segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A gargalhada do profeta Gaspar

Gaspar Passos Relvas

Não se entende o gozo de quem dá como erradas as previsões gasparinas de que hoje, dia 23 de Setembro do ano da graça de 2013, regressaríamos aos mercados. Todos nos lembramos do elevado sentido de humor de Vitor Gaspar, um humor de piadas secas, como diziam as minhas filhas quando andavam a estudar para doutoras, mas para todos os efeitos um humor reconhecido por todo o Mundo como se comprova pelas audíveis gargalhadas que se têm ouvido nos últimos tempos em todas as praças financeiras.

No anúncio então feito pelo humorista estava pressuposta a realização das autárquicas neste fim-de-semana e, tal como profetizado, não faltam candidatos de todas as cores e feitios a passearem pelas pedras do peixe ou pelas bancas de nabos, alfaces e tomates do norte ao sul de Portugal.

O retorno aos mercados comprovou-se até com a aparição do Paulinho nas Feiras. Confirma-se que o ex-ministro das finanças e o Coelho que o pariu são uns verdadeiros bruxos. Ao pé deles Marques Mendes e o Professor Marcelo não passam de aprendizes de feiticeiro.
LNT
[0.307/2013]

Ein Volk, ein Reich, ein Bundeskanzler

Merkel - Governo Português
Leio quem sabe de eleições no Deutsches Reich e fico inteirado de que o sufrágio seria sempre ganho pela mamã Merkel, fosse ela do Partido que fosse. Foi “a senhora que saltou o muro no seu desmoronamento” a única a ganhar, com o pormenor de ter tido quase tantos votos como todos os partidos da oposição, tendo isso ficado a dever-se ao estilo matriarca que cultiva, coisa especialmente apreciado na terra em que os Porches e os Volkswagen andam de mão dada na musculatura das oficinas.

Uma não novidade para os alemães, uma felicidade para os Andeiros dos novos povos do Reich que têm as mesmas certezas de outros, em idos do século XX, que arreavam de coluna vergada ante o peso do aço florescente pela força da inteligência e pelo suor dos submetidos.

É por isso, apesar do prometido regresso aos mercados marcado para hoje não passar de uma miragem sinistramente anunciada quando Gaspar deu de frosques, que há tantos sorrisos obedientes e embevecidos nos dirigentes dos povos madraços da margem norte do mediterrânio.

Toda esta imensidão de mar é Europa, segredam à mamã, tudo isto pode ser vosso, senhora nossa mãe, se em troca nos prometer a liberdade de a poder continuar a servir e a engordar.
LNT
[0.306/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXI ]

Reguengos
Reguengos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.305/2013]

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Galerias romanas de Lisboa

Galerias Romanas

Oh menina não saia ainda que vem aí o 28.

A fila vai até à Praça da Figueira. Tudo para ver as galerias romanas que todos os dias são ignoradas debaixo dos nossos pés nesta baixa pombalina a aguardar eleições.

Na recolha das imagens um curto circuito pela Rua da Conceição, Rua da Prata, Rua do Comércio , Rua dos Fanqueiros e Rua dos Bacalhoeiros que agora tem, de vez em quando, um paquete de cruzeiro a servir de topo.

Desembarcam aos milhares de pernas ao léu em busca dos cheiros, cores e latas de sardinha.

Vêm ver a crise sem saberem que os monos do capital internacional estão ali ao lado, no Terreiro, para nos acertarem o passo. Também pouco lhes interessa, assim fica mais barato.

Oh menina, cuidado com o 28.

Cuidado, duplamente, com os carteiristas. Os da gravata e os outros.
PS: O gato e a paisagem do Tejo são só para disfarçar.

Galerias Romanas
LNT
[0.304/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXX ]

Botero
Botero - Palácio da Ajuda - Lisboa - Portugal
LNT
[0.303/2013]

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

do you mean it? Yes, if you…

BlairDeixem-se de luxos!

Se querem saber usar a informática e dominar a língua internacional dos negócios e da ciência façam o favor de meter explicações porque não se pode comparar o que não é comparável e, por isso, comparar um pobre com um rico é um absurdo.

O Sócrates também não tinha inglês (o inglês técnico não conta) e chegou a Primeiro-Ministro e o nosso Cherne Europeu só lá chegou porque parlava franciês que foi o único requisito que lhe exigiram quando quis zarpar da tanga.

Afinal para quê aprender inglês se o que se pretende exportar de futuro são emigrantes como os que se exportavam no saudoso tempo? Para quê gastar dinheiro com essas minudências no público se há tanta oferta privada no mercado? Para quê ensinar essa língua-de-trapos no tempo global em que os trapos são feitos na China? E com tantas inglesas nos areais do Algarve para que seria necessário estar a desperdiçar recursos necessários à contratação dos especialistas acabados de formar nos gabinetes ministeriais em professores de yankee que ensinam uma língua que se aprende em qualquer discoteca ou videogame?

Se os exames, que são a única reforma do eduquês que interessa, fossem todos em inglês ainda ia, mas sendo em acordês ortográfico...
LNT
[0.305/2013]

A uns pedaços de merda

BritesPoderia ter também por título: A uns pedaços de asno convencidos que são gente só porque somos mansos, nos encolhemos e não os corremos a pontapé.

Não transcrevo Ferreira Fernandes porque penso que quem quiser ler a sua carta aberta de hoje (no DN) deve seguir o link e carimbar comentários, partilhar o texto e fazer o diabo a sete para explicar aos excelentíssimos troikos, aos Coelhos, aos Portas, aos Silvas (lembram-se da frase usada (não insultem os mercados) pelo nosso ilustre Mais Alto Economista Aposentado da Nação quando apoiou a entrada da cavalaria internacional?) que os ratinhos brancos afinal estão bem da audição e a causa de terem deixado de correr foi por os terem amputado. Sem patas, inviabilizaram-nos a corrida.

O que realmente é estranho é que, mesmo depois de tudo isto, o Primeiro-Ministro insista na receita e continue a afirmar que o caminho até agora seguido é para continuar embora já seja reconhecido como mau pelos nossos credores do FMI e pelo seu primeiro mentor nacional (Gaspar) na carta de mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa com que se retratou e retirou.

Este comportamento dará uma vez mais razão à profecia?:
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"
Natália Correia
LNT
[0.304/2013]

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Extraordinário e colossalmente Imposto

BichoCavaco deixou fugir a boca para a verdade, sendo que essas fugas nunca lhe são inocentes. Lembrem-se que "nunca tem dúvidas e raramente se engana" o que faz destes deslizes coisas pouco inocentes.

O assunto interessa-lhe especialmente porque a tença que recebe do Banco de Portugal (excepcionalmente rosalina) substitui o pecúlio barato atribuído ao mais alto magistrado da nação. Deveria, por isso, ter feito uma declaração de interesses mas adelante que esta matéria não é para aqui chamada.

A verdade é que Cavaco, o Presidente eleito porque precisávamos loucamente de ter um economista, financeiro, ou lá o que é repimpado no alto cargo, deveria saber distinguir Imposto de Taxa, uma vez que o assalto aos reformados do estado tem por fundamento o facto de ser uma prestação coactiva bilateral, no conceito rosalino, dado destinar-se a atribuir uma benesse da Caixa Geral de Aposentações (em extinção desde 2006) a inúteis, exploradores, calões, etc., que formaram milhares de alunos, trataram de milhares de doentes e prestaram os mais diversos serviços a toda a comunidade.

Não perceberam, não é? Não faz mal. Isto nunca se pretendeu que fosse percebido, até porque, ao contrário da Segurança Social, o Estado nunca comparticipou com a cota que todas as outras entidades empregadoras estão obrigadas a comparticipar para garantir as reformas.

Também não se pode pedir aos rosalinos do Banco de Portugal que tenham melhor entendimento porque eles próprios estão excluídos da função pública, embora se sentem à mesma mesa.
LNT
[0.302/2013]

A oitava e a nona sinfonia burrical

Olho MãoA bem da língua, do Pico e do sossego que burramente se instalou nos plurais portugueses façam o favor de ler Cristóvão de Aguiar.

Sem se zangarem, porque temos sempre a aprender com quem sabe ensinar, corrijam.
LNT
[0.301/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXVIII ]

Lisboa
Rua Sousa Loureiro,10 - Lisboa - Portugal
LNT
[0.300/2013]

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Boletim de saúde asinino [ III ]

JumentoFica só a nota para informar os muitos que por aqui têm passado em busca de novidades, de que o autor do mais famoso Jumento dos blogs portugueses continua em recuperação com prognóstico físico e anímico favorável.

Continua de molho pelos "só tem vento", mas deixa-nos na espectativa de, mais dia - menos dia, voltar à Capital e à carga no palheiro.

Grande abraço ao VS a quem se deseja pronto restabelecimento.
LNT
[0.299/2013]

O stress e os troikos

Beijo dinheiroDiz-se por aí que a rapaziada a quem pagamos dinheiro ao preço do ouro já desembarcou na Portela. Vêm a rogo dos senhores do Mundo para meterem os tugas na ordem e verificarem se o programa do Governo está a ser cumprido.

Dito de forma diferente, vêm à Santa Terrinha verificar se Passos Coelho e Paulo Portas estão a cumprir o programa que decidiram (como o alto patrocínio de Cavaco Silva) para quatro anos e que justificam como sendo uma imposição dos nossos credores, uma vez que não foram eleitoralmente mandatados para o levar a cabo, dado não terem sido sufragados por ele, mas sim por um programa eleitoral que deitaram para o lixo no dia em que tomaram posse.

No entanto o Governo tem aqui um problema. Habituado que está a não cumprir o que quer que seja em relação às promessas que o guinou ao poder, é também incapaz de obter sucesso com as políticas erradas conducentes ao empobrecimento contidas no seu programa de governo, o que o está a deixar pendurado perante os senhores do Mundo que até agora lhe serviram de escudo para o experimentalismo.

Quem já recorreu ao crédito sabe que os credores não impõem aos seus clientes que se desempreguem ou que passem a ter menos rendimentos porque pretendem ser ressarcidos do crédito acrescido dos juros do negócio. Não é possível acreditar que estes credores sejam tão estúpidos que imponham medidas e regras que inviabilizem o reembolso do capital e do correspondente valor acrescentado.

Chegou agora a altura de quem nos emprestou o dinheiro vir ver como as coisas estão a correr porque se aproxima o tempo do pagamento ou da penhora e, como é de finança internacional que se está a falar, de pouco servirão as habituais desculpas de mau pagador. Fica por saber se os credores se darão por satisfeitos com as compras das joias da coroa que já realizaram em território nacional a low cost e com a entrega da mão-de-obra qualificada formada a custos elevados e exportada a custo zero.

É isso que anda a por o nosso executivo em stress.
LNT
[0.298/2013]

sábado, 14 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Parabéns, excelência

Paulo PortasCom um dia de atraso não quero deixar de enviar uma saudação especial ao nosso irrevogável e atarefadíssimo Vice-primeiro-ministro, excelência, pela superação do quinquagésimo primeiro aniversário do seu nascimento.

É uma saudação fraterna e sincera pois sei quão difícil é andar por estes entas e ainda ter de apanhar puxões de orelhas de quem não faz a mínima ideia que as orelhas não servem para ser puxadas mas sim para se lhes cochichar.

No fundo, fundo mesmo, é uma massagem ao meu próprio ego porque nunca tinha tido a oportunidade de saudar e felicitar, nem mesmo na minha qualidade de antigo aluno do colégio onde os dois estudámos, alguém tão importante como Vexa, excelentíssimo Vice-primeiro-ministro.

Já agora, evocando Natália que hoje faria mais uns tantos entas que Vossa excelência, e aproveitando-me dos atributos de língua que ela tinha e que nunca conseguirei igualar, deixo-lhe o seu sentimento trágico da vida:
Não há revolta no homem / que se revolta calçado.
O que nele se revolta / é apenas um bocado
que dentro fica agarrado / à tábua da teoria.

Aquilo que nele mente / e parte em filosofia
é porventura a semente / do fruto que nele nasce
e a sede não lhe alivia.

Revolta é ter-se nascido / sem descobrir o sentido / do que nos há-de matar.

Rebeldia é o que põe / na nossa mão um punhal
para vibrar naquela morte / que nos mata devagar.

E só depois de informado / só depois de esclarecido / rebelde nu e deitado / ironia de saber / o que só então se sabe / e não se pode contar.
LNT
[0.296/2013]