Tenho sorte. De vez em quando faço anos e tenho uma mulher que gosta de me presentear quando isso acontece.
Graças a Deus, como diria bem a senhora minha Avó Lina - de quem muito gostava, não me falta praticamente nada, a não ser paciência e uma reforma melhor e habitualmente não espero por datas comemorativas para me oferecer aquilo de que ainda penso necessitar. Cada vez menos, é verdade, porque à medida que envelheço preciso de menos e, como de molduras, canetas e berloques está o Inferno cheio, também prescindo deles.
Quando muito umas cuequitas, umas peúgas de algodão ou dez mil réis de chocolate amargo da Arcádia do Porto são bens perecíveis aceitáveis. Isso e uns livros para me manter ocupado, principalmente nesta altura do ano em que gosto de os ler com calma à sombra numa palhota semeada nos areais da Ilha das Cabanas.
Vem toda esta conversa a propósito do “O Centro do Mundo” onde
Ana Cristina Leonardo resolveu, à pala de romancear as aventuras de Boris Skossyreff, homenagear a sua paixão por Olhão e que foi o meu presente de anos do passado dia 26.
Não criticarei o escrito porque, assim como os políticos não devem comentar os comentadores, os leitores não devem criticar os livros escritos por críticos literários, aconselhando somente que, se quiserem saber o que lá vem, façam anos e peçam à vossa cara-metade uma oferta igual.
A coisa promete.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.015/2018]