[0.018/2007]Sobre as cadeias e outras penitências
O meu caro cliente
António Dias deixa-me simpaticamente a incumbência de continuar uma cadeia. Gostaria de o obsequiar com a anuência, mas, meu caro
António, cadeias, salvo seja, não são com o barbeiro.
O meu negócio é cortes, depilações e coisas que tal. Os barbeiros são um pouco como os confessores. Ouvem muito, mas falam pouco.
Grato pela deferência e pela referência e a garantia de que mais dia, menos dia, o terei sentadinho na cadeira para aparar as patilhas.

Não é só nos
Três Pauzinhos que se tosquiam
Jumentos.
Vê-los enfardar à hora da canícula com o apetite que se viu prás bandas do
Cabeço/Retur é garantia absoluta de que o
Allgarve regenera dos desgastes e que não há santo nem
opus que calem tão laborioso escoicear.
Agora vem aí mais um ano de trabalho que a coisa não está para amarginhas.

O estimado cliente
Rui C. Branco, que já era verde, tornou-se lagarto e parece orgulhoso do acto. Desgostos destes são facadas para quem navega nestas águas e tem filhos para criar mas, como a fase é de angariação de clientes e a certificação ISO 9000 tarda, deixem-me guardar a tesoura no saco e ficar caladinho pelo menos até poder exibir o certificado de prestígio. Afinal, vendo bem as coisas, os leões são tosquiáveis
(ao contrário dos lagartos) e sempre sonhei fazer um corte à caniche num felino de grande porte.

Simpático, mesmo simpático, foi o senhor
Hélder Robalo que fez a fineza de anunciar a abertura desta sua casa onde sempre será recebido com toda a cortesia, palavra de barbeiro.
Deus lhe pague e nunca esqueça nas suas visitas que as gorjetas são bem acolhidas.
Agora grato, mesmo grato, fico ao meu
Presidente da Câmara que fez o obséquio de encerrar ao trânsito o miradouro para o estaleiro da Praça do Comércio.
Agora sim, o cavalo de Dom José é um equídeo feliz, pelo menos aos Domingos.
LNT