terça-feira, 26 de julho de 2011

Caciquismo e aparelhismo

Alka SeltzerDiz-nos o prezado Eduardo Pitta:

As directas dos grandes partidos são um assunto demasiado sério para ser deixado nas mãos dos militantes
Presunção e água benta são assuntos demasiado banais que se deixam ficar na mão dos simpatizantes, digo eu que, com o poder que tenho por ter assumido claramente a minha condição de militante, usei o voto que só compete aos comprometidos. O Eduardo tem de entender, se quiser entender alguma coisa sobre o papel dos Partidos Políticos, que os militantes de um Partido não são o”aparelho” como ele quer fazer entender.

O "aparelho" é o dinheiro e o caciquismo que o dinheiro provoca e isso não está na mão dos militantes mas sim na de pequenos núcleos e na amálgama de "elites" que se enquistam à volta do poder personalizado e que julgam que as organizações políticas são seitas reunidas em torno de uma divindade.
LNT
[0.304/2011]

A criação não é um risco, é um direito

Miguel Telles da GamaLeio o artigo de opinião de Iva Delgado e consigo estar de acordo com cada palavra.

O Major Silva Pais é um personagem histórico (tristemente) e como tal pode e deve ser tratado. A direcção que exerceu na PIDE/DGS atribuiu-lhe um papel que importa não esquecer e o direito à criatividade que a liberdade nos concedeu é inalienável, mesmo que possa significar "ofensa à memória" para os que pretendem passar uma esponja sobre a repressão e a censura que foi exercida, no século passado, em Portugal.

A PIDE (e as suas restantes designações ao longo da ditadura) não foi uma polícia secreta mas sim uma polícia política que agiu como o braço repressivo de um regime que, se não foi fascista por falta de doutrina, a usava como instrumento fascista.
"A repressão da PIDE/DGS foi selectiva, verificando-se que, entre 1945 e 1974, num universo de cerca de 15.000 detidos políticos, houve cerca de 400 detenções anuais de carácter político. Houve, no entanto, alguns períodos marcados por «picos» maiores de detenções, nomeadamente entre 1946 e 1954, nos anos de 1958 e 1959 e, entre 1961 e 1964. Em 1973, quando já ia longe a crença na liberalização marcelista, a DGS procedeu, na chamada metrópole, a 561 detenções políticas."
Irene Pimentel
A absolvição de Margarida Fonseca Santos decretada pelo Juiz António Passo Leite faz-nos acreditar na própria justiça. Dá-nos esperança. Inspira-nos confiança neste Portugal que tantas vezes se sente maltratado por sentenças que em nada se coadunam com o sentir dos cidadãos.

Fica a faltar que a peça volte à cena.
LNT
[0.303/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXLIV ]

a Peixaria
A Peixaria - Lisboa - Portugal
LNT
[0.302/2011]

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Da amoralidade

Laço pretoHá assuntos sobre os quais reflicto, falo, mas raramente escrevo. Não vos sei explicar porquê, talvez porque a brutalidade, porque a desumanidade e porque a aberração ultrapassam toda a minha compreensão e me bloqueiam as letras.

Nada, nem mesmo a violência, nem a loucura, nem a guerra me deixam nesse estado.

Em memória dos inocentes da Noruega nem sequer evocarei o entendimento, porque a morte que lhes foi provocada não é bem, nem mal, só um acto de amoralidade que ultrapassa todos os meus limites de racionalidade e me fazem perigar a coerência da defesa intransigente do direito à vida.

O que se passou na Noruega abalou-me como se se tivesse passado na minha rua. Os crimes contra a humanidade não têm limites, nem jurisdição, nem fronteira.
LNT
[0.301/2011]

Partido Seguro

António José SeguroResumindo para enquadrar:

Dos 116.896 militantes do Partido Socialista que constavam nos cadernos eleitorais apresentaram-se a votos 35.526 (resultados ainda provisórios). Se quisermos considerar que os cadernos eleitorais representam o número de recenseados com direito a voto no PS, o que é uma falácia por sabermos que muitos não têm poder eleitoral - principalmente por não terem as quotas em dia no momento da eleição - andamos numa média de participação da ordem de 30.39%. Não parece grande coisa, mas é uma coisa superior à última eleição (José Sócrates) onde votaram 29141 (24,92%), considerando o mesmo número de eleitores inscritos.

Dito isto passemos aos resultados (ainda provisórios) para apurar que, do universo de eleitores que exerceram o seu direito/dever de voto, Seguro recebeu 23.903 votos (67.98%) tendo eleito (num total de 1. 857 delegados) 1.346 delegados ao XVIII Congresso Nacional pela Moção o Novo Ciclo para cumprir Portugal e Assis recebeu 11.257 votos (32,02%) e elegeu 511 delegados pela Moção A Força das Ideias (os restantes votos são brancos e nulos).

Para quem gosta de números e de fazer contas absurdas que fundamentem teorias sobre a insignificância dos que escolhem os candidatos a Primeiro-Ministro (como se os Partidos Políticos não fossem Organizações democráticas e não tivessem os seus processos de inscrição permanentemente abertos a todos os cidadãos) fica que António José Seguro, actual Secretário-Geral do Partido Socialista, foi eleito por uma maioria muito confortável dentro do PS e é o actual líder da Oposição, ou melhor, o líder do maior partido da oposição, e competir-lhe-á vir a chefiar o Governo quando os portugueses entenderem sufragá-lo para tal.

É minha opinião que o Partido Socialista ficou em boas mãos. Os compromissos internacionais assumidos pelo Governo anterior estão em condições de serem cumpridos, a oposição às medidas radicais anunciadas pelo actual poder de direita está garantida, falta agora, no momento em que o PS tem de novo reunidas as condições para se envolver como colectivo nas soluções para Portugal, eleger a restante direcção nacional no Congresso a realizar em 9,10 e 11 de Setembro e, a partir daí, iniciar o Novo Ciclo da política portuguesa que garantirá uma vida melhor a este povo europeu do sul do continente, seguros de que foi a Europa que ensinou ao Mundo que é na liberdade, na solidariedade, na fraternidade e na igualdade de oportunidades que reside a felicidade da humanidade e a sua qualidade de vida.
LNT
[0.300/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXLIII ]


Amy Winehouse
Amy Winehouse
LNT
[0.299/2011]

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Segurança e arrojo

António José Seguro - O Novo CicloQuando logo for à minha Secção votar em António José Seguro para Secretário-Geral do Partido Socialista vou estar essencialmente a fazer duas coisas:

1 – Escolher um camarada, para liderar a organização política que tem a Declaração de Princípios em que me revejo, ao qual reconheço coerência, frontalidade, determinação, coragem e profundo respeito pelas pessoas que formam o colectivo do socialismo democrático e a quem, por outras circunstâncias, conheço práticas de desempenho notáveis, tanto em matéria de organização, como nas de gestão de vontades e de envolvimentos, e nas de exigência comprometida para cumprimento das metas.

2 – Depositar em urna a confiança de que se vai proceder à análise do passado para se retirarem os ensinamentos necessários capazes de identificar e controlar os riscos do presente e assumir as soluções de futuro. É imprescindível repensar o modo de funcionamento do Partido para que a partir daí se consiga a plataforma socialista democrática agregadora de vontades, ideias, pessoas e capacidades que impulsionem as forças capazes de inovação do pensamento e se parta para um novo ciclo de acção mobilizadora que leve os portugueses a voltar a acreditar que só através de um estado social aberto e democrático é possível devolver a esperança numa vida melhor, mais justa, fraterna e solidária.

É mesmo isto que, como militante de base, pretendo. Na minha óptica, a eleição de António José Seguro para coordenar a equipa que resultar do próximo Congresso Nacional baseada na Moção "O Novo Ciclo", será a garantia de que os militantes do PS farão parte das soluções e que, através do envolvimento de todos os cidadãos que venham posteriormente a acrescentar-lhes valor, voltaremos ao poder no momento próprio para concretizar as soluções encontradas.
LNT
[0.298/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXLII ]


Casamento
33 - Lisboa - Portugal
LNT
[0.297/2011]

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Efeméride

ChampagneFiquei a saber pelo Blog de Aniversários de Blogues que a Barbearia abriu as portas no dia 14 de Julho de 2007 o que quer dizer que fez quatro anos há uma semana.

Antes da Barbearia, o autor já tinha sido fundador de outros e está a escrever na Net há mais ou menos uma data de anos. (o que são muitos anos para quem escreve em Blogs)

Não é questão para festa mas, uma vez que houve o alerta, fica a notícia com o agradecimento às muitas centenas de leitores que se dão à pachorra de irem passando diariamente por aqui.
LNT
[0.296/2011]

Geminação Lisboa / São Francisco

CannabisO Metro descobriu, através da APLD (desconheço se tem site), que 4 em cada 10 jovens de Lisboa já charraram.

Fala disso como se fosse coisa nova, agora que o serviço militar já não é obrigatório tendo deixado de ser a fonte de iniciação à arte da fumaça e do chazinho que nos tempos coloniais aconchegavam o psicadélico da guerra.

A maconha, liamba, marijuana, erva, merda, cannabis, o tetrahydrocannabinol que tanta gargalhada faz dar há décadas e cria o brilhozinho nos olhos que denuncia a imbecilidade dos motivos, continua a ser considerado o mal menor da falta de siso embora abra portas perigosas para milhares de outras ilusões químicas que por aí circulam.

Tenho uma ideia muito esbatida da coisa, os meus vinte anos já lá vão há mais uns quantos, mas ainda hoje reconheço o cheiro à distância, bafo comum que perfuma qualquer bancada de futebol.

Quatro em cada dez, não me parece mal. Pensei que a percentagem fosse muito maior e que se pudesse avançar para a geminação entre a Capital do Império e San Francisco.
LNT
[0.295/2011]

Ao Pote, ao pote, pela terra e pelo mar

Cow ParadeNo caminho para o céu, ceo, ou lá o tacho que é, os currículos (principalmente na última linha) são boa passagem para a outra margem, como dizia o cantor.

Por onde andarão os meninos que contabilizavam as nomeações dos motoristas do Governo anterior?

Quê, agora devido às funções para que foram nomeados, já não têm tempo para Blogs? Quê, é só o Macário Correia que acha que um cinzeiro é uma espécie de linguado mal amanhado feito numa portagem da Via do Infante?

Como dizia o meu querido amigo Augusto Bobela Mota: - há por aí gente que tem mais lugares do que um autocarro da Carris.

Actualmente é administrador executivo da CUF, da SEC, da José de Mello Saúde, da EFACEC Capital, da Comitur Imobiliária e administrador (não executivo) da Reditus, da Brisa e da Quimigal, presidente do Conselho Geral da OPEX, membro do Conselho Nacional da CMVM, vice-presidente do Conselho Consultivo do Banif Investment Bank, membro do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações e vogal da Direcção do IPRI.
É membro do Conselho Nacional do PSD, desde 2010
.
LNT
[0.294/2011]

Lixa-de-pau

Boca


Sobre os tais esclarecimentos pedidos no Post anterior, Mr. Brown, de Os Comediantes, deixou ficar um link que dá algumas pistas para o funcionamento da treta da Trindade.

Realmente o que se lê no Económico, o artigo «Estado precisa de mais 47 mil milhões além da ‘troika’», da autoria de Rui Barroso, é mais uma ajuda para o esclarecimento do mecanismo, mas não contribui para o entendimento do porquê, dado usar a lixa-de-pau do economicês nacional que é bem pior do que o acordo ortográfico que transforma aquilo que deveria ser objecto de preocupação da Ministra Cristas no traje masculino que ela baniu.

Nós sabemos – os barbeiros todos sabem porque cada cliente usa a sua linguagem e tem de se lhes responder às estratégias da bola de forma a ser-se entendível – que os dialectos profissionais são valiosos.

Sabemos também que o esperanto é uma ambição velha para normalização dos significados, mas difícil de implementar. Trazer a linguagem da economia para a opinião pública tem o mesmo valor que falar crioulo num autocarro onde só se pretende ser entendido pelo interlocutor directo.

Os economistas que fazem comunicação têm de se deixar de crioulos. A sua função não consiste em enriquecer o léxico português com calão e siglas, mas sim em explicar, de forma entendível, o que toca todos os cidadãos. Deixem a cifra da economia para as escolas e para a profissão.

Volto ao artigo que Mr. Brown teve a amabilidade e simpatia de deixar nesta casa para dizer que toda a informação nele disponibilizado parte do princípio de que quem o lê é economista, abstendo-se de explicar os porquês. Presume que, o que lá está, são favas-contadas e esquece que, embora o Económico seja uma publicação da especialidade, está no espaço público disponível para consulta de todos os cidadãos que gostariam de perceber a razão dos desvios colossais que lhes andam a fazer nos ordenados.
LNT
[0.293/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXLI ]

Günter Grass
Günter Grass - Almansil - Algarve - Portugal
LNT
[0.292/2011]

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Voltámos ao mercado

Homem de coco com peixesLá fomos de novo às compras.
Desta vez limitámo-nos a comprar o que precisávamos, o que representa uma melhoria depois de termos aprendido que os sofás que se compram com o acréscimo pedido no empréstimo para aquisição da casa ficam pelo preço da morte.

Ainda assim e para confusão dos portugueses que continuam convencidos de que o empréstimo da Troika se destinava a não ter de fazer outros, nestes próximos tempos, ao preço de usura que “os mercados” impõem, mantém-se a perplexidade e a incompreensão para o facto de, havendo tantos cientistas da ciência económica a debitar palpites na praça pública, ainda nenhum deles ter explicado, preto no branco, a que é que se destinou o endividamento contraído junto da Éfe É É Éfe (usando a lição de dicção dada pelo Professor Cavaco à comunicação social).
LNT
[0.291/2011]