[0.030/2007]
Espantoso
O camarada Jerónimo de Sousa é espantoso.
Na entrevista que hoje dá ao o Público demonstra como as FARC, embora possam utilizar métodos com os quais diz nem sempre concordar, estão no direito de combater como combatem.
Nem uma palavra sobre o narco-tráfico, nem uma outra sobre os raptos e assassínios feitos entre gente que nada tem a ver com o regime colombiano.
Espantoso!
As duas questões de início de conversa serão ficcionadas na rubrica "na cadeira com afecto" mais logo, assim que chegue a casa.
LNT
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
[0.029/2007]
ePoliticance
Confundir a distribuição de portáteis gratuitos com a subida no ranking mundial de eGovernance é um erro tão grosseiro como pensar que o computador é grátis só porque foi oferecido.
A diferença consiste em que para se ter atingido tal posto mundial, muitos trabalharam que se desunharam e para se oferecer um computador muitos, que os não têm, pagaram.
A semelhança entre uma e outra coisa consiste somente no que parece, independentemente de uma ser um investimento consistente e a outra ser um mono a curto prazo.
LNT
Já agora uma nota do barbeiro:
Há quem confunda eGovernance com Governo electrónico o que é uma eIgnorance.
eGovernance diz respeito à Administração Pública e não ao Governo.
ePoliticance
Confundir a distribuição de portáteis gratuitos com a subida no ranking mundial de eGovernance é um erro tão grosseiro como pensar que o computador é grátis só porque foi oferecido.
A diferença consiste em que para se ter atingido tal posto mundial, muitos trabalharam que se desunharam e para se oferecer um computador muitos, que os não têm, pagaram.
A semelhança entre uma e outra coisa consiste somente no que parece, independentemente de uma ser um investimento consistente e a outra ser um mono a curto prazo.
LNT
Já agora uma nota do barbeiro:
Há quem confunda eGovernance com Governo electrónico o que é uma eIgnorance.
eGovernance diz respeito à Administração Pública e não ao Governo.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
[0.028/2007]
Luciano Pavarotti
Há pessoas que fazem mais pela cultura e pela divulgação do que gostam do que milhares de manuais da história e das histórias da música.
Há pessoas que têm o dom de fazer das coisas de poucos gosto de muitos.
Essas pessoas morrem mas não partem.
A dívida de gratidão da humanidade não lhes permite.
LNT
Luciano Pavarotti
Há pessoas que fazem mais pela cultura e pela divulgação do que gostam do que milhares de manuais da história e das histórias da música.
Há pessoas que têm o dom de fazer das coisas de poucos gosto de muitos.
Essas pessoas morrem mas não partem.
A dívida de gratidão da humanidade não lhes permite.
LNT
[0.027/2007]
Na cadeira com afecto [ II ]
e com Paulo Gorjão
Ainda bem que o tenho por aqui, Dr. Gorjão. O senhor estava mesmo a precisar de aparar as patilhas agora que fala na rádio e tem de manter o aspecto em dia.
Então o que acha que vai acontecer com as investigações ao caso Somague?
PG: O Ministério Público decidiu não avançar para a investigação do financiamento ilícito do PSD.
É como diz o homem da rua. Se fosse um tipo qualquer a sacar umas laranjas ao merceeiro para dar de comer aos filhos já o Ministério Público agia, mas com os tubarões...
PG: Nada a acrescentar, Sr Luís. Tudo o que tinha a dizer já o disse anteriormente quando falei da The tail that wags the dog.
Lá vem V.Exª. com essas coisas gringas sabendo que não pesco nada de estrangeiro. Explique-se lá, por favor!
PG: Há uma observação a fazer: ao contrário do que afirma José Luís Arnaut, secretário-geral do PSD na altura, a não abertura de um inquérito criminal não «confirma a correcção de comportamentos e atitudes do então secretário-geral adjunto, Vieira de Castro». O que Arnaut poderia ter dito é que se «confirma a correcção de comportamentos e atitudes do secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro».
Agora sim. Estou muito mais esclarecido. O tal de Castro SG-Adjunto é irmão gémeo do outro que era Secretário de Estado (risos da Laika e da Kaline). Então aquilo do TC foi só fogo de vista?
PG: O financiamento da Somague ao PSD não deixou de ser ilícito apenas porque não há inquérito criminal. Evidentemente, houve comportamentos incorrectos, ainda que não sejam alvo de sanção criminal.
Assim parece Doutor. Pelo que se vai sabendo o TC ainda tem coimas por aplicar o que irá corrigir a incorrecção que o Dr. Arnault afirma ser correcta.
Prontinho, está com óptimo new look para aparecer aos seus ouvintes.
Se o Dr. falasse em francês, em vez de inglês, ainda arranjava um bom emprego nas Europas, acredite.
(diálogo ficcionado a partir de um texto do Bloguítica)
LNT
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
[0.026/2007]
Onda de assaltos
Vejo ali, na pantalha por trás do espelho, mais umas quantas imagens de um assalto a um banco.
Oiço aterrorizado que isto é uma onda de assaltos que se abateu pelo país e tento perceber o que se está a passar aumentando o som. Afinal a onda são três.
Não consegui, pelo menos até agora, saber quantas agências bancárias existem em Portugal, mas a partir daquilo que observo na rua desta barbearia imagino haver milhares.
Assim, por alto, calculo que aquela onda de assaltos não chegue sequer para molhar os pés, embora a jornalista parecesse estar a falar de um tsunami.
Tanta água, uma enchente, ou como diria o Gato fedorento:
Ladrões? Mais de trinta bandidos, 20, 10, 5, 3, por aí!
LNT
Onda de assaltos
Vejo ali, na pantalha por trás do espelho, mais umas quantas imagens de um assalto a um banco.
Oiço aterrorizado que isto é uma onda de assaltos que se abateu pelo país e tento perceber o que se está a passar aumentando o som. Afinal a onda são três.
Não consegui, pelo menos até agora, saber quantas agências bancárias existem em Portugal, mas a partir daquilo que observo na rua desta barbearia imagino haver milhares.
Assim, por alto, calculo que aquela onda de assaltos não chegue sequer para molhar os pés, embora a jornalista parecesse estar a falar de um tsunami.
Tanta água, uma enchente, ou como diria o Gato fedorento:
Ladrões? Mais de trinta bandidos, 20, 10, 5, 3, por aí!
LNT
[0.025/2007]
Na cadeira com afecto [ I ]
e com António Almeida
Diga lá, Senhor Almeida, quem lhe parece que irá ser o próximo chefe laranja?
AA: O grande vencedor das eleições directas no PSD será José Sócrates.
Mas esse não está a concurso, pelo menos até que Cavaco decida.
AA: A. Cavaco Silva não fará cair o governo, pelo menos no primeiro mandato, após as legislativas Marques Mendes que agora deverá segurar a liderança, pois conta com o apoio das elites interessadas em assegurar o seu lugarzinho de candidatos a deputado, vereador or whatever, pois existe muito emprego para distribuir em 2009, com PS e PSD a ficarem com a maior fatia.
Oh meu caro, essa das elites mata-me.
Tive um Grand Danois que se chamava Elite. Baptizámo-lo assim porque o animal dava nas vistas por ser grande e burro. De resto, e com a sua licença, também não estou em total acordo. Tenho do Sr. Presidente a ideia que usará todos os meios para atingir o segundo mandato e nada me diz que para o conseguir tenha de obter o apoio de S.Exª o Sr. Primeiro-Ministro. Falta o tempo que falta e a decisão será no próprio tempo. No entanto a ser como o Sr. Almeida diz, quando acha que o PSD corre com o Dr. Mendes?
AA: Depois. Só depois, Marques Mendes ouvirá o afiar das lâminas, não as utilizadas aqui na barbearia, mas as das facas longas...
Veremos meu caro. A ver vamos.
(diálogo ficcionado a partir de um comentário)
LNT
terça-feira, 4 de setembro de 2007
[0.024/2007]
O barbeiro avisa
Se o Anti-sulista conseguir derrotar o Crescer-3% vamos ter na forja a segunda versão do Alto-astral.
O barbeiro atento sabe que o PSD é uma inviabilidade começada por Durão, continuada por Lopes, acrescentada por Mendes e confirmada pela recusa da responsabilidade de quem se não chega à frente.
O barbeiro pensa que Menezes será para o PSD aquilo que Lopes foi para o PPD/PSD e se Cavaco não mandar pegar em Mendes ao colo, o que dificilmente fará depois dele ter beijado Jardim, terá, assim que entenda descartar-se de Sócrates, de roer a corda à Lapa.
Não será hoje, que o Sol já rompe a neblina, mas mais tarde ou mais cedo cumprir-se-á Alcácer-Quibir.
LNT
O barbeiro avisa
Se o Anti-sulista conseguir derrotar o Crescer-3% vamos ter na forja a segunda versão do Alto-astral.
O barbeiro atento sabe que o PSD é uma inviabilidade começada por Durão, continuada por Lopes, acrescentada por Mendes e confirmada pela recusa da responsabilidade de quem se não chega à frente.
O barbeiro pensa que Menezes será para o PSD aquilo que Lopes foi para o PPD/PSD e se Cavaco não mandar pegar em Mendes ao colo, o que dificilmente fará depois dele ter beijado Jardim, terá, assim que entenda descartar-se de Sócrates, de roer a corda à Lapa.
Não será hoje, que o Sol já rompe a neblina, mas mais tarde ou mais cedo cumprir-se-á Alcácer-Quibir.
LNT
[0.023/2007]
Acordar em Lisboa
este nevoeiro/neblina fedorento e quente é um suplício que se não merece.
Fica a sensação de que os cemitérios vagueiam pelas ruas e de que o chumbo que inviabiliza o azul atlântico e esconde o Tejo abafa os sons que interessam.
Mau cheiro, mau ruído e mau presságio de quem hoje acordou por aqui.
LNT
Acordar em Lisboa
este nevoeiro/neblina fedorento e quente é um suplício que se não merece.
Fica a sensação de que os cemitérios vagueiam pelas ruas e de que o chumbo que inviabiliza o azul atlântico e esconde o Tejo abafa os sons que interessam.
Mau cheiro, mau ruído e mau presságio de quem hoje acordou por aqui.
LNT
[0.022/2007]
Lambejinhas Absortas
Hoje é fácil concordar com Tomás Vasques e Eduardo Graça, amanhã não sabemos.
LNT
Lambejinhas Absortas
Hoje é fácil concordar com Tomás Vasques e Eduardo Graça, amanhã não sabemos.
LNT
[0.021/2007]
Os livros que não li
Diz-se que um burro carregado de livros é um doutor e talvez por isso mergulhei neste Verão com a mala cheia.
Na preguiça preguiçosa demorei três semanas para não ler qualquer um.
Não contente com a proeza ainda aproveitei para satisfazer o vício e comprar um que me falhou sempre, aproveitando a edição que a Dom Quixote fez na comemoração dos 100 anos de Torga, e li-o, todo, todinho, de ponta a ponta das 99 páginas que contém.
Um capítulo por dia, que gosto de vagar e de mastigar os vocábulos da erudição.
Tirando o tempo que passou e o desarranjo que a ânsia de lucros fez, ainda me consigo rever no sentimento:
LNT
Os livros que não li
Diz-se que um burro carregado de livros é um doutor e talvez por isso mergulhei neste Verão com a mala cheia.
Na preguiça preguiçosa demorei três semanas para não ler qualquer um.
Não contente com a proeza ainda aproveitei para satisfazer o vício e comprar um que me falhou sempre, aproveitando a edição que a Dom Quixote fez na comemoração dos 100 anos de Torga, e li-o, todo, todinho, de ponta a ponta das 99 páginas que contém.
Um capítulo por dia, que gosto de vagar e de mastigar os vocábulos da erudição.
Tirando o tempo que passou e o desarranjo que a ânsia de lucros fez, ainda me consigo rever no sentimento:
O Algarve, para mim, é sempre um dia de férias na pátria.
Dentro dele nunca me considero obrigado a nenhum civismo, a nenhuma congeminação telúrica nem humana. Debruço-me a uma varanda de Alportel e apetece-me tudo menos ser responsável e ético. As coisas em Trás-os-Montes tocam-me muito no cerne para poder esquecer a solidariedade que devo a quem sofre e a quem sua. E isto repete-se com maior ou menor força no resto de Portugal. Mas, passado o Caldeirão, é como se me tirassem uma carga dos ombros. Sinto-me livre, aliviado e contente, eu que sou tristeza em pessoa! A brancura dos corpos e das almas, a limpeza das casas e das ruas, e a harmonia dos seres e da paisagem lavam-me da fuligem que se me agarrou aos ossos e clarificam as courelas encardidas que trago no coração. No fundo e à semelhança dos nossos reis, que se intitulavam senhores de Portugal e dos Algarves, separando sabiamente nos seus títulos o que era centrípeto do que era centrífugo no todo da Nação, não me vejo verdadeiramente dentro da pátria. Também não me vejo fora dela. Julgo-me numa espécie de limbo da imaginação, onde tudo é fácil, belo e primaveril.
Miguel Torga - Portugal
LNT
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
[0.020/2007]
Construtores politico-civis
Azar a barbearia não estar ainda aberta quando se soube que a construção civil andava no negócio das pescas.
Azar porque:
1- O barbeiro não conseguiu ouvir os seus clientes do tijolo a debitar, no fio da navalha, sobre a textura do betão no pré-esforçado da edificação política;
2- O barbeiro não conseguiu ouvir o peixe-rei-das-profundezas explicar a sua inocência nesta janela de oportunidade que fazia entrar os argents pelo postigo sem que ele, cherne francês-falante, se tivesse interrogado de onde provinham;
3- O barbeiro não conseguiu seguir as prelecções dos porta-vozes sobre o mecenato da construção civil na engenharia política; e finalmente,
4- O barbeiro não conseguiu entender se a tal sociedade civil de que tanto se fala é uma sociedade de construção SA, ou se a sua designação deriva da engenharia-civil, Independente ou não.
LNT
Construtores politico-civis
Azar a barbearia não estar ainda aberta quando se soube que a construção civil andava no negócio das pescas.
Azar porque:
1- O barbeiro não conseguiu ouvir os seus clientes do tijolo a debitar, no fio da navalha, sobre a textura do betão no pré-esforçado da edificação política;
2- O barbeiro não conseguiu ouvir o peixe-rei-das-profundezas explicar a sua inocência nesta janela de oportunidade que fazia entrar os argents pelo postigo sem que ele, cherne francês-falante, se tivesse interrogado de onde provinham;
3- O barbeiro não conseguiu seguir as prelecções dos porta-vozes sobre o mecenato da construção civil na engenharia política; e finalmente,
4- O barbeiro não conseguiu entender se a tal sociedade civil de que tanto se fala é uma sociedade de construção SA, ou se a sua designação deriva da engenharia-civil, Independente ou não.
LNT
[0.019/2007]
Oh rama, oh que linda rama!
Diz-se por aí, pela Blogos, que reina a admiração do envolvimento do Bloco na debulhadora transgénica Silvense.
Pasmo por tantos se pasmarem com a cereal-coisa, por a saber pública e antiga, pelo menos desde o tempo em que o Pai Fundador quis retornar a Belém e indicou para mandatária juvenil uma exuberante personagem Bloquista.
O barbeiro não soube de viva voz, porque a clientela da altura não frequentava o meio, mas consta que nos corredores eleiçoeiros se dizia à passagem juvenil qualquer coisa que terminava sempre em:
"...como o milho!"
Talvez por não ser milho biologicamente manipulado, passou desapercebida a ceifa que se preparava.
Resta agora saber qual a rama que o pelouro dos jardins reserva para os canteiros de Lisboa.
LNT
Oh rama, oh que linda rama!
Diz-se por aí, pela Blogos, que reina a admiração do envolvimento do Bloco na debulhadora transgénica Silvense.
Pasmo por tantos se pasmarem com a cereal-coisa, por a saber pública e antiga, pelo menos desde o tempo em que o Pai Fundador quis retornar a Belém e indicou para mandatária juvenil uma exuberante personagem Bloquista.
O barbeiro não soube de viva voz, porque a clientela da altura não frequentava o meio, mas consta que nos corredores eleiçoeiros se dizia à passagem juvenil qualquer coisa que terminava sempre em:
"...como o milho!"
Talvez por não ser milho biologicamente manipulado, passou desapercebida a ceifa que se preparava.
Resta agora saber qual a rama que o pelouro dos jardins reserva para os canteiros de Lisboa.
LNT
[0.018/2007]
Sobre as cadeias e outras penitências
O meu caro cliente António Dias deixa-me simpaticamente a incumbência de continuar uma cadeia. Gostaria de o obsequiar com a anuência, mas, meu caro António, cadeias, salvo seja, não são com o barbeiro.
O meu negócio é cortes, depilações e coisas que tal. Os barbeiros são um pouco como os confessores. Ouvem muito, mas falam pouco.
Grato pela deferência e pela referência e a garantia de que mais dia, menos dia, o terei sentadinho na cadeira para aparar as patilhas.
Não é só nos Três Pauzinhos que se tosquiam Jumentos.
Vê-los enfardar à hora da canícula com o apetite que se viu prás bandas do Cabeço/Retur é garantia absoluta de que o Allgarve regenera dos desgastes e que não há santo nem opus que calem tão laborioso escoicear.
Agora vem aí mais um ano de trabalho que a coisa não está para amarginhas.
O estimado cliente Rui C. Branco, que já era verde, tornou-se lagarto e parece orgulhoso do acto. Desgostos destes são facadas para quem navega nestas águas e tem filhos para criar mas, como a fase é de angariação de clientes e a certificação ISO 9000 tarda, deixem-me guardar a tesoura no saco e ficar caladinho pelo menos até poder exibir o certificado de prestígio. Afinal, vendo bem as coisas, os leões são tosquiáveis (ao contrário dos lagartos) e sempre sonhei fazer um corte à caniche num felino de grande porte.
Simpático, mesmo simpático, foi o senhor Hélder Robalo que fez a fineza de anunciar a abertura desta sua casa onde sempre será recebido com toda a cortesia, palavra de barbeiro.
Deus lhe pague e nunca esqueça nas suas visitas que as gorjetas são bem acolhidas.
Agora grato, mesmo grato, fico ao meu Presidente da Câmara que fez o obséquio de encerrar ao trânsito o miradouro para o estaleiro da Praça do Comércio.
Agora sim, o cavalo de Dom José é um equídeo feliz, pelo menos aos Domingos.
LNT
Sobre as cadeias e outras penitências
O meu caro cliente António Dias deixa-me simpaticamente a incumbência de continuar uma cadeia. Gostaria de o obsequiar com a anuência, mas, meu caro António, cadeias, salvo seja, não são com o barbeiro.
O meu negócio é cortes, depilações e coisas que tal. Os barbeiros são um pouco como os confessores. Ouvem muito, mas falam pouco.
Grato pela deferência e pela referência e a garantia de que mais dia, menos dia, o terei sentadinho na cadeira para aparar as patilhas.
Não é só nos Três Pauzinhos que se tosquiam Jumentos.
Vê-los enfardar à hora da canícula com o apetite que se viu prás bandas do Cabeço/Retur é garantia absoluta de que o Allgarve regenera dos desgastes e que não há santo nem opus que calem tão laborioso escoicear.
Agora vem aí mais um ano de trabalho que a coisa não está para amarginhas.
O estimado cliente Rui C. Branco, que já era verde, tornou-se lagarto e parece orgulhoso do acto. Desgostos destes são facadas para quem navega nestas águas e tem filhos para criar mas, como a fase é de angariação de clientes e a certificação ISO 9000 tarda, deixem-me guardar a tesoura no saco e ficar caladinho pelo menos até poder exibir o certificado de prestígio. Afinal, vendo bem as coisas, os leões são tosquiáveis (ao contrário dos lagartos) e sempre sonhei fazer um corte à caniche num felino de grande porte.
Simpático, mesmo simpático, foi o senhor Hélder Robalo que fez a fineza de anunciar a abertura desta sua casa onde sempre será recebido com toda a cortesia, palavra de barbeiro.
Deus lhe pague e nunca esqueça nas suas visitas que as gorjetas são bem acolhidas.
Agora grato, mesmo grato, fico ao meu Presidente da Câmara que fez o obséquio de encerrar ao trânsito o miradouro para o estaleiro da Praça do Comércio.
Agora sim, o cavalo de Dom José é um equídeo feliz, pelo menos aos Domingos.
LNT
domingo, 2 de setembro de 2007
[0.017/2007]
Retornando
A água estava salgada e quente, as algas escondiam peixes-aranha e a areia escaldava a sola dos pés entre o toldo da última fila e o mar que se deixou calmo com o levante a ameaçar a linha do horizonte.
Do pouco que vejo nos Blogs, que quase tinha esquecido nos mergulhos de Altura e nas ostras cruas da Casa Velha, o acontecimento Adelante vai de vento-em-popa nas preparações festivas e a área internacional ensaia, com o brilho habitual, os casinhotos libertários dos grandes democratas mundiais.
Ainda bem para o folclore aparelhista dos clãs Kim-pai e Kim-filho, dos manos Castro e das forças libertadoras da América latina onde traficantes disfarçados de progressistas confundem, por exemplo, Ingrid Betancourt com o poder actual da Colômbia.
Adelante que se faz tarde e o retorno às lides não trás grande entusiasmo.
Pelo que por aí leio e já tinha tido algum cheiro nas Sábado da passada semana e na da presente, o vizinho Maltez anda de candeias avessas com o PRACEísta Bilhim (a vida não está fácil, João!) que pelos vistos quis aderir às modernidades em voga e dar um ar modernaço ao WebSite da sua escola.
Ainda não percebi muito bem a coisa mas parece que entre umas javadas e um lavar de cara à la choque-tecno mandaram-se às ortigas conteúdos que agora repostos com corrupções de links deixam em vazio as hiperligações que lhes davam sentido. Já dizia a minha avó Rosalina (que Deus tem na sua companhia) que o saber de um povo se exprime em frases do tipo "Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão" e que a sabedoria deste mesmo povo, ainda que iletrada, não é inculta.
Uma treta de País cheio de "mais vale parecer do que ser" numa época de muito brilho e cintilação e pouca, pouquíssima, substância.
Adelante também aqui que isto é uma barbearia em início de carreira e ainda mandam a ASAE verificar se os rótulos das tesouras têm inscrições em chinês, ou se os camarões servidos no buffet realmente assobiam.
Para mais hoje é o segundo dia da lavagem dos logradouros e os Zé-pereiras contratados para acompanhar os cantoneiros de mangueira em riste já abriram as bocas-de-incêndio que circundam o estabelecimento.
LNT
Retornando
A água estava salgada e quente, as algas escondiam peixes-aranha e a areia escaldava a sola dos pés entre o toldo da última fila e o mar que se deixou calmo com o levante a ameaçar a linha do horizonte.
Do pouco que vejo nos Blogs, que quase tinha esquecido nos mergulhos de Altura e nas ostras cruas da Casa Velha, o acontecimento Adelante vai de vento-em-popa nas preparações festivas e a área internacional ensaia, com o brilho habitual, os casinhotos libertários dos grandes democratas mundiais.
Ainda bem para o folclore aparelhista dos clãs Kim-pai e Kim-filho, dos manos Castro e das forças libertadoras da América latina onde traficantes disfarçados de progressistas confundem, por exemplo, Ingrid Betancourt com o poder actual da Colômbia.
Adelante que se faz tarde e o retorno às lides não trás grande entusiasmo.
Pelo que por aí leio e já tinha tido algum cheiro nas Sábado da passada semana e na da presente, o vizinho Maltez anda de candeias avessas com o PRACEísta Bilhim (a vida não está fácil, João!) que pelos vistos quis aderir às modernidades em voga e dar um ar modernaço ao WebSite da sua escola.
Ainda não percebi muito bem a coisa mas parece que entre umas javadas e um lavar de cara à la choque-tecno mandaram-se às ortigas conteúdos que agora repostos com corrupções de links deixam em vazio as hiperligações que lhes davam sentido. Já dizia a minha avó Rosalina (que Deus tem na sua companhia) que o saber de um povo se exprime em frases do tipo "Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão" e que a sabedoria deste mesmo povo, ainda que iletrada, não é inculta.
Uma treta de País cheio de "mais vale parecer do que ser" numa época de muito brilho e cintilação e pouca, pouquíssima, substância.
Adelante também aqui que isto é uma barbearia em início de carreira e ainda mandam a ASAE verificar se os rótulos das tesouras têm inscrições em chinês, ou se os camarões servidos no buffet realmente assobiam.
Para mais hoje é o segundo dia da lavagem dos logradouros e os Zé-pereiras contratados para acompanhar os cantoneiros de mangueira em riste já abriram as bocas-de-incêndio que circundam o estabelecimento.
LNT
[0.016/2007]
Tosquiam-se também animais
Enquanto os nossos mais dispares e simpáticos clientes fazem fila para o primeiro corte, e nem sempre são eles que pretendem ser tosquiados, como é o caso do jovem da fotografia recolhida à porta por uma nossa cliente, o barbeiro devidamente bronzeado e ainda com areia nos olhos debate-se com problemas metafísicos que passam pela decisão sobre dedicação exclusiva a este magasin.
Bem sei que a abertura de um estabelecimento cria sempre alguma angústia a quem o irá dirigir, principalmente se montado a partir de outras experiências mas a vida é feita destes pequenos nadas e, como só o futuro interessa, há que por ele fazer.
Vamos então a isto que se faz tarde.
Uma vez mais o agradecimento a todos os que nos seus Blogs, nas caixas de comentários e por mail têm incentivado a abertura deste espaço.
LNT
Tosquiam-se também animais
Enquanto os nossos mais dispares e simpáticos clientes fazem fila para o primeiro corte, e nem sempre são eles que pretendem ser tosquiados, como é o caso do jovem da fotografia recolhida à porta por uma nossa cliente, o barbeiro devidamente bronzeado e ainda com areia nos olhos debate-se com problemas metafísicos que passam pela decisão sobre dedicação exclusiva a este magasin.
Bem sei que a abertura de um estabelecimento cria sempre alguma angústia a quem o irá dirigir, principalmente se montado a partir de outras experiências mas a vida é feita destes pequenos nadas e, como só o futuro interessa, há que por ele fazer.
Vamos então a isto que se faz tarde.
Uma vez mais o agradecimento a todos os que nos seus Blogs, nas caixas de comentários e por mail têm incentivado a abertura deste espaço.
LNT
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