoura, os faz mudar de rumo confirmando-se que a sede do poder só acalmará quando se extinguir, no pote, a réstia de mel com que se lambuzam.
LNT
[0.177/2012]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Banks, not taxpayers, should be responsible...

Onda
(...) Finally, we must take steps to build a robust, dynamic and competitive financial services sector that creates jobs and provides vital support to citizens and businesses. Implicit guarantees to always rescue banks, which distort the single market, should be reduced.
Banks, not taxpayers, should be responsible for bearing the costs of the risks they take.
While pursuing a level playing field globally, we should commit irrevocably to international binding standards for capital, liquidity and leverage with no dilution, ensuring that EU legislation adheres to Basel 3 standards to ensure financial stability and meet the financing needs of our economies. Banks should be required to hold appropriate levels and forms of capital in line with international criteria, without discrimination between private and public equities. We also call for rigorous implementation of the G20 principles on banking sector remuneration in line with existing EU legislation
.(...)
Este trecho faz parte de uma carta assinada por 12 Primeiros-Ministros europeus dirigida a Durão Barroso e a Herman Von Rompuy.

Portugal ficou à margem. Parece que o assunto não lhe diz respeito, como aliás parece ser também opinião dos jornais portugueses que dela passaram ao largo fingindo não existir.

Nem por ser carnaval a coisa fica menos mal.

Pedro Passos Coelho (onde andará Portas que parece nada ter a ver com estes negócios estrangeiros) prefere manter-se curvado no beija-mão submisso à senhora Merkel e ao governador de Vichy, a alinhar ao lado de David Cameron, Mark Rutte, Mario Monti, Andrus Ansip, Valdis Dombrovskis, Jyrki Katainen, Enda Kenny, Petr Nečas, Iveta Radičová, Mariano Rajoy, Fredrik Reinfeldt e de Donald Tusk.

Como escrevias, Pessoa?
Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho
Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece

Fernando Pessoa, in O Livro do Desassossego
LNT
[0.130/2012]

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cisnes

200Agora que o Orçamento de Estado está arrumado, o CDS voltou às luzes da ribalta.

Ontem, de uma só penada e em concorrência, Paulo Portas foi ao Mário Crespo e Pedro Mota Soares foi, de Audi, à RTP.

Um e outro explicaram coisas. Um e outro agarraram de cernelha* as questões que lhes foram colocadas, mais Portas do que Soares. Um e outro explicaram-se, mais Soares do que Portas. O trabalhinho ficou em dia e agora espera-se que Portas apareça mais, até porque já meteu uma perninha na economia (embora virtual) e não se prevêem, para já, novas notícias más.

Confesso não ter retido grande coisa daquilo que fui ouvindo interpoladamente na RTP e na SICn, embora tenha reparado que o nosso Ministro de NE e de Estado tenha repetido sem cessar a cassete que tinha engolido. Reparei que ele confirmou, à revelia do Ministro Gaspar, que afinal houve um "desvio colossal" e não um "desvio ... colossal" e reparei também que desse desvio nunca realçou o caso BPN nem o da Madeira.

De Soares só consegui reter que, até para se aplicar uma medida que ele sempre defendeu (redução das pensões de sobrevivência no caso de se acumularem com outros rendimentos), teve de evocar uma Lei que já está em vigor há alguns anos, coisa parecida com as justificações que o levam a entrar no seu Audi todos os dias atirando a culpa do luxo que goza para os que o antecederam.

Continuamos sem mais matéria de discussão e, se não fosse a Obra a meter as mãos na maçonaria, os jornais já tinham falido de vez.
*Cernelha: arte de pegar o boi sem ser pelos cornos
LNT
[0.015/2012]

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Portas escancaradas

PortasNo reaparecimento público após o eclipse onde se refugiou durante a discussão do Orçamento de Estado, diz-nos Paulo Portas que:
"as medidas com que se comprometeu (o CDS/PP) em campanha vão sendo cumpridas".

Linguagem de trapos, esquecidos os tempos áureos do Independente onde foi capaz de dizer do poder de então aquilo que agora disfarça com soundbytes e com as insinuações de nada ter a ver com o passado e com a entrada dos agiotas.

Até pode ser que esteja a cumprir "algumas" das promessas de campanha mas são muito mais as que já furou e ainda mais as que há-de furar, deixando-se ficar no papel de muleta ao ultra-capitalismo que se montou nas suas cavalitas. Nem a evocação de Adelino Amaro da Costa o safa, até porque a ser verdade que há vida para além da morte, ele deve estar às voltas com a política radical contrária àquilo que os democrata-cristãos sempre defenderam na Europa.

Portas bem se pode esconder e ter vergonha de aparecer. Nós sabemos que ele anda por lá e que, com os seus silêncios, é conivente com Passos Coelho quando, ao apoiar sem reservas a politica do medo europeu e da ditadura do euro, entrega todos os dias mais um pedaço da nossa Terra e da nossa vida na mão da dupla Sarko-Merkel.
LNT
[0.569/2011]

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pontos de vista

Portas SantanaDepois de ter andado sumido durante todo o tempo em que se discutiu o Orçamento de Estado, Paulo Portas deu ares da sua graça nas televisões para informar que tinha chamado o Embaixador do Irão para o informar de que:

"do ponto de vista do Governo português, assaltar embaixadas ou sequestrar diplomatas não é uma prática apropriada ou aceitável numa comunidade civilizada de estados"

Imagino que o Embaixador tenha ficado surpreendido com esta afirmação tão inovadora e interessante.

Agora que já sabemos que o Ministro dos Negócios Estrangeiros tem um ponto de vista gostaríamos também de ficar a saber porque não chama o Primeiro-Ministro português para o informar de que:

"do ponto de vista do povo português, assaltar cidadãos ou sequestrar-lhes parte dos salários não é uma prática apropriada ou aceitável numa comunidade civilizada nem sequer naquela a que chegou este Estado"
LNT
[0.556/2011]

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Atrás da porta

Risos


Aqui, onde estou, não consigo aceder às imagens sobre o que se está a passar na Assembleia da República onde se sabe que os Partidos da Situação - PSD e o CDS - vão aprovar o Orçamento de Estado mais para além da Troika que alguma vez se fez em Portugal. Fico por isso sem saber se Paulo Portas assumiu finalmente a responsabilidade de mostrar a cara sorridente neste orçamento que também é dele mas que o fez andar escondido no último mês.

Ao espetão dado por aqueles que entendem que compete aos ricos gerir a riqueza e aos remediados trabalharem para empobrecer enquanto atafulham os bolsos dos ricos – ou como alguém me questionava aqui há uns anos: "Mas como é que queres enriquecer se passas a vida a trabalhar?" – o Partido da Oposição vai responder, como lhe compete, com a abstenção e os Partidos da Contestação com o voto negativo.

Os portugueses agradecem, a bem da Nação. Os cidadãos também, pela graça de Deus.
LNT
[0.552/2011]

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Necessidades

PenicosQuando há pouco espreitei o Tejo no meio da borrasca e avistei a torre de um dos submarinos de Paulo Portas lembrei-me ternamente dele, das saudades que tenho de o ver e ouvir na televisão a dizer aquelas coisas que ele gosta de dizer.

Imagino-o atarantado dentro da lata de sardinhas no Mar da Palha, escondido do Orçamento de Estado que não é seu mas que lhe dá um jeitão, a meditar sobre as vantagens de ter o Magalhães para negociar com o Chavéz e a pensar no prato que recebeu na Líbia, com pena de que não lhe tenha sido oferecido com um chazinho da tenda no deserto, no meio das odaliscas e dos eunucos.

É a long and winding road que cantavam John e Paul. Necessidades passadas por um caminho de cabras e de pedras, neste calvário que Portas suporta para que, calhaus vencidos e agruras passadas, se abram os acessos ao paraíso e se dê o transbordo dos três táxis para um autocarro privatizado por meia dúzia de tostões.

Olho de novo o Tejo e reparo que o submarino já lá não está. Deve ter regressado ao Alfeite para instalação do kit da classe económica como estipula a praxe demagogó-cómica que também já o fez instalar nos carros de alta cilindrada e no Falcon do Governo.

Olho o Tejo, hoje especialmente carregado de cinzento, e imagino o Adamastor a usar o Tridente como papel para as suas Necessidades como se elas fossem as de um povo inteiro já de cócoras.
LNT
[0.532/2011]

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Portas fechadas?

Portas/RumsfeldÉ pena se o PSD não vier a incluir Paulo Portas na sua lista de propositura para Conselheiros de Estado.

Uma pena para Cavaco Silva que ficará privado de doutas e eficazes frases-chave que poderia incluir em futuras comunicações ao País;
Uma pena para Alberto João Jardim que ficará sem ter a possibilidade de finalmente conhecer o líder do Partido "frota de táxi 5x5";
Uma pena para o próprio Passos Coelho que não disporá do espírito-santo-de-orelha quando tiver de dar palpites no Conselho de Estado e, principalmente;
Uma pena para o Conselho de Estado, no seu todo, pois perderá a oportunidade de perceber a importância dos submarinos na problemática emergente das fronteiras marítimas de fundo.
LNT
[0.320/2011]

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Necessidades e ratices

TridentePaulo Portas, Ministro (vénia), atirou o sound byte do dia de ontem, procedimento base do jingle "um sound byte por dia, o bem que lhe faria", informando que delegava uma parte dos seus poderes de Presidente do CDS/PP, podendo assim dedicar-se em exclusividade à actividade dos Negócios Estrangeiros.

Portas não deixa créditos por mão alheia e como a sua actividade no governo tem sido, até agora, tão invisível como a concretização da ambição anunciada na campanha eleitoral de ser o Primeiro-Ministro deste Governo empossado por vontade popular e por mão amiga, vai fazendo o que pode para que lhe olhem para os dentes.

Fica por saber se o Ministro (vénia), para além da reunião tabu que fez anunciar há dias com o Presidente da República, já reuniu com os seus pares europeus, igualmente ministros em exclusividade para, por exemplo, começar a avançar com mecanismos que auditem as malfeitorias que as agências de ratice norte-americana andam a cozinhar na Europa. Falta igualmente saber se já mandou instalar o kit de classe económica nos Tridentes para que se possa deslocar a Varsóvia onde terá de conversar sobre os assuntos comunitários que o trio Polónia – Dinamarca – Chipre estão a preparar para os próximos três semestres.

A Nação está emocionada. O Partido de Portas, em grande expansão desde que passou a ter de usar uma frota de seis táxis para se deslocar ao Parlamento (presume-se que o deputado sobejante vá de scooter), está delegado em segundas figuras para que se não misture com o Governo de Secretários de Estado que migraram do Caldas para o pote, digo, para as Necessidades e arredores.

Depois queixem-se da graduação da Moody’s.
LNT
[0.259/2011]

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O toca–e-foge

Olho de loboTantas vezes diz Pedro – vem lá o lobo – que, no dia em que o canídeo lhe comer as ovelhas, ninguém prestará atenção.

Andava ainda Deus a planear a vinda de um dos membros da Santíssima Trindade para daí a quatrocentos anos e já Esopo avisava.

Passos Coelho é como o pastor mas, nos tempos modernos, arrisca-se a ser comido com o rebanho que apascenta.

Pedro usa a técnica do toca-e-foge que consiste em mandar avisos do que pretende fazer para que, no futuro, possa dizer que já tinha avisado. Como sabe que o lhe vai na cabeça só receberá votos se os portugueses já estiverem ao nível do masoquismo puro, apressa-se a desdizer, a interpretar e a contrariar tudo aquilo que acabou de afirmar. A sua antecessora também era assim mas tinha interpretadores encartados para suavizar os propósitos, coisa que Coelho não consegue, uma vez que Relvas – essa espécie de caterpillar do PSD – ainda é mais radical do que ele próprio e o homem que telepaticamente fez o acordo troiko enquanto aguardava na São Caetano que lhe ligassem, foi largar bojardas para Copacabana.

O toca–e-foge de Pedro, cansa, descredibiliza e banaliza. E, mesmo sabendo que o lobo lhe ronda o rebanho, o seu grito de alerta é tão repetido e já tantas vezes fez pegar em armas para enfrentar o falso alarme que cada vez alerta menos.

Nota para melhor esclarecimento:
O lobo a que me refiro não tem cerdas russas na cabeça. Esse, aliás, não é um lobo mas sim uma raposa.
Refiro-me ao outro, ao lobo-do-mar da lavoura, o da dentadura branca, habituado aos periscópios.

Na forja:
A fábula da raposa e do lobo. Em breve disponível no quiosque de São Bento.

LNT
[0.176/2011]

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Com um escafandro

EscafandroO que mais gostei na entrevista que o Paulo Portas fez ontem à Judite de Sousa foi aquela coisa da soberania nacional passar pela nossa capacidade submarina.

Penso que já todos sabíamos que o patriotismo de Portas residia no periscópio mas, agora que ele o disse, ficamos mais sossegados.
LNT
[0.434/2010]