quinta-feira, 13 de junho de 2013

O longo braço da justiça

Braço justiçaNão sei se as receitas destas acções revertem para os ofendidos mas se assim for, foi encontrada em Portugal a maior fonte de rendimento (pagará IRS?) até agora descoberta.

Basta andar num qualquer transporte público para imaginar essa imensa janela de oportunidade que os nossos detentores de cargos públicos estão a esbanjar, pois não há um só que escape à opinião generalizada dos portugueses.

Principalmente no insulto: “vai trabalhar, malandro!” - tudo o que seja menos de 1.300 euros de multa é pouco. É uma ofensa profundamente inaceitável, principalmente se for dirigida a um reformado que, para manter essa condição e o magro provento que ela lhe trás, está impedido de o fazer (trabalhar, leia-se).
LNT
[0.174/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVIII ]

Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.173/2013]

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Lisboa antonina

ManjericoO que mais gosto nestes dias de vésperas do Santo António de Lisboa é do cheiro a fumo de sardinhas que vem dos pátios de Alfama e o que menos aprecio são as marchas pindéricas que, tarda nada, transformarão a capital no pior do chulé bairrista que são as invejas portuguesas.

Ainda assim tenho pena de não ver a desfilar, a caminho do Tejo, o Coelho de arco e balão / o Portas com os submarinos na mão / o palhaço com o seu narigão / o Alvarinho a dizer que sim e o Gaspar a responder-lhe que não.

Gosto do Santo António de Lisboa. (até tenho uma medalha comprada e benzida no Sacré Coeur que só não uso porque a cicatriz que me deixaram no pescoço ainda desaconselha o fio de prata em que a penduro).

Gosto da minha Lisboa dos contrastes, dos turistas, da arruaça, do fedorin das naus de então que entretanto se continua a espalhar pelos túneis do metro que aqui, ao contrário do Porto, toupeira pelas catacumbas da cidade.

Gosto dos manjericos e das miúdas que neles escrevem quadras de amor. Gosto deste calor que as faz mostrar as carnes e gosto do faducho, património mundial do destino a que nos rendemos.
LNT
[0.172/2013]

Três vezes nove vinte e sete

Movimentos dos dedosPensava que já tudo se tinha esclarecido na Assembleia da República quando a bancada socialista tinha questionado o Governo sobre as razões para não ser pago o subsídio de férias na altura em que a Lei o determina.

Afinal parece que não, que nem tudo está esclarecido e há quem insista que este é mais um caso de má comunicação, mas não é.

A razão para o não pagamento do subsídio de férias este mês faz parte da agenda que o actual poder pretende manter debaixo dos panos.

Não como mão escondida ou atrás do arbusto, mas dentro do nosso bolso.

Quando irá a mão de lá (do bolso) sair com mais uma molhada de notas? No fim do ano, claro, quando se tiver a certeza de que se vai bichanar mais este pecúlio para tapar outro falhanço das previsões gaspar-excelianas.

Vai uma aposta?
LNT
[0.171/2013]

Tudo se vende, nada se transforma

Colaboradora NotaComo os nossos governantes são muito avançados em termos de “para além de” tentando com isso dar lições de vanguarda ao Mundo, espera-se que peguem no exemplo grego e, para além de extinguirem postos de trabalho e desligarem o sinal dos canais estatais de comunicação, façam o mesmo com os serviços de finanças e da segurança social.

Mal por mal, quando repararem que não estão a arrecadar impostos por ter extinguido quem os recolhia (coisa que até não é inédita depois de já se terem habituado a perder receita pela impensada voracidade do agravamento das taxas dos impostos indirectos), deixavam-nos um pouco em paz, pelo menos até ao momento em que uma angolana ou um chinês tomasse conta do negócio e o transformasse em mais uma empresa exportadora de sucesso (neste caso, como noutros já existentes, exportadora de dinheiro).

Se os gregos já estão em black out (falta de irrigação sanguínea do cérebro) pouco falta para que os portugueses entrem em red out (excesso de sangue no cérebro) o que em termos de abordagem é potencialmente mais radical com "as gorduras" do Estado e evita desmaios e desperdícios paliativos.
LNT
[0.170/2013]

A questão do dia

Caneca EuropaO Álvaro mandou bolo-rei para Estrasburgo ou o Rui Veloso foi na comitiva para cantar “já não há estrelas no céu”?

Parece que César estará pronto para repetir a questão: "Até tu, Brutus, meu filho?"
Cavaco Silva afirmou que, durante «demasiado tempo, a atenção esteve concentrada na austeridade para a correção dos desequilíbrios das contas públicas, relegando para um plano secundário o crescimento económico».
LNT
[0.169/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVII ]

St. António
St. António - Teresa Rezende - Lisboa - Portugal
LNT
[0.168/2013]

terça-feira, 11 de junho de 2013

Em casos desta sorte duvidosos *

Camões
O período mais fecundo é aquele que decorre entre o momento em que se entrega o boletim do Euromilhões e o outro em que sabemos que os números que saíram não são os que registámos.

Esse (entre)tempo de esperança, de adivinhação e de futuro, permite-nos esquecer o presente e fazer o planeamento do imaginário.

É nessa mesma onda de pensamento que nos devemos centrar na discussão do pós-troika, principalmente para disfarçar que nunca se tenha pensado o durante-a-troika.

Se o período durante-a-troika tivesse sido um tempo de reforma e de retoma em vez de ter sido um período de austeridade e de cinza, o pós-troika não estaria em agenda.
LNT

* Os Lusíadas II-7-4
[0.167/2013]

Uma ronca no nevoeiro

RoncaAguarda-se com enorme expectativa o discurso que Cavaco Silva fará amanhã em Estrasburgo.

Fontes geralmente bem informadas deixaram escapar que, depois dos sucessos conseguidos com a destruição da agricultura em Portugal promovida por ele enquanto Primeiro-ministro, que resultou, cinco Primeiros-ministros e 7 Governos depois, numa agricultura viril, moderna e desenvolvida onde não faltam as gadanheiras e enfardadoras previstas no plano quinquenal (a dezoito anos) que ele desenhou, chegou a vez de o Presidente português fazer uma alocução aos europeus sobre a pesca também por si destruída por ser miserável e porque os pescadores cheiravam a óleo de fígado de bacalhau e a tripas de engodo e que agora começa a renascer com traineiras de última geração equipadas com tecnologia de ponta, manobradas por engenheiros hidráulicos de olhos azuis e hálito fresco e perfumados com Patchouli, desenhadas especialmente para manobrarem em tanques de piscicultura.

Adivinha-se ainda que nesse discurso sejam apontados os sucessos conseguidos também na alimentação dos portugueses, em virtude do abandono da pesca de espécies selvagens, quantificados em estatísticas referentes ao fast-food em consumo e ao aumento da obesidade infantil.

Em Estrasburgo não se dorme há três dias com a emoção.

Melhor notícia do que esta só a de que Gaspar acertou pela primeira vez nas previsões quando se confirmou que os seus falhanços decorreram dos elevados riscos de incerteza que tinha previsto.
LNT
[0.166/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVI ]

Conceição
Conceição - Algarve - Portugal
LNT
[0.165/2013]

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dia de Portugal

Bandeira de Portugal
Sinto-me perdido neste dia de Portugal em que não consigo descortinar uma réstia de estadismo em qualquer um dos órgãos de soberania.

Tudo se reduz ao acerto de contas antigas e ao puxar do lustro aos galões.

O mais alto magistrado de uma Nação que, ou está desempregada, ou emigrada, ou confiscada, faz um discurso digno de um Ministro da Agricultura, tentando puxar para si os louros de algum sucesso que só foi atingido pelo empreendedorismo de alguns privados que se tiveram de bater contra a destruição do sector primário decretada pelos executivos, que ele então liderou, para obterem em troca rendas comunitárias para o betão e obras de fachada.

Para os portugueses, nada.

Nem uma palavra, nem um alento, nem uma vontade ou um desejo.

Foi um Dia de Portugal dedicado às fronteiras e ao espelho onde as pessoas não couberam, onde não coube o povo português.
LNT
[0.164/2013]

domingo, 9 de junho de 2013

Ou é tolo, ou é bailarino

SaposMarques Mendes volta à idiotice. Diz que o grande adversário do Governo é o Tribunal Constitucional, forma encapotada de desculpabilização dos dislates e erros crassos do actual poder e atribuição de culpas a um órgão que não tem qualquer responsabilidade do estado miserável a que o Governo está a conduzir o País e que mais não fez do que proteger os cidadãos do incumprimento das Leis que nos regem.

Marques Mendes, homem das leis, deveria ser mais comedido no disparate e mais coerente com a formação que tem. Até Cavaco, que se assumiu há muito como o patrono de Passos Coelho, Gaspar e Portas, não teve alternativa a enviar a ilegalidade aprovada na Assembleia da República ao tribunal que a poderia julgar. Não por esse tribunal ser “um adversário” mas por ser o último recurso na defesa do Estado de Direito.

A propaganda continua de vento em popa, mesmo quando dissimulada com um ou outro recado para se disfarçar daquilo mesmo que é.

Enquanto isto, o Presidente da República anda por terras do Alentejo, a ouvir das boas do Presidente da Câmara de Elvas e a continuar na senda do apelo à união nacional, nas comemorações que ele há uns anos entendeu ser as do dia da raça.

Portugal merecia melhor.
LNT
[0.163/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXV ]

Sardinhas
Festas 2013 - Lisboa - Portugal
LNT
[0.162/2013]

sábado, 8 de junho de 2013

A teia da debilidade

Teia de aranhaChamar reforma da Administração Pública a despedimentos na Administração Pública é mais uma das muitas patranhas desta gente que tomou o poder e que apelida de requalificação uma ensaboadela de vaselina para fazer os funcionários, depois de emagrecidos, passarem pelo buraco da agulha sem dar nó na ponta da linha sabendo que ela se vai soltar sem conseguir a cerzidura.

Esta gente que usa a língua portuguesa de acordo com uma ortografia tão bronca que teve de ser imposta por lei, usa também os significados dessa mesma língua de forma tão liberal como a doutrina que a rege.

A tal requalificação que se pretende ter como reforma sem se reformarem primeiro as organizações para se saber o quê e para que requalificar, deve querer fazer calceteiros de engenheiros, ardinas de doutores, cantoneiros de embaixadores e serventes de médicos (e vice-versa).

Esta gente está doente. A doença é degenerativa e não se prevêem melhoras. Precisa de cuidados intensivos que os menorizem da debilidade e nos salve da teia mortal com que, cada vez mais, nos enredam.
LNT
[0.161/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXIV ]

Botero
Botero - Palácio da Ajuda - Lisboa - Portugal
LNT
[0.160/2013]